Para o latim, o termo a posteriori pertence ao domínio da lógica. Assim, esse termo costuma se referir ao raciocínio que funciona de trás para frente, partindo dos efeitos para as suas causas. Esse tipo de pensamento às vezes pode levar a conclusões falsas. O fato de o nascer do sol seguir o canto de um galo não significa necessariamente que o canto do galo faz o sol nascer.
A origem do termo nos transporta para os salões da filosofia, onde pensadores como Kant e Hume dissecaram sua essência para entender como adquirimos conhecimento e o papel que a experiência desempenha nesse processo.
Na essência, “a posteriori” refere-se àquilo que vem após, ou melhor, ao conhecimento que é adquirido mediante a experiência.
Ao final desta leitura, você não só compreenderá o termo com mais clareza, mas também estará apto a utilizá-lo com naturalidade. Vamos lá?
O significado de a posteriori
Você pode estar se perguntando o que é a posteriori. Esse é um termo aplicado ao conhecimento considerado verdadeiro com base na experiência, observação ou dados existentes. Nesse sentido, a posteriori descreve um conhecimento que requer evidências.
Esse termo é frequentemente aplicado a coisas que envolvem raciocínio indutivo, isto é, que usa instâncias específicas para chegar a um princípio ou lei geral (do efeito à causa). A expressão pode ser utilizada também como adjetivo, como em “conhecimento a posteriori”, ou como advérbio, como em “nós adquirimos conhecimento a posteriori através da experiência.”
Um sinônimo possível de a posteriori é “posteriormente”.
O que significa a priori
A frase latina “a priori” é usada em nossa língua para se referir ao que é anterior a algo. Em geral, a expressão é usada para nomear o conhecimento que é desenvolvido antes de se obter uma confirmação empírica.
Frequentemente, é feita uma distinção entre conhecimento a priori e conhecimento a posteriori.
Dessa forma, o conhecimento a priori está ligado ao universal, enquanto o conhecimento a posteriori está relacionado a algo particular, ou seja, que depende de uma verificação empírica.
De onde vem o termo posteriori
A definição de “a posteriori” na psicanálise foi redefinida e resgatada por Lacan. Para ele, “a posteriori” significa que tudo que o indivíduo vive já se estabelece no aparelho psíquico. Por isso, esses acontecimentos terão uma relevância para o indivíduo quando o mesmo atingir a maturidade.
Por sua vez, o escritor psicanalista Kusnetzoff em seu livro (1982) faz uma definição sobre a posteriori. Segundo ele, o relacionamento é como um aparelho psíquico, onde seu rendimento só será mostrado quando estiver acabado.
A Posteriori para Freud
“A posteriori” é um termo muito utilizado por Sigmund Freud, o pai da psicanálise, para designar uma concepção de tempo e causa em relação a acontecimentos e alterações psíquicas.
Freud afirma que nossas experiências e impressões são modeladas e remodeladas conforme nossas experiências novas surgem, dando assim acesso para certo desenvolvimento.
Diferença entre A priori e A Posteriori
O conhecimento a posteriori é baseado na experiência ou na observação. Desse modo, ele precisa de uma análise que depende da experiência vivida por uma pessoa.
Por sua vez, o conhecimento a priori não precisa de experiência. Com ou sem dados que comprovem o que está sendo dito, a argumentação a priori é justificável. Por exemplo, alguém pode defender que “todos os solteiros podem ser considerados não casados”.
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Essa é uma afirmação que não precisa de estudos mais aprofundados. Afinal de contas, sabe-se que as pessoas que estão solteiras são pessoas não casadas.
5 exemplos de a posteriori
Para saber como usar o termo a posteriori em uma frase, leia os exemplos que sugerimos e tente criar uma frase.
- No entanto, Guillermo rejeitou as evidências a posteriori para provar a existência de Deus.
- Esses julgamentos aumentam o conhecimento, pois incorporam novos conhecimentos sobre o assunto, mas são a posteriori, pois é necessário ir à experiência para conhecer sua verdade.
- A existência de Deus é sustentada por Alberto e Aquino como sendo dominada pela razão; mas aqui novamente eles rejeitam o argumento ontológico de Anselmo, e se restringem à prova a posteriori, elevando-se à maneira de Aristóteles daquilo que é anterior para nós àquilo que é anterior por natureza ou em si mesmo.
- O conhecimento de que “nem todos os cisnes são brancos” é um caso de conhecimento a posteriori, já que a observação dos cisnes negros era necessária para afirmar o que estava estabelecido. Os julgamentos a posteriori são verificados com recurso à experiência, são julgamentos empíricos, referem-se a factos.
- Esse tipo de prova foi denominado argumento a posteriori.
4 exemplos de a priori
- O juiz não deve julgar o caso a priori até que a causa seja conhecida.
- Sem conhecer as pessoas, você não deve julgar a priori.
- A decisão analisada não conduz, a priori, a problemas.
- “O planeta Terra é maior que cada um dos seus continentes” é analítico a priori, pois não se baseia na experiência, mas constitui uma verdade necessária e universal.
A priori e a posteriori na Filosofia
Duas formas de conhecimento
Os pensadores da Antiguidade, como Aristóteles, e os estudiosos da Idade Média, nos ensinam que temos dois jeitos principais de aprender coisas novas: usando nossa capacidade de pensar e por meio do que vivenciamos.
Quando usamos a cabeça para chegar a uma conclusão sem precisar ver ou tocar algo, isso é conhecimento que vem antes da experiência, chamado de ‘a priori’.
Já quando aprendemos algo observando e vivendo situações reais, isso é conhecimento que vem depois da experiência, ou ‘a posteriori’.
A priori e A posteriori para Kant
O filósofo Immanuel Kant (1724 – 1804) fez com que houvesse novas normas e critérios que definissem melhor o saber científico. Dessa forma, ele estabeleceu diferentes distinções para as categorias de julgamento. Kant definiu que, no caso “a priori”, nenhuma informação (por exemplo, alguma aula de matemática sobre medidas ou retas) poderiam fornecer uma base para a experiência.
No caso “a posteriori”, Kant dizia que a falsidade ou a verdade devem ser a base para a experiência. Nesse caso, é possível dizer por exemplo que alguns pássaros são azuis. O filósofo com sua análise conseguiu alcançar um objetivo duplo. Por outro lado, ele conseguiu estabelecer um critério para lidar com uma linguagem científica.
O critério que foi criado por ele era muito rigoroso. Os julgamentos que não podiam ser considerados a priori (que não podem dar uma base para a experiência) não seriam aceitos do ponto de vista científico. Dessa forma, ele decidiu integrar e relacionar duas correntes, que conforme suas tradições, são irreconciliáveis, sendo essas o racionalismo e empirismo.
Considerações Finais
Como pudemos ver nesse artigo, para se utilizar o termo a posteriori é preciso ter adquirido conhecimento. Isso porque nada pode ser comprovado sem experiência ou observação.
Em todos as escolas possuem matérias como Ciências, Física e Biologia. Essas matérias são grandes exemplos sobre o conhecimento a posteriori, pois, quando vamos estudá-las, temos acesso a uma série de explicações e conceitos. Assim sendo, temos a prova de que cientistas, físicos ou biólogos, fizeram diversos estudos para chegar àquela conclusão. Dessa forma, eles garantiram que a sua opinião seria difícil de ser contrariada.
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