O que é Felicidade para Freud?

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Uma das grandes obras em Freud discute o que é felicidade chama-se “O mal-estar na civilização“. Assim sendo, falaremos sobre alguns pontos deste livro para discutir aqui o que seria felicidade para o pai da Psicanálise. Nesse contexto, suas ideias importam muito para quem quer se tornar psicanalista.

Isso porque muitas pessoas procuram a Psicanálise para compreender como podem ser felizes. Assim sendo, qual a base mais confiável para um psicanalista aconselhar um indivíduo? Freud, precisamente.

A complexidade da felicidade

Nesse contexto, a felicidade seria entendida como a presença de prazeres, que podem ser apenas imediatos? Ou será que ser feliz é viver na ausência de sofrimentos? Parece um conceito bastante complexo. 

Para uma pessoa doente, por exemplo encontrar a cura é uma felicidade. No entanto, no caso de uma pessoa saudável isso não parece ter a menor importância. A felicidade está em outras coisas, como encontrar um amor. Por outro lado, há pessoas que vivem ao lado de seus amados, são saudáveis, mas não se sentem felizes até terem filhos. Nesse contexto, as pessoas estão sempre em busca de uma parte que lhes falta.

Assim sendo, a felicidade é muito complicada de entender. Ao que tudo indica, é um conceito que é muito líquido para compreender com facilidade. Nesse contexto, faz sentido que a entendamos pelas lentes de um teórico em especifico, já que muitas pessoas terão coisas diferentes para falar. 

Felicidade é não sofrer

Para Freud essa é a resposta para quem pergunta o que é felicidade. Nesse contexto, é feliz quem obtém o prazer intenso e a ausência do sofrimento. Essa é uma proposta teórica que provém de pesquisas conduzidas por ele. Por sua vez, foram feitas com o objetivo de entender a felicidade humana e compõem os fundamentos Psicanálise.

Nesse contexto, é possível pensar que a felicidade está não só na realização dos desejos que comentamos mais acima. Nem todas as pessoas são completamente realizadas. Há quem precise, por sua vez, desatar “nós” emocionais, ou curar frustrações e desejos reprimidos. Geralmente é esse o tipo de pessoa que vai procurar um psicanalista para descobrir como ser feliz. 

Felicidade, infelicidade e repressão sexual

Freud, por sua vez, acreditava que todas as nossas frustrações adivinham da repressão sexual. Assim, a falta da prática da libido além da sua restrição, para ele acabavam por desencadear muitos traumas e as fobias.

Nesse contexto, Freud afirmou que o ser humano se adapta melhor a infelicidade, do que a própria felicidade. Isso principalmente com relação à nossa habilidade humana de reprimir desejos.

Mas o que é ser infeliz?

Ainda segundo Freud, ser infeliz é possuir a sensação de não ter algo que se deseja. Nesse contexto, pode ser não ter a saúde esperada, ou uma pessoa para amar verdadeiramente. É ainda aceitar ou tentar aceitar que o corpo com tempo perde o vigor, a energia, o viço.

Como mencionamos anteriormente, é não poder expressar sua sexualidade da forma como se deseja. É além disso não poder falar de seus traumas, medos, frustrações.

A relação entre a infelicidade e as doenças

Ainda com relação à infelicidade, de acordo com Freud as frustrações e fobias, que são mentais, podem aparecer nos corpos como doenças e chagas. Assim sendo, uma doença pode ser fruto de uma infelicidade contida, mas disfarçada para que se consiga viver.

Desta forma, existiria algo em nosso subconsciente nos avisando de que é mais fácil cuidar de uma frustração se ela se manifestar do corpo. Nesse contexto, não seria necessário falar sobre os desejos reprimidos, já que algum tipo de tratamento seria empregado para a parte da frustração que surge como doença. No entanto, os desejos ficam mais e mais reprimidos, gerando chagas e problemas sem fim.

Freud observou isto tratando de seus pacientes. Ele entendeu quão problemática é a ausência da felicidade. Ademais: percebeu quão grande é a alegria que surge quando uma dor cessa. Em alguns casos, é maior do que a felicidade que vem após uma cura definitiva. No entanto, essa mesma cura estaria associada ao desemaranhamento de nós emocionais.

É possível ser feliz mesmo sentindo falta de algo?

Ainda segundo Freud, é possível ser feliz ao aceitar nossas frustrações e desejos oprimidos, reprimidos e não vivenciados.

Algumas pessoas acreditam que a felicidade é uma questão de ter e não de ser. Assim, para elas ter um carro novo, uma nova casa, um novo emprego trariam alegria. No entanto, para Freud esses desejos culminam apenas em um prazer momentâneo, aquele que vai passar assim que a satisfação do desejo deixar de ser novidade.

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    Nesse contexto, um novo romance, uma nova paixão momentânea e passageira podem causar os mesmos efeitos. Com o passar do tempo percebe-se o quanto podem ser fruto de euforia e virar apenas mais um conteúdo em nossas vidas.

    O que é felicidade: ter ou ser?

    Assim sendo, quando algum paciente pergunta o que é felicidade, o psicanalista responde que se trata de ser feliz e não de ter para ser feliz. É compreender e aceitar as nossas fobias e tratá-las. É não reprimir mais os nossos desejos, principalmente os sexuais, e aceitar o que somos. No entanto, com o cuidado e vontade de nos melhorarmos.

    Assim, podemos acreditar que a cura do corpo e da infelicidade está na cura da mente. Nesse contexto, portanto, a psicanálise tem um papel crucial. Trata-se da responsabilidade de nos mostrar o que é a felicidade e como praticá-la, aceitando as infelicidades que não poderemos mudar.

    Iremos morrer um dia, por exemplo. Isto é um fato. No entanto, não precisamos viver infelizes porque isto um dia irá acontecer. Enquanto não acontece, devemos aproveitar ao máximo a nossa vida, e se possível em prol do outro.

    É uma grande ilusão acharmos que podemos mudar tudo. O mundo, as regras de uma sociedade. Não podemos fazer com que o outro goste de nós. Além disso, maior ilusão ainda seria colocar a responsabilidade da nossa felicidade nas mãos dos outros. Por essa razão, o psicanalista ajuda o indivíduo a ser feliz sozinho.

    Conclusão

    A felicidade está em aceitar o que não podemos mudar. Isto não é dito por nós, mas sim por todos que trabalham na área da saúde mental e na psicanálise. A aceitação é o primeiro passo para deixar para traz a infelicidade.

    É impossível ser feliz o tempo todo. Isto seria alienação, loucura. Contudo, podemos sim buscar a felicidade. Isso por meio do nosso próprio conhecimento e da aceitação do que é imutável.

    Nesse contexto, ter tudo não é ser feliz. No entanto, ter o que precisamos e aceitar o que temos é verdadeiramente uma grande felicidade.

    Assim, seja feliz com o que você é e não por aquilo que você tem.

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