Hoje finalizaremos sobre a esquizofrenia paranoide no fime Coringa.
A esquizofrenia paranoide no filme
“A polícia foi chamada, e Arthur foi numa diligências, seria sentido à delegacia? E ele viu o caos e a destruição na cidade. Riu porque era merecido. Os policiais o reprimiram, mas ele se manteve em perfeita segurança, até que houve um grande acidente. O carro foi destruído, e Arthur saiu para a rua. Palhaços estavam tomando a cidade, como sendo a VERDADE em meio à destruição e à vida sendo deturpada na multidão. Arthur foi socorrido, policiais continuavam à espreita, Gotham estava realmente sitiada, era o perfeito caos total. Um palhaço observara a família Wayne, e matou o pai e mãe Wayne em frente ao filho Bruce. Arthur vomita sangue, e volta a si. É uma cena contundente, algo que não se vê em filmes. Arthur se vê acima de todos, ele é O CORINGA! E Nada está acima da dança da sua própria misericórdia. Arthur não é mais o homem de antes; agora o Coringa toma conta de si e o seu sorriso é o maior de todos! Ele é, em representando a si mesmo, o seu próprio herói! Nada neste momento, é maior que ele mesmo! E volta a si, depois, fumando um cigarro, no Arkham, rindo sobre tudo e sobre si mesmo. A psiquiatra pergunta o que é engraçado; Arthur (Coringa) não pára de rir; e ele não quer dizer muita coisa. O que ele diz, seria somente: – você não entenderia!”
E assim termina, a nossa grande e bela história!
Análise sobre o tema
Temos como finalizar este estudo, sobretudo acima do que foi aqui apresentado, através de uma conclusão que nos deixa ainda a pensar sobre como os problemas e distúrbios mentais são avassaladores, enquanto não descobertos, enquanto não tratados corretamente – e também enquanto “despercebidos” pela sociedade.
Claro que a vida de cada um de nós, desde nossos primórdios anos, desde a nossa infância, nos é moldada a partir da educação que temos em casa, dos pais, da família, do nosso habitat, do nosso próprio dia a dia, da escola que frequentamos, das pessoas todas à nossa volta. E também da sociedade, já que somos seres “sociáveis” – tomando como apontamento a nossa própria antropologia.
Não somos seres solitários; é bem o contrário disso. Somos (e devemos, obrigatoriamente) parte de um todo, somos também parte da nossa sociedade. O “Coringa” tem também como suas bases, o filme intitulado “O Homem Que Ri” (de 1.928) – que originalmente seria “The Man Who Laugths”, de Paul Leni – este que, também de toda sua forma, baseou-se na obra de Victor Hugo, de forma homônima intitulada “L;Homme qui rit” (de 1.869), onde o protagonista é um homem condenado a rir.
A esquizofrenia paranoide e outros distúrbios
Observando a obra em tela, percebemos o quanto é importante para nossos estudos, e para a nossa formação psicanalítica.
Ela nos demonstra como alguém que possuis distúrbios mentais, transtornos diversos e uma vida que lhe foi completamente às avessas, pode se transformar numa personalidade totalmente diferente de si mesmo – e como visto nesta película – como surge o psicopata que “nasceu” de uma vida efêmera, onde ele não teve uma boa criação, onde passou pela insanidade da própria mãe, onde sofrera por tantos anos, tanto tempo, a deterioração da sua própria existência, perante uma sociedade hipócrita e totalmente apática.
A interpretação da alma humana vêm para nos dizer literalmente, que precisamos ter saúde mental. E que, em sua falta, devemos sim sermos acolhidos, termos os tratamentos adequados, sermos medicados e acompanhados – por vezes – até diuturnamente, por quem seja qualificado para isso; não tirando aqui a obrigatoriedade de uma sociedade também acolhedora, que nos estende à mão, ou que não seja tão somente um “peso” à nossa consciência, e também que não seja alheia ao que tange sobre os riscos de pessoas com problemas mentais, sem seu devido acompanhamento e tratamentos.
Uma obra cinematográfica e a esquizofrenia paranoide
Acreditamos, revendo mais uma vez esta obra cinematográfica, falando sobre a teoria psicanalítica. O Coringa aqui, traz a Arthur a sua “liberdade”, apesar de o fazer de uma forma totalmente caótica e desconstrutiva – entretanto, é o que ele pôde em sua vida, acabar por fazer. A sua “transformação” é lenta, mas para ele, absolutamente necessária. É a sua “fuga”, de uma própria realidade “não-real”.
De uma vida sem constâncias, sem alegrias. De uma vida aparentemente “inútil” para si. E, em sendo assim, ele vê em seu despertar pessoal, a sua “cura”: sendo quem ele nunca foi, com uma personalidade forte o bastante para se defender de todos, desta sociedade horrível onde ele somente antes sobrevivera – mas nunca de uma forma total, ou satisfatória.
O Coringa foi a sua resposta, foi como demonstrar seu inconformismo diante de tantas situações ridículas, sofrida, por vezes até patéticas, pelas quais Arthur passou em toda sua vida. Percebemos que, quando foi cortado o seu tratamento, ele começara ali mesmo a se portar diante de uma mudança, diante de uma transformação.
A relação com Freud
“Porque quando a dor é maior que a mudança, a pessoa muda” (Sigmund Freud). Entendemos que a sua sobrevivência ao próprio caos da sociedade, de certa forma “exigiu” essa transformação, esta mudança total de personalidade. Uma personalidade sociopata, totalmente violenta às regras sociais.
Mas o trouxe à sua “liberdade”, para fazer o que quisesse, num mundo que já não tinha mais nenhuma regra mesmo. “Torna-se um louco, quem em geral não encontra quem o ajude na execução do seu delírio. Mas diz-se que cada um de nós, em algum ponto, age de modo semelhante ao paranoico, corrigindo algum traço inaceitável do mundo de acordo com seu desejo e inscrevendo esse delírio na realidade.” (FREUD, Sigmund. O Mal Estar na Civilização)
Essas originalidades fugidias, que nós mesmos criamos. São essas errôneas figuras de individualidade a quem nos designamos, até a contragosto – quando não nos confiamos à magnificência de nos impressionarmos com a posteridade. Estão atrás da nossa alma, enquanto caminhamos – ainda que sem direção sabida. Basta fitarmos nossos próprios olhos, para deixarmos bem em nosso fronte esta sombra que nos domina. (César Samblas Boscolo)
Artigo sobre a esquizofrenia paranoide escrito por César Samblas Boscolo, 50 anos. Capivari – SP. Servidor Público Municipal, Departamento de Frotas, Secretaria de Desenvolvimento Urbano do município de Capivari – SP. Consultor Imobiliário, Psicanalista Clínico, Administrador de Empresas. Graduando no curso superior de Licenciatura em Ciências Biológicas. Músico, Arranjador Musical; já foi Relações Públicas para eventos/shows/apresentações musicais. Bom leitor, adora artes como cinema e música. “Curioso” e sempre pesquisando um pouco sobre tudo que interesse, sem futilidades. Apreciando a vida! [email protected]
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