Conheça a psicologia de Henri Wallon

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Se você chegou até aqui, é porque você tem interesse sobre a psicologia de Henri Wallon. Este artigo tem o objetivo de te contar um pouco sobre a sua biografia, sua obra e sua teoria. Nós esperamos que esse artigo te ajude a aprender mais sobre a vida deste grande profissional! Depois conta pra gente sobre se essa história te inspirou.

Breve biografia de Henri Wallon

Para começo de conversa, apresentaremos uma breve biografia de Wallon.

Seu nome é Henri Paul Hyacinthe Wallon. Ele nasceu na França, em 15 de junho de 1879. Seu falecimento ocorreu também na França, em 1 de dezembro de 1962. Ele foi um filósofo, médico, psicólogo e político francês, sendo que a entrada da família na política já tinha sido realizada com seu avô. Trata-se do político francês Henri-Alexandre Wallon.

Voltando a falar de Henri, saiba que ele tornou-se bem conhecido por seu trabalho científico sobre Psicologia do Desenvolvimento. Ademais, observou-se o quanto era devotado principalmente a temas relacionados com a infância. Quanto a esse assunto, assumiu uma postura notadamente interacionista.

Formação

Ele foi admitido na Escola Normal Superior em 1899. Ao longo de sua vida, foi muito explícito sua aproximação com a educação. E em 1902 com 23 anos ele se formou em Filosofia pela Escola Normal Superior. Em 1908 formou-se em Medicina. Em seguida, de 1908 a 1931, trabalhou com crianças portadoras de deficiência mental.

Obras

Seu primeiro trabalho foi Délire de persécution. Le délire chronique à base d’interprétation (“Delírio de perseguição. O delírio crônico na base da interpretação”. Este trabalho foi publicado em 1909.

Alguns anos depois, em 1914, precisou servir o país como médico no Exército francês. Assim, o contato com as lesões cerebrais sofridas por ex-combatentes fez com que revisasse os postulados neurológicos desenvolvido anteriormente.

No entanto, esses postulados foram pensados primeiramente durante o seu atendimento a crianças com deficiência. Assim, é evidente que as conclusões seriam diferentes.

Após esse período no exército revendo conceitos, Henri começou a lecionar nada menos do que em Sorbonne, Universidade de Paris, em 1920. Entre 1920 e 1937, foi encarregado de conferências sobre a Psicologia da Criança na Universidade de Sorbonne. Isso além de outras instituições de ensino superior, o que indica o quando era prestigiado e reconhecido por seus pares.

Em 1925 publica sua tese de doutorado intitulada L’enfant turbulent (“A Criança Turbulenta”). Dessa forma, com isso, inicia um período de intensa produção literária na área de Psicologia da Criança.

Em 1927, Wallon foi nomeado diretor de estudos da École Pratique des Hautes Etudes (Escola Prática de Estudos Avançados). Em seguida, ele criou o Laboratório de Psicobiologia Pediátrica no Centro Nacional de Pesquisa Científica.

Ademais, Henri Wallon foi médico em instituições psiquiátricas até 1931. Ele também não deixou de prestigiar a educação: foi professor do collège de France entre 1937 até 1949.

Tudo isso foi vivido em paralelo ao desenvolvimento das propostas teóricas que envolvem a psicologia de Henri Wallon.

A psicologia de Henri Wallon

Agora vamos falar de maneira mais aprofundada sobre a psicologia de Henri Wallon. No entanto, para isso, vamos entender primeiro a Teoria do Desenvolvimento, que mencionamos mais acima:

Teoria do Desenvolvimento

Nos estudos de Wallon, ele estabeleceu que a criança passa por cinco estágios de desenvolvimento. Cada um destes tem suas características próprias.

Estágios de desenvolvimento

O primeiro é o “Impulsivo Emocional”, que é vivido dos 0 a 1 ano. Neste, a criança expressa sua afetividade através de movimentos desordenados e vem acompanhada de mudanças físicas. Admais, a criança utiliza emoções para se comunicar com o outro.

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    O segundo estágio é o “Sensório-Motor e Projetivo”, e ele é vivido entre 1 a 3 anos. Aqui a criança já possui coordenação motora que a impulsiona a manipular objetos. Nesse período, se desenvolve atividades simbólicas e a linguagem.

    O terceiro, chamado de “Estágio do Personalismo”, é vivido entre os 3 aos 6 anos. Nesse estágio, há o desenvolvimento da construção da consciência de si. Assim sendo, ele é voltado para o enriquecimento do eu e da construção da personalidade. Aqui, o indivíduo já consegue explorar o processo de discriminação entre si e o outro.

    Assim sendo, neste estágio ainda, a pessoa utiliza as expressões como: eu, meu, não. Dentro dele, predomina a afetividade. Esta é vista em três fases distintas: a oposição, a sedução e a imitação.

    O quarto, “Estágio Categorial”, é vivido entre os 6 e 11 anos. Aqui a criança já tem condições de realizar atividades de agrupamento e classificação em vários níveis. Isso propicia que o indivíduo compreenda melhor a si mesmo.

    O quinto estágio é a “Puberdade e Adolescência”, e se inicia aos 11 anos. Nesse período, o jovem procede a exploração de si mesmo. Essa é a busca como um entidade autônoma. Para isso, ele usa processos de autoafirmação, questionamento e apoio a seus pares em oposição ao mundo adulto.

    Os quatro elementos funcionais

    Segundo a psicologia de Henri Wallon, a cognição está alicerçada em quatro categorias de atividades cognitivas específicas. Essas recebem o nome de ‘campos funcionais: afetividade, movimento, inteligência e a pessoa. Vamos detalhar um pouco sobre essas funções a seguir:

    Afetividade

    A afetividade é a primeira forma de interação com o meio ambiente. Ela é e a motivação primeira do movimento. Assim, à medida que o movimento, sobre o qual falaremos a seguir, proporciona experiências à criança, ela vai respondendo através de emoções.

    Dessa forma, diferencia-se, para si mesma, do ambiente. A afetividade é o elemento mediador primordial das relações sociais, dado que separa a criança do ambiente.

    Ela também é a base da inteligência.

    Movimento

    O movimento seria um dos primeiros campos funcionais a se desenvolver. Consequentemente, serviria de base para o desenvolvimento dos demais. Os movimentos podem ser divididos em duas categorias: movimentos instrumentais e movimentos expressivos.

    Os movimentos instrumentais são ações executadas para alcançar um objetivo imediato. No entanto, isso não está diretamente relacionado com outro indivíduo. São exemplos as ações de andar, pegar objetos e mastigar. Já os movimentos expressivos têm uma função comunicativa intrínseca.

    Eles são usualmente associados a outros indivíduos ou sendo usados para uma estruturação do pensamento do próprio. Exemplos: Falar, gesticular e sorrir. O movimento tem grande importância na atividade de estruturação do pensamento no período anterior à aquisição da linguagem.

    Inteligência

    Na psicologia de Henri Wallon, a inteligência tem um significado bem específico. Este, por sua vez, está relacionado com duas importantes atividades cognitivas humanas: o raciocínio simbólico e a linguagem.

    À medida que a criança começa a pensar nas coisas fora de sua presença, o raciocínio simbólico e a abstração vão sendo desenvolvidos. Assim, paralelamente, e de maneira relacionada, as habilidades linguísticas vão surgindo. Dessa forma, isso potencializa sua capacidade de abstração.

    Pessoa

    Dentro da psicologia de Henri Wallon, o nome de pessoa é o campo funcional que coordena os demais. Ademais, inclusive este é o campo funcional responsável pelo desenvolvimento da consciência e da identidade do eu. Contudo, as relações entre estes três campos funcionais não são harmônicas.

    Dessa forma, há conflitos entre eles constantemente. A “pessoa” cumpre um papel integrador importante. No entanto, não é absoluto. Além disso, a cognição desenvolve-se de maneira dialética. Dessa forma, há um constante processo de tese, antítese e síntese entre os campos funcionais.

    Comentários finais: a psicologia de Henri Wallon

    Esperamos que nosso artigo tenha te ajudado a conhecer mais sobre a psicologia de Henri Wallon. Contudo, se quer saber mais sobre outros autores de grande relevância para a área da psicologia, psicanálise e desenvolvimento humano, te damos um conselho. Matricule-se em nosso curso de Psicanálise Clínica 100% online e se torne um especialista em pessoas. Confira!

     

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