fobia social

Fobia social ou medo de estar em público

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Sentir timidez em ambientes novos ou repletos de pessoas desconhecidas é muito comum. Assim como vivenciar ansiedade e insegurança em encontros sociais, em ter que falar com um público e até mesmo começar em um novo emprego. Mas, caso esse sentimento não melhore aos poucos, mesmo com familiarização da situação, então isso pode ser um sinal de fobia social.

Também conhecida como transtorno ansioso social, trata-se de um dos distúrbios de ansiedade mais comuns do mundo, afetando entre 3,5% a 16% da população mundial, variando conforme à metodologia aplicada no estudo.

Apesar de sua pluralidade, esse transtorno precisa ser tratado o quanto antes, principalmente por sua dificuldade em se diferenciar de uma timidez excessiva. A falta de tratamento da fobia social pode fazer com que o paciente, no ápice da doença, chegue ao ponto de cortar qualquer tipo de relacionamento social, prejudicando sua vida pessoal e profissional.

 

Causas da sociofobia

Esse distúrbio mental geralmente se inicia na adolescência, mas nada o impede de também ocorrer durante a infância e também na vida adulta.

Como a grande maioria dos transtornos mentais, a fobia social é iniciada graças a inúmeros fatores, que mesclam questões internas, relacionadas ao emocional do paciente, com temas externos, relacionadas aos desafios propostos por um ambiente desconhecido do mesmo.

Suas principais causas e fatores são:

1. Hereditariedade

É muito comum que pessoas de uma mesma família apresentem sinais de qualquer tipo de transtorno de ansiedade. Mesmo assim, ainda não há nada comprovado sobre essa relação direta entre os distúrbios e a genética.

2. Estrutura cerebral

Pessoas que possuem a amígdala cerebelosa, responsável pelo controle de nossas emoções, mais hiperativa apresentam maiores chances de sentirem ansiedade e insegurança em situações sociais.

3. Traumas

Pessoas, principalmente crianças, que sofrem bullying, ridicularização ou humilhação pública são mais propensas a sofrerem desse distúrbio. Assim, como vítimas de traumas e acontecimentos negativos (problemas familiares ou abuso sexual) durante a infância e adolescência.

4. Temperamento do indivíduo

Crianças e adolescentes que sempre se mostraram mais tímidos são mais propensos a sofrerem desse transtorno. A certeza pode ser vista quando eles tiveram dificuldade em encarar novos desafios ou interagir com novas pessoas.

5.  Novas demandas sociais ou profissionais

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    Atividades como interagir com desconhecido, ter que falar em público ou até mesmo apresentar um trabalho são demandas que podem desencadear os sintomas da fobia social no indivíduo.

    6. Sentimento de não aceitação de si mesmo

    A não aceitação de si mesmo, principalmente fisicamente, devido a um problema no rosto, no corpo ou na pele, gagueira e outras doenças visíveis aumentam as chances da pessoa desenvolver o transtorno.

     

    Sintomas da fobia social

    O sentimento de desconforto em momentos sociais e a timidez, principalmente em crianças, não são sintomas que necessariamente apontam para a fobia social. É importante lembrar que cada pessoa se comporta socialmente de forma diferente, devido à sua personalidade. É muito comum existirem pessoas mais reservadas e outras que são bem mais extrovertidas.

    Além disso, os sintomas do transtorno de ansiedade social são muitos outros e bem mais complexos do que esses. Eles podem ser divididos em sintomas emocionais, físicos e de atitude.

    Sintomas emocionais

    São os sintomas da fobia social que mesclam o emocional com o comportamento do indivíduo. Geralmente, são sensações muito acentuadas, como:

    • Preocupação por passar momentos constrangedores ou humilhantes;
    • Medo de situações em que ele pode ser julgado ou que tenha que interagir com que ele não conhece;
    • Ansiedade alta ao esperar um evento ou por algo;
    • Medo de demonstrar sintomas físicos que podem lhe constranger, como voz ou mãos trêmulas, excesso de suor ou rubor facial;
    • Esquiva por medo de constrangimento em fazer coisas em público, falar com pessoas ou onde ele possa se considerar o centro das atenções.

    Assim, quem sofre dessa fobia sente-se incapacitado de realizar atividades bem comuns do dia a dia, como: fazer contato visual, iniciar conversas, namorar, frequentar festas e eventos sociais, ir ao trabalho ou à escola, usar banheiros públicos, entrar em uma sala onde todos já estão sentados, etc.

    Sintomas físicos

    Já, os sintomas físicos mais comuns dessa fobia e que acompanham os emocionais, são:

    • Dor no estômago ou náuseas;
    • Tontura ou vertigem;
    • Batimento do coração acelerado;
    • Diarreia;
    • Tensão muscular.

     

    Tratamentos para fobia social

    Os mais comuns tratamentos para a fobia social são a psicoterapia e o uso de medicamentos.

    Como de costume, esses dois tipos de tratamentos podem ser utilizados juntos. Mas, esse apontamento só pode ser realizado pelo psiquiatra, caso ele considere que a combinação seja mais eficaz ao paciente.

    Medicamentos

    Os inibidores de recaptação de serotonina (ISRS) são os principais medicamentos utilizados para tratar sintomas da sociofobia. Além deles, inibidores de recaptação da serotonina e norepinefrina (IRSN), antidepressivos e inibidores de ansiedade também podem ser prescritos pelo médico psiquiatra.

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    Entre os medicamentos mais comuns para esse tratamento, temos:

    • Alenthus XR
    • Assert
    • Clopam
    • Cloxazolam
    • Cinarizina
    • Efexor XR
    • Exodus
    • Clonazepam
    • Escitalopram
    • Lexapro
    • Paroxetina
    • Rivotril
    • Sertralina

    Psicoterapia

    Entre as diversas opções de psicoterapia a que apresenta os melhores resultados para o tratamento de fobia social é a psicoterapia cognitiva comportamental.

    Nela, o paciente aprende a compreender seus pensamentos de cunho negativo, a ponto de obter uma disposição para alterá-los, graças ao desenvolvimento de habilidade para adquirir confiança em si mesmo.

    Neste ramo se encontra a terapia cognitivo-comportamental, geralmente a mais comum para esse transtorno. O paciente é exposto com frequência em situações que lhe causam medo e ansiedade, a fim de adquirir maior confiança para encará-las.

    Uma nova terapia

    Além disso, vale destacar um novo tipo de tratamento da ansiedade social que se utiliza de uma novíssima tecnologia. É a terapia de exposição à realidade virtual.

    Nela, o paciente vivencia, em cenário controlável e fictício, as principais situações que lhe causam pavor. Ela é realizada com imagens 3D, graças ao uso dos óculos estereoscópicos e fones de ouvido de altíssima tecnologia.

    Apesar de recente, essa técnica de tratamento já vem apresentando resultados muitos satisfatórios, inclusive aqui no Brasil. Onde, em estudo realizado pelo Instituto de Psiquiatria da USP com 21 pacientes, obteve 70% de redução dos sintomas da ansiedade social.

    A fobia social é fácil de ser diagnosticada e, o mais importante, tratada. Assim, ao verificar qualquer um desses sintomas ou situações que foram apresentadas aqui, busque ajuda, ou indique o trabalho de um psiquiatra para que um tratamento seja iniciado. As chances de sucesso são ainda maiores quando o diagnóstico é precoce.

    14 thoughts on “Fobia social ou medo de estar em público

    1. Já tentei diversas técnicas e abordagens diferentes de terapias além dos mais diversos medicamentos durante vários anos e continuo com a fobia social e sem perspectivas de melhora.
      O mais triste é que já sei que provavelmente virá algum terapeuta qualquer e dirá que eu ainda não melhorei porque eu ainda não me tratei com ele.
      Tenho 35 anos e não tenho muitas esperanças em que surja algo que possa me ajudar.

      1. Dalva Silvany disse:

        Você ja fez a hipnoterapia ou hipnose clínica?
        Se não fez ainda procure informações a respeito, é muito bom e pode ser feito on line ou presencial.

        1. Já fiz hipnoterapia várias vezes e nunca ajudou em nada
          Tempo e dinheiro jogados fora

      2. Procure investigar se seu problema também não tem uma causa espiritual, caso acredite, Existem terapias holísticas que investigam estas situações, além das psicoterapias é claro. Tente investigar pelo lado holístico também.

      3. Kelly Gomes Silvano disse:

        olá, bom dia.
        Alguns estudos apontam que mesmo com o uso dos medicamentos e com a psicoterapia, os pacientes conseguem minimizar, ou seja aprendem a lidar com essas questões , mas que em algum momento ele irá sentir novamente esses sintomas.

    2. caro Jonas o reconhecimento é um passo essencial. já passei por isso também minha dificuldade era estar em local com muita gente ou estar numa roda de pessoas descontraídas, me sentia mal e desconfortável, mas conheci um remédio que me fez muito bem, não desista continue tentando, você irá conseguir.

      1. Everaldo Gomes disse:

        Adriano bom dia!
        Certamente não srria de bom tom dizrf o nome do tal remédio. Mas, compartilhe conosco alguma informação que possa permitir o acesso a esse “nectar dos deuses”, tenho ao menos duas pessoas que têm sub-vida por causa ea fobia social!
        Saudações fraternas!

    3. Hummmmmmm.
      Vc já buscou a ajuda interior? Na maioria das vezes, a cura está dentro de nós e não percebemos.

    4. Ana Paula Marins disse:

      A terapia cognitiva comportamental e a ACT são as linhas com melhores resultados para tratar fobia social. Porém, o fóbico é um ansioso e o que você pode conseguir é o enfrentamento das situações mas não a ausência da ansiedade.

    5. Claudete Abreu disse:

      Os transtornos psicológicos nunca são fruto de uma única coisa. O diagnóstico é sempre complexo. Penso que os remédios tratam o sintoma e, de certa forma, a terapia comportamental, também, irá tratar o efeito no comportamento. Ninguém comentou aqui sobre o papel da psicanálise, que o de investigar qual é a base do trauma que está causando esses sintomas. O processo psicanalítico vai tentar uma investigação mais profunda sobre os bloqueios emocionais e ajudar o paciente a lidar com essas suas questões. Mas uma coisa é fundamental entender, que não é um processo rápido. O que muita gente não entende, hoje em dia, pois querem respostas prontas e rápidas. Ninguém é o seu sintoma, há sempre toda uma história por trás, é preciso querer entender essa história.

      1. Douglas Romão disse:

        Grato pela sua contribuição, Claudete!

    6. David Ferreira da Silva disse:

      Muito útil este artigo – como todos – porque alerta para que, o que poderia ser considerado de timidez ou mera inibição por familiares, pode na realidade ser um transtorno tratável.
      Obrigado!

    7. Olá!
      Tenho medo de escola em início de ano. Importante dizer que sou professor. Meu estômago aperta e meu medo vai a mil. Normalmente consigo curar no ano corrente com o enfrentamento da situação real – indo para sala de aula e vendo que não sofro o ataque dos estudantes. Sempre acho que serei ridicularizado por eles. O problema é que todo início de ano passo pela mesma ansiedade.

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