Você já deve ter lido ou ouvido falar sobre geração Prozac. No entanto, mesmo que você não tenha ouvido falar sobre o assunto, você provavelmente sabe o que é Prozac. Assim, só falta saber como isso se relaciona com a nossa geração.
Primeiramente, geração Prozac é um termo usado para designar uma determinada geração. Contudo, também é um filme. Assim sendo, nesse artigo, vamos conversar com você tanto sobre o que é a geração Prozac, o que caracteriza essa geração, quanto sobre filmes que falam sobre o tema.
Para começo de conversa, o que é Prozac?
Prozac e Fluoxetina são praticamente sinônimos. Ambos são medicamentos antidepressivos, da classe dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina. Esse medicamento foi descoberto por Eli Lilly and Company, em 1972. Contudo, só em 1986 começou a ser usado.
Em geral, o Prozac é usado para o tratamento da depressão. Contudo, pode ser indicado para TOC, TDPM, TPM, e até bulimia nervosa. É administrado oralmente, ou seja, em pílulas.
Ademais, o Prozac aumenta os níveis de serotonina no cérebro e isso causa a melhora dos sintomas dos problemas para os quais ele é indicado. Contudo, as melhoras não são instantâneas, podendo levar algumas semanas para fazer efeito.
Prozac Nation – filme
Prozac Nation, ou geração Prozac, é um filme de autoria americana e alemã que foi lançado em 2001. Ele é baseado no livro do mesmo nome de Elizabeth Wurtzel, que foi lançado em 1994. A história narra os dramas psicológicos que acontecem com Elizabeth e o início da utilização do Prozac.
Na trama, Elizabeth é uma adolescente brilhante que foi aceita em jornalismo em Harvard. Por essa razão, ela e a mãe vão morar em Cambridge. Como seus pais são divorciados desde muito nova, a falta que ela sente do pai a faz sentir-se carente e depressiva.
Já na faculdade, ela tem como companheiro de quarto uma moça chamada Ruby e começa a namorar com um rapaz chamado Noah. Ela começa a trabalhar para um jornal grande, se envolve com drogas e tem uma vida sexual desregrada.
No entanto, essa mudança de vida, somada a problemas familiares, a faz se afundar mais na depressão. Ademais, com o aumento de tudo isso, ela acaba magoando e afastando seus amigos, a mãe e o namorado. Nesse momento, decide procurar ajuda profissional. Elizabeth marca uma consulta com a Dra. Diana Sterling (Anne Heche), que lhe receita o antidepressivo Prozac.
Mesmo a história sendo de 1994, o tema ainda é atual. Isso é porque tanto na história como na nossa sociedade o Prozac é considerado uma pílula salvadora. Não por coincidência, ela é conhecida como a pimenta da felicidade.
E então? O que é a Geração Prozac?
A nossa sociedade está marcada pela convicção de que qualquer sofrimento pode ser abolido. Nem que para isso se precise tomar bombas de medicamento. Assim sendo, o importante é parar de sentir dor. Com isso, o uso constante de medicamento se tornou comum. Não se pode deixar de culpar também a indústria farmacêutica por isso. Essa indústria há anos investe pesado no marketing das pílulas salvadoras.
Assim, é a partir disso que tem início a fomentação de remédios para doenças, transtornos, e síndromes para emagrecimento ou para o sono. Além de tudo isso, a depressão recebe muito mais foco. Por essa razão, o número de casos vem se disseminando mais e mais. No Brasil, cerca 10% da população sofre de depressão. Porém, muitos indivíduos não sabem ou não admitem que tem a doença, e não procuram ajuda especializada.
Depressão: tratamento
Nesse contexto, um dos tratamentos possíveis para depressão é a terapia. Ela se pautará em teorias e métodos que ajudem o paciente a refletir sobre sua vida, dores e a depressão.
A nossa sociedade tem sido muito cruel. Assim, se cobra das pessoas uma perfeição, uma beleza, uma riqueza que é vendida como felicidade. Nas redes sociais, todo mundo está viajando, comendo, se exercitando, namorando e sendo feliz.
Assim, a gente se cobra a viver tudo isso, inconscientemente cientes de que ninguém é perfeito. No entanto, somos bombardeados com essas idealizações e nos perdemos numa idealização que sabemos ser falsa. Dessa forma, às vezes o sofrimento se torna difícil demais. Lidamos com algo além do racional, e que só com ajuda se pode combater.
É importantíssimo mencionar que em último caso, a depressão pode também resultar no suicídio. A cada 45 segundos alguém tira a própria vida em algum lugar do nosso planeta, o que é muito sério. Por essa razão, é preciso falar de depressão. É preciso buscar ajuda e lutar contra ela. No entanto, da maneira correta, e não com uma pílula que anestesia a pessoa para a própria vida.
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Há algo encantador em fazer a dor parar rapidamente, mas ela volta. Contudo, ela pode voltar muito pior. Assim sendo, é importante procurar pessoas realmente qualificadas para iniciar um tratamento efetivo. Só assim, mesmo que seja necessário o uso do remédio, a pessoa não será escrava deste.
Filmes sobre depressão
Neste tópicos trazemos 4 filmes que tratam da temática da depressão e, consequentemente, podem adicionar algo à questão da geração Prozac:
Melancolia, 2011
Este filme conta a história de duas irmãs que não se dão muito bem. Quando um novo planeta chamado “Melancolia” se aproxima da Terra, ameaçando a existência humana, o relacionamento delas é posto à prova. No entanto, a reação de cada uma perante o que vai acontecer é diferente. Enquanto uma delas aceita serenamente o futuro, a outra se desespera. Como você acha que reagiria?
O filme é dirigido por Lars Von Trier e nos faz imergir em uma mente tomada pela depressão. O filme é tão acurado na maneira de abordar a temática que passa a realidade da mesma forma que a mente depressiva. Todo o ritmo, fotografia é feito para nos levar até lá.
Garota Interrompida, 1999
A direção aqui é de James Mangold, em um filme que conta a realidade das mulheres no século 20. Mulheres que que não contavam com um suporte adequado para suas dificuldades psicológicas. Na verdade, muito pelo contrário: elas eram rotuladas como mentalmente instáveis e ficavam presas em hospícios por qualquer coisa.
Assim, por passarem por aflições comuns a qualquer adolescente, elas eram presas e rotuladas. O filme retrata bem o preconceito, a misoginia o abandono da época, e como tudo isso levou ao agravamento da depressão. Além disso, comenta consequências de colocar essas mulheres à margem da sociedade.
As vantagens de ser invisível, 2012
Esse filme é baseado no livro de 1991, da autora Stephen Chbosky. Essa narrativa é sobre o adolescente Charlie, que é muito introvertido e luta contra sentimentos depressivos. Ademais, toda essa luta se passa bem na época que ele entra em um novo colégio para fazer o ensino médio, situação que por si só já é difícil.
Embora ele seja muito bom para escrever e receba reconhecimento de sua professora, sua mente fragilizada não permite que ele reconheça seu valor. Nessa escola, ele faz amizade com duas pessoas que o ajudam a mudar de perspectiva. Assim, a partir de então, ele começa a entender seu valor, e em meio a situações da vida começa a enfrentar realmente sua doença e seu passado.
Conclusão
Nós ainda vivemos em uma geração Prozac. Estamos vivendo a sombra de uma doença cruel e que ceifa vidas todos os dias. Por isso, falar de depressão e do uso exacerbado de remédios é importante. Diante de tudo o que vimos, a Psicanálise é uma terapia alternativa e efetiva. Assim sendo, confira o nosso curso de Psicanálise Clínica 100% online para saber como tratar esse tipo de problema.