neuropsicanálise o que é

Neuropsicanálise e Psicanálise: aproximações e diferenças

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Nesse artigo (pequeno enfoque) vamos abordar um tema que vem gerando muitas polêmicas, divergências, discussões e debates: ‘A Neuropsicanálise’! Vamos responder a um questionamento proposto: “A Neuropsicanálise vai superar, suplantar e sepultar a Psicanálise?

Introdução

Nesse artigo (pequeno enfoque) vamos tratar de um assunto através de um tema que, efetivamente, vem gerando muitas polêmicas, divergências, discussões e debates nos bastidores acadêmicos e extra acadêmicos com a disseminação de vários artigos, ensaios, livros e enfoques pelos diversos canais técnicos-científicos onde ainda prevalece o meio consuetudinário da tradição da Psicanálise. Versam sobre a emergente e inovadora Neuropsicanálise.

Vamos abordar e examinar:

  • o que é emergente e florescente a Neuropsicanálise;
  • compreender o que é a era ou década do cérebro;
  • entender a correlação da Psicanálise com a Neuropsicanálise.

Vamos considerar os avanços das neuro-imagens; indagar sobre o futuro da Psicanalise e responder a questão proposta, ofertando uma resposta sobre o questionamento apresentado por muitos analistas: “A Neuropsicanálise vai superar, suplantar e sepultar a Psicanálise ?” Este será o desafio ao presente enfoque.

O que é a emergente e florescente Neuropsicanálise?

A Neuropsicanálise é de fato, um emergente novo campo do saber na pós-modernidade dos tempos líquidos, que pela via da investigação científica combina estudos conceituais e epistemológicos do cérebro usando a Neurociência para provar e comprovar as teorias psicanalíticas que ela, a Neuropsicanálise, passou a denominar de ‘hipóteses da mente’ com apoio e lastro das neuro-imagens do cérebro e estruturas nervosas periféricas.

A contrário senso e diante dos contra-argumentos dialéticos apresentados por pesquisadores e operadores da Psicanálise que são de opiniões divergentes sobre a Neuropsicanálise existe a tese de que tudo não passaria de uma visão psiquiátrica refinada, ou seja, uma estratégia de reforço da Psiquiatria.

Entretanto, o objetivo principal da Neuropsicanálise difere evidentemente da Psiquiatria e Neurologia e da Psicologia Clínica. Procura desenvolver um estudo profundo e interdisciplinar correlacionando as Neurociências (estudos do cérebro) com as teorias da Psicanálise.

Os neuropsicanalistas que estão se formando e aos poucos ingressando no mercado estão articulando os métodos anatomicos-fisiológicos clínicos notadamente cerebrais via neuro-imagens para ver se tem ou não respaldo das teorias psicanalíticas e como elas se processam a partir do cérebro e SNC (Sistema Nervoso Central).

E para conseguir sucesso buscaram fundamentos históricos e até um apoio pregresso nas teorias de Sigmund Freud (1856-1939). Visando aprofundar a proposta e seus propósitos fundaram um movimento, chamado de ‘MNP’ (Movimento Neuro-Psicanalítico).

Para muitos neuropsicanalistas, a teoria psicanalítica ainda seria empírica e de tentativa de um pragmatismo sem evidências científicas, face não conseguir esboçar uma explicação pela via do cérebro e da estrutura periférica nervosa, pois mente e cérebro seriam uma entidade única. As funções da mente seriam também funções biológicas, eis que defendem a premissa de que o cérebro (hardware) seria a sede da mente, e que a mente (o software) seria o processo mental, o programa bioquímico cerebral humano das sinapses e que só poderá ser bem compreendido usando tecnologias avançadas como tomografia e ressonância magnética, entre outras.

A polêmica se instaurou e gerou vários debates e discussões com objeções. Alguns analistas desejam considerar a Neuropsicanálise apenas como uma área ou apêndice da Psicanálise. Porém, outros querem compreender a relação cérebro com o comportamento humano tanto no sentido do desenvolvimento normal como no que se referem aqueles oriundos das lesões no Sistema Nervoso Central e repercussões no comportamento.

E outro segmento começa a divulgar as contribuições efetivas que a Neurociência estaria dando às Psicoterapias e que a Psicanálise seria uma forma de psicoterapia que vai precisar da Neurociência como apoio melhorando os diagnósticos e prognósticos. O que vem lastreando tal entendimento são as neuro-imagens dos cérebros em análises.

Alguns argumentam que, sem o apoio da Neurociência, o risco é de não comprovação de muitas das hipóteses psicanalíticas, que seriam explicações vazias, empíricas, sem sentido e que a Neurociência estaria mais instrumentalizada e equipada para fornecer as informações complementares coletadas mais aproveitáveis às intervenções da Psicoterapia onde a Psicanalise seria como supra referido, um de seus braços e estaria inserida.

E isso requer os chamados métodos multimodais, incluindo a já citada tomografia e ressonância magnética do cérebro e outras tecnologias. As resistências são imensas, porém, os autores e convictos do movimento neuropsicanalitico entendem que combinando conhecimentos da Neurociência com teorias da Psicanálise haverá uma melhor compreensão da mente e do cérebro.

A era do cérebro

Esse entendimento da Neurociência tem interface com outros ramos do saber com foco nos seres humanos e animais, estes como experiências em laboratórios, bem como uma visão inclusive metadisciplinar com a Psicologia, a Psiquiatria, Antropologia, Sociologia, Teologia, Neurologia, e obviamente a própria Psicanálise o que começaram a denominar de ‘era do cérebro’ que na realidade seria a ‘década do cérebro’, deflagrada no limiar do ano de 1990 até meados de 2000, na virada do milênio, e que continuou seus estudos profundos, quando vários pesquisadores da Neurociência passaram a divulgar, publicar e disseminar no tecido social global com grande aceitação em diversos países, suas descobertas fatiando o cérebro e usando a tecnologia de ponta.

O cérebro foi colocado como a fronteira final na face da Terra antes de iniciar no futuro a grande jornada rumo ao Universo, ao Cosmos, a exploração de outros planetas, além da Lua pela Astrofísica.

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    O cérebro passa a ser entendido como a ‘sede’ da mente humana. O psicossomático como um todo cerebral ganha tração. A exploração da subjetividade na avaliação de muitos analistas precisaria de um novo método, pois a mera observação sistemática tinha que ceder para o testagem de hipóteses via experimentação e validar teorias psicanalíticas.

    A primeira investigação da Neurociência foi sobre o inconsciente, como ele se estrutura e se liga pela via do cérebro na mente. Essa situação de buscar uma interface com o cérebro foi encarada por muitos analistas como um passo ousado ampliando a capacidade psicanalítica porque mediante a compreensão da estrutura funcional do cérebro entenderemos melhor o psiquismo humano e as psicopatologias com novas respostas nas relações sociais. Esta seria uma das premissas chave da década do cérebro.

    Correlação da Psicanálise com a Neuropsicanálise

    Para compreender bem a questão da correlação entre a Psicanálise com a Neuropsicanálise temos que entender quem esta por trás dessa nova tese, percepção, visão e escola. Mark Solms (61 anos, nascido em 17/07/1961, em Lüderitz, Namíbia), um psicanalista que se intitulou neuropsicólogo, sul-africano, tornou-se conhecido por sua descoberta dos ‘mecanismos cerebrais’ dos sonhos com o uso de tecnologias avançadas, como tomografia e ressonância usados na Neurociência contemporânea.

    Para Solms (1996), a Psicanálise nunca mais será a mesma sem o apoio da Neurociência. Esse movimento começou pelo Instituto de Psicanálise de NY, (Nova York), EUA e por essa razão ganhou tração. Outros atores sociais da área entraram em cena para dar lastro a Solms (1996) face às resistências de vários segmentos que defendiam a manutenção do ‘status quo ante’, vigente da Psicanálise de cunho e tradição consuetudinária (fora do eixo da academia).

    As dificuldades de criação de uma Psicanálise via academia sempre foram grandes e encontraram muitas barreiras. O objetivo do grupo que Solms passou a liderar era perceber a correlação e a complementação entre a Psicanálise e a Neurociência. Acusados de tentarem rodar uma estratégia e tática para fortalecer a Psiquiatria e Psicologia em detrimento da Psicanálise, o grupo enfrentou objeções fortes.

    O objetivo era descobrir a organização neurológica do aparelho mental humano e dissecar as estrutura interna para se entender o pensamento, consciências, sentimentos, emoções. Surgiria então o método neuro-psicanalítico o que tranquilizou muitos analistas, pois evitou o reducionismo e também evitou provar a tese de analistas divergentes de que o grupo desejaria sepultar a Psicanálise.

    O grupo na realidade era encabeçado por Arnoldo Pfefer que juntamente com Mark Solms reuniram os interessados no tema e no ano de 2000, na virada do milênio, realizaram o 1º Congresso Internacional de Neuropsicanálise, em Londres, Inglaterra e fundaram a Sociedade Internacional de Neuropsicanálise. O objetivo seria o de encontrar as correlações dos comportamentos humanos nos substratos neuro-anato-fisiológicos mediante uso de tecnologia de ponta partindo do cérebro. Refutaram a tese de que estariam fortalecendo a Neurologia, a Psiquiatria e Psicologia Clínica.

    O objetivo da empreitada inovadora e desafiadora era e continua sendo o de encontrar e buscar as correlações entre os princípios e conceitos da Psicanálise com o exame comprobatório da Neurociência, para dar lastro a tais concepções a começar pela prova da existência do inconsciente. Evidente que algumas teorias serão fulminadas por não terem lastro, liame, nexo científico.

    A tese teórica de Freud para estruturação da Neuropsicanálise

    Os emergentes neuropsicanalistas apresentaram como argumento no Congresso que realizaram em Londres, a tese teórica de Sigmund Freud (1856-1939) que em 1895 concebeu e elaborou um texto sobre o projeto para uma psicologia científica que era uma tentativa de construir um esquema dinâmico do funcionamento neurológico pela via da observação clínica e que poderia ser no futuro chamado de Neurobiologia, o que foi entendido como a Psicanálise com sua metapsicologia.

    Argumentavam que não poderíamos esquecer jamais a historicidade e enraizamento além dos dados divisórios da biografia de Freud que nos remete a percepção de que ele era um médico atuando com base em evidências. Esse enfoque de Freud foi evocado como um apoio indireto a estruturação da Neuropsicanalise com a evolução dos tempos, na transição da modernidade para florescente pós-modernidade, também ganhou um formato embora sem os instrumentos adequados para a época. Foi considerado um argumento de muito peso no evento.

    Alguns conceberam que seria em teoria então, o fim futuro da Psicanálise.

    Fim da Psicanálise?!

    Muitos analistas pelo Planeta todo, ligados à corrente divergente e ligados à Psicanálise de tradição consuetudinária e por fora do eixo da academia, com base na produção das teorias até então conhecidas, ficaram muito assustados com a emergência e a adesão forte em torno da inovadora Neuropsicanálise e passaram a argumentar, em tese e a priori, que a nova escola puxada por Solms poderia superar e sepultar a Psicanálise, o que seria o fim da Psicanálise.

    Os autores da nova proposta se dizentes neuropsicanalistas discordaram da tese e apresentaram contra-argumentos de que o papel da Neuropsicanalise era tão-somente de buscar a correlação via SNC (Sistema Nervoso Central) com as teorias psicanalíticas, mas que algumas concepções teóricas sem evidências cairiam sim por terra por não ter lastro, liame e nexo científico.

    A visão dos emergentes neuropsicanalistas seria não de uma subdivisão da Psicanálise ou uma subespecialização, mas sim, um novo saber emergente e científico com seus construtos epistemológicos funcionando como um espécie de filtro das teorias. Que a mera visão do fim da Psicanálise seria uma escatologia apocalíptica de setores com paranoia numa percepção distorcida de que alguns desejariam simplesmente destruir a Psicanalise, o que seria uma pura ficção imaginária, uma falácia, um factoide.

    Os avanços da neuro-imagem

    Não existem mais dúvidas de que os avanços tecnológicos ligados às neuro-imagens do cérebro não tem mais volta. A tomografia e a ressonância magnética além de novos avanços estão revolucionando as concepções teóricas. O fatiamento em 3D do cérebro foi um passo imenso para compreensão da mente eis que a premissa dos neuropsicanalistas é que o cérebro é a morada e sede da mente. A Psicanálise passou a ser considerada não cientifica em seus ‘métodos’, falhando em colocar e submeter suas suposições (hipóteses da mente) à testagem experimental.

    A Psicanálise tem tradição consuetudinária (por fora da academia) em gerar um manancial de ideias do que testá-las. E muitos ativistas da Psicanálise recusam que ela venha a se amoldar à academia como. Por exemplo, não aceitam a formação via bacharelado universitário da Psicanálise. Existe a refutação e recusa do viés acadêmico que alguns querem implementar. E isso esta sendo concebido como uma falha em progredir.

    Ela não teria tido ainda capacidade de progredir como fizeram outras áreas, a Psicologia e Medicina porque ainda muito ancorada na narrativa subjetiva e privada dos psicanalilstas o que passou a ser um desafio e um obstáculo para o progresso da área que no entendimento de muitos analistas irá precisa da interface com Neurociencia. Entretanto, a academia estruturou e passou a ofertar muitas pós-graduações em Psicanálise.

    O futuro da Psicanálise

    Portanto, o novo eixo de preocupação deixou de ser a tese do fim da Psicanálise migrando para a concepção de um novo futuro para a Psicanálise.

    A Psicanálise precisa na concepção de vários teóricos, de uma força intelectual em adotar novos recursos, novas metodologias e novos planejamentos para levar adiante a pesquisa.

    Incorporar conceitos como da Biologia sobre o cérebro, ser mais receptiva a ‘biologia da mente’ na testagem das hipóteses, onde o cérebro é considerado na pós-modernidade, a sede da mente. Para os operadores da Neurociência, os operadores da Psicanálise precisam entender que existe a correlação e que é preciso modular essa vinculação cortando a própria carne quando compreender que certos pseudo conceitos não tem força-motriz lastreado pela prova científica.

    Que a Psicanálise diante da Neuropsicanálise terá que ter coragem de abandonar algumas ideias sem a prova científica pelos avanços tecnológicos.

    Conclusão: as relações entre Neuropsicanálise e a Psicanálise Tradicional

    Face ao todo exposto, vamos ofertar uma opção de resposta ao questionamento que foi levantado e proposto, qual seja, “a Neuropsicanálise vai superar, suplantar e sepultar a Psicanálise?

    Com base no que foi supra exposto, entendemos que não, que a Neuropsicanálise não foi estruturada com a visão de destruição da Psicanálise. Tanto é verdade que a Neurociência buscou se estender e estruturaram a Neuropsiquiatria, a Neuropsicologia e a Neuropsicanálise que são bem distintas, cada uma operando no seu quadrado.

    O que a Neurociência busca firmar é que existe uma correlação entre o cérebro e a psicanálise. Que muitas teorias psicanalíticas poderão ser sim invalidadas pela Neurociências se não forem provadas e outras irão sobreviver.

    A Neurociência por exemplo, provou que existe o inconsciente. Tenta provar a pulsão e catéxis, a chamada energia psíquica. E vale salientar e frisar bem que o inconsciente é o objeto por excelência embora não exclusivo da Psicanálise. Outras ciências operam também no campo da Psicanálise se valendo do inconsciente, até em confissões criminais como a Psiquiatria criminal.

    O neuropsicanalista vai operar com base em exames avançados, recorrendo à tomografia e ressonância, angiografia, o exame 3D do cérebro, isso será ponto pacífico, uma interface forte com a biologia da mente. Essa nova vertente não vai sepultar a Psicanálise. Os neuropsicanalistas alertam que não poderemos jamais esquecer que Sigmund Freud era um médico neurologista e que criou a Psicanálise que é um método psicológico para dar significado aos processos mentais, sem perder o vinculo com a Neurologia considerando os avanços de sua época que Freud sabia de suas limitações.

    Para muitos analistas no futuro haverá uma grande integração da Psicanálise com a Neurociência onde a investigação psicanalítica do analisando passará pela trilha do mapeamento da organização neurológica do processo mental humano.

    Dentro do ‘setting’ psicanalítico ampliando as interfaces. Fica uma ressalva, a confirmar: pois, só o futuro será o juiz verdugo imparcial que nos dará as respostas esperadas. As versões ainda são muitas, porém, a verdade será somente uma.

    Este artigo foi escrito por Edson Fernando Lima de Oliveira (contato: [email protected]), formado em História e Filosofia. PG em Psicanálise. Realizando PG em Filosofia Clínica e estudos de Psicanálise Clínica e concluindo PG em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica.

    3 thoughts on “Neuropsicanálise e Psicanálise: aproximações e diferenças

    1. Com o controle da chamada Alienação Mental Ciclica, a Neurologia começou a receber um outro olhar, ainda sem consenso na classe médica! Ontem me causou indignação numa reportagem em que a “Oftalmo” considerou o estrabismo como inerente a acuidade visual, pasmem, indicando um tampão no olho estrabico!!! Escrevi a emissora que fez a reportagem para entrevistar Neurologista, visto que a criança poderá vir a perder a visão no olho com tampão e estar tendo postergado o diagnóstico neurológico! A pouca atenção dada ao cérebro é considerar, também, como morte efetiva a parada da função cerebral e também admitir como patologia a paralisia cerebral: paradoxal não é??? Por volta de 1978, aprendi em Ciências, Escola Pública, que o Crânio é composto por Cérebro, Cerebelo e Bulbo! É o Bulbo uma espécie de disjuntor do Organismo onde uma lesão nele pode ser fatal. O vômito quando acontece, recebeu comando foi do “esquecido” Bulbo: apenas uma das suas inúmeras funções! Até a conhecida doença de Parkinson, que em experimento, com uma incisão no Crânio, o médico bloqueando o local onde desencadeia o tremor e que é creditado ao cérebro a causa, presumo se tratar de lesão no Bulbo, já que o tremor ocorre com as mãos em repouso, uma espécie de falha no “sistema elétrico Orgânico”! Por fim, outro paradoxo médico é quando sugeriram uma tomografia para verificar se eu tinha osteoporose e deu “normal”. Ai não me contive e perguntei ao médico que prescreveu o exame: degeneração da coluna, com escoliose juvenil, manteve os ossos sem envelhecer. É tudo autônomo? Por isso, acompanhemos mais a ciência “de fato” não a ciência “politica” que anda recebendo “um baile” da Covid-19! Quantos idosos soropositivos estão vivendo por décadas com uma patologia “alojada” no Sistema Imunológico! Quantas crianças se desenvolveram sadias, graças ao Sabin, que teve a sensibilidade de elaborar a vacina em 2 gotas, para evitar crianças tão pequenas receberem a “picada da agulha”!!! Creditemos a Ciência o que notoriamente seja Científico!

    2. Caros amigos, importante destacar e frisar bem, que este enfoque (pequeno artigo) foi realizado com um desafio porque alguns gostariam de tentar entender, compreender e balizar bem essa ‘interface’ (junção e conversa de conhecimentos, ou conhecimentos cruzados) do saber da Psicanalise com o saber da Neurociência, onde surgiu então a Neuropsicanalise. Na realidade não existe uma hierarquia de saber, e jamais a Neuropsicanalise foi e nem será uma subdivisão ou subespecialização da Psicanalise ou uma extensão. Na realidade é um interface, ou seja, ambas estão em inter, pluri, muti, trans e porque não, em polidicisplinariedade. Aliás essa é a marca forte da pós-modernidade dos tempos líquidos, onde os conhecimentos vão ter que dialogar e emprestar seus olhares. Por isso encaramos o desafio de tentar desvendar essa visão inter, pluri, multi, trans e polidisciplinar. Mesmo assim,alguns estão com dúvidas e até não aceitam essa interface tão fácil. Porém, não podemos esquecer que a mente não existe sem o cérebro. Ok. Em lugar nenhum do planeta temos só mente ou só cerebro sem a mente. O cérebro é a sede, a casa, a moradia da mente. Entretanto, muito importante salientar bem que Freud /1922) chamou de Psicanálise o trabalho, o método, a técnica que leva a pessoa como ego, conhecer o psiquismo recalcado nela, ou seja, o seu inconsciente. A Psicanálise é um método, técnica e porque não arte de acessar ao inconsciente que esta alojado na mente profunda. Agora, como isso ocorre, eis então o papel mais amplo, do cérebro e suas estruturas neurais. Creio que isso ficou bem claro no enfoque. O S Freu (1856-1939) concebeu um método próprio dele para acessar o inconsciente que ele chamou de Psicanálise, para chegar no pontos geradores de sinais e sintomas. Ponto. Contudo, ele era médico psiquiatra neurologista. Então, ela sabia que a mente é produto do cérebro e que era precisa dissecar e entender como se forma a mente. Seria ela a alma ou próprio espírito da pessoa ? Ele buscou desvendar isso. Ah mas a Psicologia e tal também quer isso! Não é verdade. A Psicologia tem seu objeto, seu foco nos comportamentos e mecanismos de defesa. A Psiquiatria tem seu foco, (objeto) na bioquímica cerebral. A Psicanálise jamais desaparecerá ou será destruída, não se preocupem. O foco dela é o inconsciente. A Neurociência procurou provar o inconsciente e deseja provar e energia psíquica. Ninguem precisa ficar assustado ou achar que a Neuropsicanálise é o fim da Psicanalise. O objeto da Neuropsicanálise é explicar o o mecanismo que leva ao sonho. ao pensamento, emoções e sentimentos, memoria, e tudo mais. Não é função da Neuropsicanalise entrar no inconsciente e fazer os achados e tal. Isso é com a Psicanálse. A função da Neurociência é explicar como se dá a coisa a nível funcional e orgânico neural, ou as sinapses. Importante esse esclarecimento face alguns acharam que a Neuropsicanalise via levar a Psicanálise para o túmulo. A chave de tudo são os objetos ou foco de cada conhecimento. Uma explicar o que faz ocorrer e a outra busca as remissões e curas pela palavra e associais entrando no inconsciente. O Freud teve dificuldade em usar a hipnose e criou o método dele ir no inconsciente. Explicar como se dá a mente a partir do cérebro e suas ligações neurais e sinapse é com a Neuropsicanalise. Há mas no futuro a Neuropsicanalise poderá querer se apropriar de tudo e ir até para curas. Não cabe a ela fazer isso. Ela vai só explicar como se dão os fenômenos a partir do cérebro. Concordo plenamente com tal tese e estou contribuindo com esse esclarecimento.O papel da Psicanálise jamais será usurpado nem pela Psicologia, nem pela Psiquiatria e muitos menos pela Neuropsicanálise. Segue para consideração.

    3. Mizael Carvalho disse:

      Parabéns, pelo artigo! A ciência ajudando a ciência!

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