amor nas relações

Amor nas relações e determinismo cromossômico à afetividade

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Hoje falaremos sobre o amor nas relações. Na biologia estudamos que a definição do que chamamos de sexo origina-se pelo determinismo dos cromossomos sexuais. Nos estudos da área de genética, biologia e neurociência muito se busca há muitos e muitos anos identificar, comparar e justificar padrões de comportamentos dos indivíduos e com isso determinar o que é ser homem e o que é ser mulher.

Entendendo sobre o amor nas relações

Há que se observar dada a evolução de pensamento, ciência e filosofias em geral, bem como os estudos antropológicos em torno da evolução do homem, enquanto espécie e não sexo, que tais constatações não se tornam suficientes quando falamos de consciência, sentimentos, emoções e identificação de gênero por exemplo.

Temas esses tão debatidos merecidamente nos tempos atuais. Uma vez que muitos estudos científicos e de grande valia se restringem à informação genética e neurofuncionais. Durante milhares de anos esses estudos têm nos fascinado na medida que “explica” o que / por que somos diferentes, homens e mulheres.

A ponte entre o determinismo cromossômico à afetividade e o amor nas relações

Contudo, em muitos estudos não são consideradas interpretações de cunho mental, no sentido mais amplo da visão assim como temos aprendido nos estudos da psicanálise. Não é à toa que Freud dedicou tanto tempo de sua vida profissional em estudar a sexualidade e desenvolveu a então Teoria da Sexualidade que encara nesta, a raiz principal de todas as neuroses.

O ambiente em que estamos inseridos, o conteúdo empírico recebido de nossos pais, que contribuem para a construção do nosso imperativo moral, o Superego, olhando à luz da segunda tópica freudiana. Freud nos apresenta o Superego, um segmento que é em parte inconsciente e em parte consciente. Esse operador funciona como um juiz interno de nossas ações, respondendo sobre o “certo” ou “errado” dentro de nós.

Baliza e alimenta o nosso Ego, que é o grande conciliador e ferrenho lutador entre o princípio da realidade e do prazer (Id). O olhar para toda essa estrutura considerando as diferenças determinísticas dos cromossomos versus aquilo que o sujeito sente, pensa e se relaciona é a grande questão talvez.

O biológico

Vale ressaltar ainda que tal determinismo que define como “homens e mulheres são” ou deveriam ser e agir, não se limita ao biológico.

Há estudos diversos que mostram no campo das ciências sociais que também apontam uma visão determinística para a construção social de comportamentos e cognição, sem levar em consideração, não apenas os elementos biológicos, mas a soma dos efeitos ambientais, sociais e psíquicos.

No meio de tudo isso, temos um elemento interessante que nem sempre será possível racionalizá-lo, o amor, o afeto e a afetividade.

Freud e o amor nas relações

Para Freud (1916-17/1976), o texto a seguir se trata de um entendimento e não de uma citação em ipsi literis dos escritos do autor: “o afeto é um processo em ato e em movimento que resulta em um aumento da tensão psíquica, no percurso da tensão dentro do psiquismo, uma forma de descarregá-la para o interior do corpo.

Esta percepção da descarga perpassa as sensações ligadas à matriz prazer-desprazer. Isso afeta o modo como o indivíduo percebe e entende o que lhe acontece, percebe o que foi liberado ou descarregado e consequentemente absorve esse conhecimento em sua rede de representações presentes no psiquismo.

Tais percepções podem ser compreendidas tanto pelo olhar da primeira tópica freudiana (pré-consciente, consciente e inconsciente) como pela segunda tópica (id, ego e superego). O afeto é uma grande variação psíquica e corporal, gerando movimentos reflexivos ou responsivos. Tenha o indivíduo consciência de suas causas ou não.

A interpretação dos sonhos

Freud em seus estudos sobre a “Interpretação dos Sonhos” (1900) ilustra e configura uma forma da psique livre da censura onírica de representar seus desejos, prazeres e desprazeres.

A sufocação do Id (inconsciente) é pertinente, uma vez que tais manifestações de um desejo específico podem ser danosas a alguém ou ao próprio sujeito. Contudo, ao ser reprimido, gera o desprazer. Se tal mecanismo não for analisado e cuidado, gerará sintomas ainda mais penosos, como aflições e angústias mais profundas.

Entretanto, o mais interessante é que, com ou sem consciência, com ou sem sintomas mais densos ou até superficiais, o indivíduo sente e percebe o afeto. E esse elemento é relevante para ele, na verdade, para todos.

Conclusão

Saindo da esfera de como esse afeto se produz na psique e suas relações com as diferentes estruturas psíquicas e caminhando para um dos resultados da geração e nutrição desse afeto, temos os sentimentos, o sentir em essência. Voltando à temática do determinismo cromossômico e sua ponte com a afetividade, encontramos um duelo entre o que é e o que é percebido que seja.

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    Reduzir a visão homem e mulher pelo elemento biológico é desconsiderar tantos outros elementos evolutivos, conscientes, inconscientes, sociais e culturais que se definem em conjunto não separadamente suas características.

    Me deparo refletindo sobre questões como essas, absolutas e relativas ao mesmo tempo. Questões que trazem uma certeza particular de que é preciso um olhar para o indivíduo de forma holística, sabendo que “holos”, palavra grega, representa “o todo”. É preciso entender suas variações, evoluções e sentimentos de maneira conjunta, sem preconceitos nem arrogância intelectual. Esta é uma via saudável e mais próxima da complexidade do ser, ser quem ele é e entender um pouco mais sobre isso.

    Este texto foi escrito por Vanessa Rocha, Psicanalista, Terapeuta Integrativa e Holística com registro ABRATH, Mestre em Reiki Usui Tibetano, anteriormente Gestora de negócios com MBA na Fundação Getúlio Vargas (FGV), certificação internacional em gestão de projetos (PMP), co-autora do livro “Mulheres no seguro”, bilíngue, Bacharel em Ciências Contábeis. Instagram: @vanrocha_reikimaster. Site: www.vanrocha.com.br.

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