Autismo na psicanálise sob a ótica da escuta clínica, entre diagnósticos normativos e a valorização da singularidade.

Autismo na Psicanálise: Entre Diagnósticos Precoces e a Escuta da Singularidade

Publicado em Publicado em Transtornos e Doenças

Neste artigo, exploramos o autismo na psicanálise a partir da história do conceito, suas principais teorias explicativas e os desafios éticos do tratamento clínico.

Com base em autores como Lacan, Kupfer e Jerusalinsky, o texto discute a importância de uma escuta que respeite a singularidade do sujeito, contrastando com abordagens normativas e precoces.

Também analisamos os efeitos do autismo sobre a família e o lugar da subjetividade no processo terapêutico.

Introdução ao tema: psicanálise no autismo

Esta pesquisa examina a influência da psicanálise no autismo, que começou no século XIX com o caso de Victor de Aveyron.

O conceito de psicoses infantis foi desenvolvido por meio da história contada por Jean-Marc-Gaspard Itard sobre um adolescente não oralizado e aparentemente surdo que demonstrou a possibilidade de humanização e tratamento contínuo.

O trabalho de Itard é considerado um dos mais importantes na história da psiquiatria porque abriu caminho para que a psicanálise estudasse o assunto.

De acordo com essas pesquisas, para a psicanálise, o autismo compõe-se, sobretudo, por ser um dos aspectos em que o indivíduo se isola e se recusa a interagir com o que existe fora de si, como meio de proteger-se e proteger-se do ambiente percebido como um lugar perigoso e desconhecido.

Respectivamente, o conceito mencionado tem um longo caminho de desenvolvimento: Bleuler, um psiquiatra suíço conhecido por elevar ao máximo a causalidade psíquica na esquizofrenia, conectou o autismo a outras manifestações da doença genuinamente complexa.

Assim, o autismo é relevante para a saúde pública desde que foi detectado pela primeira vez; portanto, é aconselhável analisá-lo de acordo com tudo o que o acompanha em uma determinada realidade vista de baixo para cima.

Hipóteses e contribuições das teorias psicanalíticas

Sobremodo, este trabalho identificará as principais hipóteses explicativas da psicanálise sobre o autismo e como ela afeta o tratamento do autismo.

Existem várias teorias sobre a organização pulsional dos autistas e seus efeitos clínicos. No entanto, as pessoas ainda discutem qual é a melhor explicação.

Ao fundamentar hipóteses explicativas e tratamentos para o autismo, autores como Lacan, Maleval, Laznik, Jerusalinsky e Kupfer são referências na reflexão contemporânea sobre o problema.

É apontado o risco de diagnósticos normativos e precoces que não consideram a singularidade da criança. Para reduzir a transferência com os autistas, a comunicação coletiva e o trabalho em grupo são cruciais no tratamento.

As autobiografias enfatizam a importância de levar em consideração a experiência dos indivíduos com autismo com respeito por sua unicidade.

Atualmente, os Transtornos do Espectro Autista (TEA) são caracterizados por comportamentos específicos que geralmente se manifestam até os três anos de idade, como dificuldade de interação social, falta de resposta a estímulos externos e peculiaridades na comunicação.

Primeiros estudos e evolução do diagnóstico precoce

O primeiro vínculo entre a psicanálise e o autismo surgiu em 1930, com Melanie Klein, que analisou o caso de um menino diagnosticado com “demência precoce”, apesar de suas características não se encaixarem nos critérios da doença.

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Em 1942, Kanner estudou 11 crianças, evidenciando a dificuldades nos relacionamentos interpessoais e comportamentos repetitivos na infância. Rutter destacou a relação entre o autismo e a dinâmica emocional entre mãe e filho, enquanto Ornitz ressaltou sua complexidade clínica. Em 1944, Bettelheim atribuiu as causas do autismo a problemas familiares, responsabilizando a mãe pelo transtorno.

Na década de 50, Margareth Mahler desenvolveu o modelo de “separação-individuação”, que inclui as fases “autística” e “simbiótica” do desenvolvimento infantil. O “autismo normal” refere-se ao período inicial da vida, quando o bebê não reconhece seus instintos.

Outros autores e suas perspectivas sobre os TEA

Françoise Dolto analisou o autismo ao relatar o caso de um adolescente com comportamentos repetitivos, destacando a importância da psicanálise e do papel dos pais. Frances Tustin, em 1981/1984, observou que a interrupção do desenvolvimento psicológico em autistas resulta na perda de conexões com o mundo exterior, levando à proteção por encapsulamento.

Tustin (1972/1975) designou a condição conhecida como “crianças concha” ou “crustáceas”, referindo-se à defesa que essas crianças desenvolvem frente ao medo e à falta de compreensão de sua individualidade.

Donald Meltzer, em 1975, incluiu o autismo nas psicoses infantis, notando a dificuldade de alguns bebês em encontrar um objeto materno que atenda ao seu desamparo psíquico.

Laznik-Penot, nas décadas de 1980 e 1990, sugeriu que o autismo é causado por dificuldades na formação da imagem corporal, impactando a relação simbiótica com a mãe. Jerusalinsky (1984) também abordou a responsabilização das mães, ressaltando a importância dos aspectos emocionais na educação.

Críticas contemporâneas e o movimento antipsicanalítico

A resposta às teorias de Kanner e Bettelheim ganhou força na década de 1980, culminando em 2012 na França. O movimento antipsicanalítico contestou a validade do tratamento do autismo, em razão de declarações ofensivas de psicólogos, resultando em sanções econômicas e administrativas.

O artigo analisa a relação entre Transtornos do Espectro Autista (TEA) e Psicanálise em publicações brasileiras entre 2009 e 2014.

Elementos metodológicos relevantes

Este estudo bibliográfico busca soluções para um problema de projeto, seguindo etapas propostas por Gil (1995), como definição de metas, organização e seleção de fontes.

Foram pesquisadas bases como BVI-PSI, Bireme, Lilacs, SciELO e Google Scholar, utilizando os termos “autismo e psicanálise” e “transtornos autísticos e psicanálise”.

A leitura analítica foi realizada para organizar e resumir informações, com o objetivo de responder às questões propostas.

Compreensões psicanalíticas sobre a etiologia dos TEA

A análise de 13 obras sobre as origens dos Transtornos do Espectro Autista (TEA) estabelece categorias com base nas compreensões apresentadas. Três publicações destacam fatores psicogênicos e relacionais, sugerindo que a etiologia do autismo pode estar ligada a uma deficiência na constituição do ego, interrompendo seu desenvolvimento.

Kupfer e Pechberty (2010) discutem o autismo como uma questão psicológica e criticam a associação a distúrbios de apego, enquanto Lima (2010) enfatiza falhas na pulsão que afetam o psiquismo do bebê.

Foram analisados cinco artigos sobre as causas do Transtorno do Espectro Autista (TEA), explorando aspectos biológicos, hereditários e a interação com o ambiente sob uma perspectiva psiquiátrica e interdisciplinar.

Diversas abordagens sobre causas e interações

Macedo (2010) menciona a divergência entre as correntes orgânicas e psicogênicas, sem uma definição clara da etiologia. A causalidade é vista como endógena, enquanto a abordagem psicogênica relaciona a falta de demanda adequada da mãe a perturbações na comunicação.

Freire e Moraes (2011) associam neurociência ao autismo, mencionando a teoria dos “neurônios espelhos”, e discutem o reconhecimento da doença por Freud e Lacan.

Efeitos do autismo na dinâmica familiar

O autismo impacta significativamente a dinâmica familiar, com sinais frequentemente surgindo na infância e afetando as interações diárias. Estudos indicam que famílias com um membro autista enfrentam estresse (Schmidt e Bosa, 2003).

É crucial analisar como o autismo influencia todos os membros da família e a subjetividade dos pais para melhorar a prática clínica. Pesquisas, como a de Gold (1993), revelam que irmãos de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresentam níveis de depressão mais altos.

Embora irmãos de crianças com TEA possam ser mais responsáveis (Gomes e Bosa, 2004), os efeitos variam, refletindo tanto desafios emocionais quanto responsabilidade social.

Estudos sobre estresse parental e relatos familiares

Rao e Beidel (2009) conduziram um estudo com 30 pais, divididos em dois grupos: 15 com filhos diagnosticados com TEA e 15 com filhos em desenvolvimento típico. Os resultados indicaram que os pais de crianças com TEA vivenciavam níveis mais altos de estresse, ressaltando a necessidade de incluir o estresse parental em programas de intervenção voltados para essas crianças.

Durand (2019) analisou díades de mães e bebês de 2 a 26 meses, destacando que as mães de crianças com TEA enfrentavam mais dificuldades nas interações e apresentavam taxas elevadas de depressão.

Esses estudos sublinham a importância de focar nas famílias de crianças com TEA, sugerindo que irmãos também necessitam de atenção especial nos serviços de saúde. Cada família lida com o autismo de maneira única, evidenciando a relevância de relatos pessoais para compreender essas experiências.

Desafios de comunicação e interação social

Dificuldades na Comunicação

Desafio: Muitas crianças autistas têm dificuldades significativas na comunicação verbal e não verbal, o que pode dificultar a interação com colegas e professores.
Impacto: Elas podem não ser capazes de expressar suas necessidades, sentimentos ou desejos de forma clara, o que pode levar a frustrações e comportamentos desafiadores.
Solução: O uso de métodos de comunicação alternativa, como a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), pode ser crucial para ajudar a criança a se comunicar efetivamente.

Barreiras Sociais e Interações

Desafio: A dificuldade de compreender e responder a sinais sociais, como expressões faciais, gestos e normas de interação, pode fazer com que o aluno autista tenha dificuldades para formar amizades ou participar de atividades em grupo.
Impacto: Isso pode resultar em isolamento social, bullying ou a sensação de exclusão por parte dos colegas.
Solução: Programas de ensino de habilidades sociais, apoio de professores e colegas, além de atividades que promovam a integração, podem ajudar a melhorar as interações sociais.

Sensibilidade Sensorial

Desafio: Muitas crianças autistas têm hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais, como luzes brilhantes, ruídos altos ou texturas de materiais.
Impacto: Ambientes escolares convencionais podem ser sobrecarregantes, causando desconforto, estresse ou até crises.
Solução: A adaptação do ambiente escolar, como a criação de espaços calmos e silenciosos, e o uso de fones de ouvido ou outros recursos para atenuar estímulos sensoriais podem ser úteis.

Métodos de Ensino Tradicionais

Desafio: O modelo tradicional de ensino pode não ser eficaz para crianças autistas, pois muitas delas podem ter estilos de aprendizado diferentes, com dificuldades em lidar com a estrutura rígida das aulas e as expectativas acadêmicas.
Impacto: Elas podem se sentir sobrecarregadas ou desmotivadas, o que pode levar a uma redução no desempenho acadêmico e na autoestima.
Solução: A adaptação de métodos de ensino, como o uso de ensino visual, ensino estruturado, e abordagens baseadas em interesses, pode ser mais eficaz para o aprendizado dessas crianças.

Comportamentos Desafiadores

Desafio: Crianças autistas podem exibir comportamentos desafiadores, como birras, agressões ou fuga, geralmente como uma forma de expressar frustração ou lidar com situações difíceis.
Impacto: Esses comportamentos podem ser mal interpretados pelos professores ou colegas e resultar em punições inadequadas ou mais exclusão.
Solução: Treinamento de professores e funcionários sobre como lidar com comportamentos desafiadores de maneira positiva e estratégica é essencial. Além disso, programas de modificação comportamental e apoio emocional podem ajudar a gerenciar essas situações.

Falta de Treinamento e Preparação dos Educadores

Desafio: Muitos professores não têm formação ou treinamento específico sobre o autismo, o que pode dificultar a identificação de necessidades e a implementação de estratégias adequadas.
Impacto: A falta de compreensão sobre o transtorno pode levar à falta de apoio adequado, reforçando o estigma ou a exclusão da criança autista.
Solução: Investir em formação contínua para educadores e em programas de sensibilização para toda a comunidade escolar pode melhorar significativamente a inclusão.

Preconceito e Estigma

Desafio: O preconceito em relação ao autismo pode ser um obstáculo significativo à inclusão, tanto entre os alunos quanto entre os professores e pais.
Impacto: Isso pode resultar em discriminação, bullying e estigmatização da criança autista, prejudicando seu bem-estar emocional e sua participação ativa na escola.
Solução: Campanhas de conscientização, abordagens inclusivas e ambientes escolares mais acolhedores podem ajudar a combater o preconceito.

Inclusão escolar e saúde mental no autismo

Desafios e Soluções para a Inclusão Escolar e o Comportamento de Crianças com Autismo

A inclusão escolar de crianças autistas é um tema crucial que exige atenção às diversas dificuldades que esses alunos enfrentam no ambiente escolar. Ao mesmo tempo, a saúde mental, particularmente em relação à ansiedade e depressão, é uma preocupação crescente para muitas pessoas no espectro autista.

As dificuldades de comunicação, barreiras sociais, sensibilidade sensorial e a gestão de comportamentos desafiadores estão entre os maiores desafios enfrentados por essas crianças, mas a compreensão dessas questões pode promover soluções eficazes. Além disso, a alimentação desempenha um papel importante no comportamento, influenciando a saúde mental e as reações emocionais.

A combinação de apoio educacional, social e nutricional pode ser decisiva para melhorar a experiência escolar e o bem-estar de crianças autistas.

Desafios de comunicação e comportamento

Dificuldades na Comunicação

Desafio: Muitas crianças autistas têm dificuldades significativas na comunicação verbal e não verbal, o que pode dificultar a interação com colegas e professores.
Impacto: Elas podem não ser capazes de expressar suas necessidades, sentimentos ou desejos de forma clara, o que pode levar a frustrações e comportamentos desafiadores.
Solução: O uso de métodos de comunicação alternativa, como a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), pode ser crucial para ajudar a criança a se comunicar efetivamente. Além disso, um suporte nutricional adequado, que atenda às suas necessidades específicas, pode ajudar a melhorar o foco e a regulação emocional, facilitando a comunicação.

Barreiras Sociais e Interações

Desafio: A dificuldade de compreender e responder a sinais sociais, como expressões faciais, gestos e normas de interação, pode fazer com que o aluno autista tenha dificuldades para formar amizades ou participar de atividades em grupo.
Impacto: Isso pode resultar em isolamento social, bullying ou a sensação de exclusão por parte dos colegas.
Solução: Programas de ensino de habilidades sociais, apoio de professores e colegas, além de atividades que promovam a integração, podem ajudar a melhorar as interações sociais. A redução de alimentos processados e a inclusão de alimentos que favoreçam o bem-estar emocional também pode melhorar o comportamento social.

Sensibilidade Sensorial

Desafio: Muitas crianças autistas têm hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais, como luzes brilhantes, ruídos altos ou texturas de materiais.
Impacto: Ambientes escolares convencionais podem ser sobrecarregantes, causando desconforto, estresse ou até crises.
Solução: A adaptação do ambiente escolar, como a criação de espaços calmos e silenciosos, e o uso de fones de ouvido ou outros recursos para atenuar estímulos sensoriais podem ser úteis. Além disso, dietas específicas que minimizem a hipersensibilidade alimentar podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar o foco.

Métodos de Ensino Tradicionais

Desafio: O modelo tradicional de ensino pode não ser eficaz para crianças autistas, pois muitas delas podem ter estilos de aprendizado diferentes, com dificuldades em lidar com a estrutura rígida das aulas e as expectativas acadêmicas.
Impacto: Elas podem se sentir sobrecarregadas ou desmotivadas, o que pode levar a uma redução no desempenho acadêmico e na autoestima.
Solução: A adaptação de métodos de ensino, como o uso de ensino visual, ensino estruturado, e abordagens baseadas em interesses, pode ser mais eficaz para o aprendizado dessas crianças. Uma alimentação balanceada, rica em nutrientes essenciais, pode melhorar o desempenho acadêmico ao estabilizar os níveis de energia e concentração.

Comportamentos Desafiadores

Desafio: Crianças autistas podem exibir comportamentos desafiadores, como birras, agressões ou fuga, geralmente como uma forma de expressar frustração ou lidar com situações difíceis.
Impacto: Esses comportamentos podem ser mal interpretados pelos professores ou colegas e resultar em punições inadequadas ou mais exclusão.
Solução: Treinamento de professores e funcionários sobre como lidar com comportamentos desafiadores de maneira positiva e estratégica é essencial. Programas de modificação comportamental, junto com apoio emocional e mudanças na dieta (como a redução de açúcares e alimentos processados), podem ajudar a gerenciar essas situações.

Falta de Treinamento e Preparação dos Educadores

Desafio: Muitos professores não têm formação ou treinamento específico sobre o autismo, o que pode dificultar a identificação de necessidades e a implementação de estratégias adequadas.
Impacto: A falta de compreensão sobre o transtorno pode levar à falta de apoio adequado, reforçando o estigma ou a exclusão da criança autista.
Solução: Investir em formação contínua para educadores e em programas de sensibilização para toda a comunidade escolar pode melhorar significativamente a inclusão. Isso também inclui treinamento sobre como identificar e lidar com sinais de ansiedade e depressão em crianças autistas.

Preconceito e Estigma

Desafio: O preconceito em relação ao autismo pode ser um obstáculo significativo à inclusão, tanto entre os alunos quanto entre os professores e pais.
Impacto: Isso pode resultar em discriminação, bullying e estigmatização da criança autista, prejudicando seu bem-estar emocional e sua participação ativa na escola.
Solução: Campanhas de conscientização, abordagens inclusivas e ambientes escolares mais acolhedores podem ajudar a combater o preconceito e promover a aceitação. Isso também envolve a promoção de uma alimentação saudável e equilibrada para melhorar o estado emocional das crianças.

Necessidade de Suporte Individualizado

Desafio: Crianças autistas podem precisar de apoio individualizado e específico, como acompanhamento de um auxiliar, terapia ocupacional, fonoaudiologia, entre outros serviços.
Impacto: A falta de recursos e apoio especializado dentro da escola pode limitar a eficácia da inclusão, deixando a criança sem o suporte necessário.
Solução: A criação de planos educacionais individualizados (PEI) e o aumento da colaboração entre profissionais da educação, saúde e família podem garantir que as necessidades específicas de cada aluno sejam atendidas. O apoio também deve incluir aspectos nutricionais e psicológicos, para garantir um atendimento holístico.

Diferenças no Ritmo de Aprendizado

Desafio: O ritmo de aprendizado de crianças autistas pode ser diferente do de seus colegas, com algumas crianças aprendendo mais lentamente ou de maneira não convencional.
Impacto: Isso pode resultar em frustração tanto para a criança quanto para os educadores, se não houver a flexibilidade para adaptar o ensino às necessidades da criança.
Solução: Um currículo flexível, o uso de tecnologia assistiva e a personalização do ensino são essenciais para apoiar a criança autista de maneira eficaz. Da mesma forma, intervenções dietéticas específicas podem contribuir para melhorar o desempenho cognitivo e emocional.

Falta de Recursos e Infraestrutura

Desafio: Muitas escolas não têm os recursos necessários, como materiais pedagógicos adaptados, equipamentos de apoio ou infraestrutura acessível para atender alunos com autismo.
Impacto: Isso pode limitar a inclusão real, dificultando a participação plena da criança nas atividades escolares.
Solução: Investimentos em recursos pedagógicos, como materiais visuais, tecnologias de apoio e ambientes sensoriais adaptados, são fundamentais para facilitar a inclusão escolar.

Reflexões sobre o contexto familiar e subjetividade

Apesar dos desafios, a inclusão escolar de crianças autistas é viável quando há apoio adequado, recursos disponíveis, treinamentos eficazes e adaptações específicas. Além disso, a saúde mental e o comportamento dessas crianças podem ser positivamente impactados por dietas equilibradas, apoio psicológico e intervenções apropriadas.

Ao promover um ambiente escolar acolhedor, adaptado às necessidades individuais, e ao garantir que as crianças autistas tenham acesso a cuidados nutricionais e emocionais, é possível oferecer uma educação mais eficaz e uma experiência escolar positiva para todos os alunos, respeitando as diferenças e promovendo a diversidade.

É fundamental que os profissionais envolvidos no tratamento e na pesquisa sobre o autismo atuem de forma ética e acolhedora com as famílias. A psicanálise pode contribuir para desconstruir estigmas relacionados às mães e familiares ao reconhecer seu sofrimento e apoiar as iniciativas familiares que promovem o desenvolvimento de crianças com TEA.

Família, sofrimento e perspectiva interna

Este trabalho aborda dois eixos principais: o impacto do autismo na família e a interação entre a subjetividade dos pais e o desenvolvimento da criança. Também é essencial considerar o sofrimento dos irmãos de crianças com TEA, promovendo uma compreensão empática em relação a eles.

O segundo eixo da discussão foca nas autobiografias escritas por pais de crianças com TEA, destacando a importância de compreender a realidade dessas famílias a partir de uma perspectiva interna. Essa abordagem revela o potencial terapêutico que pode surgir ao buscar integrar a criança com TEA ao laço social, em vez de vê-la apenas como um objeto de estudo.

Além disso, enfatiza a necessidade de pesquisas direcionadas às famílias, levantando questões sobre como os serviços de saúde podem apoiar esses núcleos. É essencial reconhecer a singularidade de cada família, pois, embora estudos quantitativos sejam cruciais para políticas públicas, eles não capturam a complexidade dos desafios e conquistas vividos individualmente.

Expandir o entendimento sobre as causas do autismo, como ele impacta o desenvolvimento intelectual das crianças, os tipos de tratamentos aplicados, a relevância da psicanálise no cuidado e como as famílias lidam com essa situação é crucial para o avanço do conhecimento e para a melhoria do suporte oferecido.

Este artigo foi escrito por Denize Oliveira dos Santos, exclusivamente para o blog Psicanálise Clínica.

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