Carl Jung tinha uma visão bem esquematizada em relação a sociedade. Segundo ele, havia uma padrão de comportamento que unifica as percepções em torno de um objeto ou indivíduo. Abrangendo o seu trabalho, descubra o significado de arquétipos criado por Jung em direção à Psicanálise.
O que é arquétipo?
De acordo com Jung, arquétipos são modelos que idealizamos para dar algum valor momentâneo ou não a alguém. Fazemos associações com padrões pré-estabelecidos em nossas mentes com base em experiências do passado. Em suma, são nomeações que fazemos para identificar uma pessoa.
Como dito acima, esse processo depende diretamente das associações que fazemos com a nossa memória. Ao encontrarmos uma pessoa, animal ou determinado objeto, levantamos uma ficha com base em seu comportamento. A forma como se comunica, se comporta e pensa faz com que resgatemos imagens pré-concebidas em nossa mente.
Cabe ressaltar que tudo acontece de acordo com a cultura à qual o indivíduo está inserido. Dessa forma, as associações que um brasileiro faz podem ser bem diferentes das que um indiano constrói. Ainda assim, existem arquétipos que são universais e estão ao alcance de todos, como a idealização do amor.
A nossa linguagem
Como sabe, a nossa linguagem não é feita unicamente de maneira verbal. A forma como nós falamos, o tom, a intenção e os gestos proporcionam um julgamento automático a quem observa. É como se houvesse uma central em nosso cérebro que traduzisse de forma continuada as impressões que são captadas no mundo externo.
Com base nisso, procuramos fazer um resgate em nossas mentes a fim de traduzir essas impressões de forma precisa. A ideia é estudar a pessoa, de forma a identificarmos confiança nela e em suas atitudes. Se a mesma corresponde a um padrão que guardamos dentro de nós, fica mais suscetível entender a sua natureza.
Isso fica melhor evidente quando pensamos na forma como nos relacionamos com alguém. É bastante comum que se faça associações inconscientes com outras pessoas ou conceitos aos quais nos identificamos. Por exemplo, o namorado ideal deve remeter às características de um pai idealizado em nossas mentes.
Os animais
Sem querer, acabamos criando arquétipos baseados na figura dos animais que conhecemos em nosso cotidiano. A ideia é dar um significado a eles de forma a refletir em nossa própria vida. Com isso, a construção dos arquétipos dão um melhor sentido para que possamos interagir com tais figuras.
A exemplo, temos a figura do leão. Ainda que não o conheçamos de perto, o vemos como dominante, forte e majestoso. Justamente por isso, muitas pessoas o escolhem como “espírito animal“, já que atribuem essas características imaginadas a si mesmo. Dessa forma, eles também podem se sentirem confiantes, fortes e imponentes.
Essa associação é tão fortalecida que se constrói um imaginário popular mesmo naqueles que não se aprofundam na ideia. Os signos, por exemplo, são difundidos de forma facilitada porque fazem parte de nossa cultura popular. Assim, quem é do signo de leão, acredita que tem personalidade forte, é chamativo, imponente e até temido.
Exemplos de arquétipos
Mesmo que a concepção de arquétipos seja um pouco complicada, a exemplificação é bastante acessível. Nossa vida comum é o maior exemplo que temos, garantindo figuras comuns que representam a nossa idealização máxima. Por exemplo:
A mãe
Quando se pensa na figura de uma mãe, imaginamos uma mulher bondosa, protetiva e centralizada. A mesma é a responsável por nossa educação e crescimento, proporcionando os subsídios necessários que uma criança necessita. Dessa forma, quando presenciamos um ataque de uma mãe ao próprio filho, acabamos nos chocando.
O herói
Quando pensamos no herói, enxergamos aquela pessoa altruísta, que ajuda os outros como pode e acima de tudo. Tem força, determinação e capacidade da fazer o impossível. Assim que trazemos essa concepção ao mundo real, pensamos em bombeiros, policiais, médicos e professores. Eles enfrentam desafios a fim de fazerem o impossível.
São Jorge
A figura de um guerreiro condensa aquele que enfrenta desafios enquanto constrói a própria jornada, virando referência. Dessa forma, muitos pensam em São Jorge e na batalha dele contra o dragão, este que simboliza o medo e as dificuldades.
Olhos que se enxergam
Os arquétipos protegem a ideia de que olhamos para alguém e construímos uma análise pré-estabelecida sobre essa pessoa. Entretanto, o caminho inverso também acontece. Assim, ao mesmo tempo em que analisamos o outro, este também nos analisa. Isso permite que ele construa um conceito sobre nós, sobre nossa forma de agir e pensar.
Podemos observar isso na relação que os países nutrem com os arquétipos que eles mesmos constroem, como:
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EUA
Os EUA adotaram a figura da águia para representar o seu modo de agir e pensar. Assim como ela, eles se enxergam livres, precisos, destemidos quando encontram um alvo. Por outro lado, também podem ser vistos como predadores.
Austrália
A Austrália adotou a figura do animal mais famoso de suas terras, o canguru . Isso fica bastante evidente na forma dela se comportar nos conflitos mundiais, já que a sua participação em brigas é mínima.
Brasil
Curiosamente, o Brasil não utiliza o seu arquétipo natural, a onça. Dada à forma como se comporta em questões mundiais, o mesmo acaba sendo lembrado pelo tatu, que se esconde. Em dados momentos, se vale da figura do papagaio, repetindo tudo o que lhe é dito.
Comentários finais sobre os arquétipos de Jung e na Psicanálise
A nossa construção social se vale diretamente das imagens que criamos em nossas mentes. Essas figuras servem para fazermos associações com aquilo que acreditamos com base em nosso histórico. Resumidamente, isso nos permite criar uma concepção a respeito da natureza de algo ou alguém a fim de o analisarmos.
É esse o papel dos arquétipos: promover identificações a respeito do nosso imaginário universal. Cabe ressaltar novamente que a construção depende diretamente da história do próprio indivíduo. Este correlacionará os eventos e encontros presentes com tudo o que aprendeu em seu desenvolvimento.
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