culpa inconsciente

Culpa inconsciente: o que é, como atua?

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A culpa inconsciente é um sentimento que surge em uma pessoa porque um sofrimento permaneceu não curado e não aliviado. Assim, por causa dessa falta de cuidado com suas emoções, um indivíduo pode acabar tendo que lidar com ela.

O que é culpa inconsciente

Para saber o significado de culpa inconsciente, leve em consideração que a culpa é um sentimento complexo, influenciado por muitos fatores. Você pode experimentá-lo como remorso, autocensura e inclusive um sentimento de indignidade pessoal.

No entanto, note que a culpa nem sempre é um sentimento consciente. Algumas experiências levam uma pessoa a ter a culpa inconsciente, que é uma autoacusação. Esta chega a causar desconforto sem que esse indivíduo consiga perceber.

A culpa inconsciente quase sempre está relacionada a eventos e situações tabu ou insuportáveis. Às vezes, decorre de ações. No entanto, há vezes em que ela é ocasionada por pensamentos ou desejos que você rejeita conscientemente.

Como se manifesta a culpa inconsciente

Muitas vezes, a culpa inconsciente se manifesta por meio da depressão e da ansiedade. O sujeito deprimido geralmente tem um sentimento de insatisfação consigo mesmo e com o mundo. Já o ansioso costuma ter um sentimento de expectativa de dano ou punição.

Uma das maneiras usuais de perceber a culpa inconsciente é por meio do constante desconforto consigo mesmo. O psicanalista Franz Alexander destaca que o mantra básico de um culpado é: “Não sou bom, portanto mereço um castigo”. Dessa forma, a culpa inconsciente é mais do que apenas um problema de autoestima.

Isso porque ela leva à auto rejeição persistente. Nada que uma pessoa culpada faça consegue satisfazê-la completamente. Assim, ela é hipercrítica de si mesma e desacredita de seus pensamentos, sentimentos e ações. Por essa razão, muitas vezes, esse modo de viver a leva a estágios de depressão.

Os profissionais médicos tendem a diagnosticá-lo como “culpa depressiva”. Em casos extremos, ele pode paralisar a vida de uma pessoa. Sentimentos de indignidade podem até fazer uma pessoa sentir que não merece viver. Além disso, ela se torna uma pessoa excessivamente irritável, ficando constantemente de mau humor.

Exemplos de culpa inconsciente

A culpa é um sentimento complexo no qual muitos fatores intervêm. Por exemplo, família, cultura, religião e valores têm uma grande influência. Em vista disso, alguém com uma educação muito conservadora pode chegar a pensar que experimentar desejos sexuais é algo ruim.

Várias pessoas também experimentam uma culpa inconsciente por eventos que ocorreram durante sua infância. Obviamente, nesse contexto, muitas vezes elas não tinham controle sobre o que aconteceu. Pode-se usar como exemplo as discussões e brigas entre os seus pais. Além disso, há crianças que podem sentir culpa por ter sido alvo de abuso físico ou de abuso sexual.

Às vezes, a culpa inconsciente pode até surgir numa pessoa simplesmente por ela estar viva. “Se eu não tivesse nascido, minha mãe poderia ter se formado”: pensamentos como esse são frequentes em pessoas que sentem essa culpa. Claro que reflexões como essa são autodestrutivas e carecem de veracidade.

Culpa consciente

A diferença entre culpa consciente e inconsciente reside no fato de que, na culpa consciente, você prevê o resultado de alguma ação esperando que ele não aconteça mais.

Se alguém lhe der um tapa na cara, é comum esperar que essa pessoa se sinta culpada depois! Por quê? Porque a culpa dele, um sentimento adaptativo, pode mobilizá-lo para chegar até você, pedir desculpas e tentar reparar o dano que causou ao relacionamento.

Às vezes, quando sentimos nossa culpa, ficamos ansiosos. Portanto, usamos defesas como:

  • Negação: “Não quis dizer nada com isso.”
  • Racionalização: “A razão de eu ter feito isso foi porque você estava sendo um idiota.”
  • Minimização. “Acredito que você está sendo muito sensível sobre isso. “

Saiba que, se usarmos essas defesas, não conseguiremos reparar os danos que causamos e nossos relacionamentos fracassarão. Dessa forma, a culpa genuína é um sentimento saudável. Isso porque ela nos mobiliza a reparar os danos que causamos aos outros. Por outro lado, as defesas temos ao enfrentar a culpa consciente nos impedem de curar nossos relacionamentos.

Culpa e ansiedade inconscientes

Algumas das manifestações mais frequentes de culpa inconsciente são a ansiedade e a angústia. Especificamente, a angústia é um sentimento de preocupação impreciso, mas intenso. Ao experienciá-lo, uma pessoa sente que algo terrível pode acontecer, mas não sabe de onde vem a ameaça ou porque o evento catastrófico ocorrerá.

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    Esse tipo de culpa é denominado “culpa persecutória”. Às vezes, ele pode ser muito invasivo e encher a mente das pessoas de ansiedade.

    Normalmente, nesse caso, há um objeto ou ideia que a pessoa teme e esse medo passa a ser o seu perseguidor. Por exemplo, o objeto pode ser uma doença, a velhice ou até mesmo um deus.

    Culpa inconsciente segundo Sigmund Freud

    Segundo Freud, a culpa inconsciente está ligada primeiro aos propósitos do complexo de Édipo na infância. Este é universal em meninos e meninas, já que ambos possuem desejos e fantasias de entrar em um vínculo amoroso e incestuoso com um dos pais, eliminando o pai rival.

    Essa ideia nos permite entender porque algumas pessoas se machucam depois de uma promoção no trabalho ou de uma melhora na vida pessoal. Isso porque o sucesso não só lhes traz satisfação e alegria, mas também lhes causa culpa. Esta tem ligação com o sentimento de conquista dos pais, já que o afortunado está obtendo algo que eles nunca tiveram.

    Posteriormente, a partir de 1923, Freud relacionou o surgimento da culpa inconsciente com a hostilidade e agressividade do sujeito. Assim, a existência de sentimento de culpa conscientes e inconscientes adquire importância crescente na obra freudiana.

    Na clínica, ele contribuiu muito para aliviar o sofrimento de seus pacientes, que se queixavam de se sentir culpados, apesar de tentarem ser bons filhos, maridos irrepreensíveis ou empregados leais.

    Em algumas ocasiões, o sentimento inconsciente de culpa impede a cura ou reverte os resultados do tratamento, como se esses pacientes precisassem ficar doentes. Isso é o que é chamado de “reação terapêutica negativa”.

    Qual a origem da culpa inconsciente

    A origem e a natureza da culpa inconsciente, bem como a maneira como ela afeta o desenvolvimento psicológico, são questões não resolvidas. Algumas tendências psicanalíticas distinguem-se pelas técnicas de tratamento que empregam para lidar com o sentimento de culpa.

    Alguns analistas focam interpretativamente na necessidade de “libertar” o paciente da culpa, que consideram patológica e à qual o paciente é visto submetido por masoquismo.

    Outros analistas, em nítido contraste, acreditam que a negação da culpa é central para todo conflito neurótico. Também crêem que a própria culpa se deve a fantasias agressivas contra objetos. Essa controvérsia surge de uma fusão de duas ideias distintas.

    Considerações finais

    Como você pôde ver nesse artigo, a culpa é um sentimento que a maioria das pessoas experimenta em suas vidas diárias. Isso porque podem ter cometido um ato que elas próprios condenam, seja ele inconsciente ou consciente. A melhor forma de lidar com a culpa é aceitando-a e tentar lidar com os seus próprios sentimentos e emoções.

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    One thought on “Culpa inconsciente: o que é, como atua?

    1. sergio schwenck disse:

      Muito bom o artigo, claro, mas eu, apesar de não ser psicólogo, creio que um relacionamento com uma pessoa manipuladora, que leva o parceiro a acabar desacreditando de si mesmo, se achando não merecedor de nada e um inútil, de tantas culpas que o manipulador lhe joga, leva a isso. Eu vivi o que estou escrevendo. E até hoje, 16 anos após o término do relacionamento, ainda entro em depressão, não por me sentir um ninguém, mas sem conseguir deixar de lembrar das maldades que a pessoa fez a mim…Isso causa culpas conscientes e inconscientes, acho eu e traz todos os sentimentos citados de depressão, vontade tirar a vida, raiva do mundo e raiva da gente mesmo, por se sentir um nada…A pessoa destrói seu ego e queima suas muletas emocionais…Não fica nada para a gente se apegar!

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