Filme 127 Horas: resumo e análise psicológica

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Se você gosta do filme 127 horas e quer conhecer uma análise psicanalítica sobre ele, esse artigo é para você. Afinal, esse filme é muito inspirador e podemos tirar muitas lições de seu enredo.

No entanto, antes de trazer as reflexões que envolvem a psicanálise, vamos começar falando da sua sinopse. Depois disso, fazemos a análise em si. Vamos lá?

Informações gerais

O filme 127 Horas (127 Hours) é um longa britano-estadunidense que foi lançado em 2010. Ele é um drama biográfico de aventura produzido, realizado e coescrito por Danny Boyle. Seu enredo é baseado na autobiografia de Ralston: o livro Between a Rock and a Hard Place.

A escrita do enredo ficou a cargo de Boyle e também de Simon Beaufoy. A produção foi responsabilidade de Christian Colson e John Smithson. Falando agora da parte musicaldo filme 127 horas, ela foi realizada por A. R. Rahman, que trabalhou com Boyle em Slumdog Millionaire (um sucesso de críticas, vencedor de vários prêmios).

O filme foi muito bem recebido pela crítica e recebeu seis indicações para o Oscar. Algumas delas foram a de melhor filme e também de melhor ator para James Franco.

Sinopse: filme 127 horas

O início de tudo

Tudo começa em 25 de abril de 2003, quando Aron Ralston (James Franco) se prepara para um dia de canyoning. À noite, ele se dirige para o início da trilha no Parque Nacional do Grand Canyon, em Utah.

Já na trilha, correndo ao longo de uma rocha nua, Aron vê duas caminhantes: Kristin e Megan. Elas aparentam estar perdidas e o rapaz as convence que é um guia da trilha. Em seguida, ele indica para as garotas um caminho muito mais interessante do que o que elas tinham tentado encontrar.

Assim sendo, Aron guia as menina por meio de gargantas estreitas, caminhada essa que incluiu até um voo cego em uma piscina subterrânea. Na hora de se separar, Kristin e Megan convidam Ralston para uma festa na próxima noite e ele promete comparecer.

O início do sofrimento

Quando as moças vão embora, Ralston continua no Blue John Canyon. Ao seguir com sua caminhada, passa através de uma passagem estreita, em que as pedras estão um pouco suspensas. Quando ele desce, uma pedra solta é abalada, fazendo com que Ralston caia para o fundo da garganta. Seu braço fica preso contra a parede do canyon.

Inicialmente, ele grita por socorro. No entanto, ninguém conseguiu ouvir sua voz. Ao se dar conta do seu caso, ele se conforma com o fato de estar sozinho e começa a gravação de um diário em vídeo com sua câmera. Ele usa seu bolso como ferramenta para múltiplas tentativas de desgastar a pedra. Além disso, faz um racionamento de água e comida.

Depois de um tempo, ele percebe que seus esforços para desgastar a pedra são inúteis. Após isso, ele começa uma tentativa de amputar seu braço, porém sua faca não é afiada o bastante. Ele então apunhala seu braço, mas percebe que ele não será capaz de cortar o osso. Depois de mais alguns dias, ele se vê forçado a beber sua própria urina.

Saiba mais

O registro em vídeo se torna mais e mais desesperador quando Aron sente que está morrendo. Nesse momento, ele começa a sonhar com experiências passadas, incluindo sua ex-amante Rana (Clémence Poésy). Também sonha com sua família (representada por Lizzy Caplan, Treat Williams e Kate Burton).  As duas caminhantes que conheceu antes de seu acidente também são visualizadas.

Todas essas lembranças fazem com que ele reflita sobre sua vida. Assim sendo, ele chega à conclusão de que tudo o que fez com seu história o levou a passar por essa provação. Além disso, ele passou a acreditar que estava destinado a morrer sozinho no canyon.

O recomeço da luta

Com cinco dias de sofrimento intenso, Ralston tem uma premonição em que vê seu filho nascer. A partir disso, ele reúne a vontade para aplicar a força necessária de modo a quebrar seu antebraço e o cortar com a sua faca. Assim, ele modela um torniquete com o isolamento de seu tubo ComelBak e usa um mosquetão para apertá-lo.

Ele envolve o tronco de seu braço e tira uma foto da pedra presa enquanto a deixa para trás. Dessa forma, ele tornou possível fazer seu caminho para fora do canyon e desceu de rapel uma rocha de 65 pés. Além disso, precisou ainda caminhar vários quilômetros até encontrar uma família que o ajudasse. Até lá já havia percorrido um dia de caminhada.

Essa família chama ajuda e Ralston é levado por um helicóptero da Polícia de Utah. O filme termina com imagens reais de Aron Ralston em sua vida depois de seu acidente. Isso inclui fotos de aventuras e também com sua esposa. Ele a conheceu três anos depois do acidente. Também há fotos de seu filho Leo.

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    Por fim, há uma nota final que diz que Ralston agora faz questão de avisar quando sai sozinho.

    As questões psicanalíticas do filme 127 horas

    • Decisões

    Em primeiro lugar, é preciso entendermos que tomar decisões é algo obrigatório em nossas vidas. Nem sempre são decisões muito difíceis ou decisivas. Porém, algumas vezes, é necessário tomar decisões difíceis que implicam em saber perder para talvez poder ganhar. Além disso, nesses momentos não há certezas sobre nada: tudo é um grande talvez.

    O filme 127 horas é exatamente sobre isso.

    Ademais, conseguimos nos identificar com tudo o que acontece com Aron. A queda do protagonista não é só dele, mas também nossa quando assistimos o filme. Enquanto assistimos, somos levados a uma experiência de identificação. Nós sentimos a dor, a solidão, o remorso e o desespero.

    • Vontade de viver

    Porém, mesmo com tudo isso, ele tem uma poderosa vontade de sobreviver. Consequentemente, é ela que fará toda a diferença na história desse rapaz.

    É interessante vermos como as memórias dele interferem na sua postura, chegando até a desistir da vida diante do mal que já havia feito. Quantas vezes nós nos cercamos de auto piedade e culpa, que nos impedem de dar a volta por cima? É difícil assumir os erros. Ralston, inclusive, vivia como se estivesse tudo sempre bem.

    • Reflexão

    No entanto, ele precisou sofrer tudo o que sofreu para conseguir realmente parar e refletir sobre o modo como conduzia a sua história. Sua reflexão inflou dentro dele algo tão ruim que ele chegou a pensar que aquilo era o seu destino. Contudo, através de projeções, ele conseguiu recuperar sua força de viver. Já pensou o quanto sua vida mudaria se o mesmo ocorresse a você?

    • Mindset

    É óbvio que não era algo fácil. Aron precisou abrir mão de um membro para conseguir lutar por sua própria vida. Além disso, você consegue perceber a mudança de mindset pela qual ele passou? O rapaz tinha a mesma faca e mais força antes dos 5 dias de isolamento, mas ele não conseguiu amputar o braço. Contudo, quando ele mudou seu modo de raciocionar, o objetivo foi atingido.

    Assim como Ralston, muitas vezes nós temos uma boa ideia e todas as ferramentas, mas não conseguimos atingir nossas metas. No entanto, quando algo acontece e/ou agimos, nós vamos lá e fazemos. Por fim, Ralston não encarou sua perda como o fim, mas como o caminho para chegar no que ele visualizou.

    Dessa forma, a perda não não se tornou mais motivo de vitimização e ele se adaptou a isso. Essa é a questão chave na história dele e nas nossas. Afinal, não podemos abrir mão das coisas e depois ficarmos chorando. Nós precisamos nos decidir de verdade e seguir a diante. Coisas grandes estavam esperando por ele. Coisas grandes estão esperando por nós também.

    Comentários finais: filme 127 horas

    A história de Ralston é inspiradora. Ele foi colocado em situações extremas e quase desistiu. No entanto, algo apresentado como uma premonição lhe trouxe esperança e mudou tudo. Além disso, ele aprendeu com tudo isso e mudou sua maneira de se portar.

    E você? Por acaso tem parado para refletir sobre suas ações, sobre sua vida? O que você precisa mudar, qual caminhos você deve seguir? Quem é a pessoa que você deixou, mas com quem deseja e precisa conversar? Ainda há chances para isso. Há chances de viver nossos sonhos.

    Como vimos, o necessário para isso está em nossas mentes. Ralston não conseguiu outra faca ou ficou mais forte. Ao contrário, seu corpo já estava mais fraco quando ele conseguiu amputar seu braço. Foi a mudança de mindset que mudou tudo. Pare e pense: o que tem te impedido de seguir? Qual é a pedra que segura seu braço?

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    2 thoughts on “Filme 127 Horas: resumo e análise psicológica

      1. Psicanálise Clínica disse:

        Prezado Paulo, agradecemos suas palavras, que nos servem de incentivo para novos conteúdos em Psicanálise.

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