O desenvolvimento infantil se mostra uma fase vital para a definição do crescimento de uma pessoa. Mesmo com acesso vasto a ferramentas de busca, muitos pais ainda não compreendem por completo alguns fenômenos dessa etapa inicial. Falaremos sobre isso ao explicarmos o que significa a síndrome de West, mergulhando em seus sintomas, causas e tratamentos disponíveis.
O que é síndrome de West?
A síndrome de West é uma forma rara de epilepsia que inicia logo nos primeiros meses de vida de uma pessoa. Assim, um bebê pode sofrer com espasmos involuntários que, de início, se confunde com ações comuns até mostrar gravidade. O fenômeno acontece no primeiro ano de vida da criança e a maioria dos casos se dão em pessoas do sexo masculino.
O surgimento acontece entre os 3 meses de idade a 1 ano, sendo o pico de surgimento ocorrente entre os 4 e 6 meses de vida. Sem conhecimento, muitos pais podem não conseguir identificar de imediato os sinais da síndrome. No entanto, conforme se dá o avanço dela, os espasmos e atrasos mentais se acentuam, limitando o modo de vida da criança.
A síndrome foi documentada primeiramente em 1841 pelo clínico geral W. J. West com base na sua própria experiência com o filho. De acordo com a carta “Uma forma peculiar de convulsões infantis”, West tentava esclarecer a forma rara de convulsão infantil. Embora ele mesmo não estivesse familiarizado com o problema, descreveu muito bem a natureza dele como conhecemos.
Causas
Os fatores que influenciam a síndrome de West necessitam de uma investigação ampla coordenada por um neuropediatra ou neurologista. Por meio de um encefalograma é possível encontrar as alterações físicas causadas pelos espasmos epilépticos.
Dessa forma, quanto mais precoce for a descoberta da síndrome e o seu diagnóstico, mais o tratamento mostrará eficácia, o que fará com que as sequelas na criança diminuam.
Em relação as possíveis causas em grupos sintomáticos, podemos citar:
- Má formação cerebral;
- Influências genéticas, como a síndrome de Down ou esclerose tuberosa;
- Infecções ocasionadas no sistema nervoso central;
- Erros naturais no metabolismo;
- Hemorragias intracranianas;
- Lesão hipóxico – isquêmica depois de um trauma fetal.
Por outro lado, há casos em que a ausência de sinais anteriores de lesão cerebral não contribui para a definição. Ou seja, não se encontra causas específicas tão claras, o que acontece em 40% dos casos.
Sintomas
Em relação aos sintomas, a síndrome de West já é mais esclarecida e notável mesmo aos inexperientes. Os mais claros a isso são:
- Espasmos epilépticos nas crianças pequenas;
- Hipsarritmia, doença que altera a atividade das células nervosas cerebrais;
- Desenvolvimento neuropsicomotor normal interrompido.
Em relação aos espasmos, esses costumam durar de 2 a 10 segundos, ocorrendo no início ou no despertar do sono. Além disso, eles podem se mostrar na flexão e/ou extensão das pernas, braços e queda da cabeça. Em geral são acompanhados de risos, choros, gritos e até perda da consciência.
À medida que os espasmos aumentam sem o diagnóstico adequado, há grandes chances de surgirem perdas no desenvolvimento da pessoa. Com isso, as capacidades que a criança já adquiriu regridem. Por causa disso que os pais precisam ficar atentos às crianças de 2 meses que não sustentam o pescoço, às de 4 meses que não rolam o tronco e às de 6 meses que não conseguem sentar.
Diagnóstico
Com relação ao diagnóstico da síndrome de West, ele acontece por meio dos relatos em relação aos sintomas que o bebê apresenta. Além isso, um encefalograma com hipsarritmia se mostra bastante útil ao diagnóstico, que já pode ser feito quando a criança tiver entre 3 meses e 1 ano de idade.
Nessa busca, se averígua se a criança tem também a Síndrome de Sandifer, a Mioclonia benigna do lactente, o Spasmus Nutans e Torcicolo paroxístico benigno da infância.
Atenção e cuidados precoces
Os pais precisam ter uma visão refinada a respeito do desenvolvimento do filho logo nos primeiros meses. É provável que uma criança possa desenvolver a síndrome de West e ter seus sintomas iniciais confundidos ou ignorados. Contudo, a prevenção do problema, principalmente das suas sequelas, acontece por meio de um diagnóstico precoce.
Os bebês que possuem movimentos fora do comum precisam de mais atenção e acompanhamento médico. No caso da síndrome, é observada a existência de movimentos repetitivos de flexão/extensão corporal causados pelos espasmos musculares.
Por exemplo, esticar os braços ou dobrar o tronco, permanecendo na posição por alguns instantes e retornar, repetindo a ação. Esse movimento pode indicar a existência do problema nos pequenos.
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Existe uma cura?
Infelizmente, até o momento, não foi encontrada uma cura para a síndrome de West. Porém, a aplicação correta do tratamento disponível possibilita um controle sobre as crises com o passar do tempo. Assim a qualidade de vida das crianças será a melhor possível e as sequelas não serão limitantes no seu desenvolvimento.
Vale dizer que, no momento em que movimentos estranhos forem percebidos e o problema for confirmado, o tratamento deve ser requerido.
Tratamentos
Em relação ao tratamento da síndrome de West, como dito acima, esse precisa ser imediato após a confirmação do problema. Comumente é receitado medicamentos como ACTH natural ou sintético e Vigabatrina que ajuda na epilepsia.
Infelizmente, o acesso ao ACTH é bastante dificultado no país, fazendo com que outros remédios sejam buscados. Por conta disso, outros corticosteróides orais são usados em substituição, como Prednisolona, Valproato de sódio, Lamotrigina e Topiramato. É importante lembrar que apenas um médico especializado vai indicar o melhor medicamento, sendo essencial seguir as orientações dadas por ele.
Ademais, a fisioterapia está inclusa no tratamento, bem como a fonoaudiologia e a terapia ocupacional. Eles podem ser ofertados dentro das clínicas de reabilitação ou até mesmo feitos em casa, visando o conforto do pequeno paciente.
Considerações finais sobre a síndrome de West
A observação sobre a síndrome de West revela que pequenos traços no comportamento infantil podem revelar falhas preocupantes nas crianças. Isso não significa que elas são imperfeitas, porém podem carregar limitações que as impeçam de aproveitar uma vida de plenitude. Não podemos esquecer que brincadeiras e o simples ato de interagir podem contribuir ativamente para o aprimoramento do crescimento dos menores.
De todo modo, além da observação no cotidiano, as consultas médicas regulares contribuem para o mapeamento da saúde das crianças. O pediatra não apenas acompanhará a sua evolução, mas também direcionará o pequeno a caminhos sadios e esperados. Da forma que pudermos, como adultos, precisamos contribuir para o pleno alcance da vivência da criança e da sua felicidade existencial.
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