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Aparelho Psíquico e Inconsciente em Freud

Posted on Posted in Teoria Psicanalítica

Para que se compreenda de uma maneira mais adequada o que vem a ser o inconsciente segundo Freud, é necessário colocar em pauta, de forma clara e ao mesmo tempo simplificada a definição do que se chama na psicanálise de aparelho psíquico.

Com relação a nossa psique¹ ou vida anímica, duas coisas são conhecidas, sendo o encéfalo aquela parte do corpo que compõe nosso sistema nervoso central e centro de todas as nossas ações e reações, associados aos seus anexos, nervos e tendões e nossos atos conscientes, ou seja, aquilo que praticamos e somos capazes de definir e reconhecer e estão ao nosso alcance imediato.

Tudo o que se encontra entre eles nos é desconhecido. A coexistência dos diferentes sistemas que compõem o aparelho psíquico não deve ser tomando no sentido anatômico que lhe seria atribuído por uma teoria das localizações cerebrais. Implica apenas que as excitações devem seguir uma ordem fica o lugar dos diversos sistemas. (LAPLANCHE, 2001).

O aparelho psíquico

O aparelho psíquico chega ao nosso conhecimento a partir do estudo do desenvolvimento individual de cada ser humano. Para Sigmund Freud o aparelho ou aparato psíquico seria uma organização psíquica dividida em instancias psíquica interligadas entre si, sendo topográfico e estrutural.

Freud concebe o psiquismo como um aparelho capaz de transformar e transmitir uma determinada energia. O aparelho psíquico seria a expressão que ressalta certas características que a teoria freudiana atribui ao psiquismo: a sua capacidade de transmitir e transformar uma energia determinada e a sua diferenciação em sistemas ou instancias (LAPLANCHE, 2001).

Freud supõe um principio de regulação do aparelho psíquico, denominada Principio de Inércia Neurônica, onde os neurônios tendem a descarregar completamente toda a quantidade que recebem, formando barreiras de descarga que oferecem resistência a descarga total.

O aparelho psíquico não possui, portanto, realidade ontológica; trata-se de um modelo explicativo que não supõe qualquer sentido denotativo do real.

Como neurologista que era Freud era um estudioso dos neurônios, e deu a eles uma definição que coincidiu com definições posteriores, fazendo dele um dos pioneiros nas definições anatômicas do sistema nervoso central.

A teoria do Inconsciente

O inconsciente como conceito freudiano e de profundidade singular seria aquela parte do ser do sujeito que não se pode tocar e nem se dar conta. Sabe-se que o inconsciente existe, mas não se pode definir sua localização, sabe-se que está localizada em alguma sede do aparelho psíquico, não se sabe porem, sua localização exata, ate mesmo por se tratar de algo superior ao limite anatômico.

As definições do inconsciente são uma forma de entender do que se trata e de que se fala em psicanálise. Entre suas definições mais claras estão: Complexo psíquico de natureza praticamente insondável, misteriosa, obscura, de onde brotariam as paixões, o medo, a criatividade e a própria vida e morte².

A metáfora do Iceberg

Nossa mente é como uma ponta de um iceberg. A parte submersa seria então o inconsciente. O inconsciente seria uma esfera mais profunda e insondável com níveis mesmo inatingíveis³. O Inconsciente para Freud era o lugar indisponível para o sujeito, sendo, portanto impossível de explorá-lo.

Na formação do conceito de inconsciente Freud se baseou na sua experiência clinica e entendeu o inconsciente como um receptáculo de lembranças traumáticas reprimidas, um reservatório de impulsos que constituem fonte de ansiedade, por serem ética e socialmente inaceitáveis.

Como forma de facilitar o entendimento do que seria o inconsciente, Freud usou a imagem de um iceberg, sendo a ponta visível e mais pequena, superficial a parte consciente, acessível ao sujeito, perscrutável, e a parte submersa, não acessível, e por suposto, maior, o inconsciente. São todos os conteúdos que não se encontram na consciência. Não são palpáveis ou acessíveis ao sujeito.

Processos de recalcamento

No inconsciente se encontram forças recalcadas que lutam para passar para a consciência, mas são barradas por um agente repressor. Pode-se afirmar que os sintomas neuróticos, os sonhos, os atos falhos e os chistes são formas de conhecer o inconsciente, são formas de sua manifestação, por isto o falar livremente no processo analítico e o escutar do analista são as únicas vias de regra psicanalíticas para se conhecer o inconsciente do sujeito.

Cabe ao inconsciente definir grande parte de nosso comportamento, mesmo sabendo que existem aspectos do seu funcionamento que não estamos cientes. Como parte da definição dada por Freud encontramos 3 estruturas fundamentais no entendimento do sujeito e seu inconsciente: O Id, o Ego e o Superego.

Ego, Id e Superego

  • O Id é a instancia de onde advém o Eu, sendo este orientado pelo principio do prazer, a libido.
  • Já o Ego é a parte orientada por um principio de realidade.
  • E o Superego é uma instância “responsável”, que censura, proíbe, dita a regra para o sujeito.

Cabe destacar que para Lacan o inconsciente está estruturado como uma linguagem.

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    Referências bibliográficas: Garcia-Roza, Luiz Alfredo, 1936. Freud e o inconsciente. 24.ed. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009. ¹ Freud, Sigmund. Organizado por Tavares, Pedro Heliodor; Morais, Maria Rita Salzano. Compêndio de Psicanálise e outros escritos inacabados. Edição Bilingue.- Autentica. 1940. ² Formação em Psicanálise. Módulo 2: Teoria do Sujeito e da Personalidade. P. 3. ³ Formação em Psicanálise. Módulo 2: Teoria do Sujeito e da Personalidade. P. 4.

    Leia Também:  A metáfora do iceberg para Freud

    Autor: Denilson Louzada

    4 thoughts on “Aparelho Psíquico e Inconsciente em Freud

    1. Evangelista Damasceno Santos disse:

      Gostei das abordagens feitas, são agregadoras para o nosso autoconhecimento.

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