Behaviorismo e Psicanálise: principais diferenças

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Ainda no início de algum curso ou até mesmo para quem é leigo, a ligação aparente entre behaviorismo e Psicanálise parece existir. Contudo, ainda que trabalhem na mete do ser humano, cada área de conhecimento tem uma estrutura própria com relação à sua fundamentação teórica. Assim sendo, entenda mais sobre o funcionamento de cada uma, bem como as diferenças.

Sobre a Psicanálise

A seu modo, a Psicanálise contribuiu bastante para a Psicologia em geral, como também em outra áreas. Foi criada para investigar os conflitos psíquicos e imaginários oriundos de delírios, sonhos ou lembranças reprimidas. Ela trabalha diretamente o inconsciente do indivíduo, desbravando o que é inacessível para outros métodos.

Nesse contexto, para entender melhor a Psicanálise, temos também de olhar para a trajetória de Freud. A maior parte do produto psicanalítico deriva diretamente das experiências pessoais de seu criador. Ele usou as próprias vivências para se apoiar nas investigações com os pacientes. Dessa forma, formulou um caminho para se guiar e agir.

Portanto, entender a Psicanálise significa caminhar na vivência pessoal de Freud no que diz respeito a entender as zonas nubladas da mente. Graças a ele, temos uma valiosa ferramenta para penetrar de forma segura em um campo invisível a qualquer outro tratamento. Mesmo de fora, conseguimos retirar o que há dentro do comportamento dos pacientes.

Antes de comentar mais a respeito desta área, no entanto, entendamos do que se trata o Behaviorismo.

Sobre o Behaviorismo

O termo “behaviorismo” deriva diretamente da palavra em inglês “behavior”, que traduzida significa “comportamento”. Criado por John B. Watson, o behaviorismo estuda o comportamento humano de forma direta com base no ambiente externo que este vive. Assim, ao contrário da Psicanálise, o material de análise para esta teoria é visível e identificável.

Nesse contexto, John conseguiu dar aos outros estudiosos as consistências quanto ao comportamento que tanto buscavam. Cientistas se guiam pela visão, pelo tato e objetos que são palpáveis por que dão segurança aos argumentos. Dessa forma, tinham objetos físicos para conduzir as suas pesquisas e reproduzir os experimentos em outros ambientes.

John possuía uma necessidade em mostrar uma perspectiva mais prática na Psicologia. Todas as causas e efeitos deveriam ser estudados à luz de uma visão realista. Dessa forma, inibiria dúvidas quanto a funcionalidade. Seria um estudo afastado de ideias mentalistas, subjetivas e ligadas diretamente na alma.

Princípios da Psicanálise

Para organizar melhor e destrinchar o seu trabalho, Freud criou a “teoria geral da personalidade”. Ela quem assegurava parte dos seus métodos de estudo. Nisso, a destrinchou em três caminhos para que entendessem a funcionalidade das organizações da mente, começando por:

Consciência

Seria o estado de alerta geral aos nossos pensamentos e sentimentos. O ser humano neste lado teria um controle pleno de suas ações, sendo consciente quanto para elas. Sendo assim, enquanto ele existir no plano consciente, notará os princípios de cada movimento interno e externo.

Pré-consciência

Neste ponto, Freud estabelece que há uma interação entre o lado consciente e o inconsciente. Aqui há uma transição do campo desconhecido, do inconsciente, ao campo da consciência. Para entender melhor essa conexão, podemos recorrer às figuras dos sonhos, já que nutrimos pensamentos conscientes sobre eles.

Inconsciência

Sendo a principal área de trabalho de Freud, o inconsciente seria o lado mais enevoado do ser humano. De maneira vulgar, poderíamos classificar como uma “lixeira mental”, onde jogamos todos os pensamentos e emoções negados em sociedade. A repressão que esta nos causa nos obriga a esconder parte de nossa psique.

Essa parte é conhecida por sua entrada de difícil acesso a todos, inclusive ao próprio indivíduo. Contudo, esses pensamentos relegados a um esconderijo escapam por frestas. Com o tempo, essas rachaduras mentais acabam por declinar nossa mente. Graças a isso, manifestamos o efeito estilingue desses pensamento em surtos e neuroses.

Princípios do Behaviorismo

Todos os seres vivos possuem relações distintas entre si, ainda que alguns ultrapasse a barreira das espécies e possibilite a interação. Contudo, não é possível analisar esses encontros de forma subjetiva. Por exemplo, ninguém é capaz de analisar o comportamento animal por introspecção, visto que esses não podem narrar o que sentem.

Por essa razão é que o Behaviorismo ganhou tanta relevância no cenário mundial. Graças a ele, os pesquisadores se tornaram mais aptos a entender as relações porque elas aconteciam, justamente, mediante a dinâmica entre ações e reações. Assim, foi possível estabelecer diretrizes para entender melhor os mecanismos da aprendizagem humana.

Para complementar e aprofundar, reflexos são a nomenclatura dos comportamentos provocados pelos seres. Eles acontecem quando o ente se localiza em determinadas situações, como nos animais, por exemplo. Quando há um alimento à vista, a salivação é um reflexo.

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    Diferenças

    Ainda que sirvam a um propósito semelhante, que é entender e estudar o comportamento humano, o Behaviorismo e a Psicanálise tem estruturadas distintas. Podemos dizer até que as divergências entre elas são grosseiras. Nesse contexto, veja quais são:

    Fundamentação

    O Behaviorismo vai diretamente no uso de práticas científicas para trabalhar os movimentos relacionados ao ser humano. Seu trabalho é pautado na materialidade dos processos. Por sua vez, a Psicanálise se utiliza de subsídios subjetivos para trabalhar. Todas as impressões são originadas unicamente do inconsciente humano.

    Evidências

    O trabalho de Watson apontou dois comportamentos existentes: o reflexo e o comportamento operante. Quanto ao primeiro, está ligado a um estímulo externo direto, sendo consequência imediata. O segundo, por sua vez, indica que o ser humano age conduzido por variações genéticas, do ambiente e de comportamentos do ambiente.

    A Psicanálise se mantém com experimentações em organismos. Infelizmente, muitas pessoas ainda atribuem pouco crédito a essa terapia, mesmo com os excelentes resultados.

    Patente

    Devido à sua natureza, o Behaviorismo é creditado como uma ciência de fato. Os experimentos são conduzidos em um organismo num determinado ambiente. Dessa forma, é possível verificar se há um aumento ou repetição dos fatores relevantes seja em maior ou menor grau.

    Por outro lado, a Psicanálise é tida como uma psicoterapia. Como tal, assume um caráter de tratamento de acordo com a demanda. Ainda que se trabalhe a cura, os efeitos de melhora são bem diversificados.

    É bastante comum associarmos um método de entender a vida com o outro, dada à natureza semelhante entre eles. Ainda assim, é preciso um movimento para entender que cada um tem a sua raiz e função específica, bem como o modo de se manifestar.

    Esses são o Behaviorismo e a Psicanálise. Mesmo que busquem entender as engrenagens do ser humano, caminham por linhas diferentes para chegar a um lugar comum. Enquanto uma trabalha por fora, a outra opera por dentro. Pode ser complicado de início, mas para um estudante do assunto o tema se torna compreensível.

    Nesse contexto, te convidamos a entender mais sobre as duas propostas de análise. Assim sendo, se inscreva no nosso curso completo de Psicanálise Clínica. Ajudaremos você a entender a linha de pensamento de Freud, bem como destrinchar alguns pontos mal esclarecidos. No curso, você fará imersão nesta psicoterapia que evoluiu bastante com o passar das décadas, ajudando milhares de pessoas a se encontrarem.

    Somos uma das instituições mais bem sucedidas nessa área, formando psicanalistas aptos a trabalharem a partir das demandas de seus pacientes. Além disso, trabalhamos de maneira eficiente na explicação de teorias, como é o caso do Behaviorismo. Assim, caso queira apenas estudar ou ser a ponta de mudanças na vida de alguém, seu caminho é aqui. 

    One thought on “Behaviorismo e Psicanálise: principais diferenças

    1. IVANILDO VANDERLEI DE LIMA disse:

      Gostei muito desse material, apesar de não ser da área de psicologia, porém me identifiquei com as explicações.

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