Caminhos da Terapia Psicanalítica

Caminhos da Terapia Psicanalítica (1919): resumo do texto de Freud

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Hoje falaremos sobre os caminhos da terapia. Nesse texto de 1919, Sigmund Freud fala de tudo que se alcançou até o momento. Os comentários que serão feitos desse texto, não tem por objetivo esclarecer conceitos da psicanálise conhecidos e atualizados até o momento, mas tentar ajudar a compreender o que ele fala em “CAMINHOS DA TERAPIA PSICANALISTA” (1919). Todas as citações aqui serão desse mesmo texto.

Nesse momento, Freud, deseja fazer um balanço de tudo o que foi feito, do que foi realizado e alcançado pela psicanálise. Ele reconhece a necessidade de fazer ajustes e de aprender coisas novas, com o objetivo de continuar melhorando.

Entendendo sobre os caminhos da terapia

A atitude do terapeuta tem como objetivo ajudar o paciente (doente neurótico) a compreender os “impulsos inconscientes”, o que o ajudará com as resistências que o impede de ter um maior conhecimento de si. Freud explica que nem sempre o terapeuta conseguirá superar a neurose, mas tentará ajudar o paciente a perceber as “impropriedades das repressões” e como sua vida é afetada por elas (impossibilidade de viver a vida conforme o princípio do prazer). Ele fala que esse novo conflito é colocado no lugar do anterior.

Psicanálise é trazer para a consciência o que está inconsciente, reprimido. Assim como um químico leva ao laboratório o material coletado para a análise, o terapeuta também analisa o material fornecido pelo paciente, um material composto por motivos, ‘instintos’.

Como o paciente não sabe, sabe pouco, ou não compreende esses motivos, se tentará explicar e mostrar ao paciente como se tem manifestado. O ajudará a ver como muitos outros motivos se uniram que até o momento era desconhecido para ele. Freud comenta que, ao analisar um sonho, desconsidera o todo e seleciona elementos distintos, provavelmente os que são relevantes ao paciente.

Os caminhos da terapia e o psíquico

Mas durante o processo de “coletas de material de análise” o psíquico do analisando fará integração por si sem a necessidade de recompor algo no lugar. O EU fará as devidas associações.

A atividade do terapeuta não deve envolver mais nada após a exposição do que foi recalcado? Também de expor as resistências? Esses questionamentos foram levantados sobre a necessidade/possibilidade de fazer mais, junto às circunstâncias externas para ajudar o paciente. Aqui, Freud não rejeita a ideia, mas parece que, como técnica ainda em formação, esse apenas destaca e se concentra no princípio básico, fundamental: “O tratamento analítico deve, tanto quanto possível, ser conduzido na privação, na abstinência.” A frustração faz o paciente adoecer, e os sintomas são satisfações substitutos. Mas qualquer melhora faz desacelerar o “ritmo da recuperação”, “diminui a força institual”.

Essa diminuição causa uma recuperação prematura, modesta e pouco duradoura, correndo o risco de não atingir a cura plena. Freud deixa claro que, apesar de parecer cruel, é importante administrar o sofrimento do doente para não ocorrer um fim prematuro da análise, como se o paciente já estivesse definitivamente curado.

A investigação da libido

Essa cura pode induzir o paciente a substituir seus sintomas por novas satisfações. “Aproveita a imensa mobilidade da libido parcialmente liberada para investir com libido e elevar satisfação substitutiva das mais diversas atividades preferências, hábitos incluindo aqueles que já existiam antes.”

O terapeuta deve perceber e se opor às “satisfações substitutivas prematuras”. Essa busca pode acontecer principalmente na terapia, na transferência, e tentar achar as outras compensações diante das imposições que são reveladas na terapia.

Freud orienta que “alguma concessão deve ser feita” de acordo com a natureza do caso e a peculiaridade do paciente. Mas essa deve ser bem administrada. Importante que o paciente não fique confortável com a terapia. Freud diz: “No que toca a sua relação com médico, o paciente deve conservar bastante desejos não realizados.”

Os caminhos da terapia e Freud

Em divergência com a escola suíça, Freud orienta que se resista a vontade de transformar o paciente em nossa cópia, como que colonizando o paciente, ou como sua ‘propriedade’. Os pacientes devem preservar suas individualidades.

Em alguns momentos, com bastante cuidado, devemos alinhar a influência educativa com a analítica, agindo como educador e conselheiro. Mas na terapia, o foco será ajudar o paciente a firmar a própria natureza. Rejeitando o Sr. J. J Putnam, de tentar forçar a psicanálise ou impor de forma forçada.

Freud comenta sobre a técnica para tratar as fobias. Citando a agorafobia, em que Freud diz que, naquele momento existem duas classes, onde a segunda classe sofre de forma mais severa. Na primeira classe, o fóbico tem relativa normalidade na vida, de modo que a terapia é mais eficaz. Mas o segundo exige que seja removido para primeira classe e então tentar o tratamento.

Conclusão

Nos obsessivos a terapia é “interminável”. Muita coisa virá à tona e nada irá mudar. Freud diz que a técnica aplicável nesses casos é esperar que a próxima terapia se torne uma compulsão. Aí então tratá-lo por meio disso.

Freud visando o futuro, comenta sobre a psicanálise se tornar disponível para um amplo número de pessoas e para as pessoas menos favorecidas. Ele fala sobre a psicanálise se ajustar, talvez até adquirindo a sugestão direta, como era a hipnose, mas sem abandonar os elementos que a compunham, mantendo-a rigorosa e não tendenciosa.

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    Freud, durante o texto, questiona muito do que já foi alcançado e aponta para o que se pode ainda fazer para ampliar o alcance da terapia. Porém sempre o fazendo de forma questionadora, colocando como forma de se pensar por parte de todos os terapeutas existentes e dos que viriam.

    Este artigo de resumo de Caminhos da Terapia Psicanalítica (Freud, 1919) foi escrito por Douglas Cerqueira. Sou estudante de psicanálise. Pai de uma filha linda e marido de uma esposa amorosa. Visita meu perfil no instagram: @cerqueiradoug. Se desejar falar sobre o que escrevi sobre essa obra de Freud, me envia um e-mail: [email protected].

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