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4 formas de Defesas do Ego para Freud

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Para abordar a respeito dos mecanismos de defesas do ego, é importante definir as instâncias psíquicas, aprofundando o conceito de “ego”, funcionamento e forma de atuar no inconsciente.

Pensando nos modelos de funcionamento do aparelho psíquico, Freud empregou a palavra “aparelho” para explicar uma organização psíquica dividida em sistemas.

Sistemas que compõem o aparelho psíquico

Esses sistemas possuem funções específicas, porém interligadas entre si, ocupando um lugar certo na mente.
Nesse modelo, o aparelho psíquico é composto por três sistemas (ZIMERMAN, 1999):

  • inconsciente
  • pré-consciente
  • consciente

O funcionamento dos componentes do sistema psíquico

Segundo o autor, o consciente tem maior parte das funções perceptivo-cognitivas-motoras do ego, como a percepção, pensamento, juízo crítico, atividade motora, etc.

O pré consciente está articulado com o consciente, funcionando como uma “barreira de contato”, uma espécie de peneira que filtra o que acessa o consciente.

Por último, a parte mais arcaica do aparelho psíquico, onde existem as pulsões, as fantasias psíquicas primárias ou originais seria o inconsciente.

A elaboração da Segunda Tópica

Além disso, nele existe um depósito de repressões secundárias as quais chegam a emergir de forma “camuflada” no consciente, por meio de sonhos e sintomas e voltam a ser reprimidas no inconsciente.

Freud resolveu elaborar uma Segunda Tópica, a fim de explicar melhor muitos fenômenos psíquicos, em especial aqueles que emergiam na prática clínica.

As diferenças da Primeira e Segunda Tópica

Na obra Além do princípio do prazer, estabeleceu de forma definitiva a sua clássica concepção do aparelho psíquico, conhecido como modelo estrutural ou dinâmico (ZIMERMAN, 1999).

A palavra “estrutura” traz a idéia de um conjunto de elementos que têm funções específicas que se articulam e influenciam-se reciprocamente, diferente da Primeira tópica. A Segunda Tópica é eminentemente ativa e dinâmica.

Freud em 1923 dividiu em três instâncias: o id, o ego e o superego

Segundo o autor, o Id é fundamentalmente constituído por pulsões. Sob o ponto de vista econômico é a um reservatório e uma fonte de energia psíquica. Do ponto de vista funcional, ele é regido pelo princípio do prazer.

Do ponto de vista da dinâmica psíquica, o id se relaciona com as funções do ego e com os objetos, tanto os da realidade exterior, como os introjetados, que estão habitando o superego.

A função do Ego

O Ego possui função mediadora, integradora e harmonizadora entre as pulsões do id. Ele tem raízes no inconsciente, mas não passa a existir de forma repentina.

O Ego, permanece entre consciente e inconsciente, alternando nossas necessidades primitivas e nossas crenças éticas e morais, regido pelo princípio da realidade.

Superego – o herdeiro do complexo de Édipo

Por último, o superego é entendido segundo o significado da famosa frase de Freud de que “o superego é o herdeiro do complexo de Édipo”. Isso significa que “ele está constituído pelo precipitado de introjeções e identificações que a criança faz com aspectos parciais dos pais, com suas proibições, exigências, ameaças,mandamentos, padrões de conduta e o tipo de relacionamento desses pais entre si” (ZIMERMAN, 1999, p.84).

Podemos entender o superego como parcialmente consciente, sendo a fonte dos sentimentos de culpa e medo de punição.

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    Mecanismos de defesas do ego

    Atribuindo ao ego a função mediadora, falaremos dos mecanismos utilizados para que seja possível exercer tal função. São os chamados “mecanismos de defesas do ego”.

    Em 1893, Freud mencionou pela primeira vez o termo Neuropsicoses de defesa, para descrever as formas de defesas do ego contra idéias e afetos dolorosos ou insuportáveis.

    A eliminação de coisas da mente pode trazer prejuízos graves

    Ele afirma que esse esforço voluntário para eliminar coisas da mente, por vezes, são apropriados por pessoas que permanecem saudáveis.

    Mas em outros casos, observou-se na prática clínica que trouxeram graves prejuízos, como reações patológicas que produziram ou a histeria, ou uma obsessão, ou psicose alucinatória.

    As fobias primárias

    Um exemplo disso seria a angústia liberada, cuja origem sexual não lembrada pelo paciente irá apoderar-se das fobias primárias comuns da espécie humana, relacionadas com animais, tempestades, escuridão e etc.

    O processo da defesa pode ser figurativamente representado como se a carga de excitação fosse extraída da representação a ser recalcada e fosse utilizada de outra maneira (FREUD, 1893).

    O recalcamento

    Anna Freud em o Ego e os Mecanismos de Defesa (1937) dá um exemplo de como o recalcamento (um dos mecanismos de defesas do ego) atua no inconsciente como um fator patológico na histeria e na neurose obsessiva.

    O ódio à mãe e a inveja do pênis são recalcados em primeiro lugar. Assim, o ego se preserva contra o retorno desse impulso, através de formações reativas.

    A autoproteção do ego

    Os impulsos agressivos associados ao ódio e os impulsos sexuais associados à inveja do pênis podem ser convertidos em sintomas corporais (histeria de conversão).

    Em outros casos, e ego se protege contra a reativação do conflito original, desenvolvendo uma fobia, evitando as ocasiões problemáticas (A. FREUD, 1937).

    As formas de defesa do ego

    Entre as defesas do ego, estão as 4 formas que a seguir detalhamos:

    1. A anulação: o sujeito invalida uma atitude ou um desejo que existia anteriormente. O pensamento geralmente é onipotente e não está relacionado com o real, como é o caso do sintoma presente nos transtornos obsessivos.
    2. A negação: está presente uma recusa do sujeito a aceitar a existência da situação de conflito, penosa demais para ser tolerada, causando de angústia.
    3. A sublimação: transforma a energia sexual inerente a impulsos primitivos ou inaceitáveis em objetos úteis, ou em arte.
    4. A repressão ou o recalque: é considerado um dos mecanismos de defesa mais comuns. Consiste em afastar do consciente (passando para o inconsciente) uma idéia penosa, um afeto, conflito, uma situação ameaçadora, causadora de angústia.

    Conclusão

    Os mecanismos de defesa do ego apresentados, seriam os mais comumente utilizados. De certa forma, todos são utilizados com um mesmo fim: proteger o ego do sentimento de angústia existente em lidar com os conflitos inconscientes, originais.

    Autora: Aline Aguiar (exclusivamente para o blog Psicanálise Clínica)

     

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