Um dos grandes paradoxos do mundo hoje é que todos parecem estar em crise. Porém, ao mesmo tempo, não admitem a dor, a angústia ou qualquer incômodo de ordem emocional. As pessoas procuram remédios para atacar esses sintomas que são consequências do estresse em que vivem.
O uso de paliativos para minimizar a dor das consequências
Dessa forma, muitas vezes vivem de aparência nos ambientes que frequentam, tais como escola, trabalho, família etc. Muitas entendem que admitir uma dor ou um sofrimento psíquico é admitir um fracasso e, por isso, vivem momentos que são cruciais por não serem atacados de frente.
Assim, é como se vivessem às custas de anestésicos. Eles não procuram a cura, mas sim paliativos, alívios momentâneos. Querem a cura, mas não admitem a doença.
Desta maneira, poucos se predispõem a entender com afinco aquilo que se quer e se questionam. Desse modo, eles buscam um tratamento apropriado, levando em consideração o “ser” e a sua “consciência” a procura de sua própria identificação psíquica.
A necessidade de intervenção psíquica para lidar com as consequências de seus atos
Querendo ou não, a sociedade grita por socorro, mas não se ouve a sua voz, pois está sufocada pelo consumismo exacerbado, a desigualdade social, racial e cultural.
Levando as pessoas cada vez mais a lutar pela sobrevivência, buscando suprir a lacuna da alma, onde muitas vezes, por não alcançar o sucesso, se frustram ao ponto de se bloquearem emocionalmente. Com isso, trata-se do corpo, esquecendo a natureza humana de que o homem exterior só existe por conta do homem interior.
Segundo Renato Mezan (professor na PUC-SP), o “mundo se refere ao homem e a sua vida psíquica, tanto individual quanto em sociedade”. Dessa maneira, entendemos que o homem ainda não consegue dissociar o social do individual. Sendo assim, isso o leva a alguns fatores cruciais no socioemocional atacando como uma forma de defesa as suas dores e mutilando psicologicamente a sua fragilidade.
Sintomas psíquicos decorrentes de consequências
Tais fatos são considerados problemas psíquicos que possuem seus devidos sintomas. Eles são um sério problema de saúde pública no mundo e atingem inúmeras pessoas, independente da idade, classe social ou valores éticos e culturais.
Os sintomas psíquicos na humanidade podem se apresentar de várias formas e são consequências de hábitos ruins. Cabe ao analista ou ao profissional da área psicanalítica identificar o caso ou o transtorno psíquico.
Ambos podem diagnosticar o caso clínico do paciente, pois varia de pessoa para pessoa. O transtorno infantil é um termo que não possui o mesmo sentido no adulto. Pode ser até considerado como um desenvolvimento normal ou patológico, dependendo do paciente e suas síndromes.
Desta forma, é necessária uma investigação criteriosa e muito cuidadosa para concluir um diagnóstico que seja plausível. Segundo o professor e psicanalista Renato Mezan, na sua interpretação e teorização diz “no caso da psicanálise, o que há de ser observado é o discurso do paciente em sessão – o analista coleta dados e reflete sobre eles”.
A resistência humana em admitir a própria fraqueza
Mas diante desses argumentos tão bem explicados, ainda percebemos que o homem resiste em questionar a sua natureza psíquica deixando de explorar seu estado emocional, para evitar sua exposição social. Assim sendo, não se permite ser curado de suas frustrações e acaba se tornando prisioneiro das suas emoções.
Augusto Cury diz no seu livro “você é insubstituível”: “aplique a técnica do DCD(duvide, critique e determine). Duvide de tudo aquilo que controla sua emoção e conspira contra sua vida. Critique cada passividade ‘eu’. Determine ser alegre, seguro e feliz”.
Hoje, o mundo não consegue tomar mais o controle das suas emoções, se é que um dia conseguiu. A cada dia, presenciamos catástrofes e intempéries causadas pelo ser humano conscientemente ou inconsciente. Perdeu-se o controle. As doenças do sistema nervoso têm tido um aumento gradativo principalmente entre adolescentes e jovens. Muitos têm apresentado inúmeros sintomas como: ansiedade, depressão e outros tipos de síndromes que tem levado a procura de formas exorbitantes como a mutilação e até o suicídio.
Uma triste realidade no mundo atual
Hoje percebemos a procura cada vez maior de jovens e adolescentes pelo alívio ou solução da dor que não se sabe explicar o motivo ou a origem. Muitos conseguem até falar ou desabafar, mas poucos o fazem por medo dos pais ou familiares. Desse modo, eles acabam se reprimindo por medo e angustiados se perdem nas drogas no alcoolismo ou até para a morte.
Essa é uma triste realidade não só em nosso país, mas em todo o mundo. Para Jacques Lacan ( 1901 – 1981) contemporâneo de Freud, “ uma de suas primeira ideias estaria no entendimento de que o inconsciente não seria na manifestação do ‘’eu’’ mas sim do ‘’outro “. Desta forma, o que nos leva a buscar um meio para aflorar o pensamento da natureza humana, é tratando a cura através da fala, como foi proposto por Freud, pois o homem necessita conhecê-lo.
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No entanto, ainda há uma resistência em levar o indivíduo a consciência de seus transtornos emocionais. Vemos assim a importância dos preceitos da hermenêutica na psicanálise, porque essa ciência estabelece regras positivas e invariáveis. Elas também são uma arte, pois suas regras são práticas e de grande significado para o tratamento analítico individual ou coletivo.
Segundo a organização mundial de saúde (OMS): “20 por cento dos adolescentes são acometidos por depressão. 121 milhões de pessoas deprimidas no planeta. Cerca de 2 por cento de todas as pessoas que vivem na terra são vítimas da doença”.
A importância do Psicanalista Clínico
Diante disso, percebemos a importância do psicanalista e de suas pesquisas e informações. Afinal, essa ciência estabelece regras positivas para adentrar nas portas da psique trazendo cura através de técnicas variadas. Além disso, também são utilizadas investigações precisas e profundas, buscando assim o melhor método de avaliação, dentro de cada situação conflitante do paciente. Isso traz um grande significado para o tratamento analítico individual ou coletivo.
Portanto, a psicanálise não impõe suas regras e práticas, mas sim propõe um tratamento que seja para o alívio de alguns sintomas. Ou, até mesmo, a cura sem medicamentos, levando o paciente a ter consciência de que, quanto mais cedo o diagnóstico, mais fácil e rápido virá a cura.
Desta forma, entendemos que a sociedade no geral pode sim ser recuperada da autonomia emocional de cada indivíduo. Cabe ao homem tomar novamente o controle de sua própria personalidade, aprendendo a treinar suas próprias emoções. Desse modo, contribuirá para a reedificação da sua própria história, voltando a ser o autor principal. Além de deixar de ser apenas uma simples plateia no palco de sua existência, tornando-se líder de si mesmo.
O que você pensa sobre isso?
Queremos saber qual é a sua opinião a respeito das consequências dos atos que cometemos ao longo de nossas vidas. Você sabe como a Psicanálise é capaz de lidar com isso?
Então comente aqui embaixo o que você pensa sobre isso. Além disso, para saber mais sobre o nosso curso de Psicanálise Clínica e expandir os seus conhecimentos, clique aqui.
Este artigo foi escrito por uma de nossas alunas do curso de Psicanálise Clínica Beti Xavier de Oliveira, exclusivamente para o Blog.