biografia de Sigmund Freud

Biografia de Sigmund Freud: o princípio de tudo

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Hoje falaremos sobre a biografia de Sigmund Freud. Pois bem, amigo leitor, gostaria de fazer um convite para você: vamos conhecer Sigmund Freud e sua biografia? Identificar o médico que desvendou o psíquico e suas complexidades.

Vamos primeiramente conhecer os pais de Freud: filho de Jacob Kallamon Freud, ele nasceu em Tysmenitz, na Galácia Oriental, província polonesa da Áustria, em 1815. Um homem extremamente ligado aos valores do judaísmo, tanto que ele transmitiu o legado para seus filhos.

Jacob passou por três casamentos: o primeiro foi com Sally, constituindo quatro filhos, mas dois faleceram. A segunda esposa era chamada de Rebekka, entretanto, não teve filhos com ela.

Conhecendo a biografia de Sigmund Freud

A terceira e última união foi com Amalie e com ela teve 8 filhos, onde o primeiro foi Schlomo Sigismund, mais tarde, devido ao antissemitismo, no ano de 1878, Scholmo Sigismund trocou seu nome para Sigmund Freud. Jacob deixou Tysmenitz e foi morar em Freiberg in Mähren, em 1848, atual Pribor, localizada na Tchecoslováquia.

Jacob Freud foi um comerciante de lãs em Freiberg, mas com o fracasso nos negócios, no ano de 1859, ele levou sua família para Leipzig, onde morou por algum tempo, antes de se instalarem definitivamente em Viena, no ano seguinte. “Eles buscavam melhorar sua situação econômica e também um local onde a família pudesse viver em meio a uma melhor aceitação social” (AMIGO, 2021, online).

Destarte, a família Freud procurou buscar uma restituição financeira e social. Mesmo assim, o contexto da família Freud não foi nada fácil. O nascedouro da psicanálise, Viena, estava fixado no peito geográfico da Europa, na intercepção entre o Oriente e o Ocidente (MENDES, 2006).

A situação sociopolítica e a biografia de Sigmund Freud

“A situação sociopolítica que predominava na Europa Central durante a maior parte do século XIX era: de um lado, o Império Multinacional sediado em Viena, com dezenas de grupos etnolinguísticos, e do outro a fragmentação das populações de língua alemã em mais de trinta territórios autônomos, sobre os quais Viena mantinha sua influência política, por meio da flexível estrutura da confederação germânica. (MENDES, 2006, online).”

A linhagem dos Habsburgo ocorreu a partir do ano de 1805, com a supressão do Sacro Império Romano- Germânico (MENDES, 2006). “Em 1815 formava-se um estado que congregava alemães, húngaros, poloneses, tchecos, croatas, romenos, ucranianos, entre outros” (MENDES, 2006, online).

A Dinastia que reinava na época queria estar distantes das reivindicações nacionalistas (MENDES, 2006). “[…] que iriam confrontar esses diversos grupos ao longo de todo o século XIX (e que se estenderam até os dias de hoje com os cismas políticos das repúblicas dos Bálcãs)” (MENDES, 2006, online).

A formação do Império

Francisco José I foi governador da Áustria a partir de 1848 até o ano de seu falecimento, em 1916. A formação do Império Austro- Húngaro ocorreu em 1867, compromissando a Áustria com a Hungria (MENDES, 2006). “Francisco José era o imperador da Áustria, onde havia um Parlamento, e rei da Hungria, politicamente mais atrasada e que funcionava como celeiro do Império” (MENDES, 2006, online). Com o objetivo de reforçar a coroa, no ano de 1869, o imperador decidiu emancipar o povo judaico (MENDES, 2006).

Sigmund Freud foi significativamente beneficiado pela emancipação concedida pelo imperador. Caso isso não tivesse ocorrido, Freud teria como futuro os guetos judaicos (MENDES, 2006). Portanto, os judeus austríacos haviam conquistado os direitos de igualdade diante dos outros súditos do Império austro- húngaro, mas uma condição foi imposta para o povo judeu: que eles adotassem um sobrenome alemão.

A família de Jacob Kalamon optou pelo sobrenome Freud. Embora com os direitos conquistados, os judeus ainda eram discriminados pelos grupos católicos que prevaleciam na região. Os judeus não podiam almejar qualquer carreira, as áreas militares e políticas estavam vetadas.

A perseguição na biografia de Sigmund Freud

Tanto assim que Freud só pode ser nomeado professor-adjunto da Universidade de Viena depois de muitos anos de trabalho e através da intercessão de uma cliente não-judia. Gustav Mahler, o grande compositor, só pode assumir a direção da Ópera de Viena após converter-se ao catolicismo (MENDES, 2006, online).

A sociedade vienense via o judeu como algo desnecessário e culpado pelas mazelas sociais. A perseguição ocupava os locais públicos e privados. Apesar da emancipação, o ar ainda estava poluído pelo ódio e discriminação.

O antissemitismo da sociedade atribuía aos judeus a culpa pela especulação financeira e a crescente inflação. Esse inimigo comum permitia que se unissem contra ele o proletariado e a pequena burguesia, assim como esta e a grande burguesia, na escolha de políticos anti-semitas que governaram Viena por décadas (MENDES, 2006, online).

Uma paranoia

Mesmo diante de um panorama tão sinistro e repulsivo, Jacob é apontado pelos biógrafos como alguém que foi bastante simples, generoso, simpático, pouco autoritário e não muito preparado para a industrialização do seu século. A mãe de Freud foi Amalie Nathansohn Freud, nascida em 1835, na cidade de Brody, Galícia, atual Ucrânia. Ela era vinte anos mais jovem que o esposo, também era provinda de uma família de tradição judaica da Galícia Oriental.

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    A união dos dois ocorreu no ano de 1855, Amalie foi uma mulher vibrante e bem humorada, era direta e se expressava muito bem. Era muito inteligente e uma presença extremamente forte na vida de Sigmund.

    “Amalie era egocêntrica e tirânica com as filhas, mas adorava Sigmund, a quem chamava carinhosamente de “mein goldener Sigi”, meu Sigi de ouro” (NETO, 2021, online). Amalie tinha tanto amor por Freud que, para não atrapalhar os estudos do filho, a irmã de Freud, Anna, teve que largar os estudos de piano (NETO, 2021).

    Angústia em Freud

    A mãe de Sigmund Freud sempre foi uma presença muito ativa na vida do filho. Por outro lado, a presença tão forte da mãe ao longo de toda sua vida, acabou gerando angústia em Freud. Ele não queria morrer antes dela.

    Em uma carta a Karl Abraham, em 1918 ele dizia: “Minha mãe terá 83 anos neste ano e não é mais muito saudável. Ocorre-me pensar que, se ela morrer, isso me dará um pouco mais de liberdade, pois a ideia de que seria necessário dar-lhe a notícia de que eu morri tem algo que me faz recuar (NETO, 2021, online).

    Amalie veio a falecer com 95 anos de idade, Freud não se apresentou no funeral. Ele, certa vez, confidenciou para o amigo Sandor Ferenczi: “Nada de dor, nada de luto” (NETO, 2021). O fundador da psicanálise não soube experienciar o luto, foi uma perda que o estremeceu pelo resto de sua vida.

    Precariedade e a biografia de Sigmund Freud

    E no dia 06 de maio de 1856, na cidade Freiberg, nasce Schlomo Sigismund Freud, melhor dizendo, Sigmund Freud. Quando tinha 4 anos, Freud foi morar com a família em Viena, capital do Império Austríaco. Quando ingressou para a escola secundária, Gymnasium, o jovem Freud foi o aluno de destaque por 7 anos.

    O pai, embora a família vivesse economicamente na precariedade, nunca limitou a escolha profissional do filho prodígio. Desde cedo, Sigmund Freud sempre apresentou muito interesse pelas questões humanas, no entanto, ele nunca havia pensado na medicina como área profissional.

    Interessado pelas teorias da evolução de Charles Darwin e ouvindo o professor Carl Bernhard Brühl, médico e anatomista austríaco, fazendo a leitura de Johann Wolfgang von Goethe sobre a natureza, Sigmund Freud decidiu atuar na área médica.

    Um estudante

    No ano de 1873, Freud ingressou na Universidade de Viena com fascínio e distinção no mundo acadêmico, ele tinha apenas 17 anos. Sigmund foi um aluno de grande destaque na academia, sendo como estudante e estagiário (ZIMERMAN, 1999).

    Sua formatura ocorreu no de 1881 e no ano de 1882, o pai da psicanálise inicia sua profissão no Hospital Geral de Viena. Desde cedo, Freud demonstrou uma profunda inclinação para o campo investigativo.

    Nos anos de 1876 a 1882, o jovem atuou no laboratório de fisiologia com Ernest Brücke, psiquiatra e psicólogo na época e grande contribuidor para o nascimento da psicanálise. “[…] o levou à descoberta da estrutura gonadal das enguias e, mais tarde, no campo da fisiologia, com os seus estudos sobre o sistema nervoso dos peixes” (ZIMERMAN, 1999, p. 23).

    Interesses de Freud

    Eis que os interesses de Freud já gestavam o advento da psicanálise: seu interesse pela estrutura gonadal, o órgão sexual do peixe; e a curiosidade pelo sistema nervoso (ZIMERMAN, 1999).

    Em 1883, Freud começa a trabalhar com neurologia no laboratório do psiquiatra Theodor Meynert. De acordo com Carvalho (2021), Freud havia adquirido significativo cabedal de conhecimento acerca da anatomia cerebral e como localizador de grande exatidão de lesões cerebrais. Em 1884, o médico Freud passa a estudar o uso medicinal da cocaína.

    Ele cria que a mesma substância era um remédio eficaz contra a neurastenia, isto é, o enfraquecimento do sistema nervoso central (CARVALHO, 2021). Tanto que ele passa a usar a cocaína com grande entusiasmo. Numa carta à noiva, escrita nesse mesmo ano, diz: “Quando chegar, te beijarei até deixá-la toda vermelha. E, caso não se mostre dócil, verá quem é o mais forte- a doce menininha que não come o suficiente ou o grão- senhor impetuoso com cocaína no corpo” (CARVALHO, 2021, p. 18).

    A biografia de Sigmund Freud e sua carreira

    A carreira de Sigmund Freud foi extremamente abalada com o hábito de usar o psicoativo, tanto que ele abandona o uso (CARVALHO, 2021). O doutor Sigmund estava imergido no materialismo médico do seu tempo, a medicina era contornada pelas bases biológicas e não estavam interessadas pelos apontamentos psicológicos (ZIMERMAN, 1999).

    Os mesmos eram estudados pelos filósofos, pensadores da época de Freud. Nesse mesmo tempo, o coma induzido já estava sendo desenvolvido, por meio do cardiazol ou a insulina, também os calmantes e barbitúricos já estavam sendo empregados (ZIMERMAN, 1999).

    “Contemporaneamente, também já estava havendo a utilização da hipnose, não só dirigida para espetáculos teatrais, como era comum na época, mas já com uma busca por fundamentos científicos” (ZIMERMAN, 1999, p. 23). O nome mais renomado no campo da hipnose era Jean Martin Charcot, médico e cientista.

    […] Charcot, que professava na famosa Salpetrière, em Paris, e cujos ecos das espetaculares descobertas chegaram aos ouvidos de Freud, que conseguiu fundos de uma bolsa para estagiar e acompanhar de perto o carismático mestre francês, no período de setembro de 1885 a fevereiro de 1886 ( ZIMERMAN, 1999, p. 23).

    Tendências histérias

    Duas questões deixavam Freud especialmente um tanto curioso: homens com tendências histéricas e a análise da dissociação da mente, ocorrida por meio da hipnose (ZIMERMAN, 1999). Gostaria de comentar, leitor, o assunto histeria. A palavra histeria vem do grego, “hystera” e significa matriz. Matriz é o espaço onde algo é gerado ou criado. O órgão das fêmeas dos mamíferos, onde se constituí o feto, é o útero.

    Nos tempos antigos, os egípcios pensavam que o útero era capaz de afetar todo o corpo feminino. Eles acreditavam que ele era um órgão animado ou vagante. Os gregos achavam que a matriz, útero, vagava por dentro do corpo da mulher, causando sintomas de stress ou pressão nos outros órgãos.

    A histeria é o resultado de um trauma ocorrido no tempo da infância, onde o adulto não consegue rememorar. E tal afeto se desprende da lembrança original e acaba se manifestando no corpo por meio de somatizações, isto é, incômodos físicos: crises de paralisia, ausência de consciência, cegueira, alucinações, tiques nervosos, espasmos, etc.

    Josef Breuer e a biografia de Sigmund Freud

    Voltemos para o nosso assunto: no ano de 1882, Josef Breuer, neurologista, comentou para Freud acerca do método com fundo hipnótico que ele utilizava na paciente histérica chamada Ana O, cujo nome verdadeiro era Berta Pappenheim (ZIMERMAN, 1999).

    A jovem, durante o transe, trazia à tona uma série de situações traumáticas acontecidas em tempos passados. Trazendo para a consciência os sofrimentos, a paciente obtinha o alívio dos sintomas (ZIMERMAN, 1999). J. Breuer chamou o procedimento de catarse, isto é, a cura do paciente por meio de descargas emocionais, aliviando males comportamentais e psíquicos. “[…] ou ab-reação (também é conhecido com o nome de talking cure, porque assim Ana O. se referia a ele)” (ZIMERMAN, 1999, p. 23).

    Os comentários tecidos por Breuer deixaram Sigmund Freud um tanto entusiasmado e decidido a conhecer e aprender sobre o conceito e prática da hipnose com Charcot (ZIMERMAN, 1999). No ano de 1889, na França, com os mestres Auguste Ambrose Libault e Hippolyte Bernheim, Freud, em Nancy, aprendeu sobre a “psicose pós- traumática” (ZIMERMAN, 1999). Freud observou que os pacientes, mesmo conscientes, obedeciam a qualquer tipo de ordem que provinham das sugestões inseridas pelos mestres durante o estado de hipnose (ZIMERMAN, 1999).

    Freud mostrava-se incrédulo e descontente com os métodos pretensamente científicos empregados pelos neuropsiquiatras contemporâneos e resolveu empregar o método do hipnotismo com as suas pacientes histéricas, partindo do princípio de que a neurose provinha de traumas sexuais que teriam realmente acontecido na infância por sedução de homens mais velhos, mais precisamente os próprios pais (ZIMERMAN, 1999, p. 23).

    Freud e Breuer

    Tanto que Freud e Breuer produziram textos com suas observações no ano de 1893, com o seguinte título: Comunicação Preliminar, mais tarde ele seria o parte, primeiro capítulo, do livro Estudo sobre a histeria, produzido por ambos e publicado no ano de 1895 (ZIMERMAN, 1999). E no ano de 1896, no artigo Hereditariedade e a etiologia das neuroses, Freud emprega, pela primeira vez, o termo psicanálise, com o objetivo de aprofundar e compreender as estruturas que formam o psíquico humano.

    Com o objetivo de fragmentar o pensamento e discurso do analisando, com o propósito de apreender e entender os conteúdos latentes e, a partir disso, coletar e interpretar os enunciados do paciente.

    A técnica, com o passar do tempo, foi tomando corpo teórico e técnico e afastando o pai da psicanálise de Josef Breuer, ou seja, as discordâncias estavam muito presentes. As implicações negativas de Breuer eram sobre a teoria de Freud, em outras palavras, a origem de todo o sofrimento humano estaria nos conteúdos sexuais na fase da infância.

    Técnica da concentração

    E no ano de 1897 Josef Breuer se afasta de Freud. O jovem Sigmund Freud prosseguiu seu sonho, passando por críticas e ataques ácidos de seus colegas (ZIMERMAN, 1999). Ele abandona o método da hipnose, Freud até já tinha seu próprio consultório no ano de 1897.

    Ele passa a utilizar a técnica da concentração, isto é, o conteúdo retraído viria à superfície da consciência por meio do diálogo normal. Deixando o analisando falar livremente. No mesmo ano, Freud constrói uma sólida amizade com Wilhelm Fliess, médico de Berlim e grande incentivador das ideias do pai da psicanálise (CARVALHO, 2021).

    “O médico berlinense vira confidente, apoiador e questionador das ideias de Freud, como se este precisasse falar livremente a um interlocutor- como na terapia- para melhorar suas elaborações (CARVALHO, 2021, p. 19). Fliess foi um amigo de grande valia para que Freud elaborasse, com maestria, seu corpo teórico.

    Reações e comportamentos

    E no ano de 1890, agraciado pela paciente Benvenisti, Freud ganha como presente um divã. “Diz que, se terá sua cabeça analisada, precisa estar confortável. A peça é modesta, de cor bege, e o médico decide cobri-la com tapetes persas e almofadas de veludo” (CARVALHO, 2021, p. 19).

    O presente ajudou Freud a perceber a essencialidade do conforto nos atendimentos dos pacientes, tanto que o móvel passou a ser instrumento para o bom andamento analítico. Com a morte de Jacob Kalamon Freud, no ano de 1897, Freud decide fazer autoanálise para lidar com o luto e compreender suas reações e comportamentos, tendo como base as experiências da infância (CARVALHO, 2021).

    “A interpretação dos sonhos é publicado em dezembro- mas Freud coloca 1900 como data do livro, para marcar seu lançamento como um dos grandes eventos do início do novo século” (CARVALHO, 2021, p. 21).

    A biografia de Sigmund Freud e sua teoria revolucionária

    Freud constituiu uma teoria revolucionária, abrangendo à instância do inconsciente, porta para o entendimento das angústias e comportamentos da conduta do ser humano (CARVALHO, p. 21). Carvalho (2021) Freud, em 1901, escreve A Psicologia da Vida Cotidiana, apresentando sua concepção sobre os atos falhos, em outros termos, janelas para o entendimento do inconsciente.

    “Lança sua obra mais polêmica, que lhe rende a fama de tarado” (CARVALHO, 2021, p. 21). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, 1905, obra escandalosa para o tempo de Sigmund Freud, a mesma manifesta a ideia do infante possuir aspectos libidinais (CARVALHO, 2021).

    “Conhece Carl Gustav Jung, psicoterapeuta e fundador da psicologia analítica, a quem passa a tratar como herdeiro intelectual” (CARVALHO, 2021, p. 21). Freud viu em Jung um parceiro favorável para a expansão da teoria psicanalítica, no ano de 1906 (CARVALHO, 2021). “[…] até então considerada “coisa de um gueto judeu vienense” (CARVALHO, 2021, p. 21).

    Cultura e sociedade

    Jung não era judeu e um ótimo caminho para retirar a psicanálise dos redutos obscuros da indiferença (CARVALHO, 2021). Como explica Alexandre Carvalho (2021), o Primeiro Congresso Internacional de Psicanálise ocorre no ano de 1908, em Salzburgo, Áustria. Reunindo 42 psicólogos de linha freudiana (CARVALHO, 2021).

    Em 1912, divulga o livro Totem e Tabu, teoria que parte do princípio de que a cultura e a sociedade são produtos da proibição do incesto (CARVALHO, 2021). Em 1920 lança Além do Princípio do Prazer, obra que aprofunda o entendimento sobre a destrutividade humana e no ano de 1927, publica o Futuro de uma Ilusão, onde trata os aspectos funcionais da religião (CARVALHO, 2021).

    O Mal- Estar na Civilização, material escrito no ano de 1930, o pai da psicanálise aborda sobre os impulsos dos homens e as exigências da estrutura social, lados antagônicos e destrutivos (CARVALHO, 2021). Em 1932, como diz Carvalho (2021), Sigmund Freud e Albert Einstein são convidados pelas Nações Unidas para discutirem sobre a paz e o desarmamento, Freud não demonstrou muito otimismo, entretanto, Einstein pede mais esclarecimentos e Freud responde com um manifesto político: Por que a guerra?

    Publicações e a biografia de Sigmund Freud

    No ano de 1933, em Berlim, os livros de Sigmund Freud são queimados em praça pública pelos nazistas. Freud não deu muita bola para o mesmo ato, ele cria que o nazismo era algo que passaria, tanto que ele não deixou Viena (CARVALHO, 2021).

    O pensamento firme de Freud é vencido no ano de 1938, quando Adolf Hitler assume a Áustria e o poder de Viena (CARVALHO, 2021). “Octogenário, já muito doente, Freud concorda em emigrar para a Inglaterra antes que o levem a um campo de concentração” (CARVALHO, 2021, p. 24).

    Com a vida fixada em Londres, Freud continua com seus atendimentos, trabalhando em suas terminantes obras: Moisés e o Monoteísmo e Compêndio da Psicanálise (CARVALHO, 2021). Carvalho (2021), o ano de 1939 é marcado pela Segunda Guerra Mundial e os primeiros avisos acerca de ataques aéreos sobre a cidade de Londres. Freud, idoso e com uma enfermidade avançada, câncer na região da boca, pede três superdoses de morfina, pois a dor era insuportável. Depois de 16 anos de luta contra o câncer, o pai da psicanálise falece no dia 23 de setembro de 1939 (CARVALHO, 2021). Olhando para a caminhada intelectual de Freud, ela foi de grande valia, porque a mesma permitiu que ele desenvolvesse a psicanálise e suas técnicas. Ele passou pela hipnose, depois pelo método catártico e, finalmente, por uma prática chamada “técnica de pressão”.

    A consciência

    Ele pressionava a testa dos pacientes com o intuito de trazer para a consciência o que estava reprimido no inconsciente. Certo dia, Elisabeth Von R., paciente de Freud, pediu que ele não a incomodasse, ou seja, que ele parasse de pressionar sua testa. Elisabeth explicou que ela associaria melhor e mais livremente seus pensamentos.

    Sigmund Freud percebeu, após o pedido de Elisabeth, que os obstáculos, resistências, para recordar e associar vinham das esferas mais profundas do inconsciente, verdadeiras repressões com o objetivo de barrar fantasias reprimidas e traumas sexuais (ZIMERMAN,1999).

    A reclamação da analisanda (ou seja, paciente) foi a pedra fundamental da técnica freudiana chamada “associação livre”. É um método por excelência da psicanálise. A regra é a seguinte: o paciente, já relaxado e com os a mente mais tranquila, fala sobre os pensamentos indiscriminadamente, falar o que lhe vier à cabeça. Um falar isolado das críticas ou inibições, enquanto o psicanalista, de uma maneira imparcial, anota as palavras dos discursos.

    Conclusão sobre a biografia de Sigmund Freud

    Com isso, coletando as ideias do analisando, algumas associações serão reveladas. Demandas que o paciente não percebe, mas que serão o ponto de partida das conexões lógicas e a compreensão dos sintomas sentidos pelo paciente. Desde então, Sigmund Freud passou a compreender a estrutura psíquica humana como forças antagônicas: de um lado as forças instintuais, do outro as balizas repressoras. Tendo os sintomas como as representações desses embates inconscientes.

    “Esta concepção inaugura a psicanálise como uma nova ciência, com referências teórico-técnicos próprios, específicos e consistentes” (ZIMERMAN, 1999, p. 23).

    Eis que Sigmund Freud funda um método de investigação. O mesmo busca clarificar as significações inconscientes das palavras, das construções imaginárias, delírios, sonhos ou fantasias e das ações. Sim, é a psicanálise.

    Referências bibliográficas

    AMIGO, Ellyana. Biografia de Sigmund Freud, 2021. Disponível em: https://www.psicanaliseclinica.com/biografia-de-freud/. Acesso em 12 de outubro de 2023.

    BASTOS NETO, Sílvio Carneiro. Jacob e Amalie: quem foram os pais de Freud? S. d. Acesso em 14 de outubro de 2023.

    CARVALHO, Alexandre. Freud sem traumas: para você entender, de uma vez, as teorias que desvendaram a mente humana e mudaram o mundo e as nossas vidas. São Paulo: Leya, 2021.

    PEREIRA MENDES, Eliana Rodrigues. Sigmund Freud e as interseções entre psicanálise e cultura, 2006. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952006000100004. Acesso em 14 de outubro de 2023.

    ZIMERMAN, David E. Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica, clínica- uma abordagem didática. Porto Alegre: Artmed, 1999.

    Este artigo sobre a biografia de Freud foi escrito por Artur Charczuk, pastor e psicanalista em São Leopoldo – RS (contato: [email protected]).

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