Todos nós conhecemos pessoas com personalidades bem diferentes. Algumas são mais enérgicas e decididas, enquanto outras são mais calmas e submissas. Essas diferenças de comportamento e caráter têm várias causas.
Para entendermos melhor esse tema, neste artigo vamos explicar o significado de “ativo” e “passivo” na Psicanálise e no uso comum. Veremos também como nossa postura diante da vida pode ser influenciada não só pelo nosso jeito de ser, mas também por outros fatores.
Espero que, ao final da leitura, você consiga ter mais clareza sobre esses conceitos e sobre as razões que fazem alguns de nós agirmos com mais iniciativa, enquanto outros apenas esperam as coisas acontecerem!
O que significa ativo e passivo?
Uma pessoa ativa normalmente toma a iniciativa e determina o rumo das situações. Já uma pessoa passiva tende a seguir as decisões e ações dos outros. Ou seja, o comportamento ativo e passivo são opostos: um está no controle, o outro se submete.
Para entender melhor, vamos pegar alguns exemplos do dia a dia:
- Na sexualidade: chamamos de “ativo” aquele que faz a penetração, e de “passivo” quem é penetrado.
- Nas finanças: o “passivo” de uma empresa são suas dívidas e contas a pagar. Já o “ativo” engloba tudo aquilo que gera dinheiro para o negócio.
Então, de forma resumida, a pessoa ativa costuma tomar a frente e ditar as regras, enquanto a passiva aceita e segue. Isso acontece em diversas áreas da vida – do sexo aos negócios. Cada um tem sua maneira de se portar.
O importante é que ambos os lados se respeitem e encontrem um equilíbrio, seja num relacionamento ou numa sociedade.
Características do ativo
Não importa o contexto em que são colocados, é fácil saber o ativo e o passivo por qualquer pessoa. Mesmo que essa informação não esteja dada, é possível ver a essência de cada um e perceber o que ela significa na prática. O ativo, por exemplo, se caracteriza por ser:
- enérgico;
- vigoroso;
- espirituoso.
Então, conheça cada uma dessas características, nos tópicos abaixo.
Enérgico
Tem uma energia no ativo, uma vez que ele se movimenta para fazer as coisas acontecerem. Além disso, as ações desse tipo de pessoa são vistas quase que na hora. O que gera consequências para ele por causa de sua energia.
Vigoroso
Não apenas a energia, mas o vigor se mostra presente nessa pessoa que demonstra atividade. Ele costuma ser mais participativo e/ou engajado em tudo aquilo que faz, demonstrando o seu empenho.
Espirituoso
Por fim, a pessoa ativa é espirituosa no sentido de possuir vontade, se envolvendo e participando com afinco naquilo que faz.
Características do passivo
É importante tratar também do significado de passividade, sabendo as suas características. O passivo tem um caráter bem oposto em relação ao ativo. Assim, a relação entre as duas personalidades pode ser considerada como de oposição ao mesmo tempo em que é complementar.
As características mais comuns do passivo são:
- submissão;
- falta de iniciativa;
- pouco gasto de energia.
Submissão
Ele é obediente, submetendo-se ao ativo e até mesmo às situações da vida. Dessa forma, a passividade faz com que uma pessoa apenas aceite aquilo que lhe é mandado com resignação e calmaria.
Falta de iniciativa
É difícil você notar um passivo sendo proativo ou fazendo escolhas em situações importantes. Ele tende a deixar que os ativos tomem conta da situação e façam tudo por eles.
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Pouco gasto de energia
Por fim, o passivo não é um preguiçoso, mas costuma ser mais “lento” em relação ao ativo. Diante de um problema ou tensão, ele nunca (ou quase nunca) responderá de forma correta e com soluções enérgicas.
O ativo e passivo na Psicanálise
Para Freud, ativo e passivo são os pares opositivos que dão base à vida psíquica. Eles acabam especificando espécies de metas ou objetivos pulsionais em cada pessoa.
Psicanalistas observam essa oposição como uma peça importante para os relacionamentos. Numa perspectiva genética, como masculino-feminino ou fálico-castrado.
Freud disse que a atividade e a passividade são modalidades da vida pulsional, porém não implicam em oposição as pulsões ativas e passivas. Para ele, por definição, uma pulsão era ativa.
Além disso, em suas palavras, “cada pulsão é um fragmento de atividade; quando se fala de forma pouco rigorosa de pulsões passivas, o que afinal se quer dizer é pulsões de meta passiva”.
A passividade em Psicanálise
Os psicanalistas veem que a passividade dessa meta em exemplos claros no qual a pessoa é vista (exibicionismo) ou maltratada (sadomasoquismo). Para entender a passividade, seria preciso distinguir o comportamento manifestado em tais fantasias.
No comportamento, há reivindicação pulsional para se ter satisfação quando alguém está a mercê do outro.
Quanto às fantasias, vê-se que a posição passiva não se separa do oposto, como visto no masoquismo. Dessa maneira, tem a simultânea do ativo e do passivo.
Porém, seja na natureza da satisfação buscada, seja na posição fantasiosa, esse complemento não esconde a irredutibilidade dos papéis sexuais entre ativos e passivos.
Crescimento
No tocante ao desenvolvimento da pessoa, Freud deu uma grande importância à oposição do ativo e do passivo. O psicanalista fala que esses termos antecipam outros pares opostos importantes, como masculinidade-feminilidade e fálico-castrado.
De acordo com Freud, seria na fase anal que “a oposição que se encontra em toda a vida sexual surge claramente”.
Para o elemento ativo tem a constituição pela pulsão de dominação, sendo ligada à musculatura. Já o órgão com meta sexual passiva é representado por uma “mucosa intestinal erógena”. Embora não signifique que não haja coexistência, ativo e passivo não são vistos como antagônicos ainda.
Transformações
Outros estudiosos além de Freud buscaram entender melhor a relação entre ativo e passivo. Ruth Mack Brunswick descreveu a fase antes do Complexo de Édipo em relação ao desenvolvimento libidinal. Segundo ela:
“Três grandes pares de opostos têm ao longo do desenvolvimento da libido, misturando-se, sobrepondo-se, combinando-se sem nunca coincidirem. Para se substituírem uns pelos outros; a vida do bebê e da criança é caracterizada pelos dois primeiros, e a adolescência pelo terceiro.”
Em suma, a autora mostra que a criança começa a vida sendo muito passiva no relacionamento com a mãe. Além disso, quando a mãe a satisfaz, a criança não se mostrará tão enérgica e proeminente. Ainda assim, ela vai carregar elementos que a façam se identificar com uma mãe mais ativa.
Considerações finais sobre o ativo e passivo
Por fim, arelação entre ativo e passivo tem um ciclo oposto e complementar que impulsiona qualquer relação. Tem um encaixe por dependência entre essas pessoas para o desenvolvimento de uma relação. Caso um ativo ou passivo encontre com um semelhante é quase certo que haverá um “conflito”. Isto é, uma falta de comunhão baseada em seus interesses.
Tanto para a psicanalítica, quanto para área financeira e social, é interessante ver essa interação. Um não existe sem o outro, sendo que uma pessoa irá agir de forma ativa, visando chegar a um fim comum de interesses. Mas e você: na sua vida você é mais ativo ou passivo?
Se você se identificar mais com o primeiro caso, te convidamos a se inscrever em nosso curso online de Psicanálise. Por meio de nossas aulas, você terá o apoio necessário para trabalhar o seu autoconhecimento e ter por completo o seu potencial. Lembrando, quanto à relação entre ativo e passivo, ter a Psicanálise ao lado como guia ajuda a compreender esses papéis.
One thought on “Ativo e Passivo: significado geral e psicanalítico”
Na relação homossexual é mais uma construção digamos machista do que a chamada “heteronormativa”! Para muitos sexólogos, no sexo oral quem estimula o pênis é o agente ativo, já que o homem está deitado, geralmente, recebendo o estímulo. Até quando fui penetrado, graças ao meu relaxamento, que a ereção dele foi estimulada! Me parece ser simplista, o ato de entrar no ânus ter essa “pompa” de ser denominado ativo! E depois das mulheres, os homossexuais (via de regra) possuem mais escolaridade! Só que devemos ter cautela: usar a razão para ajudar namorado ou amigo mais intimo, financeiramente, se o motivo é justo! Não precisamos ficar “no passivo” pela ostentação do “ativo”. Mas há também a questão como a que me ocorreu, numa viagem e acabei me relacionando com cara que me fez citytour! A refeição que paguei a ele, ele descontou na hora que paguei os passeios, mas ficar de casalzinho, num quiosque que tinha show anos 80, ele aceitou o convite e num canto reservado me abraçou por trás. Ou seja, como motorista, não pode o almoço ficar de presente, mas no quiosque a noite, como queria “ficar” aceitou eu pagar os petiscos e bebida, quando serviram!