Prós e contras da aceitação segundo a Psicanálise

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A aceitação é um tópico de muita relevância sempre. Quem nunca sentiu a necessidade se sentir aceito independente de qualquer coisa? No entanto, será que você devolve a mesma empatia no que diz respeito a aceitar o jeito de alguém ser? Trata-se de algo relamente complicado de fazer e exigir.

Nesse artigo, vamos trazer a definição, além do conceito de aceitação, para que entendamos um pouco sobre o assunto mais a fundo. Ademais, daremos algumas dicas para você que quer descobrir como conseguir se aceitar e como vencer a falsa aceitação. Com isso, nós esperamos te ajudar a se aprofundar nessa questão tão importante.

A aceitação segundo o dicionário

Antes de aprofundar a discussão, vamos começar esse post com a definição que o dicionário nos traz sobre aceitação:

  • um substantivo feminino;
  • a ação de aceitar o que lhe é ofertado;
  • o ato pelo qual se aceita, ou seja, derivação de uma ação;
  • a manifestação de aprovação;
  • a tendência para ser receptível;
  • resignação.

Para enriquecê-lo com mais cultura, saiba que essa palavra é de origem latina. Seu original é acceptatio.onis. Entre seus sinônimos, vemos: aprovação, consentimento, anuência, resignação.

Conceito de aceitação

Agora que já sabemos bem o que a plavra significa, bem como sua origem, passemos para o conceito geral de aceitação. Ele faz referência à ação e ao efeito de aceitar. Como verbo, significa aprovar, dar por certo, consentir ou receber algo de forma voluntária e sem se opor.

Além disso, pode ser usada como sinónimo de acepção. Mas ela também pode assumir significado diferente dependendo do contexto inserido. Por exemplo, no âmbito do direito, a aceitação é o ato em que se assume uma ordem de pagamento.

Por outro lado, a aceitação de herança é o ato em que o herdeiro manifesta a sua vontade de aceitar a herança. Dessa forma ele assume os direitos, os bens e os encargos da mesma.

Porém, independente das variações, a aceitação está bastante associada à psicologia e à autoajuda. Ou seja, é o fato de uma pessoa ter de aprender a viver com os seus erros, aceitar o seu passado. A partir disso, a pessoa poderá encarar o futuro com uma nova perspectiva e aproveitar as oportunidades que virão. Ademais, também se pode dirigir a outras pessoas, afinal, precisamos aceitar os outros.

Trata-se de aceitar os erros e aprender a conviver. Dessa forma, precisamos também aceitar a realidade e embarcar em uma jornada de autoaceitação.

A autoaceitação e a aceitação da realidade

A autoaceitação tem sido o grande tópico de discussão atualmente. Isso se dá pela necessidade de aprendermos a nos amar. Chegamos em um ponto em que somos bombardeados por informações a cada segundo.

Muitas dessas informações são sobre a “vida perfeita” das pessoas que nem conhecemos. Reparando nelas, nós acabamos nos comparando. Sempre achamos que não somos bons o suficiente. Vivemos em uma busca de sermos o que o outro é. Porém nos frustramos, uma vez que não há como viver a vida do outro.

Nós somos seres únicos. Vivemos experiências únicas desde o nascimento. Até mesmo irmãos não vivenciam a mesma experiência. E, conforme a psicanálise nos mostra, essas experiências moldam nossa personalidade. Ou seja, nunca seremos iguais a ninguém.

Dessa forma, é imprescindível que aprendamos a aceitação quem somos. Isso não significa que não mudaremos, caso precisamos. Não é ficar acomodado, mas nos entendermos. É olhar para gente com carinho e compreender nossos comportamentos. Ou seja, é aceitar a nós e a realidade em si.

Afinal, infelizmente, o mundo não é como queremos. Se ficarmos pensando só no que não temos, nós nunca chegaremos a lugar algum. Viver sem se aceitar e sem aceitar nossa realidade é viver em angustia e desespero.

Porém, a aceitação não é algo simples e fácil. É necessário força de vontade. Isso se dá, pois, como dissemos, somos bombardeados com “vidas perfeitas”. Por isso, é difícil sair dessa espiral sufocante em que nada é bom o suficiente. Assim sendo, olhar para dentro sem ódio e extrema cobrança é uma jornada que leva algum tempo.

Nesse contexto, uma das formas de alcançar a aceitação é a terapia. É disso que vamos falar a seguir.

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    Terapia

    A falta de aceitação está estritamente ligada a questão do autojulgamento. Dessa forma, parar de julgar a si mesmo pode ser bem complicado. Isso porque existem pensamentos automáticos que invadem nossa mente quando nos comparamos a algo ou alguém. Felizmente, existem diversas terapias que podem ajudar a lidar com esses pensamentos:

    Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

    Essa é uma das abordagens mais usadas nos problemas relacionados aos pensamentos automáticos. Ela ajuda a lidar com crenças ruins que temos cristalizadas dentro de nós.

    Terapia Racional Emotiva Comportamental (TREC)

    Essa também é uma teoria cognitiva. De acordo com essa perspectiva, as emoções não são resultantes dos eventos em si, mas sim dos pensamentos do indivíduo sobre esses eventos.

    Dessa forma, se uma pessoa tem um conceito negativo sobre uma ação, e praticá-la, pensará que fez algo ruim. Em casos como esse, a TREC ajuda o paciente a mudar seus pensamentos em relação aos eventos. Consequentemente, ela muda a forma como se sente nessas situações.

    Não se trata de uma mudança no sentido de achar que algo ruim é bom, mas que objetiva tornar o indivíduo mais compreensivo.

    Terapia de aceitação e Compromisso (ACT)

    Essa é a terapia que se baseia em dois processos:

    • Aceitação: estar disponível para lidar com a vida e as adversidades da maneira que elas se apresentam;
    • Comprometimento: manter ou mudar comportamentos sendo guiado por valores.

    Para conseguir a aceitação, essa terapia utiliza técnicas como mindfulness (que também é usado na TREC). Essa técnica consiste em uma atenção plena para o momento presente, sem julgamentos.

    Isso é feito promovendo a defusão cognitiva, que separa a cognição da experiência. Dessa forma, é possível reduzir os efeitos do pensamento nas emoções. Ou seja, quando há aceitação, gera-se uma disponibilidade para encarar as coisas como elas são, entre outras maneiras positivas de encarar a vida.

    O lado ruim da aceitação

    Mas como assim “lado ruim de aceitação”? Como dissemos, a aceitação é um termo amplo. Dessa forma, não está condicionado só as coisas boas, como se amar. Por exemplo, podemos ficar nossa vida aceitando migalhas. Essa migalha pode ser de amor, de atenção, ou qualquer outra coisa que seja menos do que merecemos em qualquer tipo de relacionamento.

    Essa situação tem muito a ver com o comodismo em que achamos que está tudo bem sempre. Mesmo que algo nos faça mal, não lutamos para mudar, seja uma situação, seja um relacionamento.

    Esse tipo de aceitação é muito perigosa e devemos lutar contra ela. Só assim nós mudaremos realmente e conseguiremos ser felizes.

    Conclusão

    A aceitação é algo necessário para vivermos na realidade e conseguirmos melhorar. A partir desse estado, é possível sair da posição de vítima e reconhecer nossas qualidades e defeitos de maneira racional. Além disso, é preciso cuidado em relação a como nos posicionamos em relação ao que nos é dado. Merecemos ser felizes e devemos lutar por isso.

    Como vimos, a terapia pode nos ajudar a entender a nós mesmos e como nos posicionarmos no que tange a aceitação. Assim sendo, se você tem interesse sobre esse assunto, inscreva-se no nosso curso de Psicanálise Clínica. Ele é 100% online 1e vai te ajudar muito tanto a nível pessoal quando profissionalmente, uma vez que após a conclusão recebe-se um certificado para clinicar. Não deixe de conferir essa oportunidade de formação alternativa!

    One thought on “Prós e contras da aceitação segundo a Psicanálise

    1. Boa noite.
      Gostei do artigo e fico me perguntando. Porque as pessoas, se sabem que precisam aceitar para mudar uma condição ruim em suas vidas (e que pode impactar a vida de outras pessoas), mesmo assim, não aceitam? Seria preguiça? Falta de vontade? Zona de conforto? Me ajudem por favor.

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