Hoje falaremos sobre a dupla personalidade. O Espectro da Esquizofrenia, é um tipo de transtorno psicótico grave que afeta a forma como uma pessoa se comporta, sente e pensa. A esquizofrenia se caracteriza por distorções no pensamento, nas emoções, na linguagem, na percepção e no senso de identidade.
O paciente não consegue distinguir o que é real do que é imaginado, e seu comportamento pode até chocar as pessoas por ser muito estranho. Para o paciente, o mundo pode parecer uma confusão de falas, imagens, sons e pessoas.
A dupla personalidade e o diagnóstico
O diagnóstico envolve o reconhecimento de uma constelação de sinais e sintomas associados ao funcionamento ocupacional ou social prejudicado. Também podem estar presentes em um período ou momento e ausentes em outros, nos quais nem todos os sintomas estão presentes o tempo todo.
Ocorre uma mudança gradual frequentemente na pessoa antes do início dos sintomas óbvios, e este período é conhecido como fase prodrômica. Pessoas com esquizofrenia variam substancialmente na maioria das características, pois a esquizofrenia é uma síndrome clínica complexa e heterogênea.
A complexidade da esquizofrenia pode ajudar a explicar por que existem conceitos errôneos sobre o transtorno. A maioria das pessoas afetadas pelo transtorno não são mais perigosas ou violentas do que a população em geral.
A dupla personalidade e o preconceito
Infelizmente o paciente com esquizofrenia, as afetadas pelo espectro da doença têm visão negativa das pessoas, ou outros transtornos psicóticos. O preconceito, muitas vezes, vem da falta de compreensão ou do medo. As representações enganosas da mídia sobre os transtornos mentais também contribuem para esses fatores.
Por causa desses fatores, o preconceito e a discriminação, as pessoas afetadas atrasam a procura do tratamento psiquiátrico e psicológico devido a preocupações de serem tratadas de forma diferente ou têm medo de perder seus empregos e meios de subsistência.
Isso porque o preconceito contra a pessoa com esquizofrenia ainda é um grande entrave para a compreensão adequada deste transtorno. Pessoas com doença mental são marginalizadas e discriminadas de várias maneiras, mas entender sobre isso e sobre como lidar, para erradicá-lo pode ajudar.
A área da saúde mental
No Brasil, os recursos são limitados na área de saúde mental, existe uma insuficiência específica aos pacientes, como hospitalização (emergência psiquiátricas ou hospitais dia) e também acompanhamento nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), é um equívoco pensar que as pessoas com esquizofrenia acabam desabrigadas ou se tornam moradores em situação de rua, uma vez que boa parte dessas vive com a família ou moram sozinhas, recebendo o devido auxílio dos familiares e/ou dos serviços públicos governamentais.
Esquizofrenia: sintomas positivos
Os sintomas positivos típicos da esquizofrenia incluem experiências alucinatórias ou crenças delirantes fixas e tendem a ser muito perturbadores para o indivíduo. A esquizofrenia causa um excesso de experiências mentais, como pensamentos, sentimentos, comportamentos anormalmente presentes, denominados sintomas positivos.
Por exemplo, uma pessoa com sintomas positivos pode parecer distraída, como se tivesse ouvindo algo ou respondendo a estímulos internos, mas pode estar tendo uma experiência alucinatória ou de delírio. Na esquizofrenia um tipo bastante comum de delírio é a paranoia, pois pode fazer com que uma pessoa se sinta seguida ou vigiada, com medo de tramas, ou até mesmo de ameaças.
Compreensivelmente, isso pode fazer com que se torne extremamente cautelosa, suspeite da intenção de alguém e relute em responder perguntas ou até mesmo se relacionar com outras pessoas.
A dupla personalidade e os sintomas negativos
Podem ocorrer com ou sem sintomas positivos e, às vezes, são difíceis de ser reconhecidos como parte do transtorno. São assim chamados porque se referem à ausência ou prejuízo da função mental, que envolve o pensamento, o comportamento e a cognição, e apresentam afeto embotado, associabilidade, apatia, entre outros sintomas.
Os sintomas negativos são considerados elementos-chave da esquizofrenia. Afeto embotado refere-se à inexpressividade emocional e à aparente indiferença por pessoas, animais de estimação, entre outros; associabilidade refere-se à aparente falta de desejo pela companhia de outras pessoas, a apatia é desânimo e desmotivação.
Percebe-se que a “falta” é fundamental nos sintomas negativos da esquizofrenia. Por exemplo, o paciente pode ser inexpressivo por meio dos seus gestos faciais e olhares, pode apresentar fala monocórdica e monossilábica, poucas gesticulações, aparente desinteressante pelas pessoas e o mundo em geral, bem como incapacidade de sentir prazer ou agir espontaneamente.
Um desafio
Pacientes com esquizofrenia apresentam desempenho insatisfatório em testes da fluência mental e de flexibilidade, especialmente em fluência verbal e na capacidade de manter a atenção e de mudar seu foco quando necessário.
QUERO INFORMAÇÕES PARA ME INSCREVER NA FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE
As falhas cognitivas também são consideradas sintomas negativos, embora seja desafiadora a tarefa de identificar a diferença entre uma pessoa com alogia e outra com avolição e/ou associabilidade, ou ainda com um déficit de habilidades sociais.
A dupla personalidade e o desempenho cognitivo
A esquizofrenia apresenta um amplo espectro de resultados e padrões de curso possíveis, variando de recuperação quase completa ou completa, após episódios agudos dos sintomas psicóticos a doenças contínuas e ininterruptas que levam à deterioração progressiva do desempenho cognitivo e do funcionamento social.
Os sintomas iniciais do transtorno não são fortemente preditivos do padrão do curso da doença, mas do modo inicial da apresentação dos sintomas (agudo ou insidioso). Um dos aspectos mais marcantes do curso longitudinal da esquizofrenia é a chamada da “melhora terminal”, isto é, uma proporção relativamente alta de pacientes tende a melhorar substancialmente com o envelhecimento.
O que determina esse resultado em longo prazo está longe de ser claro, mas a visão estereotipada da esquizofrenia como um transtorno invariavelmente progressivo e em deterioração não está de acordo com as evidências.
Conclusão
É de suma importância compreender que o funcionamento do cérebro na esquizofrenia é complexo, e os estudos estão em pleno processo de desenvolvimento. Na atualidade, muitos pesquisadores sugerem que o transtorno possivelmente afeta a interação entre os centros de julgamento e planejamento no córtex pré-frontal e ao mesmo tempo estimula receptores para outro neurotransmissor, a dopamina, na região límbica.
No mundo real, nem sempre os transtornos estão de acordo com que está escrito nos livros e manuais de saúde mental. A realidade clínica é que os pacientes geralmente não apresentam diagnósticos “puros”, mas sim apresentam múltiplas condições mentais coexistentes.
A esquizofrenia ainda não pode ser curada, mas pode ser controlada com tratamentos adequados, através dos quais a maioria dos sintomas são amenizados e a probabilidade de recidiva é reduzida. Embora ainda não haja cura, as pesquisas demonstram a eficácia de tratamentos inovadores como o promovido pela Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), têm contribuições significativas no controle e na redução dos sintomas da esquizofrenia e de outros transtornos psicóticos.
Artigo escrito por Elisângela. elisangelaribeiro1577@gmail.