Estar Consciente e Ser Consciente: o que significa

Você já parou para pensar na diferença entre “estar consciente” e “ser consciente”? Embora esses termos pareçam semelhantes, eles carregam significados distintos que podem transformar a forma como nos percebemos e lidamos com o mundo ao nosso redor.

Enquanto “ser consciente” está ligado à maneira como conduzimos a vida, nossas relações e valores, “estar consciente” está mais relacionado ao momento presente: perceber pensamentos, emoções e ações à medida que acontecem, em vez de agir no piloto automático. E é sobre isso que vamos falar hoje.

Estar consciente vai além de estar alerta

Estar consciente não é apenas estar acordado ou atento ao que acontece ao seu redor. É um processo mais profundo, que envolve prestar atenção às suas reações emocionais e físicas em cada situação.

Por exemplo, imagine uma discussão no trabalho. A reação automática pode ser se defender ou atacar para se proteger. Mas, se você estivesse consciente naquele momento, talvez percebesse que a outra pessoa não estava atacando você, mas apenas expondo uma opinião diferente. Essa diferença na percepção pode mudar completamente a forma como você responde.

Ou seja, estar consciente é ter clareza sobre o que você sente e pensa antes de agir. Isso exige uma pausa, um momento para observar o que está acontecendo internamente. Pode parecer simples, mas na prática é um desafio, porque fomos condicionados a reagir sem pensar.

O ciclo do piloto automático

Grande parte das nossas ações diárias acontece no piloto automático. Desde a forma como reagimos às críticas até as decisões que tomamos em situações de estresse. Não estar consciente dessas reações cria um ciclo vicioso: acreditamos que as coisas acontecem com a gente, sem perceber que muitas vezes somos nós que criamos as situações.

Quando vivemos no piloto automático, tendemos a ver o mundo como uma ameaça constante. Achamos que tudo está fora do nosso controle, o que nos coloca em uma posição de vítima das circunstâncias. Isso gera estresse, ansiedade e, muitas vezes, a sensação de estar preso em uma luta constante por reconhecimento, aceitação ou segurança.

Assumindo a responsabilidade

Estar consciente nos permite sair desse ciclo de reatividade. Quando nos tornamos mais atentos ao que pensamos e sentimos, começamos a perceber que temos responsabilidade sobre nossas ações e, consequentemente, sobre os resultados que obtemos.

Isso não significa se culpar por tudo, mas reconhecer que você tem o poder de escolher como responder a cada situação. Essa consciência nos leva a um processo de autoconhecimento e transformação, porque começamos a entender quais padrões de comportamento nos limitam e quais podem ser mudados.

Por exemplo, se você percebe que sempre reage com impaciência em situações de trânsito, pode começar a questionar por que isso acontece. Talvez seja uma sensação de falta de controle ou pressa constante.

Ao se dar conta disso, pode buscar formas de lidar melhor com a situação, como praticar a paciência ou ajustar suas expectativas.

A conexão entre estar consciente e ser consciente

Embora diferentes, estar consciente e ser consciente estão profundamente conectados. Não podemos nos tornar pessoas mais conscientes, com valores e relações éticas, se não estivermos atentos ao momento presente.

Quando estamos conscientes, começamos a perceber o impacto das nossas ações no mundo ao nosso redor. Isso nos leva a um estado de ser consciente, no qual passamos a viver de forma mais alinhada com nossos princípios e com respeito pelas pessoas, pelos animais e pelo meio ambiente.

Esse processo nos torna mais empáticos, compassivos e menos reativos. Começamos a agir com base em escolhas conscientes, em vez de impulsos automáticos. E isso faz toda a diferença na forma como vivemos e nos relacionamos.

Como desenvolver a consciência no dia a dia

Agora que entendemos a importância de estar consciente, a pergunta que fica é: como desenvolver essa prática no cotidiano? Felizmente, existem algumas ferramentas simples que podem ajudar:

1. Atenção plena (mindfulness): Reserve alguns minutos por dia para prestar atenção à sua respiração, às sensações do corpo ou aos sons ao seu redor. Isso ajuda a trazer a mente para o momento presente.
2. Auto-observação: Sempre que perceber uma reação emocional intensa, pare e observe o que está sentindo. Pergunte-se: “Por que estou reagindo assim?” e “Isso é realmente uma ameaça ou apenas uma percepção minha?”
3. Jornal pessoal: Escrever sobre suas emoções e pensamentos pode ajudar a identificar padrões de comportamento que passam despercebidos no dia a dia.
4. Respiração consciente: Em momentos de estresse, faça uma pausa e respire profundamente algumas vezes. Isso ajuda a interromper o ciclo de reatividade automática.
5. Psicanálise: Um dos caminhos mais profundos para desenvolver a consciência é o autoconhecimento por meio da psicanálise. Ao entender as origens das suas reações, fica mais fácil mudar padrões que já não fazem sentido.

O impacto de estar consciente

Quando começamos a viver de forma mais consciente, tudo ao nosso redor muda. Passamos a ter mais clareza nas decisões, mais equilíbrio emocional e menos conflitos desnecessários.

Além disso, as relações interpessoais melhoram, porque deixamos de reagir impulsivamente e começamos a agir com mais empatia e compreensão.

Esse processo pode não ser fácil no início, mas é extremamente recompensador. Afinal, viver de forma consciente é viver de forma plena, em que cada momento é vivido com presença e significado.

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