vida de Renato Russo

Quem foi Renato Russo: vida, obras e ideias

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Renato Russo é uma figura que parece eterna na memória cultural do Brasil. Nascido como Renato Manfredini Júnior em 27 de março de 1960, no Rio de Janeiro, ele se mudou para Brasília aos 13 anos.

Antes da fama, trabalhou como professor de inglês e locutor de rádio. Seus gostos eram ecléticos, variando de jazz aos Beatles. Mas quem realmente foi Renato Russo? Para entender, é necessário olhar além do estrelato.

Quem foi Renato Russo?

Renato Russo foi um ícone do rock brasileiro, conhecido principalmente como vocalista e letrista da banda Legião Urbana. Nascido Renato Manfredini Júnior em 27 de março de 1960, no Rio de Janeiro, ele se mudou para Brasília na adolescência. Foi lá onde mergulhou de cabeça na cena musical, inicialmente com a banda Aborto Elétrico, que posteriormente deu origem à Legião Urbana.

Mas Russo era mais do que um mero rockeiro. Ele era um letrista sensível e pensativo, cujas letras abordavam desde dilemas existenciais a críticas sociais afiadas. Seus versos, presentes em músicas como “Pais e Filhos”, “Que País É Esse?” e “Eduardo e Mônica”, serviram como o pano de fundo emocional para várias gerações de jovens brasileiros.

Apesar de sua morte prematura em 1996, aos 36 anos, devido a complicações relacionadas à AIDS, Renato Russo deixou um legado duradouro. Ele foi um artista que conseguiu transcender o cenário musical para se tornar uma espécie de porta-voz de um Brasil em transição, enfrentando questões de desigualdade, amor e identidade. Mesmo anos após sua morte, sua música e sua mensagem continuam vivas, celebradas e extremamente relevantes.

1. Período de provações

Aos 15 anos, Renato foi diagnosticado com epifisiólise, uma doença óssea. Esse período doloroso da vida forçou-o a uma cama por seis meses, limitando seus movimentos. Talvez seja clichê dizer, mas foi nessa fase que ele começou a se moldar como artista.

A necessidade de introspecção o levou a descartar o sobrenome Manfredini e adotar “Russo,” uma homenagem a figuras como Bertrand Russell e Jean-Jacques Rousseau.

2. Gênese musical

Após sua recuperação, em 1978, Renato Russo conheceu Fê Lemos e juntos formaram a banda Aborto Elétrico. Apesar de não ter durado muito, esse projeto foi a chama inicial para algo maior. Uma desavença entre Russo e Lemos pôs fim ao grupo, mas plantou a semente para a criação da Legião Urbana em 1982.

3. A legião que conquistou o Brasil

Composta inicialmente por Russo, Marcelo Bonfá e Eduardo Paraná (mais tarde substituído por Dado Villa-Lobos), a Legião Urbana não demorou a ganhar destaque. Suas músicas, como “Será,” “Que País é Este” e “Pais e Filhos,” se tornaram hinos de uma geração. O sucesso era inegável, mas Russo sempre soube que sua música tinha um propósito maior: questionar, emocionar e, acima de tudo, falar a verdade.

4. Vida pessoal e polêmicas

Renato Russo sempre foi uma figura envolta em mistério e contradições. Embora privado em muitos aspectos, ele não escondeu sua homossexualidade, algo bastante corajoso para a cena musical brasileira da época. Russo também foi aberto sobre seu diagnóstico de HIV, numa época em que o estigma em torno da doença era ainda mais acentuado.

Contudo, ele não era um livro aberto. Russo guardava sua vida pessoal a sete chaves, mantendo um certo ar de enigma que só intensificava o interesse do público. Foi um homem de poucos amigos próximos e de uma complexidade emocional que transbordava em suas letras.

Perto do final de sua vida, surgiram polêmicas, principalmente relativas ao seu consumo de drogas e álcool, algo que ele não escondeu em suas entrevistas e letras. Ele faleceu jovem, aos 36 anos, mas as circunstâncias de sua morte e vida continuam sendo objeto de fascínio e especulação. De qualquer forma, o que permanece indiscutível é o impacto duradouro que ele teve na música e na cultura brasileiras.

5. Morte e legado

A morte de Renato Russo, em 11 de outubro de 1996, foi como um soco no estômago da cultura brasileira. Ele lutava contra o HIV desde 1989, algo que jamais tornou público. As causas oficiais de sua morte incluíram complicações devido à aids.

A passagem de Russo não diminuiu sua influência. Filmes, álbuns tributos e exposições continuam a celebrar sua obra. Inclusive, investigações recentes sugerem que músicas inéditas podem estar escondidas, aguardando para serem descobertas.

O nome “Legião Urbana” foi alvo de disputas judiciais entre Giuliano Manfredini e os membros sobreviventes da banda, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. A justiça, no entanto, decidiu que o uso do nome pela banda estava legitimado.

Principais obras de Renato Russo

1. Pais e Filhos

“Quero colo! Vou fugir de casa
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo, tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três

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    Meu filho vai ter nome de santo
    Quero o nome mais bonito

    É preciso amar as pessoas
    Como se não houvesse amanhã
    Porque se você parar pra pensar
    Na verdade não há”

    2. Eduardo e Monica

    “Quem um dia irá dizer
    Que existe razão
    Nas coisas feitas pelo coração?
    E quem irá dizer
    Que não existe razão?

    Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
    Ficou deitado e viu que horas eram
    Enquanto Mônica tomava um conhaque
    No outro canto da cidade, como eles disseram”

    3. Tempo Perdido

    “Todos os dias quando acordo
    Não tenho mais o tempo que passou
    Mas tenho muito tempo
    Temos todo o tempo do mundo

    Todos os dias antes de dormir
    Lembro e esqueço como foi o dia
    Sempre em frente
    Não temos tempo a perder”

    4. Faroeste Caboclo

    “Não tinha medo o tal João de Santo Cristo
    Era o que todos diziam quando ele se perdeu
    Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda
    Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu

    Quando criança só pensava em ser bandido
    Ainda mais quando com um tiro de soldado o pai morreu
    Era o terror da cercania onde morava
    E na escola até o professor com ele aprendeu”

    5. Que País é Esse?

    “Nas favelas, no senado
    Sujeira pra todo lado
    Ninguém respeita a constituição
    Mas todos acreditam no futuro da nação

    Que país é esse? (4x)

    Nas favelas, no senado
    Sujeira pra todo lado
    Ninguém respeita a constituição
    Mas todos acreditam no futuro da nação

    Que país é esse? (4x)”

    Considerações Finais sobre Renato Russo

    Ninguém consegue entender completamente quem foi Renato Russo. Sua complexidade, que se reflete em sua música e sua vida, torna isso uma tarefa quase impossível. O que é indiscutível é o impacto que ele deixou, não apenas na música, mas na própria forma como a cultura brasileira entende a juventude, o amor e a revolta.

    Portanto, Renato Russo não é apenas um nome ou uma série de hits. Ele é um fenômeno que resiste ao tempo, ainda capaz de provocar emoções e reflexões profundas. Talvez esse seja o maior tributo que podemos dar a ele: continuar ouvindo, discutindo e sentindo as ressonâncias de sua obra.

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