tratamento para depressão anaclítica

Depressão Anaclítica: o que é, causas, tratamento

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Bebês ou crianças menores precisam de uma atenção especial em seus primeiros anos de vida, caso o contrário eles podem adoecer, especialmente quando a mãe está ausente por muito tempo. Hoje nós vamos entender melhor o significado de depressão anaclítica, as causas da doença e como tratá-la.

O que é depressão anaclítica?

A depressão anaclítica diz respeito a um estado depressivo que acontece nos primeiros meses de vida do ser humano. Ocorre geralmente em bebês com idade entre 6 a 18 meses por causa da separação prolongada da mãe. Se não houver um reencontro em até 4 meses após o distanciamentol, a criança pode desenvolver problemas psicoemocionais graves.

De acordo com especialistas, esse tipo de depressão pode se manifestar na infância, adolescência e até na fase adulta. Ou seja, a dependência materna que não foi suprida na infância surge em outros momentos. Segundo René Spitz, o primeiro estudioso da doença, é criado o “caráter oral”, onde as necessidades de ser cuidado que não foram satisfeitas são buscadas quando adulto.

Causas

A depressão anaclítica para Spitz corresponde a uma necessidade da criança que foi negada com a separação materna. Dito de outra forma, quando uma criança é distanciada da sua mãe por muito tempo pode adoecer mental e emocionalmente. O quadro piora quando o bebê não possui outros vínculos afetivos que possam suprir a sua necessidade de atenção.

Assim como os adultos, os bebês depressivos mudam o seu comportamento de forma significativa. Por exemplo, é bastante comum a falta de apetite na criança ou pouca disposição para interagir com os outros. Segundo dados históricos, médicos constataram que muitos dos casos diagnosticados resultaram em fatalidades para o depressivo.

Características

Tal como nos adultos, a depressão anaclítica nas crianças reúne todos os sinais de que a saúde dela está mal. Os pais e responsáveis devem prestar atenção na interação dos bebês com o ambiente. As características mais visíveis dessa depressão na criança são:

  • perda da capacidade de se expressar por meio dos gestos. Em suma, a criança para de sorrir como antes;
  • falta de apetite;
  • perda de peso por causa da falta de apetite;
  • anorexia, pois ausência do apetite ocasiona uma perda de peso anormal;
  • problemas para dormir corretamente ao mudar o horário do sono ou dormir menos;
  • atraso no seu desenvolvimento psicomotor global.

Escala

A depressão anaclítica para Spitz possui uma “estrutura dinâmica diferente da depressão de um adulto”. À medida que a separação entre mãe e filho se prolonga, a criança reflete sua frustração no seu comportamento. Desse modo, a doença se desenvolve da seguinte maneira:

Primeiro mês

Logo no primeiro mês a criança fica mais exigente, chorosa e dependente do observador mais próximo a ela.

Segundo mês

Depois disso, o segundo mês é marcado pela recusa de contato do bebê com as pessoas e o mundo externo. Desse modo, a criança apresenta:

  • posição patognomônica, ou seja, fica mais tempo de bruços no berço por vontade própria;
  • tendência para contrair doenças decorrentes dessa depressão que podem variar;
  • insônia;
  • atraso motor generalizado;
  • a perda de peso mais visível;
  • expressão facial mais rígida.

Terceiro mês

O comportamento da criança muda para uma apatia mais generalizada. Por causa disso a rigidez no rosto dela se torna mais frequente e os choros diminuem, mudando para gemidos raros. O seu atraso aumenta, já que a letargia da criança impede que ela explore as suas habilidades psicomotoras.

Caso a mãe seja devolvida para a criança entre o período crítico do 3° ao 5° mês o distúrbio pode desaparecer. Além disso, se houver um substituto que a criança considere aceitável, a depressão pode desaparecer de forma rápida.

Quando a criança nunca cresce

As necessidades orais da criança que causaram a sua depressão anaclítica não podem ser supridas na fase adulta. Tudo porque não há como substituir uma figura materna que não se teve na infância. Bem como dar a esse adulto a segurança que ele não teve quando menor causada pela ausência materna.

O vazio que o adulto sente porque recebeu uma atenção negligente na infância não será atendido pela busca constante por atenção. Ele deve buscar a segurança por meio do autoconhecimento dentro de si e de modo independente. Dedicar-se a um objetivo de vida e amar a si são os primeiros passos para superar esses problemas internos.

Pesquisas

Frederico II, o rei da Prúsia, realizou um experimento questionável com a construção de um orfanato e acolhimento de órfãos. As necessidades físicas dos bebês seriam atendidas, com exceção do vínculo emocional com essas crianças. Mesmo que tivessem comida e higiene, a maioria das crianças morreram por falta de atenção e afeto dos cuidadores.

Por conta dos estudos de René Spitz na depressão anaclítica ocorreram mudanças na administração de orfanatos em países desenvolvidos. Logo, ficou entendido que o vínculo afetivo com crianças era tão necessário quanto alimentação e suprimentos básicos.

Atualmente pesquisadores relatam o aumento da depressão infantil no mundo onde o suicídio é a sexta maior causa de morte na faixa dos 5 aos 14 anos. Contudo, nós precisamos considerar que a privação afetiva nos primeiros anos influencia na vida tempestuosa da criança.

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    Tratamento da depressão anaclítica

    O tratamento da criança deve começar assim que o diagnóstico da depressão anaclítica for confirmado. Por meio de uma avaliação sintomática o terapeuta precisa definir qual a melhor proposta de tratamento para a criança. Não apenas a doença em si, mas o profissional deve considerar possíveis associações, como falha educacional, transtornos psiquiátricos e afins.

    A terapia cognitivo-comportamental com a criança e família ajudará na mudança e criação de comportamentos positivos para ambos e o treinamento de necessidades sociais ajudará a criança a desenvolver mais as suas habilidades pessoais. Além disso, a psicoterapia interpessoal focada no relacionamento pode reconectar a criança com a sua família.

    Se necessário, o psiquiatra receitará medicamentos para ajustar os sintomas que a criança apresenta. Os remédios mais utilizados são antidepressivos para ajustar o humor e diminuir reações adversas, como ansiedade. É preciso que a equipe médica faça um acompanhamento da criança a cada 6 meses para avaliar o seu progresso e fazer ajustes.

    Considerações finais sobre depressão anaclítica

    Os bebês são capazes de desenvolver a depressão anaclítica por causa da ausência da figura materna. Mesmo tão jovens eles reagem de modo instintivo à ausência da maior referência de afeto em suas vidas. Caso a mãe não retorne ou alguém se disponha a cuidar do bebê, haverá consequências graves na saúde dele.

    Ainda que a recuperação seja rápida, caso a mãe retorne logo será preciso dar atenção especial nessa fase. Tudo para garantir que o desenvolvimento da criança aconteça de modo sadio conforme a atenção nas suas necessidades psicoemocionais são supridas. Como resultado, teremos um jovem sadio e plenamente capaz de explorar o mundo.

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