Você já sentiu um desespero muito grande quando estava em um lugar muito cheio? Ou conhece alguém que já teve crise de ansiedade dentro de um elevador ou lugares fechados? Estes são sintomas associados a um transtorno chamado claustrofobia, e é sobre ele que falaremos no post de hoje.
Discutiremos o que é claustrofobia, além de seus sintomas, possíveis causas e também qual seria o tratamento mais adequado. Confira!
O que é claustrofobia
Para começo de conversa, a claustrofobia é um transtorno psicológico. Esse transtorno é caracterizado pela incapacidade da pessoa em ficar muito tempo em ambientes fechados ou com pouca circulação de ar. Além disso, esse transtorno pode levar ao surgimento de outros transtornos psicológicos, por exemplo, a agorafobia.
Esse é um transtorno que pode acontecer em crianças, jovens, adultos ou idosos. Ademais, não tem distinção de classe social e deve ser tratada com mediação e sessões de psicoterapia. Mas abaixo falaremos sobre os tratamentos com mais detalhes.
Um medo controverso
Nesse contexto, vale salientar que o medo é um mecanismo natural de alerta para um sinal de perigo. Esse é um mecanismo muito importante, inclusive. É por causa do medo que não nos arriscamos a fazer várias atividades que trariam consequências negativas para o nosso corpo.
No entanto, o que não podemos permitir é que o medo se torne grande ao ponto de prejudicar nossa rotina, isto é, nossa vida. As pessoas claustrofóbicas podem passar por crises ao serem expostas ao estímulo que gera a fobia. Esses estímulos, como já dissemos, são os lugares fechados e com pouca circulação que comentamos lá em cima.
Com a fobia, a pessoa sente um desconforto diante desses locais ao ponto de passar a evitá-los.
Cabe ainda informar que a claustrofobia também é considerada um transtorno de ansiedade.
Sintomas da claustrofobia
Como dissemos anteriormente, quando a pessoa claustrofóbica está em um lugar que desperta a fobia, ela tem crises. De repente, a pessoa pode vir a sentir um ataque de ansiedade ou pânico. Nesses casos, os sintomas que a pessoa apresenta podem ser:
- Boca seca;
- Confusão ou desorientação;
- Desmaio;
- Dor no peito;
- Dormência;
- Falta de ar;
- Frequência cardíaca acelerada;
- Hiperventilação ou “respiração excessiva”;
- Medo de dano real ou morte;
- Náusea;
- Sensação de asfixia;
- Suor;
- Tremores;
- Tontura.
Os sintomas aqui listados podem ocorrer juntos em maior ou menor intensidade durante a crise.
Quando a pessoa experimenta uma série de ataques, ela passa a ter mais medo de experimentar outro. Isso se relaciona ao que dissemos no tópico anterior sobre a pessoa evitar situações. Porém, é preciso salientar que a antecipação da possibilidade de confinamento intensifica os sentimentos de ansiedade e medo. Ou seja, é como uma bola de neve que recebe novas camadas e aumenta.
Possíveis Causas
Como dissemos, a claustrofobia não tem idade. Inclusive, não existe uma idade certa para desenvolver a fobia. Ela pode surgir na infância ou os sinais podem se apresentar na vida adulta.
Vale dizer que as fobias geralmente são difíceis de racionalizar. Ou seja, não é algo que entendemos. Além disso, os medos e as fobias do inconsciente são desenvolvidos por processos mentais. Sendo que elas ocorrem a partir de uma experiência traumática do passado. Por esse motivo, é difícil afirmar com precisão qual é a causas.
Porém, sabe-se que alguns fatores de risco podem contribuir para o aparecimento. Entre eles podemos destacar:
Memória filogenética
Uma das causas mais curiosas da claustrofobia é uma possível tendência filogenética, a que também podemos chamar de Memória Genética. Segundo essa ideia, se defende que algumas pessoas são claustrofóbicas em potencial.
Essa potencialidade advém de memórias decorrente do que nossos antepassados passaram. Assim, durante o processo evolutivo, as experiências que eles passaram ficaram registradas nos nossos genes.
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Veja um exemplo: antigamente, ficar confinado em uma caverna era sinônimo de morte. Consequentemente, esse medo pode ter passado de uma pessoa para outra, na mesma árvore genealógica, através da memória celular.
Essa teoria toma certa força, pois 70% dos claustrofóbicos possuem familiares com este problema. Assim sendo, temos uma forte evidência de que ela e genética.
É importante que isso:
- não seja visto por um viés lamarckista (de que as experiências viram genes),
- mas sim darwinista (de que os genes mudam e, direta ou indiretamente, adequam-se ao ambiente).
De toda forma, não foi localizado ainda um “gene da claustrofobia”, embora razões biológicas possam estar relacionadas.
Traumas de infância
De forma análoga a outras fobias, a claustrofobia pode ter origem em um trauma sofrido durante a infância. E esse trauma persiste por toda a vida. Dessa forma, ficar preso em um local confinado enquanto se é criança gera uma memória negativa. Essa memória pode se transformar em claustrofobia na vida adulta.
Porém, essa situação é considerado um fator de risco e não uma causa. Nem todas as crianças que passam por uma situação traumática desenvolvem claustrofobia. Ou seja, não é algo determinante.
Claustrofobia transmitida pelos pais
Vale dizer que da mesma forma que nem toda criança que sofre trauma desenvolve claustrofobia nem todo claustrofóbico foi traumatizado. Não um trauma material, por exemplo, ficar preso em um elevador. Porém pode ser traumatizado pelo pelos pais de maneira psicológica. Pois, se o pai ou a mãe tem claustrofobia, eles podem transmitir a sensação de medo para os filhos. Sendo essa transmissão durante a sua fase de desenvolvimento.
Através disso, a criança passa a evitar lugares fechados e tem medo de ter crises.
Repressão vivida no passado
O último fator que iremos comentar aqui é um que envolve questões emocionais. Nesse caso, a emoção tem a ver com repressões de atitudes e emoções. Assim, essa fobia reflete emoções de sufocamento, como cobranças excessivas e desvalorização. Isso além de experiências de desrespeito e negação de sentimentos.
Consequentemente, é um sinal da necessidade de ter espaço. Além disso, a ansiedade também é um fator de risco, visto que pessoas ansiosas possuem uma predisposição maior de apresentar claustrofobia.
4. Tratamento
Por fim, neste tópico, vamos falar sobre o tratamento à claustrofobia. Ela é tratada de maneira semelhante a outros transtornos de ansiedade. Dessa forma, pode ser minimizada a partir de uma variedade de tratamentos. Nesse contexto, são exemplos a terapia cognitivo-comportamental, a terapia de realidade e o uso de medicação anti-ansiedade.
Porém, o tratamento mais eficaz se baseia no pressuposto de que a claustrofobia é uma resposta aprendida para lidar com determinadas situações. Dessa forma, acredita-se que assim como você pode aprender a ter uma resposta específica, você pode desaprendê-la. E é aqui que a terapia entra.
Alguns terapeutas podem ajudar a desenvolver habilidades de enfrentamento para controlar o medo e a ansiedade. Isso inclui trabalhar a compreensão e ajustar pensamentos e crenças que ajudam a criar as reações indesejadas. Além disso, o aprendizado e a prática de habilidades sociais para aumentar a confiança são essenciais.
Na terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, a pessoa é encorajada a confrontar e mudar os pensamentos e atitudes específicas. Nesse caso, a dessensibilização sistemática é a técnica preferida usada para tratar essa e outras fobias. Em linhas gerais, ela é baseada em manter a pessoa relaxada para, então, imaginar os componentes da fobia.
Além disso, em alguns casos pode ser orientado o uso de medicação. O importante é que todos os tratamentos sejam acompanhados por um profissional.
Comentários finais sobre claustrofobia
Neste post, vimos que a claustrofobia é uma fobia que pode nos limitar muito. Por essa razão, quem tem o transtorno ou está suspeitando de que é claustrofóbico deve prestar atenção aos sintomas. A partir disso, sé que toma a decisão de buscar ajuda profissional.
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