Você sabe o que significa anti racista? Pois, nos dias atuais o termo tem ganhado mais espaço. Então, confira nosso artigo para saber mais!

Anti racista: significado, princípios e exemplos

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Você sabe o que significa ser anti racista? Pois, nos dias atuais essa expressão tem ganhado cada vez mais espaço.

Por isso, nesse artigo, nós falaremos do significado e princípios. Então, confira também os exemplos que trouxemos sobre o anti racismo!

Qual é o significado de anti racista?

Segundo o Dicio, antirracista é a pessoa partidária do antirracismo. Ou seja, aqueles que são de uma ideologia contrária ao racismo. Assim, que se opõem a qualquer prática racista que envolve a discriminação e a segregação racial.

Dessa forma, ser anti racista depende da ação de cada pessoa. E isso, independente da sua raça ou etnia. Pois, o principal objetivo é desenvolver uma sociedade mais justa e igualitária.

O que é racismo estrutural?

O racismo estrutural é um sistema de desigualdade que privilegia pessoas brancas e discrimina pessoas negras. Ele se manifesta de diversas formas, como na desigualdade de oportunidades, na discriminação no mercado de trabalho e na violência policial.

No Brasil, o racismo estrutural tem raízes profundas na história da escravidão. A abolição da escravidão em 1888 não significou o fim da discriminação contra os negros. Pelo contrário, o racismo continuou a se manifestar de diversas formas, perpetuando a desigualdade racial no Brasil.

Alguns exemplos de racismo estrutural na sociedade brasileira incluem:

  • Desigualdade de oportunidades: Pessoas negras têm menos acesso à educação de qualidade, à saúde, à moradia e a outros recursos essenciais.
  • Discriminação no mercado de trabalho: Pessoas negras têm menos chances de conseguir um emprego, são remuneradas menos que pessoas brancas e têm mais chances de serem demitidas.
  • Violência policial: Pessoas negras são mais propensas a serem vítimas de violência policial, incluindo assassinatos.

Anti racista: princípios

Escravidão

Ainda hoje, os casos de discriminação racial marcam sociedades em todo o mundo. Isso porque, o racismo promove ações de rebaixamento e humilhação de pessoas negras. Pois, a cor da pele é o principal motivador das violências diárias enfrentados pelos afrodescentes.

Nesse sentido, a base para todo esse racismo parte da escravização dos diversos povos africanos. Assim, usados como objetos, muitos foram retirados à força de suas terras, através de navios negreiros, e enviados para diferentes países.

Desse modo, o Brasil foi o que mais recebeu os africanos. E também o país em que a escravidão durou mais tempo. Pois, passamos por quase de 400 anos nesse sistema desumano. Assim, mesmo com a abolição da escravatura em 1888, até hoje há marcas estruturais da escravidão.

Contudo, não significa que a população negra não tenha se rebelado. Muito pelo contrário, por isso o assunto se faz necessário, devido aos diversos grupos de resistência que lutam contra a violência e a opressão.

Angela Davis e sua ideia de anti racista

Nesse sentido, os Estados Unidos também foi o destino de milhares de escravizados. Assim, um dos principais nomes na luta pela igualdade racial é Angela Davis.

Então, essa mulher negra, foi integrante do grupo Panteras Negras, que na década de 1960 começou uma luta armada contra a violência racial promovida pelo Estado.

Sendo assim, é de Angela Davis a expressão “Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista.” Suas obras trazem diversos ensinamentos sobre a história dos povos negros. Pois, ela é professora e filósofa e pesquisadora de estudos sobre as questões raciais.

Inclusive, com suas ideias sobre o feminismo negro e a ideia da interseccionalidade. Pois, para ela, a sociedade precisa considerar as diferenças de gênero, raça e classe.

Além disso, não foi à toa que em sua última visita ao Brasil, em 2019, Davis discursou que A liberdade é uma luta constante.

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Movimento anti racista Vidas Negras Importam

Sendo assim, outro forte princípio da luta anti racista é o Black Lives Matter. Pois, o movimento traduzido como Vidas negras importam, ganhou grande notoriedade mundial.

Sua origem foi em 2013, quando um policial branco foi absolvido por assassinar o jovem negro Trayvon Martin.

Assim, começam os protestos contra a violência policial contra negros nos Estados Unidos. Logo, com a #BlackLivesMatter passaram a divulgar na internet a violência e abusos.

Dessa forma, chamam a atenção para o genocídio negro, em especial em casos como o de Marielle FrancoGeorge Floyd e tantos outros.

Pequeno manual antirracista, de Djamila Ribeiro

Portanto, para exemplificar como ser anti racista, traremos as principais ideias de Djamila Ribeiro. Isso porque ela é filósofa e pesquisadora de assuntos referentes à comunidade negra no Brasil.

Ser antirracista pode ser desafiador, pois exige que as pessoas confrontem suas próprias crenças e preconceitos.

É importante estar preparado para lidar com a resistência de pessoas que não querem enfrentar o racismo.

Alguns desafios de ser antirracista incluem:

  • Reconhecer o privilégio: Pessoas brancas precisam reconhecer que são privilegiadas pela sociedade racista. Isso pode ser difícil, pois muitas pessoas brancas não percebem que são beneficiadas pelo racismo.
  • Enfrentar o preconceito: Pessoas brancas precisam estar preparadas para enfrentar o preconceito de outras pessoas brancas. Isso pode ser desconfortável e até mesmo perigoso.
  • Ser persistente: Combater o racismo é um processo longo e difícil. É importante ser persistente e não desistir.

Dessa forma, em seu livro Pequeno manual antirracista, Djamila mostra 10 lições práticas para sermos antirracistas. Confira!

1. Informe-se sobre o racismo

No Brasil há uma negação de que o racismo existe. Pois, a narrativa ensinada ao longo dos séculos é sobre uma falsa ideia de harmonia racial. Por isso, é preciso entender sobre os reais processos de escravização.

2. Enxergue a negritude

Nesta lição, Djamila chama a atenção para os estereótipos. Ou seja, todas as ideias disseminadas sobre os negros. Assim, como a ideia de que todos os negros são traficantes, por exemplo. Por isso, é preciso enxergar a negritude livre de preconceitos.

3. Reconheça os privilégios da branquitude

Nesse sentido, pessoas brancas precisam entender que são sim privilegiadas. Isso porque elas têm acesso e condições melhores de vida. Afinal, é só perceber a quantidade de pessoas negras à sua volta e nos locais que você frequenta. E ainda, que posição de serviço que elas ocupam.

4. Perceba o racismo internalizado em você

Dizer que “eu até tenho amigos negros” não te faz ser anti racista. Pois, muitas vezes o racismo acontece de forma velada. Ou seja, não acontece apenas por meio de violência. Mas, pela ausência de pessoas negras em diferentes ambientes.

5. Apoie políticas educacionais afirmativas

É por isso que as cotas são tão importantes. Pois, esse é um debate sobre oportunidades e não sobre capacidade. Nesse sentido, é preciso comprender que pessoas negras não têm o mesmo acesso à educação de qualidade.

Logo, elas não alcançam vagas em universidades de prestígio e não conquistam cargos melhores. Ou seja, é um ciclo sem fim que mantém as mesmas pessoas em melhores condições sociais.

6. Transforme seu ambiente de trabalho

Por isso, é preciso sair da ideia do “negro único”. Ainda mais com pessoas na área de limpeza e segurança. Então, ofereça mais oportunidades de emprego às pessoas negras. Assim, como cargos de liderença.

7. Leia autores negros e seja anti racista

Para conhecer diferentes perspectivas da História e condições dos negros, é preciso ir direto à fonte. Nesse sentido, é preciso expandir os saberes.

No campo da Psicologia, por exemplo, tem o livro Tornar-se negro, de Neusa Santos Souza, em que a autora debate os efeitos psíquicos do racismo na identidade dos negros.

8. Questione a cultura que você consome

Ademais, ao ver um filme, novela ou série é preciso se atentar se:

  • há ausência de pessoas negras no elenco e produção;
  • se quando elas aparecem, estão esterotipadas. Ou seja, sempre aparecem como empregadas domésticas, bêbados ou expondo seus “corpos exóticos”.

9. Conheça seus desejos e afetos

É por isso que é preciso perceber com que tipo de pessoa você se relaciona. Pois, muitas pessoas só se relacionam com mulheres negras por conta das curvas. Contudo, não assumem um relacionamento sério. Não é à toa que as mulheres negras são as que menos se casam no Brasil.

10. Combata a violência racial

Por fim, assim como o movimento Vidas Negras Importam, é preciso participar de ações que visam o fim da violência racial. Portanto, Djamila chama a atenção para cobrar dos políticos ações mais igualitárias. Ademais, participar de mobilizações à favor dos direitos dos negros.

Considerações finais sobre anti racista

Neste artigo, trouxemos diversas dicas para se tornar uma pessoa antiracista. Desse modo, é preciso sair da inércia e deixar de fingir que os problemas raciais não existem. Pois, somente com a consciência da sociedade é que podemos lutar contra o racismo estrutural.

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