O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade – TDAH – é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem se tornado mais conhecido pela população recentemente. Neste artigo, você vai aprender sobre o TDAH em adultos.
Portanto, explicaremos a seguir o que é o TDAH, suas principais causas e sintomas, como fazemos o diagnóstico, as formas de tratamento disponíveis e algumas dicas para lidar com o transtorno.
O que é TDAH?
O TDAH é um distúrbio neurológico que geralmente se manifesta na infância e pode persistir na vida adulta. Ele é caracterizado por dificuldades em manter a atenção, inquietude e comportamentos impulsivos.
Embora mais comum em crianças e adolescentes, estudos recentes mostram que uma parcela significativa de adultos com TDAH não apresentava os sintomas na infância.
De acordo com dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção, estima-se que entre 5% e 8% da população mundial sofra desse transtorno.
Os sintomas do TDAH tendem a ser mais intensos na infância e adolescência, mas podem permanecer, embora de forma mais branda, na vida adulta. Calcula-se que mais de 60% das crianças com TDAH continuam apresentando alterações causadas pelo transtorno quando adultas.
Além disso, o TDAH impacta diretamente o dia a dia das pessoas afetadas, causando desatenção, agitação e dificuldade em controlar impulsos, o que pode gerar desafios em diversas áreas da vida.
Causas
O TDAH é um transtorno neurodesenvolvimental cujas causas são multifatoriais e ainda não completamente compreendidas.
Contudo, pesquisas indicam que uma combinação de fatores genéticos, ambientais e neurobiológicos contribui para o desenvolvimento do TDAH.
Algumas das principais causas associadas ao TDAH:
1. Fatores genéticos
- Hereditariedade: O TDAH tende a ser hereditário. Estudos mostram que familiares de primeiro grau de indivíduos com TDAH têm uma probabilidade significativamente maior de também apresentarem o transtorno.
- Genes específicos: Pesquisas indicam a associação de certos genes com o TDAH, como aqueles relacionados aos sistemas dopaminérgico e serotoninérgico no cérebro.
2. Fatores neurobiológicos
- Estruturas cerebrais: Alterações em áreas específicas do cérebro, como o córtex pré-frontal, gânglios da base e cerebelo, estão frequentemente associadas ao TDAH.
- Neurotransmissores: Frequentemente observamos anormalidades na dopamina e na norepinefrina, que são neurotransmissores envolvidos na regulação da atenção e comportamento, em indivíduos com TDAH.
3. Fatores ambientais
- Exposição pré-natal: A exposição a substâncias tóxicas durante a gravidez, como álcool, tabaco e drogas, pode aumentar o risco de TDAH.
- Complicações no parto: Problemas durante o parto, como baixo peso ao nascer, prematuridade e sofrimento fetal, podem estar associados a um maior risco de desenvolvimento do TDAH.
- Exposição a toxinas: A exposição a certas toxinas ambientais, como chumbo, pode ser um fator de risco para o desenvolvimento do TDAH.
4. Fatores psicológicos e sociais
- Ambiente familiar: Estresse familiar, conflitos constantes, e outros fatores socioemocionais podem contribuir para a manifestação e a gravidade dos sintomas do TDAH.
- Interações sociais: Dificuldades nas interações sociais e experiências negativas precoces podem influenciar a expressão dos sintomas do TDAH.
5. Fatores dietéticos
- Alimentação: Embora não sejam causas diretas, certas dietas e a ingestão de aditivos alimentares, como corantes artificiais, podem exacerbar os sintomas em algumas crianças com TDAH.
Sintomas do TDAH em adultos
O TDAH em adultos é caracterizado por sintomas relacionados à desatenção, hiperatividade e impulsividade.
Algumas das principais manifestações são:
- Dificuldade em manter o foco e a atenção;
- Desafios em seguir rotinas e organizar tarefas;
- Sensação frequente de tédio;
- Procrastinação e adiamento de atividades;
- Instabilidade profissional;
- Maior risco de acidentes de trânsito;
- Ansiedade;
- Mudanças repentinas de humor;
- Esquecimentos constantes;
- Dificuldade em esperar a vez de falar;
- Repetição de erros.
Adultos com TDAH também podem enfrentar desafios em seus relacionamentos, com maior incidência de divórcios, separações e conflitos conjugais.
É importante ressaltar que a presença de um ou mais desses sintomas não necessariamente indica TDAH.
Portanto, para confirmar ou descartar o diagnóstico, é essencial buscar avaliação médica especializada. Um profissional poderá analisar os sintomas e determinar o tratamento mais adequado, se necessário.
O TDAH é um transtorno complexo que impacta várias áreas da vida adulta. Por isso, é fundamental que médicos e psicólogos acompanhem o manejo adequado dos sintomas.
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1 thoughts on “TDAH em adultos: diagnóstico e tratamento”
Sou Pedagoga, com especialização em Neurociências, Psicopedagogia e fiz mestrado em Psicobiologia (bases neurobiológicas do comportamento). Trabalho com Transtornos Específicos da Aprendizagem, faço avaliação de rastreio e intervenção e estou terminando o curso de Psicanálise Clínica. O texto está muito bom, abordando os pontos principais do TDAH em adultos. Mesmo em adultos, é importante levar em consideração um dos três critérios fundamentais do TDAH, que é o aparecimento dos sintomas antes dos 12 anos! Muitas pessoas, passam a vida toda sem diagnóstico e só o conseguem na vida adulta, através da própria iniciativa de buscar ajuda para tentar compreender seus problemas. Muitas pessoas, não se encaixam neste critério, mas possuem os sintomas compatíveis com o TDAH, o que pode significar que a pessoa desenvolveu o sintoma, mas pode não ter sido causado por este transtorno. Uso excessivo de telas, sono irregular, alimentação pobre em alguns nutrientes, sedentarismo, estresse, etc, podem causar sintomas equivalentes ao TDAH. Por isso, como tido no artigo, é fundamental procurar um diagnostico correto e isso envolve uma equipe multidisciplinar, o que representa gastos de tempo e recursos financeiros, porém um diagnóstico equivocado e o uso de medicações de forma indiscriminada, pode representar um prejuízo gigante para o indivíduo.