Violência contra a mulher para a Psicanálise

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A violência contra a mulher está em escala crescente, mesmo com amparo da lei Maria da Penha. Como a Psicanálise interpreta tal violência? Este artigo debaterá formas de agressão contra mulher pelo viés da Psicanálise. Nossa abordagem terá em foco principalmente a violência contra mulheres em condição social ou emocional fragilizada.

A agressividade deve ser evitada

Presente nos mais diversos campos de ação, a agressividade acompanha os passos do homem desde a sua existência, influenciando, diretamente, os seus atos. Esse comportamento, manifestando-se de várias maneiras, continua questionável, uma vez que suas consequências não agradam a todos.

Entende-se por agressividade qualquer ação que pretende danificar algo ou alguém. É compreensível, portanto, que a ela sejam atribuídas características negativas (solução imoral, recurso deplorável). Esse comportamento precisa ser evitado para que se obtenha uma personalidade pacífica e cortês (ideal para um relacionamento).

Violência significa usar a agressividade de forma intencional e excessiva para ameaçar ou cometer algum ato que resulte em acidente, morte ou trauma psicológico. A violência se manifesta de diversas maneiras: em guerras, torturas, conflitos étnico-religiosos, preconceito, assassinato, fome, etc.

A sociedade e o repúdio a violência contra a mulher

Atualmente existe um movimento grandioso de libertação da mulher, mas, em alguns pontos, é necessário que a mulher reconheça esta libertação como uma mudança interna. Os resultados dessa libertação poderão ser vistos externamente, embora o machismo ainda persista.

Desviar-se das imposições vigentes, é uma escolha consciente baseado nos direitos direitos, que foram sendo adquiridos paulatinamente através de muitas e árduas lutas.

A violência contra a mulher expõe a vulnerabilidade feminina

A mulher, por ser mais sensível, está sujeita às imposições vindas principalmente do sexo oposto, deixando quase sempre se levar pelas emoções na hora em que a razão precisa falar mais alto.

É preciso que as mulheres desenvolvam o senso crítico, diante de todas as agressividades sofridas. Mulheres que são agredidas física e/ou moralmente por seus companheiros ou ex-companheiros, imaginam-se estarem privadas de garantias, às quais teriam direito.

Há uma dimensão fortemente plausível na denúncia de discriminações, humilhações e injustiças, mesmo com a lei Maria da Penha em seu favor.

A Lei Maria da Penha

A Lei Maria da Penha – Lei 11340/06 | Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 – Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher.

Ela dispõe ainda sobre a criação dos Juizados de Violência contra a Mulher, Doméstica e Familiar; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.

Desigualdade salarial entre homens e mulheres

Considerando a remuneração e funções exercidas por homens e mulheres com a mesma capacitação, a mulher sai em desvantagem, mesmo com as lutas visando a igualdade entre homem e mulheres. Quando a mulher é negra ou pobre, a desigualdade é ainda maior.

Pode-se afirmar que a posição da mulher nas sociedades ocidentais em geral mudou muito no último século. O empenho dos movimentos feministas vêm revelar, que os valores atribuídos ao sexo não devem ser considerados inatos, mas sim fruto das mais variadas elaborações culturais.

A mulher cada vez mais presente na política

Como resultado destas lutas, cada vez mais as mulheres vêm ocupando um lugar na vida pública. Garantias às quais teriam direito. Há uma dimensão fortemente plausível na denúncia de discriminações, humilhações e injustiças.

A violência contra a mulher é herança de um passado de dominação masculino

Para Bourdieu (2007), a violência contra a mulher é resultado da internalização das estruturas históricas de dominação masculina, presentes na sociedade e incorporadas às estruturas cognitivas e sociais de mulheres e homens.

A experiência de apreensão do mundo social e de suas divisões arbitrárias começa pela divisão entre os sexos, que, embora construídas socialmente, são vistas como naturais e evidentes, adquirindo, assim, legitimação e reconhecimento, fazendo parte da representação androcêntrica.

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    A agressividade, de acordo com a psicanálise

    A psicanálise descreve a agressividade: é constitucional e necessária para autoconservação e conservação da espécie, porque possibilita nos posicionarmos nas situações e construirmos coisas. Ela está relacionada à ação. Todos os seres humanos (e inclusive os animais) trazem consigo um impulso agressivo.

    A agressividade é um comportamento emocional que faz parte da afetividade de todas as pessoas. Portanto, é visto como algo natural. Nas sociedades ocidentais, bastante competitivas, a agressividade costuma ser aceita e estimulada quando este vale como sinônimo de iniciativa, ambição, decisão ou coragem.

    A agressividade é um tipo de comportamento normal que se manifesta nos primeiros anos de vida. Na infância, a agressividade é uma forma encontrada pelas crianças para chamar a atenção para si. É uma espécie de reação que adquire quando está à frente de algum acontecimento que faz com que se sintam frágeis e inseguras.

    A agressividade em adultos

    Na fase adulta, a agressividade se manifesta ainda como reação a fatos que aparentemente induzem o indivíduo à disputa e ainda a sentimentos. A agressividade é uma qualidade natural, humana ou animal, que tem a função de defesa diante dos perigos enfrentados e dos ataques recebidos.

    Conclusão

    Apesar da agressividade fazer parte da convivência entre os seres humanos, é muito acentuada nos homens em relação às mulheres, cabe a cada um buscar dentro de si formas pautadas na ética no moral e na amorosidade.
    É necessária uma convivência civilizada e com respeito mútuo. Assim, minimizaremos a violência de modo geral e contra as mulheres.

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    Autora: Edna Jesus, exclusivamente para o Psicanálise Clínica.

     

    One thought on “Violência contra a mulher para a Psicanálise

    1. Maura Alessandra disse:

      Adorei o tema de violência contra a mulher. Muito bom poderia ser colocado mais temas a esse respeito.

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