motivação e fases da vida

Motivação e Fases da vida, segundo Freud

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Tudo o que vivemos gera uma grande influência sobre o que somos e o que faremos. Compreender as fases da vida pode nos levar a encontrar motivação para sermos cada vez melhores. Este artigo vem tratar da relação estabelecida entre a motivação e fases da vida.

O início do desenvolvimento sexual

A sexualidade inicia-se na infância. A infância é um estágio de nosso desenvolvimento que ainda não conseguimos falar por nós mesmos e nossa saúde psíquica depende muito das pessoas ao nosso redor. Assim ambientes com pessoas maduras tendem a construir uma saúde mental adequada para vivermos em sociedade.

Com o início da maturidade sexual, se inicia o desenvolvimento do comportamento sexual. Esse desenvolvimento é um processo muito complexo e é fruto da interação de vários fatores, entre eles:

  • desenvolvimento físico;
  • desenvolvimento psicossocial;
  • exposição a estímulos sexuais (que é definida pela cultura);
  • os grupos de contatos sociais (amigos, grupos de esporte, etc.);
  • as situações específicas que permitem o acesso à experiência erótica.

O comportamento sexual vai depender do núcleo familiar em que se está inserido

Na puberdade ganhamos o status de reprodutores fisiológicos. Porém, a deriva, dentro de um corpo que adquire novos formatos, há uma subjetividade em construção, buscando na realidade que nos cerca, aportes para nosso crescimento e afirmação.

O comportamento sexual é influenciado pela cultura familiar. Mas mesmo em famílias que tendem a conversar menos abertamente sobre sexualidade e relacionamentos, é verificado esse comportamento.

Identidade sexual

O termo “identidade” corresponde à resposta à pergunta “quem sou eu?”. A resposta a essa pergunta se desenvolve num longo e complexo processo que começa nas primeiras horas de vida e se estende até a mais alta idade. Nesse longo processo, a adolescência representa um momento chave, de grande significado.

No processo de desenvolvimento da identidade agem duas forças motrizes: o desejo do indivíduo de conhecer a si mesmo (autoconhecimento) e a busca de dar forma a si, de construir sua personalidade, se aprimorar e se desenvolver (autodesenvolvimento).

A Adolescência é o momento das perguntas: Para crescer?E crescer para? Nessa epopeia de construir-se, é a circunstância de vida que nós apresentamos ao mundo e às pessoas dizendo sobre qual meu modo melhor de viver.

Os três formas de reconhecimento

Higgins (1987) descreveu três tipos de “si mesmo” – o si mesmo real, o si mesmo ideal (como a pessoa gostaria de ser) e o si mesmo como deveria ser (que representa a identificação da pessoa com determinadas obrigações e tarefas apresentadas pelo ambiente social).

O ambiente social tem, uma imagem de como o indivíduo é e de como ele deveria ser . O aumento da complexidade na compreensão de si mesmo expõe o adolescente a diferentes tipos de discrepância:

  1. Entre o si mesmo real e o ideal – ou seja, a imagem que o indivíduo faz de si não corresponde à pessoa que ele gostaria de ser; a pessoa tende a se sentir decepcionada e insatisfeita;
  2. Entre o si mesmo real e a imagem que os outros têm do indivíduo – a imagem que a pessoa faz de si não corresponde àquela que outras pessoas – família, amigos – fazem; a pessoa tende a se sentir envergonhada e humilhada;
  3. Entre o si mesmo real e o como deveria ser – a imagem que a pessoa faz de si não corresponde à ideia que ela faz a respeito das obrigações e tarefas que ele deveria cumprir; a pessoa tende a ter sentimentos de culpa e a fazer acusações, condenando-se a si mesma;
  4. Entre o si mesmo real e as expectativas dos outros – a imagem que a pessoa faz de si não corresponde às expectativas e desejos da família, amigos ou outras pessoas e grupos importantes para o indivíduo; a pessoa tende a se sentir ameaçada, com medo, exposta a perigos e dor.

Motivação e Defesa patológica

Nosso modo de vida traz à tona questões existenciais profundas, que muitas vezes são depositadas e entulhadas em nosso inconsciente. São coisas como fobias, ansiedades e depressão. Elas são causadas por defesas ativadas desmedidamente, isto é, hybris tornam-se patológicas.

A defesa patológica é o mecanismo de defesa não eficaz. O que determina se os conflitos serão patológicos ou não, é a forma de manipulação dos mesmos. Sendo assim, para uma vida de qualidade pressupõe uma aprendizagem lúcida desse nosso arsenal bélico psíquico. Dessa forma, iniciamos uma caminhada consciente para a maturidade.

A Motivação é um forma de libido

Libido (do latim, significando “anseio ou desejo”) é caracterizada como a energia aproveitável para os instintos de vida. De acordo com Freud, o ser humano apresenta uma fonte de energia separada para cada um dos instintos gerais. “Sua produção, aumento ou diminuição, distribuição e deslocamento devem propiciar-nos possibilidades de explicar os fenômenos psicossexuais observados” (1905a, livro 2, p. 113 na ed. bras.)

Segundo Freud, uma pulsão tem sua fonte numa excitação corporal (estado de tensão); o seu objetivo ou meta é suprimir o estado de tensão que reina na fonte pulsional. É no objeto ou graças a ele, que a pulsão pode atingir a sua meta.

Ressignificando a palavra Desejo

Desejo deriva do latim “de”, que indica o movimento específico de cima para baixo. O outro pedaço da palavra é “sidĕrĭvm” que, em latim, significa “estrela”, “astro”, “corpo celeste”, a palavra formada pela partícula “de”, que indica queda, e pela palavra “sidĕrĭum”, que quer dizer “estrela”, formando “desiderium” – que é a exata tradução em latim para desejo.

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Daí em diante, uma palavra criada apenas para indicar um fenômeno da natureza passou a ter um significado muito maior, a ponto de, inclusive, apagar por completo a memória de seu antigo significado. Sem querer, o homem que passou a fazer desejos porque viu estrelas cadentes não tinha a mais pálida ideia do poderoso instrumento que, naquele momento, ele estava deixando de herança para a humanidade.

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    Desejar é querer com força máxima, é ter vontade incontrolável, é almejar desconsiderando por completo as intempéries do percurso. É daí que surge a motivação.

    Desejar o que não temos é fruto dessa nossa eterna inquietude que nos move sempre na direção da próxima estrela cadente.”

    A motivação como meio para alcançar metas

    Sendo assim, a motivação é uma caminho para que possamos alcançar novos objetivos, levando em consideração todas as fases da nossa vida, visando ser cada vez mais completo em todos os aspectos da vida.

    Conclusão

    Dessa forma, para se ter uma vida de qualidade é administrar-se de modo mais ciente possível, tentando encontrar motivação nas coisas que nos inspiram a ser melhores, independente do que se tenha passado em determinada fase da vida.

    É necessário repensar na nossa existência e viver uma vida que busque a excelência na convivência submetendo nossos desejos à uma vontade lúcida de evolução.

    Estudar é uma experiência encantadora. Mantemos nossa concentração naquilo que nos dá prazer. Motivação e prazer estão relacionadas, portanto. Ter a oportunidade de fazer um Curso de Psicanálise é uma forma de conhecer este universo inesgotável da mente humana.

    Não há nada no mundo que deveria nos motivar mais do que conhecer a própria mente.

    Autor: Leomar Koller, exclusivamente para o blog do Curso de Formação em Psicanálise Clínica.

    3 thoughts on “Motivação e Fases da vida, segundo Freud

    1. Olá!
      Me surgiu uma duvida na teorização da complexidade na compreensão de si mesmo pelo adolescente. A segunda discrepância apresentada aqui no texto se refere a imagem entre o si mesmo real e a imagem que os outros têm do indivíduo, nela foi teorizado que a imagem que a pessoa faz de si não corresponde àquela que outras pessoas – família, amigos – fazem e que a pessoa tende a se sentir envergonhada e humilhada, porém foi dito na quarta discrepância “entre o si mesmo real e as expectativas dos outros” que a imagem que a pessoa faz de si não corresponde às expectativas e desejos da família, amigos ou outras pessoas e grupos importantes para o indivíduo e que a pessoa tende a se sentir ameaçada, com medo, exposta a perigos e dor.

      Estou equivocado ou a segunda e quarta discrepância se trata do mesmo conflito, quer seja, entre o si mesmo real e a expectativa alheia? (independente do ciclo ser familiar ou social).

    2. Sylvio Bahry Junior disse:

      Muito interessante a ressignificação da palavra “desejo”;

    3. Nas formas de reconhecimento, a segunda e a quarta parecem idênticas. Está correto?

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