Estudo sobre Libido, pulsões e sexualidade e seus transtornos, baseado na psicanálise tradicional e atual.

Evolução da Sexualidade: história e conceitos

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Traremos neste artigo traremos um estudo sobre a Evolução da Sexualidade, falando sobre Libido, pulsões e sexualidade e seus transtornos, baseado na psicanálise tradicional e atual.

Desde os primórdios da humanidade o sexo esteve presente entre todos, fosse ele para reprodução ou até mesmo prazer, com pessoas e animais trocando materiais genéticos, porém quando citamos o termo sexualidade este abrange diversos outros fatores tais como aspectos sociais, culturais, psicológicos e biológicos.

Você está preparado(a) para um mergulho na história e evolução da sexualidade?

História da Sexualidade

Ao longo dos séculos o tema em questão foi sofrendo inúmeras modificações socioculturais, a sexualidade que se vive nos tempos atuais nada mais é daquilo que a sociedade a moldou.

Ou que foi obrigada a se moldar, já que, no que diz respeito ao tema “sexo para reprodução”, o homem pré-histórico não associava a gravidez feminina com o sexo em si, pois entendia ser algo mágico, um presente dado pelos deuses, juntamente com a fertilidade de suas terras.

Nos é sabido também que nos primórdios dos tempos o homem apenas procurava a mulher para realização de seus desejos e pulsões sexuais, muitas vezes incluindo um grau de violência ao ato e a posição de coito mais utilizada era a mesma utilizada entre os primatas, com isto pode-se notar até mesmo em pinturas rupestres e em algumas esculturas elaboradas alguns séculos a frente a valorização das nádegas como principal atrativo erótico daquela época.

Cabe salientar também que nestes povos a principal forma de sobrevivência advinha da caça e da pesca, e em sua maioria tais povos eram nômades, fazendo assim com que se priorizasse pequenos grupos e a gestação e chegada de novas crianças as tribos era devidamente evitada.

Marcos Históricos e a Evolução da Sexualidade: Revolução Agrícola

Somente milhões de anos a frente que este fator obteve mudanças, pois com a revolução agrícola, fazendo com que o homem tirasse sua subsistência da terra como agricultor e não mais como nômade, assim a família passou a ser vista como algo de extrema importância, o homem passou a valorizar mais suas terras, mulheres e fertilidade de ambas, filhos do sexo principalmente masculino eram vistos como essenciais para auxílio no cultivo da terra e defesa do território.

Contudo o homem não era ainda visto com elemento essencial para fecundidade feminina, pode-se observar este fato, quando se nota que em épocas passadas os deuses eram em sua maioria do sexo feminino.

Os símbolos humanos na evolução da sexualidade

Com o passar dos anos o homem passou a ser visto de forma mais importante neste aspecto citado anteriormente, incluindo a valorização de seu sêmen e assim sendo notado como essencial que o pênis fosse introduzido na vagina para que assim fosse “aprovada” a gravidez.

Ao longo dos anos ao observar com mais atenção os animais que eram por eles cultivados, em especial o carneiro, passou-se a notar o poder reprodutor masculino, pois se um único carneiro era capaz de reproduzir inúmeras ovelhas, um homem poderia fazer o mesmo, dando surgimento a ideia machista que muitas vezes se impera nas sociedades até os dias atuais.

Na parte religiosa também é notória a aparição de deuses do sexo masculino, em especial dando grande valor ao falo (pênis), sendo este símbolo de fertilidade e força masculina.

Marcos Históricos e a Evolução da Sexualidade: Era Grega

Na era grega era comum encontrar as serpentes como símbolo do falo masculino, na qual até mesmo se incluíam cultos para que tal animal fosse venerado.

Atualmente ainda temos a influência destas crenças, tais como sendo algumas delas o dedo médio em riste simbolizando o pênis, sendo este gesto em alguns locais tido como ofensa e em outros tido como convite para cópula.

Outro fator importante a ser analisado é o fato de o tamanho do pênis indicar maior virilidade masculina, sendo assim até hoje se é zombado indivíduos que possuem o membro pequeno, mesmo sendo relativo este conceito de tamanho e variando entre regiões.

A ideia de sexo vária entre os povos e regiões, mas sempre ligada a função reprodutora. Entre os povos gregos era comum o papel das concubinas e das demais, sendo a esposa para o governo do lar, procriar e criar a prole, mas não para satisfação sexual do marido.

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Nestas situações as mesmas acabavam por procurar satisfazer seus desejos com dildos, que atualmente conhecemos como “consolos”. A diferença era tão utilizada fazendo com que os homens pudessem possuir dois “amores”, para que uma fosse amada sexualmente e a outra espiritualmente.

O Conceito de Amor na Evolução da Sexualidade

Deve-se nos tempos atuais se libertar das ideias gregas e entender que em um único ser escolhido pode-se obter ambas as finalidades desejadas, fazendo assim que o exercício sexual humano seja a forma mais intima e prazerosa de comunicação humana.

O amor se constrói através da convivência, cultural, espiritual e humanizada entre os seres que na maior parte das vezes pensam e agem de formas distintas, com essa vivência diária e cedendo as vontades do parceiro alcançamos um conjunto de comportamento emocional na qual damos o nome de “afeto”.

Isto inclui uma série de atos como sendo o apoio ao próximo, o elogio verdadeiro, a crítica construtiva e dentre diversos outros podendo ser negativos ou positivos, destes atos surge o amor, por isso é importante salientar que “todos nós, podemos viver sem relação sexual, mas ninguém sobrevive sem afeto.”

A sexualidade e libido durante a fase infantil

Freud defendia que a sexualidade surge já nos primeiros momentos da vida da criança, inclusive logo após seu nascimento, afirmação esta que lhe causou inúmeras discussões com outros grandes psicanalistas de seu tempo, tais como Jung. Contudo iremos citar as principais pois são motivo de estudo até os dias atuais.

Fase Oral

Segundo os estudos do pai da psicanálise a chamada fase oral, vai desde o nascimento até próximo de se completar dois anos de idade podendo este tempo variar de pessoa para pessoa, e como o nome já diz tendo como principal órgão de investimento libidinal a boca (zona erógena), vinculado ao prazer principalmente pelo uso da chupeta e da amamentação.

A teoria afirma que neste período vai surgindo em sua mente registros subjetivos que fazem com que seja responsável pela psique do bebê, com isso no intuito de se auto conhecer e conhecer também o mundo externo o mesmo costuma colocar objetos na boca ou até mesmo engolir, numa busca por identificação.

Contudo nesta fase se encontra totalmente dependente da função materna que pode ser dividida em dois aspectos, como sendo a sucção e a oral cabalística.

O primeiro momento recebe a alcunha de fase oral passivo-receptiva, recebendo em sua boca elementos e conteúdos tais como o leite materno, papinhas, dentre outros.

O segundo momento recebe o nome de fase oral ativo-incorporativa, neste momento o bebê já se encontra com uma noção básica do que é si e o que lhe é externo, também é nesta fase que surgem começam a surgir momentos de agressividade, sobretudo pelo aparecimento dos dentes.

Na fase oral as experiências subjetivas relativas à faixa etária podem envolver atos como falar em excesso, comer em excesso, mascar chicletes, dentre outros, no ponto de vista simbólico relativo à fase adulta, tendo tal sentimento regredido pode o mesmo apresentar características em sua personalidade como, dependência, ansiedade, baixa tolerância a frustração e a rejeição.

Com base nos fatos narrados um indivíduo adulto que apresente tais características ter um ponto de fixação em sua fase oral, que pode ser gratificante ou traumática.

Fase anal

Embora nem sempre seja exclusivo desta fase em sua grande maioria está a zona erógena em questão no esfíncter do indivíduo (de micção ou de evacuação), altamente investidos de libido, costumam ser apresentadas entre o segundo e o terceiro ano de vida, podendo variar.

Nesta fase a criança começa a adquirir algumas características sendo elas, andar, curiosidade, aprendizado do controle de seu esfíncter, comer sozinho, desenvolvimento verbal, aprender a dizer não, dentre outros fatores importantes.

Neste momento também é onde a criança passa a ter controle sobre seus excretores (urina e fezes), aprendendo a reter e expelir tais conteúdos e assim permitindo explorar seu prazer auto erótico, sendo este um dos primeiros momentos da vida na qual demonstra controle de si.

Esta etapa se caracteriza por duas outras principais como sendo a fase anal expulsiva e a fase anal retentiva.

Na primeira fase citada a criança começa a compreender o prazer pela sua função excretora, e também busca uma forma de atingir os pais e demais indivíduos na qual convive, fazendo o que conhecemos como imposição sádico-anal (imposição aos outros). Já na segunda fase citada, o mesmo aprende a reter seu excretor, criando assim uma imposição não somente ao próximo, mas também a si, tendo um caráter masoquista.

Inclusive em adultos que tem na fase anal sua fixação, costumam apresentar um aspecto de sadismo e masoquismo, ou ambivalentes, gerando também em muitos casos sentimentos de amor e ódio ao mesmo tempo, indivíduos altamente competidores, controladores, manipuladores e neuróticos obsessivos-compulsivos.

Fase fálica

Surgindo em torno do terceiro ao sexto ano de idade, podendo variar, está fase como o nome já demonstra sem sua zona erógena focada no falo (pênis, como era chamado pelos romanos), ou seja, não somente o pênis, contudo os genitais de modo geral como sendo a zona erógena desta fase em questão.

Freud acreditava que até determinada faixa etária toda e qualquer criança acreditava existir um órgão genital masculino em todas as pessoas, daí surge a expressão fase fálica, nesta fase é bastante comum que venha surgir uma curiosidade por parte da criança em seu órgão genital e nos demais que a rodeiam.

Nesta fase surgem inúmeros “porquês” por parte dos menores buscando explicação sobre seu próprio corpo.

Os meninos muitas vezes questionando se tem o pênis igual ao seu genitor, e as meninas num imaginário que sua genitora possuía, orem perdeu, dando assim base ao que chamamos de angústia de castração, que será mais bem abordado a frente.

Ato Masturbatório

Outro fato importante é que nesta fase também surge o ato masturbatório, e a manipulação da própria genitália, contudo sem o caráter malicioso dos adultos.

Nesta fase o ato masturbatório visa exclusivamente o conhecimento do próprio corpo, não tendo o toque referência a ejaculação. O imaginário da criança nesta fase pode ser alimentado por estímulos externos, tais como barulho noturno emitido pelos pais no quarto, cenas de tv, dentre outras.

Com base nas análises de Freud acerca de tal tema, esta “cena primaria” que surge no imaginário da criança, mesmo sem a mesma ter uma completa compreensão, supondo uma relação sexual entre os seus genitores, caso não sejam bem elaboradas e abordadas de forma correta podem suscitar a formação de psicopatologias futuras, tal qual a perversão que veremos em detalhes adiante.

Complexo de Édipo

Nesta etapa também surge o chamado “complexo de édipo”. Tal complexo designa um conjunto de desejos amorosos e hostis por parte da criança em relação aos seus genitores, ou seja, a mesma busca em seus pais compreender e elaborar seus sentimentos, sobre seu corpo, sua psique e sobre o mundo externo.

De tal modo é comum que se perceba que o filho tende a se identificar com seu genitor masculino, contudo em outro momento, passa a perceber a mãe como objeto de desejo, fazendo com que veja o pai como seu rival e querendo sua genitora somente para si próprio.

A resolução adequada de tal fenômeno é de relevante importância para uma vida adulta saudável, pois caso não seja, poderá haver uma fixação nas fases anteriores (oral e anal), desencadeando no indivíduo diversos distúrbios psicopatológicos.

Fase de latência

Período marcado por um intervalo na evolução da sexualidade infantil, com início geralmente após os seis anos de idade, a criança entra numa fase de amortecimento dos períodos vividos anteriormente.

Nessa fase a criança dirige sua libido ao desenvolvimento social, ou seja, descobre seu primeiro amor, exerce a prática de atividades físicas, dentre outras que ajudam a moldar o caráter do indivíduo.

Fase genital

Período mascado pela puberdade, ocorrendo mudanças anatômicas e fisiológicas no individuo, nesta fase surgem momentos de crise existencial, pois o mesmo busca a necessidade de afirmação, na busca por uma identidade social e grupal.

Por conta disto este período costuma ser marcado por inúmeros atos de enfrentamento, rebeldias, medos, dúvidas. Pode-se também nesta etapa ocorrer o retorno da fase edipiana, porém de modo um tanto quanto diferente, devendo o quanto antes a busca pela solução para um desenvolvimento saudável.

Erotismo

Pesquisas comprovam que existe uma grande diferença da visão de erotismo do público masculino e do feminino, neste tópico iremos citar alguns como exemplo.

Na visão masculina o exercício da sexualidade se caracteriza principalmente pela ereção, já no feminino costuma se caracterizar nas caricias pelo corpo, no homem o desejo sexual desaparece por completo após sua ejaculação, chamamos isto de período refratário.

Na mulher após o orgasmo esta pode permanecer na atividade sexual tendo inclusive demais orgasmos (orgasmos múltiplos), na visão masculina o orgasmo e quantitativo, já na feminina tende a ser qualitativo, dentre outras inúmeras diferenças que podem ser abordadas.

Identidade de gênero e orientação sexual

No campo biológico da sexualidade, está estritamente definido o masculino e o feminino, contudo quando se fala em gênero, pode-se abranger aspectos infinitamente mais amplos e não somente biológicos, pode envolver também questões culturais, biológicas, espirituais, históricas e psicológicas.

Desde que nosso sexo biológico é descoberto através de exames laboratoriais, costuma-se ser escolhido pelos pais nosso nome, cores das roupas, brinquedos e etc.

Diferente da identidade de gênero, que é basicamwnte a noção que o individuo carrega sobre si próprio, a orientação sexual se refere à preferência do indivíduo em relação a atração sexual para com o próximo.

Hétero

Basicamente o indivíduo heterossexual, seja ele homem ou mulher, é caracterizado por pessoas que tem atração sexual voltada para indivíduos do sexo oposto ao seu.

Homossexualidade

É caracterizado basicamente por indivíduos que tem atração sexual em pessoas do mesmo sexo, sejam biologicamente homens ou mulheres.

Embora Freud jamais tenha considerado a homossexualidade um transtorno ou doença mental, ele acreditava ser “uma variação das funções sexuais, produzida por algo durante o desenvolvimento sexual”, este entendia que a homossexualidade poderia vir de uma forte fixação da mãe, inibição dos cuidados paternos pelos pais, fracasso na competição com irmãos e irmãs, no caso de homossexuais masculinos especificamente.

Ao longo dos anos diversas teorias foram criadas e em sua grande parte derrubadas, a única universalmente aceita é a de que a homossexualidade não é de forma alguma uma patologia, contudo é caracterizada como transtorno apenas a homossexualidade ego-distônica, que é aquela na qual a atração sexual pelo mesmo sexo existe.

Contudo não é aceita pelo próprio indivíduo, causando ao mesmo um sofrimento significativo.

Bissexualidade

A bissexualidade é caracterizada por indivíduos que tem atração sexual por ambos os sexos biológicos, contudo podendo ser mais para um do que para outro, e podendo ser somente passivo, somente ativo, ou ambos.

A bissexualidade nos tempos atuais é vista como “o sexo do futuro”, pois tenderia para uma universalidade sexual.

Identidade de gênero

A identidade de gênero é caracterizada por um desconforto persistente com o próprio sexo biológico do indivíduo.

Para que se diferencie, identidade de gênero, do próprio termo gênero em si, cabe frisar que a identidade de gênero é um estado psicológico que reflete o senso de si mesmo com seu eu biológico, refere-se como a pessoa se sente por dentro se “homem” ou “mulher”, o gênero se refere ao padrão externo, como ela se apresenta aos demais indivíduos, independente do seu eu biológico.

Na identidade de gênero geralmente a pessoa se sente aprisionada em um corpo que não é seu e acreditam terem nascido no sexo errado, a solução é a cirurgia para troca de sexo, contudo deve ser muito bem avaliada pelos profissionais, pois pode acarretar ainda mais sofrimento ao indivíduo.

Temas atuais sobre orientação de gênero

Atualmente surgiram diversas novas classificações acerca do tema identidade de gênero, podendo o indivíduo ser cisgênero, transgênero, não-binário, agênero, bigênero, Demi-gênero, pangênero etc. Contudo não iremos aqui nos aprofundar no tema por não ser o foco deste artigo científico.

Perversões

Neste conteúdo acadêmico em questão, quando se utiliza a palavra perversão, não estamos aqui tratando do ser perverso (aquele que pratica maldade), e sim de perversões sexuais, tal qual, quando se chama um indivíduo de pervertido, porém as anomalias que envolvem tal tema serão melhor exemplificadas no tópico sobre parafílias.

Transtorno do desejo sexual

Os transtornos relacionados ao desejo sexual, tem a cada dia se tornado mais comum, fato este que faz de suma importância que seja relatado neste trabalho acadêmico, eles são divididos em três categorias que são, desejo sexual hipoativo, aversão sexual e desejo sexual hiperativo.

Contudo quando analisamos o tema usando como exemplo um casal, nem sempre existe de fato um transtorno, pois a variação entre os indivíduos pode variar.

Transtorno Sexual Hiperativo

O chamado transtorno sexual hiperativo, costuma ser justificado pela ocorrência na qual ocorrem casos de sexo, desejo, impulso sexual e até mesmo masturbação excessiva, chegando até mesmo a comprometer o trabalho e a vida social do indivíduo, estes também são comumente chamados de “pessoas com compulsão por sexo”.

Dentre os transtornos também temos os de aversão sexual, que pode ser por um único ou por diversos parceiros sexuais, e pode ser caracterizada como “primária” aquela que existe por toda a vida, ou até mesmo adquirida, geralmente após uma situação traumática, a exemplo do estupro ou abuso sexual.

Desejo Sexual Hipoativo

Por último se tem o desejo sexual hipoativo, que pode ser leve ou grave, e se caracteriza por fantasias ou desejos sexuais recorrentes para o indivíduo.

Vaginismo não-orgânico

Este transtorno surge desde o momento em que há espasmos dos músculos ao redor da vagina, causando um “fechamento” da abertura vaginal, fazendo com que a penetração pelo pênis seja dolorosa ou até mesmo impossível de ocorrer.

Dispareunia não-orgânica

Basicamente se refere a dor sexual, podendo ocorrem em mulheres e homens, contudo este termo somente deve ser utilizado caso não haja outra disfunção sexual aparente.

Impulso sexual excessivo

Embora não costume ser uma queixa comum entre pacientes, pode ocorrer, em homens e mulheres, sendo no sexo masculino chamada de satiríase, e no feminino conhecida como ninfomania.

Ejaculação precoce

Caracteriza-se principalmente pela incapacidade de controlar a ejaculação, o curioso deste transtorno é que ele somente ocorre durante coito, pois durante o processo masturbatório o individuo consegue controlar normalmente sua ejaculação. Pode ter origem orgânica, como alguma doença, tal qual a diabetes, pode ser de origem psicológica sendo está de maior incidência.

Vício em pornografia

Este não seria caracterizado como um transtorno a algum tempo atrás, contudo, devido a facilidade de acesso a internet e aparelhos celulares, tem se tornado comum o problema surgir, o cérebro do individuo não recebe a carga de dopamina necessária durante o coito real, a mesma dose que recebe ao assistir pornografia, pois na “vida real” o sexo não é tão fácil como nos filmes de conteúdo adulto.

A carga de dopamina emitida as vezes chega a ser tão grande que o conteúdo acessado também não causa mais prazer ao indivíduo, fazendo com que o mesmo muitas vezes sendo hétero, acabe por acessar conteúdos gays sem nem ao menos se dar conta do porque está fazendo aquilo.

Vício em masturbação

Derivado muitas vezes do transtorno citado acima, o indivíduo se acostuma tanto com a carga de dopamina liberada pelo cérebro ao se masturbar que acaba se tornando incapaz de ter relações reais com outras pessoas, muitas vezes preferindo a masturbação ao sexo real.

Tratamentos

Para tratar estes transtornos o psicanalista necessitará do auxílio de um terapeuta sexual, e podem no tratamento ser utilizados medicamentos, pois podem ser causados por fatores hormonais, fantasias excitantes e acessórios eróticos e terapia.

Parafilias

As parafilias em muitos casos são derivadas das perversões, contudo algumas podem não se caracterizar um problema em de um modo geral, caso ambos os parceiros aceitem tal ato, contudo algumas são tidas como transtornos e até mesmo criminosas, como veremos a seguir.

Exibicionismo

No exibicionismo o prazer está em se expor seus genitais ao próximo de forma desprevenida, a pessoa se excita e se masturba até o orgasmo após tal ato, a maioria dos exibicionistas são homens, a psicanálise entende que isso vem através de um “desejo de afirmação da masculinidade” e remete ao complexo de castração.

Fetichismo

O fetichismo consiste em ter o foco sexual em objetos inanimados, tais como luvas, sapatos. Pode estar ligada ao próprio objeto ou ao colocar o objeto em questão durante o ato sexual em si, existem algumas variações do fetichismo que serão mostradas a seguir.

Dogging

Consiste na prática sexual em locais públicos ou com risco de ser flagrado, o prazer em si está mais no risco do que no próprio ato sexual.

Podolatria

Deriva do fetichismo e tem como principal canal de prazer os pés do parceiro, seja para beijos, carícias, masturbação etc.

Látex

Consiste basicamente em ver o parceiro sexual utilizando roupas de látex ou couro, deriva além do fetichismo do masoquismo.

Cuckold

Também derivado do fetichismo, consiste em ser tratado pelo parceiro de forma infiel, contudo consentida, podendo deixar o parceiro sair sozinho com outro indivíduo e relatar o ocorrido depois, ou estar presente participando ou observando o ato.

Swing

Deriva também do fetichismo e tem como base a troca de casais de forma consentida, podendo, inclusive durante o ato haver bissexualismo, seja ele masculino ou feminino.

Gang Bang

Originado também do fetichismo, consiste no ato sexual com inúmeros parceiros ao mesmo tempo, geralmente é mais comum entre o sexo feminino.

Frotteurismo

Consiste no fato de “roçar” o pênis nas nádegas de outra pessoa, geralmente em locais de grande aglomeração, tal qual, o transporte público, por não ser somente uma parafilia, mas também um transtorno, é visto como crime, com isto inúmeras cidades adotam vagões específicos somente para mulheres, para que se evite tal prática.

Pedofilia

Consiste no impulso sexual intenso por crianças de até treze anos, para ser caracterizado como pedófilo o indivíduo deve possuir no mínimo dezesseis anos, e ser no mínimo cinco anos mais velho que a vítima.

Está prática além de ser uma parafilia é também considerada crime no Brasil, contudo diversos estudiosos acreditam ser uma doença e não deveria ser criminalizada por ser tratar de saúde pública.

Sadismo

O sadismo provém das perversões e está bastante ligado ao masoquismo, o que os diferencia do masoquismo é que na prática do sadismo o prazer está na dor e sofrimento do parceiro, seja ela simulada ou não, podendo não se caracterizar um problema desde que ambos aceitem tais condições.

Masoquismo

O masoquismo provém das perversões e está bastante ligado ao sadismo, o que o diferencia do sadismo é que na prática do masoquismo o prazer está na dor e sofrimento do próprio, seja ela simulada ou não, podendo não se caracterizar um problema desde que ambos aceitem tais condições.

Voyeurismo

Consiste basicamente no prazer, fantasia e desejo em atos que envolvam observar pessoas nuas, ou em atos sexuais, apesar de nos dias atuais ser uma prática comum nas chamadas “baladas liberais”, geralmente o prazer está em não ser descoberto.

Fetichismo Transvéstico

Se trata da fantasia e desejo de homens heterossexuais se vestirem como mulheres, isto geralmente não afetando sua orientação, costuma surgir na infância e pode acabar se estendendo por toda vida do indivíduo.

Necrofilia

É o prazer em ter relações sexuais com cadáveres, geralmente os corpos são encontrados em necrotérios, contudo alguns necrófilos violam sepulturas para ter satisfeito seu desejo e prazer sexual.

Zoofilia

Consiste na inserção de animais durante o ato sexual que podem ser treinados para tal prática ou não, embora seja rara, ela costuma ser permanente e é mais comum em regiões mais isoladas tais como interior, onde a prática sexual convencional muitas vezes se torna difícil, por fatores religiosos e sociais rígidos.

Urofilia

Consiste no ato de receber a urina do parceiro sobre si, ou de urinar sobre seu parceiro.

Coprofilia

É o desejo de receber, defecar ou até mesmo comer as fezes do parceiro durante o ato sexual.

Clismafilia

É o prazer em enemas intestinais, popularmente conhecidos como “chucas”, podem fazer parte da estimulação sexual ou preparação para um sexo anal mais higiênico, teoricamente está amplamente ligada a fixação na fase anal.

Parcialismo

Consiste no individuo focar em uma única parte sexual de seu parceiro, muitas vezes não conseguindo ou até mesmo se recusando a praticar o coito por completo.

Escatologia telefônica

Se caracteriza por telefonemas obscenos geralmente para mulheres, normalmente o indivíduo pratica o ato da masturbação durante a ligação para ver satisfeito seu desejo.

Menstruação

Consiste no sangue perdido pelas mulheres, através da vagina a partir da puberdade, que se dá em média a cada vinte e oito dias, durando em média de cinco a sete dias corridos. Os povos antigos consideravam as mulheres impuras durante este período, somente após o ciclo podendo voltar a sua vida habitual.

Atualmente temos pessoas que consideram o contato durante este período proibido, por outro lado, algumas mulheres e homens se sentem atraídos pelo odor do sangue e gostam de praticar o coito durante este período. Há também quem se sinta mais à vontade pois durante este período uma gravidez indesejada tem mínima chance de ocorrer, contudo, a troca de fluido corporal tal qual o sangue expõe as pessoas a doenças com maior facilidade.

Fase de adolescência e jovem

No fim da puberdade e início da fase adulta que se caracteriza em média entre os dezesseis e os dezoito anos dos indivíduos, costumam ser observados com maior frequência os pontos de fixação, citados anteriormente, que caracterizam um individuo adulto que pode ter atitudes imaturas, problemas sexuais, de equilíbrio afetivo e incapacidade de formar relacionamentos instáveis e duradouros.

Sexualidade do Idoso

Durante a fase de envelhecimento que chega para todos e é irreversível, acontecem alguns fenômenos, tais como queda de hormônios, troca de células, aparecimento de algumas doenças que podem impactar no desenvolvimento sexual do mesmo e o despreparo psicológico, pois vivemos em uma sociedade cheia de tabus, por fatos assim é difícil ver idosos namorando, apesar de isto ser normal.

Para isso o importante é se manter ativo e não dar ouvidos ao que diz a sociedade a respeito, se preciso for, procure ajuda especializada.

Conclusões finais: história e evolução da sexualidade

Neste artigo, se buscou de forma sucinta, porém completa e de fácil entendimento tratar do tema sexualidade na psicanálise, esperamos que este trabalho possa auxiliar o maior número de pessoas possíveis a ter mais conhecimento e qualidade de vida.

Este artigo sobre evolução da sexualidade humana foi escrito por Alan da Silva Bezerra, exclusivamente para o blog Psicanálise Clínica.

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