carência afetiva

O que é carência afetiva? Teste para saber

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Embora seja natural, a carência pode acabar se tornando um elemento incômodo na relação se não for bem dosada. Muitos casais enfrentam problemas com isso porque não compreendem por completo os limites dessa vontade. Por isso, entenda melhor o que significa carência afetiva e um teste simples para saber se a tem ou não.

O que é carência afetiva?

A carência afetiva se mostra como um estado de dependência emocional bastante severo das pessoas. Isso se mostra bastante visível quando um indivíduo precisa estar com alguém para que se sinta amado e feliz. Basicamente, é como se este não tivesse autonomia e força de vontade para ser feliz consigo mesmo.

Um dos maiores problemas é que esse tipo de pessoa se torna um buraco negro emocional na vida dos demais. Ninguém é capaz de dar o que ela procura e a carga desse contato se torna excessivamente alta. Não apenas isso, mas os problemas pessoais desse indivíduo também entram em jogo.

Dados levantados pelo Ibope nos últimos anos constatou que a população brasileira sofre em algum nível com a carência. Segundo eles, quase 29% dos brasileiros afirma não ter recebido carinho na vida. Enquanto isso, outros 21% afirmam que nunca expressaram carinho por ninguém.

Por que somos tão carentes?

A forma que recebemos carinho durante a infância impacta de forma direta em nosso modo de dar e receber carinho. Em geral, adultos com carência afetiva são resultados de crianças que não receberam o devido carinho na infância. Não apenas isso, mas que também foram abandonadas ou rejeitadas de algum modo.

O trauma pode ocorrer por uma situação verdeira ou que foi projetada pela criança como forma de entender o momento. A aplicação em excesso também contribui a isso, já que o cuidado e carinho demais são danosos. Isso porque o excesso de dependência nos pais pode alimentar a ideia de que a criança não é autossuficiente.

Consequentemente, pessoas passam a condicionar e ligar a sua felicidade à presença dos outros. Um dos maiores problemas nisso é que a falta de prática na entrega do amor impossibilita dela ser carinhosa no futuro. Antes de ela se fechar emocionalmente, precisa cuidar adequadamente de suas dores e compreender essa dependência nas relações.

Sintomas da carência

Embora não seja uma doença por assim dizer, a carência afetiva deixa algumas marcas bem visíveis nas pessoas que a tem. De um modo mais vulgar de dizer até, é possível sentir o cheiro desse apego excessivo. Alguns dos sintomas mais comuns são:

Depender excessivamente do outro para ser feliz

É como se a sua existência e felicidade não pudessem existir sem outra pessoa. Seu amor é nocivo e parasita para que possa se sentir feliz, fazendo outra pessoa refém sua. Caso não tenha ninguém, no momento em que encontrar, sufocará esse novo ente da forma que precisar.

Não apresentar critérios quanto ao relacionamento

Infelizmente, o carente não faz exigências quando busca se relacionar com outra pessoa. Para ele, qualquer coisa está bom porque isso é muito melhor do que ficar sozinho. Dessa forma, pessoas carentes entram em relacionamentos nocivos fadados ao fracasso desde o seu início.

Aceitar qualquer condicionamento para ficarem juntos

O carente acaba se tornando um submisso condicional e subornável a qualquer coisa. Esse tipo de resposta pode ser muito perigoso dependendo do tipo de pessoa com quem ele conviva e do seu estado emocional. Isso porque muitas pessoas cedem a pedidos extraordinários, como ajuda financeira, favores pessoais e até exposição e risco de vida.

Nada dura por muito tempo, mas o sofrimento, sim

É preciso deixar claro o poder destruidor que a carência afetiva dispara dentro dos contatos humanos. Ainda que essa passagem pareça fatalista demais, os envolvidos nesse contato acabam por adoecer internamente. Com o passar do tempo, os dois desenvolvem cicatrizes que doem toda vez que iniciam uma nova relação.

Para o carente, é difícil permanecer em relacionamentos muitos longos. Os parceiros não aguentam a pressão continua e ele acaba sendo visto como um fardo demais para carregar. Em suma, é impossível manter a mesma força e vontade para fazer o outro feliz como ele espera.

Por conta disso que é comum ver o carente entrando de cabeça em qualquer chance de relacionamento. Algumas pessoas mais sensíveis entendem a condição deste e evitam se aprofundar mais do que devem.

Vitimismo

Um episódio bastante recorrente nos relacionamentos dos carentes é o excesso de cobrança. Amor e atenção não se pedem, mas isso passa a ser exigido de maneira constante. Não é raro o carente apontar ao outro e dizer que sente que não é amado.

Os amantes não são os únicos alvos dessas súplicas sentimentais dolorosas. A família e os amigos também passam por uma situação parecida, sendo culpados por qualquer mal-estar do carente.

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    O mesmo se vale da sua carência afetiva para se fazer de vítima e atrair a atenção dos outros. Caso sirva como paralelo, pense em uma criança mimada que culpa os outros por suas atitudes. Ela nunca é responsável pelo o que faz, sendo uma vítima eterna.

    Como lidar com a carência afetiva?

    Se livrar da carência afetiva pode não ser fácil, mas é uma meta possível de ser feita com esforço. Tudo deve ser feito de forma sequenciada para que possa se acostumar com a nova realidade. Antes de tudo:

    Ame-se em primeiro lugar

    Pergunte-se a si mesmo: posso me amar sendo da forma que sou, com meus defeitos e virtudes? No momento em que passar a gostar de você, entender suas limitações e apreciar suas qualidades, você vai estar pronto para fazer isso para outra pessoa. Antes de qualquer relação, aprenda a alimentar seu amor-próprio e ser feliz com você mesmo antes de procurar alguém.

    Goste de sua companhia e aprenda a ficar só

    “Eu tentei fugir de mim, mas aonde eu ia, eu estava” é uma frase comum nas legendas de imagens. Apesar de parecer bobo, é necessário que você entenda que precisa de um momento apenas consigo para se compreender.

    • relacione-se consigo,
    • aprecie sua companhia,
    • preencha o o seu vazio com sua própria essência,
    • e não procure ninguém para essa função.

    Encontre e reconheça a si mesmo

    Evite se apegar a alguém para que possa mostrar o seu valor: faça isso por você mesmo sozinho. Ao invés de esperar que alguém o admire, se dê presentes, pense em suas conquistas e se elogie. Em vez de entregar tudo a outra pessoa, direcione essa força para si próprio com gestos como:

    • elogio,
    • atenção,
    • e cuidado.

    Teste

    Você pode fazer um teste simples para verificar se você possui carência afetiva ou não com simples perguntas:

    1. Se o parceiro resolve sair com os amigos e você fica só, o que faz?
    2. Quando ele elogia algum famoso de um jeito que não faz com você, o que sente quanto a isso?
    3. Se a pessoa que ama ainda mantém contato com um antigo amor como se sente com isso?
    4. Qual postura você toma numa briga?
    5. Qual a frequência do seu contato com o parceiro durante o dia?
    6. Do que você tem medo na sua vida?
    7. O que você faz se o outro tem um hábito extremamente irritante?
    8. Um amigo seu não se mostra do agrado do seu companheiro. Como pensa em lidar com a situação?
    9. A pessoa que você ama tem uma relação bem próxima com outra. O que acha disso?

    Considerações finais sobre carência afetiva

    A carência afetiva se mostra como uma grande ferida emocional sangrando através do tempo. Como forma de suprir o vazio que carrega, o indivíduo desconta nos demais toda a necessidade emocional em seu interior. Acontece que ninguém nunca está preparando para a avalanche que surge no horizonte.

    Em vez de se desgastar e pressionar o outro, invista esse tempo em si mesmo e em se aprimorar. Com o passar do tempo, sentirá positivamente que pode viver bem sozinho e sem dependência. Mas, se quiser adicionar alguém em seu caminho, somente faça isso quando se sentir pronto para tal.

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    7 thoughts on “O que é carência afetiva? Teste para saber

    1. Elaine Cristina dos Santos disse:

      Gostaria de saber mais sobre ser uma pessoa dissertiva , eu sou muito agressiva com palavras

      1. Jisleyne Alonso disse:

        Elaine, você pode estar apresentando características de uma pessoa agressiva, isso provavelmente é um mecanismo de defesa. Os motivos precisa ser investigados.

        Já a pessoa assertiva, é uma pessoa que consegue comunicar seus sentimentos de forma clara, objetiva e equilibrada.

    2. Asperger Sincero disse:

      “Em vez de pressionar e desgastar o outro, invista tempo em si mesmo (…) somente adicione alguém na sua vida quando se sentir pronto para tal.”

      E o que fazer quando você NUNCA teve NENHUM relacionamento na sua vida? Você passa a vida sonhando em ter afeto e uma relação carnal, e nada. Esse é exatamente o meu caso. Nunca consegui nem mesmo uma simples ficada com alguém, devido ao déficit de habilidades sociais provocado pela Síndrome de Asperger. Sou lento para entender os sinais de interesse do outro.

      “Ain, ame-se primeiro para depois procurar amar os outros.”

      Hoje em dia todo mundo exige que você se ame em primeiro lugar para depois ter o “aval” para procurar e iniciar um relacionamento, como se o amor próprio fosse uma pílula que você toma e “plim, olha como eu me amo agora”!.

      O amor próprio pode ser algo que venha a ser construído ao longo de décadas, a depender de cada pessoa. Supondo que uma pessoa viva 100 anos e leve 40 para se amar em primeiro lugar, quer dizer então que ela deve se abster completamente de relacionamentos até os 40 anos?

      Relacionamento, pelo visto, tá ficando igual emprego, exigindo N qualificações para o retorno (no caso afetivo ao invés de financeiro) não valer nem metade do que se pede.

      1. Jisleyne Alonso disse:

        Quando você diz que: “Relacionamento, pelo visto, tá ficando igual emprego, exigindo N qualificações para o retorno (no caso afetivo ao invés de financeiro) não valer nem metade do que se pede.” Você está certo. O mundo está mais exigente. Penso que a internet possa ter agravado essa situação. Pois hoje as pessoas tem muita informação e opções, isso confunde e ilude!

        “E o que fazer quando você NUNCA teve NENHUM relacionamento na sua vida? Você passa a vida sonhando em ter afeto e uma relação carnal, e nada. Esse é exatamente o meu caso. Nunca consegui nem mesmo uma simples ficada com alguém, devido ao déficit de habilidades sociais provocado pela Síndrome de Asperger. Sou lento para entender os sinais de interesse do outro.”

        Quando você faz o questionamento acima, está olhando de verdade para si mesmo? Além das dificuldades que seu transtorno lhe impõe, você consegue identificar outros sentimentos? Conhece ou já experimentou conversar com outras pessoas que tenham o mesmo diagnóstico que o teu?

        “Ain, ame-se primeiro para depois procurar amar os outros.”

        O que você colocou acima, é verdadeiro… mas não precisa ser radical. O “amor próprio” é algo que se constrói mesmo, e isso não impede que seja ao lado de outro, mas o esforço que temos que fazer é o de não esperar que as pessoas adivinhem o que sentimos, e nem responsabilizar os outros pelos nossos desejos. E isso é um grande desafio!

        Se quiser conversar estou a disposição.

        1. Arrasou!!! Independente de qlq coisa é pra ter amor próprio ou construir com o parceiro mas é fundamental para n se humilha

      2. luciano bongiolo disse:

        Amar a si mesmo….E só o que essas merdas de psicólogos falam….E extremamente natural e normal querer ter alguém pra compartilhar a vida. Esses psicólogos as vezes são mais carentes e não sabem nem o que é amar a si mesmos

    3. Internauta em dúvida disse:

      Estou em dúvida se tenho carência afetiva ou não.
      Por exemplo, vou beijar minha parceira ela não se dá ao trabalho de me olhar e retornar o carinho, o mesmo ocorre quando dou um abraço, sinto como se somente eu demostrasse amor e carinho. Ela está no celular eu dou um beijo, abraço e ela não faz a mínima questão de retribuir ou pausar o tiktok, Instagram, Facebook.
      No sexo passo 15 dias sem, eu tenho que reclamar, insistir para ter algo.
      Ela diz que me ama, e o que percebo que ela foi criada sem o mínimo de demostração física de amor, ao contrário de mim.
      O que fazer? Terapia de casal? Eu já reclamei e conversei varias vezes sobre, mas não vejo mudança.
      Já estou bem sem saco de tudo isso, e não sei se eu é que sou o problema.

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