família disfuncional

Família disfuncional: conceito e impacto nas crianças

Posted on Posted in Conceitos e Significados

Hoje veremos sobre a família disfuncional. O que a família representa na sociedade? Neste artigo, falaremos sobre a ideia de família disfuncional e seu impacto no desenvolvimento psicossocial das crianças.

A família pode ser composta por várias configurações (dois pais, duas mães, mãe e pai, avó, tia, tio, madrinhas…), é formada por pessoas. Pessoas essas, que carregam em si sua bagagem emocional, ancestral, genética.

Introdução à família disfuncional

Muitos dos problemas emocionais que existem hoje na nossa sociedade, são resultados de disfunções familiares: padrões de repetições de comportamentos que são passados de geração em geração. Sugere-se que haja disfunções, quando essas ações trazem prejuízos comportamentais, emocionais ou psicológicos aos envolvidos. Na maioria das vezes, a criança nasce e cresce nesse ambiente, sem conseguir identificar situações que são prejudiciais à ela.

Logo, esse comportamento é absorvido e se torna um hábito. Mas, quais são os sinais de que uma família pode estar passando por disfunções? Elas podem acontecer por vários motivos: reprodução de ações e pensamentos dos pais ou responsáveis por sua criação. Também podem ser motivadas por questões socioeconômicas, religião, transtornos emocionais vindos de membros da família, vícios em drogas, dificuldades afetivas, manipulação emocional, comportamentos de humilhação e falta de empatia, além de problemas de comunicação e dependência.

Uma das principais formas de identificarmos uma disfunção se dá através dos abusos, que podem ser psicológico, sexual, emocional. Seja qual for o tipo que acontece na família, ele traz grandes consequências, principalmente para crianças. Pais autoritários geralmente costumam utilizar seu “poder” para criticar e impor regras rígidas no dia a dia.

Família disfuncional e o prejuízo emocional

Há um grande prejuízo emocional envolvido, pois a criança ou adolescente que sofre o abuso, não consegue, na maioria das vezes, se pronunciar ou procurar ajuda. O sofrimento pode acontecer por um longo período. Quando os pais estão envolvidos com vícios como drogas ou bebidas, é comum acontecer episódios de violência doméstica, o que piora ainda mais os gatilhos e problemas emocionais futuros, tornando essa criança muito suscetível a se formar um adulto com graves sequelas emocionais.

Segurança e estabilidade são fatores cruciais na formação de uma criança saudável emocionalmente. Quando os pais não conseguem prover esse tipo de sentimento, acarretam diversos problemas comportamentais, que podem ser facilmente identificados na rotina familiar: Sentimentos de rejeição podem trazer insegurança, isolamento e busca de atenção excessiva.

Quando há uma superproteção ou domínio por parte dos pais, a situação também não é saudável para os filhos e podem gerar sentimentos de submissão, inadequação, falta de iniciativa ou dependência passiva. Outro aspecto bastante comum é o perfeccionismo ou ambições não realistas depositadas nos filhos – a criança tende a crescer com medo do fracasso e essa frustração de não atingir o que os pais esperam, levam a uma culpa ou auto condenação muito presente no cotidiano delas.

Problemas entre o casal

Quando há problemas conjugais entre o casal responsável pela criança, e essa relação começa a passar por brigas e discussões, o resultado para a criança pode ser muito negativo. Sentimentos como angústias, tensões, inseguranças, falta de base segura no lar e a tendência de avaliar o mundo em que vive de maneira perigosa, são recorrentes. Ao avaliarmos o futuro dessa criança ou adolescente que vive submerso em uma família disfuncional, como podemos imaginar que ele será?

A tendência é que esse individuo tenha relacionamentos problemáticos na vida pessoal ou profissional, baixa autoestima e sentimento de culpa e frustração constante. Esse adulto terá forte propensão em se tornar alguém perfeccionista, com muita dificuldade em aceitar os seus erros. Há também fortes motivações para se tornar uma pessoa ansiosa, depressiva ou com variados transtornos e obsessões.

Os consultórios de psicólogos ou psicanalistas infantis têm recebido cada vez mais casos onde a própria criança demonstra sintomas de que algo não está indo bem emocionalmente na sua vida. Filhos que nasceram e se criaram em uma família com disfunções, possuem a forte tendência a repetir esse comportamento com seus filhos e futuros relacionamentos. Por esse motivo, a importância de cuidarmos da nossa saúde mental.

Família disfuncional e a responsabilidade por uma criança

Antes de nos tornarmos pais, mães ou responsáveis por uma criança, precisamos estar atentos ao lar e ao ambiente em que fomos criados. Quais sentimentos fazem parte da minha constituição familiar? Quais emoções e comportamentos eu desejo e sinto que posso repassar à minha próxima geração? Afinal, a família é o ambiente que constituirá nossa base para a vida adulta.

É onde aprendemos a nos relacionar com o mundo lá fora, nossos valores e nossas percepções. Ao resolver os problemas emocionais existentes em nossa mente, conseguiremos parar um ciclo que até então pode estar se perpetuando na família em que fomos criados, com padrões de comportamento prejudiciais a todos os envolvidos.

O diálogo também é peça fundamental na dinâmica de uma vida familiar saudável. Ao explicar o motivo de uma regra imposta ou dar atenção a uma criança de maneira integral, estamos criando laços de confiança com os pequenos.

Conclusão

A importância de relações duradouras, afetivas e próximas com as crianças é que criarão uma base segura e saudável para que eles se transformem em adultos emocionalmente preparados para enfrentar a vida e seus desafios. É dessa forma também, que conseguimos fazer nossa parte na criação de um ambiente saudável e acolhedor para as próximas gerações.

Este artigo sobre família disfuncional foi escrito por Maria Eugênia, ou para simplificar: Maria. Formada em publicidade e propaganda, com bagagem profissional na área de comunicação e marketing. Desde sempre interessada pelo comportamento humano, tenta diariamente se auto-entender e compreender o mundo que a cerca. Curiosa, apaixonada pela vida, pela praia, família, amigos e seus 3 gatinhos. Contato: [email protected]

QUERO INFORMAÇÕES PARA ME INSCREVER NA FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE

    NÓS RETORNAMOS PARA VOCÊ




    3 thoughts on “Família disfuncional: conceito e impacto nas crianças

    1. Atualmente sem grandes proles ou decisão por Não terem filhos, o casal passa pela “fase” onde está a “bengala”, porque o filho predileto ou que causa “orgulho” inexiste ou já cresceu! Ai entra a questão: “um ao outro”, mas será que o envelhecimento atual contempla substituir o aspecto conjugal pelo mero carinho? Os da “antiga geração” diziam: “trocar a esposa por duas de vinte anos” quando ela chegasse aos 40 anos, numa época em que passar dos 50 anos já era velhice! A Band há pouco mais de um ano passou um vídeo com a Hebe, dizendo que iria sentar porque estava com mais de 50 anos! Hoje, meus irmãos casados com mais de 60 anos e até meu irmão com menos de 60 anos, estão caseiros e na fase de “dias iguais” após a aposentadoria! Ressignificar a família, a cada etapa da vida, me parece ser o grande desafio e nem diria no contexto hetero ou bi/homo, mas quando o genro por parte do filho ou a nora por parte da filha, se apresente como núcleo familiar, formado e intergeracional, a exemplo de quando o pai de um colega, que deve ser pouco mais maduro que eu, outrora, presenciou o filho, então, com pouco mais de 30 anos, conversando comigo, bem entrosados, como colegas de mesma geração, ou “paqueras”! Mas geralmente o tema trazido é o filho adotado por dois pais ou duas mães, raramente, a questão de serem sogros heteros, de casal homo ou homo/bi, comentam! Finalizo dizendo que nunca uma educação recebida será integralmente passada a geração descendente, pelo mesmo motivo que quem começou a carreira com máquina de escrever, fez seu pedido de Aposentadoria, virtualmente!

    2. Mizael Carvalho disse:

      Parabéns pelo artigo! Que possamos ser bons espelhos, para podermos refletir para os nossos filhos coisas boas.

    3. Auridan dos Reis Nascimento disse:

      Este artigo é excelente e reforça minha observação, ao longo dos anos, sobre as constituições familiares. Até mesmo por experiência de vida, ao analisar a infância e adolescência, sou capaz de entender meu momento atual.

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *