Artigo analisando "O Diário de Anne Frank" explorando o conceito de Pulsão contido na obra.

O Diário de Anne Frank: resumo e interpretação psicanalítica

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Traremos neste artigo traremos uma análise sobre o livro “O Diário de Anne Frank” (1947), explorando o conceito de Pulsão contido na obra.

Quem foi Anne Frank?

Anne Frank nasceu em 12 de junho de 1929 em Bergen-Belsen, Alemanha. Ela foi uma adolescente alemã de origem judaica, a qual vivia em uma condição aparentemente boa, filha de um banqueiro, o Sr. Otto Frank, e de uma dona de casa, a Sra. Edith Frank.

A história que dá título à essa obra, tem início em 12 de junho de 1942, data em que Anne comemora seu 13º aniversário ganhando, por consequência, um diário que carinhosamente intitulou Kitty. Desta forma, ela relatava todos os seus pensamentos, sentimentos e ações através desse diário.

A Segunda Guerra Mundial

Voltando um pouco na história, a Segunda Guerra Mundial durou cerca de 6 anos (1939 – 1945). Dentro deste acontecimento, teve ainda o Holocausto (1941-1945), também liderado por Hittler. Este último, levou a morte cerca de 6 milhões de judeus espalhados pela Europa. Foi o maior assassinato em massa de toda a história do século XX. Este período perdurou enquanto Anne Frank viveu.

Depois desta breve introdução, vamos voltar a história propriamente dita. Os pais de Anne temiam ficar na Alemanha e, prontamente decidiram se deslocar até Amsterdã, na Holanda, para refugiar-se da guerra. Ficaram no abafado e estreito Anexo Secreto do escritório do Sr. Otto. Dessa forma, eles passaram mais de dois anos reclusos no esconderijo.

O Livro

Este livro é uma autobiografia dos últimos anos de vida de Anne Frank. Lendo-o, o leitor passa por todos os sofrimentos e alegrias que Anne Frank presenciou naquele “cubículo”, ou no Anexo Secreto (como preferência da própria autora) onde estavam no total hospedadas 8 pessoas.

A trajetória vivida naquele complexo, foi exposta através do diário como já foi dito no início, em que Anne Frank expôs seus pensamentos, sentimentos e ações de forma clara, visto que, pôde-se perceber a pulsão com relação a todo aquele holocausto.

O Conceito de Pulsão

Pulsão, para Laplanche e Pontalis, é o “processo dinâmico que consiste numa pressão ou força […] que faz o organismo tender para um objetivo”, sendo que, este objetivo pode ser positivo ou negativo. Positivo no sentido de sobrevivência, pulsão de vida, e negativo no sentido de destruição, pulsão de morte.

Falando de outra forma, no artigo intitulado “Falando sobre Pulsão de Vida” do site da Psicanálise Clínica, fala que “a todo o momento, estamos procurando uma forma de sobreviver, crescer e fazer mais em nossas ações e pensamentos”.

Pulsões de Vida e Morte

Claramente, a pulsão de vida nada mais é do que a busca pela sobrevivência e/ou da satisfação da vida (ou do legado melhor dizendo), que a vida está nos proporcionando.

Da mesma forma ocorre com a pulsão de morte, ou seja, enquanto a pulsão de vida busca a sobrevivência do indivíduo, a pulsão de morte busca a autodestruição ou a mutilação do próprio indivíduo/objeto no caso. A pulsão de vida ou a de morte não se refere única e exclusivamente ao ser humano, fala também de qualquer outro objeto.

Um exemplo claro é a questão da mastigação de um alimento, em que, ao inserir na boca um pedaço de carne por exemplo, é mastigado lentamente até o pedaço for destroçado para só então engolir e saciar a fome do indivíduo. O ato de destroçar ou destruir é chamado de pulsão de morte, enquanto o ato de saciar-se é considerado uma pulsão de vida.

De fato, é essa pulsão de vida o que realmente importa, a qual está retratada no livro. É pela sobrevivência ou autopreservação de Anne, que o leitor tem o prazer de folhear todo aquele sofrimento vivido no esconderijo improvisado.

Anne Frank e a Pulsão de Vida

Um outro fator destacado é que, a pulsão de vida relaciona-se com a criatividade, o que foi constatado que Anne buscou desta artimanha para escrever o diário.

Como adolescente que era, ela também gostava de escrever sobre o estado ânimo dos outros, fato este a ser levado em consideração, pois dentro da pulsão de vida está explícito que a pessoa fala como um ser único, individual, e de forma coletiva também.

Mas como na vida nada é um mar de rosas, mesmo para quem não tem consciência disso, Anne Frank teve um fim trágico. Durante às 10/10:30 da manhã, do dia 04 de agosto de 1944, a polícia descobriu o esconderijo dos 8 sobreviventes e prenderam todos.

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Cada um foi deportado para um canto. Anne Frank com sua irmã foram transportadas de Auschwitz, sul da Polônia, para seu local de origem, Bergen-Belsen na Alemanha, em um campo de concentração perto de Hannover.

Como o lugar eram péssimas as condições de higiene, insalubres, e o inverno da Alemanha é muito rigoroso, teve uma epidemia de tifo muito forte o que acabou matando milhares de prisioneiros inclusive Anne Frank.

A Morte de Anne Frank

Ninguém tem a data certa da sua morte, mas ela morreu entre fevereiro e março de 1945. A história conta somente que Anne estava no meio dessa destruição em massa o que, agora, caracteriza-se como pulsão de morte. Em virtude do que foi mencionado, ela tinha a esperança em um dia se tornar escritora ou jornalista, pois, como relata na sua Kitty, “apesar de tudo eu ainda creio na bondade humana”.

Sou o Marcos Augusto, tenho 41 anos, sou formado em Administração e atualmente estou me dedicando ao meu crescimento espiritual e material de certa forma. Espero contribuir com vocês em qualquer aspecto do conhecimento pois tenho bagagem para tal não só administrativa, mas psicanaliticamente falando.

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