Hoje veremos sobre Construções em Análise. Freud trata nesse texto sobre a oposição sofrida pela psicanálise. Assumimos a postura do “cara eu ganho, coroa você perde”. Se o paciente aceita nossa interpretação, ok!, estamos certos. Mas se o mesmo não aceita, ou não concorda, então é um sinal de resistência.
Entendendo sobre Construções em Análise
Na análise tentamos ajudar o paciente a desenvolver reações ‘psiquicamente maduras’ e rejeitar aquelas que envolvam qualquer regressão. Fazemos essa tentativa por meio do material fornecido em sonhos contados, lembranças na associação livre. A experiência de Freud e outros têm demonstrado que quando se estabelece a transferência, conseguimos ter acesso a essas conexões emocionais.
Na análise a atividade é desempenhada por duas pessoas. Primeiro a parte apresentada pelo analisando, quando o mesmo tenta trazer todas as suas questões, o que foi reprimido. Ele tenta recordar algo que foi esquecido. Não somente de fatos, mas de sentimentos, emoções, o que é angustiante para ele.
Freud compara a atividade do analista com o processo de reconstrução, como quando um arqueólogo escava e encontra ruínas antigas e a partir do que existe ali, ele reconstrói um edifício, um monumento. Assim como tal exige cuidado, já que será um trabalho feito a partir dos restos, do destruído, “…assim também o analista procedo quando extrai suas inferências a partir dos fragmentos de lembranças das associações e do comportamento do sujeito da análise.”
Construções em Análise e o analisado
Porém assim como arqueólogo está sujeito a cometer erros por motivos diversos, como um achado é levado ao lugar achado, e tentativas de descobrir o período e lugar que ele realmente pertence, o analista dependerá do que vai receber do analisando.
Existe uma vantagem em relação aos achados arqueológicos que é o fato de que os elementos psíquicos não se perdem, eles são somente esquecidos “…é possível duvidar de que alguma estrutura psíquica possa realmente ser vítima de uma destruição total.” Freud fala de dois fatores que pesam contra nós, analistas, que é o fato de que o objeto psíquico é mais complicado do que o físico e que o conhecimento que temos é insuficiente do material oculto que esperamos encontrar.
O trabalho que o analista vai fazendo se dá na medida em que recebe do analisando o conteúdo. Vamos completando, do material recebido, mostrando ao analisando como suas memórias vão sendo completadas e explicadas. Como se fossemos completando palavras ou frases, levando em consideração o conteúdo recebido.
Construções em Análise e Freud
O que equívoco pode ocorrer, porém sem apresentar nenhum dano ao paciente. Nenhum dano lhe será acrescentado. Porém este “erro” se tornará evidente quanto mais material vier à tona e for conhecido pelo analista. Isso acontecendo e, de fato, se ficar evidente que houve mesmo um equívoco, deve-se aproveitar o momento, a oportunidade mais conveniente para tratar disso com o analisando.
Porém, não tentamos persuadir o paciente a aceitar o que acreditamos, tentando moldar o outro a nosso desejo. Freud se refere a isso como o ‘abuso da sugestão’.
Freud destaca que o terapeuta não negligencia nem é indiferente a reação do paciente diante de sua interpretação. “Não aceitamos o ‘não’ de uma pessoa em análise por um valor nominal”, o mesmo se dá quando recebemos um ‘sim’. Para o analista, as coisas não são tão simples assim. Nada é tão obvio. Sempre buscamos o motivo da reação do analisando.
Associações
O ‘não’ de um paciente raramente se diz a uma rejeição do que foi apresentado pelo analista. Mas sim, ao que foi apresentado ainda está incompleto, por falta de informação, que ainda não foi apresentado fatos. “…abrange apenas um pequeno pagamento dos eventos esquecidos.”
Freud destaca uma forma mais frequente de confirmação por parte do paciente. Ele cita expressões como “nunca pensei nisso, nunca teria pensado nisso, isso ou nisso”. Freud percebe que há um consenso a respeito. “…confirmações indiretas que, na análise, obtemos a partir das associações.”
Freud cita exemplos e confirmações indiretas. Ele comenta que essas confirmações “…proporcionam base valiosa para julgar se a construção tem probabilidade de ser confirmada no decorrer da análise.” Quando se é apresentado ao paciente a construção e se percebe uma reação negativa, Freud cita “sentimentos de culpa, masoquismo, rejeição ao auxílio do analista”, que são indícios de que estamos chegando onde gostaríamos.
Conclusão
Porém, independentemente de qual seja a reação do paciente, não a aceita como definitiva. Afinal, a terapia continua, e muitas coisas podem se revelar.
Se a análise for feita corretamente, ao passarmos ao paciente nossas observações, produzirá um efeito similar ao de uma lembrança recalcada que foi resgatada.
Este artigo sobre o texto Construções em Análise (Freud, 1937) foi escrito por Douglas Cerqueira: sou estudante de psicanálise. Pai de uma filha linda e marido de uma esposa amorosa. Visita meu perfil no instagram: @cerqueiradoug. Se desejar falar sobre o que escrevi sobre essa obra de Freud, me envia um e-mail: [email protected].
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1 thoughts on “Construções em Análise (1937): resumo do texto de Freud”
Parabéns Douglas
Consegui centrar meus estudos por seus apontamentos.
Obrigado