ponta do iceberg

Ponta do Iceberg: significado no dicionário e na psicologia

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Neste artigo, vamos falar sobre o que significa a expressão ponta do iceberg? Qual é o significado da expressão e exemplos em psicanálise e psicologia.

Significado e sinônimos para ponta do iceberg

“Ponta do iceberg” ou “pontinha do iceberg” refere-se à parte de um problema ou situação que é visível ou aparente. Ou seja, uma pequena parte visível, de algo muito maior que está imerso na água.

A origem da expressão vem da forma como um iceberg é visto no oceano. Apenas uma pequena parte dele fica acima da superfície da água.

Assim é também com nossa vida metal e suas dores psíquicas, segundo Freud.

  • Ponta do iceberg: nossa vida mental consciente, que fica acessível à mente atenta do sujeito.
  • Parte submersa do iceberg: a maior parte dele, que representa nossa vida mental inconsciente, sobre a qual não temos pleno acesso.

Portanto:

  • No dicionário, a “ponta do iceberg” significa ter conhecimento de apenas uma pequena parte do problema.
  • Em Psicanálise, a ponta do iceberg também tem a ver com tomar ciência, isto é, a pequena parte da nossa vida mental que está no nível consciente.

Três exemplos de uso da expressão ponta do iceberg

Normalmente, o uso mais comum é deixar entender que a parte submersa é mais grave. Mas também pode ter uma lado positivo, mais raro nesta expressão, como veremos nos exemplos abaixo.

  1. Os sintomas que o paciente está apresentando são apenas a ponta do iceberg, de padrões mentais e fatores inconscientes que estão submersos.
  2. O aumento dos níveis de insegurança é somente a ponta do iceberg, de um problema social muito maior, que incluem desemprego e desigualdade social.
  3. O filme recebeu muitos elogios sobre a atuação do protagonista, mas essa é apenas a ponta do iceberg de um filme muito bem construído, no seu todo.

A ponta do iceberg em psicanálise e psicologia

O topo pode ser visto como o início de tudo ou o fim. Depende do ponto de vista. Assim pode ser visto a ponta de um iceberg. Vemos apenas uma parte, mas sabemos que a maior parte está submersa. Não temos certeza vendo a superfície do total da massa que se esconde, não podemos ter estimativa. Assim fazendo analogia ao processo analítico.

Desde que nascemos, nos deparamos com a realidade, que precisamos de ar e energia para viver. No ventre, com a ligação pelo cordão umbilical com a nossa mãe, tudo nos é ofertado. Mas ao nascer, e confrontar o mundo tudo muda.

E nessa busca o ser humano, até por uma questão de sobrevivência, tem que aprender a se relacionar com o seu mundo interno, o externo e o que existe e conflito entre os dois mundos.

Mas será que comemos apenas para obter energia e sobreviver?

Para explicar como funciona a nossa mente a teoria psicanalítica, segundo Freud se constrói de forma pela via de três elementos: ID, o EGO (Eu), e o SUPEREGO (Supereu).

Para entendermos o que é ID em psicanálise, devemos compreender o princípio do prazer. Esse princípio trabalha para a gratificação imediata de todos os desejos. Também trabalha em virtude das vontades e necessidades de ordem primária, ou seja, para o atendimento das necessidades fisiológicas.

Se essas necessidades não são satisfeitas imediatamente, o resultado é um estado de ansiedade ou tensão. Por exemplo, um aumento da fome ou sede deve produzir uma tentativa imediata de comer ou beber, caso contrário sentimentos de raiva, ansiedade, medo e tristeza podem emergir.

O consciente freudiano

Para responder à pergunta o que é EGO, vale pensar que o conceito tem como base o princípio da realidade. Essa realidade é adquirida através do meio sociocultural, onde o Eu, ao assimilar esse meio, começa a se esforçar para satisfazer os desejos do Id de forma realista e adequada de forma social.

Assim, Ego, ou o princípio da realidade, pondera sobre os custos e benefícios de uma ação, negociando com o Id um processo de gratificação atrasada. Neste sentido, apesar da vontade absurda de agir por impulso, o Eu vem e controla essa vontade, adequando a ação para o meio social e as relações postas no mundo externo.

O SUPEREGO que, de forma conceitual, é o aspecto da personalidade que mantém nossos padrões morais dentro de um campo histórico-cultural. Tais regras de conduta moral, valores e juízos, são internalizadas pelo sujeito, ainda composto do Id e Ego. Desse modo, o superego é o imperativo, que fornece diretrizes e julgamentos. Em síntese, é necessário um equilíbrio entre as três estruturas psíquicas.

Compulsões

Temos inúmeras explicações fisiológicas para a fome, sede e saciedade. Existem várias outras explicações bioquímicas para os desequilíbrios em relação aos desequilíbrios para o aumento de apetite, compulsão alimentar, e para o extremo oposto anorexia também. Como por exemplo os hormônios envolvidos nos mecanismos de compulsão ou saciedade (como leptina, grelina, GLP-1).

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    A Indústria farmacêutica vem pesquisando e desenvolvendo, e lançando produtos ao longo dos anos, com esses vários mecanismos que atuam inclusive nesses controles, visando encontrar soluções para os desequilíbrios (sobrepeso, obesidade e transtornos alimentares diversos).

    Mas muitos desses tratamentos medicamentosos e, até cirúrgicos, falham, pois em algum momento, algumas pessoas voltam a ganhar peso. O percentual de insucesso, de reganho de peso é altíssimo. Mas qual é a relação desses elementos: ID, EGO e SUPEREGO com a fome ou o ato de comer ou a forma como nos alimentamos?

    Nossa personalidade

    Se o ID é a forma mais primitiva, a mais básica da nossa personalidade, entendemos quando uma criança chora de fome, até que ela seja alimentada ou quando a mesma com um pouco mais de idade apreende que, tem que esperar para comer a sobremesa, após o almoço o seu EGO, tem que ser acionado controlando o ID.

    Já o SUPEREGO, é quando aquela criança que cresceu mais um pouco, e ganhou peso acima do normal, e estando em sobrepeso, mesmo querendo a sobremesa, entende que precisa deixar de comê-la para cumprir a dieta prescrita pelo nutricionista, pois precisa controlar seu peso.

    O id, ego e superego trabalham juntos na criação de um comportamento. O id cria as demandas, o ego acrescenta as necessidades da realidade e o superego acrescenta a dimensão moral sobre a ação que é tomada.

    Uma abordagem multidisciplinar e a ponta do iceberg

    É importante considerar que a alimentação vai muito além do simples fornecimento de necessidades fisiológicas. Está ligada a aspectos emocionais, sociais e culturais. Portanto, compreender como esses elementos psicológicos interagem pode ser fundamental para lidar com questões relacionadas à alimentação, como transtornos alimentares, excesso de peso e obesidade.

    Uma abordagem multidisciplinar, que inclui aspectos psicológicos, sociais, fisiológicos e nutricionais, parece ser a mais abrangente e eficaz quando se trata de lidar com questões alimentares complexas. Considerar o papel do ID, EGO e SUPEREGO pode fornecer uma perspectiva valiosa sobre os pensamentos mentais envolvidos na alimentação e no comportamento alimentar.

    Entender que o que comemos, porque comemos, quando comemos não é meramente um ato químico, biológico, mas social, prazeroso, que faz parte da nossa identidade, da individualidade, do nosso ego, do universo de cada um…

    Conclusão: a pontinha do iceberg

    Tudo o que vimos aqui é apenas a ponta do iceberg sobre a teoria do funcionamento mental, segundo a psicanálise (risos).

    Vimos que controlar o nosso EGO não é uma tarefa fácil, porém começar a levantar as perguntas dos conflitos internos (ID), entender o meio em que vivemos (EGO) e gerenciar o conflitos do SUPEREGO. Apesar de ser um caminho complexo, pode auxiliar muitas pessoas que sofrem de transtornos alimentares, sobrepeso e obesidade. Isso para ficarmos em exemplos dentro da seara das compulsões.

    Afinal, tomar uma medicação ou submeter a um processo cirúrgico ou invasivo que apenas atue no eixo biológico é uma solução no mínimo simplista para uma questão multifatorial.

    Ao olhar a saúde mental de uma pessoa, não podemos nos prender apenas à ponta do iceberg. É preciso adentrar as profundezas do seu inconsciente, a parte submersa da nossa mente.

    Este artigo sobre a ponta do iceberg mental (significado da expressão) foi escrito por Andrea da Rocha Emmerick, concluinte do curso de formação em psicanálise.

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