Mogli: Uma análise psicanalítica do filme

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Você já viu o filme do Mogli? Se você é um pouco mais velho, com certeza esse é um filme que marcou sua infância. Porém, recentemente, houve um remake e quem não estava por dentro da história pelo menos deve ter ouvido falar sobre ela na época de divulgação da mesma.

No entanto, você já se perguntou porque esse filme marcou tantas pessoas? Como essa história ainda é tão importante ainda hoje e o que a psicanálise tem a ver com isso? É sobre isso que queremos conversar nesse artigo. No entanto, antes de fazer uma análise psicológica do filme, vamos falar sobre o enredo em si.

Quem é Mogli

Primeiramente, quem é Mogli?

Mogli (ou Mowgli no original) é uma personagem do romance “O Livro da Selva” do Rudyard Kipling. Esse personagem é uma criança selvagem que teria sido criado e alimentado por uma alcateia de lobos. Dentro do Escotismo, a história de Mogli é muito utilizada como referência às leis da sobrevivência.

O filme

O filme de que falaremos aqui é, na realidade, o remake da animação da Disney. The Jungle Book (no Brasil: Mogli – O Menino Lobo) é um filme estadunidense de 2016. Ele é classificado com os gêneros drama, fantasia e aventura. Foi baseado no livro que acabamos de citar e realizado por Jon Favreau para a Walt Disney Pictures. Ademais, sua produção e enredo foram guiados por Justin Marks.

Como já dissemos, trata-se de um remake do desenho animado homônimo de 1967. Considerando toda a produção de filmes da marca, este foi o segundo live action da Disney adaptado do mesmo romance, sendo que o primeiro é de 1994.

O filme precisou de muitos efeitos de computação gráfica para representar os animais e os cenários. Nesse contexto, as gravações foram feitas inteiramente em Los Angeles. O longa lançado em Disney Digital 3-D, RealD 3D, IMAX 3D, D-Box, assim como outros formatos premium. Já seu lançamento foi em 15 de abril de 2016 nos EUA e, curiosamente, um dia antes no Brasil.

Por fim, vale destacar o filme ganhou um Oscar De Melhores Efeitos Visuais em 2017.

Sinopse

Antes de começarmos a análise, vamos trazer uma sinopse breve do filme.

Quando procuramos pela sinopse encontramos algo como: Uma aventura épica sobre um menino criado por uma família de lobos. Porém, ele deixa de ser bem-vindo quando o temido tigre Shere Khan promete eliminá-lo. Esse tigre carrega cicatrizes causadas por um ser humano, daí seu ódio por Mogli.

Ao ser forçado a sair do bando por Akela, o líder da alcateia, Mogli começa uma viagem. Sua companhia nessa jornada é a pantera negra Baguera. Eles saem em busca de uma aldeia de humanos para se asilar em segurança. Na sua aventura, Mogli encontra perigos e desafios.

Se você já assistiu o filme, você sabe que, resumidamente, é bem isso mesmo. Contudo, o que há de mais profundo na história? É o que vamos discutir no tópico abaixo.

Análise Psicanalítica de Mogli

Aspectos técnicos

Como dissemos, o filme Mogli foi lançado pela Disney, uma instituição norte-americana. A animação, primeiro tratamento que a história recebeu, foi lançada no fim dos anos 60. Mas algo que ainda não falamos é que o autor do livro que deu origem ao filme nasceu em Mumbai, na índia. Visto que que Mumbai fica na antiga Bombaim. E Rudyard vivem entre 1865 e 1936. Sendo que a cidade que ele morreu foi em Londres.

Ele foi um autor e poeta inglês, que viveu quando a Índia ainda fazia parte do Império Britânico. Também ficou conhecido por “Kim” de 1901 e poemas como “Mandalay”, “Gunga Din”e “If”. Foi o primeiro inglês e o mais jovem ganhador do Nobel de Literatura até hoje, com 42 anos.

Sobre o filme de Jon Favreau, sua engenhosa computação gráfica foi uma herança de “As Aventuras de Phi” (2012). Essa computação foi aprimorada e usada para criar personagens que parecem animais reais. Dessa forma, os espectadores acabam por esquecer que o único ser vivo do filme é o menino Mogli. Esse, por sua vez, é interpretado por um descendente de indianos chamado Neel Sethi.

Análise psicanalítica

Dentro da análise propriamente dita, podemos dizer que Mogli é um exemplo do humano no sentido biopsicossocial. Ou seja, dotado de várias instâncias que influenciam no desenvolvimento do indivíduo, sendo que essas tem um envolvimento mutuo.

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    Vale a pena dizer que Mogli, mesmo possuindo a genética humana, sobreviveu “sozinho”. Com “sozinho” queremos dizer que ele estava em um ambiente sem intervenção humana. Ou seja, não é como um bebê que nasce em um hospital e está seguro em casa, em um lar, com pessoas. Toda a intervenção no seu desenvolvimento se deu através dos animais.

    Nesse contexto, é importante salientar que dessa relação os afetos de Mogli para com os animais e vice-versa se desenvolveram de maneira peculiar. Levando isso em consideração, a retratação feita pelo  filme foi muito bem sucedida. Consequentemente, a ideia de que “família é quem cuida” é associada pelo público.

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    Além disso, é possível que uma criança que foi abandonada entenda que sua família é mais que um registro de papel. Mesmo que não seja uma família animal, a família é diferente do esperado biologicamente.

    Mesmo assim, no momento que se vê em perigo, Mogli se vê na obrigação de se afastar e procurar pela sua raça. Contudo, essa busca não é porque ele desejasse conhecê-la ou estivesse insatisfeito com a vida na floresta. Ao contrário, ele amava tanto aquela família que não queria oferecer riscos para a eles.

    A jornada do garoto é bem difícil e cheia de aventuras. Assim sendo, fica bem claro nesse momento as angústias, anseios e temores de Mogli. Afinal, ele jamais havia ido muito além da floresta e depois esta se torna sua única opção. Nos momentos mais difíceis, ele teve a ajuda da pantera negra Bagheera. Isso só mostra que não conseguimos viver completamente sozinhos.

    A interferência de outros personagens

    Nossos amigos e família são pessoas indispensáveis em momentos complicados da nossa vida. É necessário saber que eles estarão lá por nós.

    Outro personagem importante na história é o Baloo que surge durante seu caminho. Ele é um personagem um tanto quanto polêmico, afinal, não sabemos realmente se ele tem segundas intenções ou não. O ponto é que ele ensina para o Mogli que o “necessário, somente o necessário, o extraordinário é demais!” Além de ser uma companhia para o menino.

    Uma mensagem final

    Por fim, a história de Mogli é uma representação da partida de casa. Quando precisamos sair dos braços protetores da família para enfrentar as dificuldades do mundo, nos vemos em situações similares às que ele passou. Em muitos momentos, teremos inimigos que tentarão nos destruir. Por isso, precisamos de amigos e pessoas confiáveis para nos acompanhar.

    Além disso, não podemos esquecer quem somos e quem é nossa família. Mesmo que tenhamos que sair de casa, nosso lar sempre estará conosco.

    Comentários finais sobre a história de Mogli

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