Circuito de Papez

O que é Circuito de Papez para a psicologia?

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As emoções, sentimentos e outras reações percorrem uma análise mais complexa do que a gente pode imaginar. Por isso que não se deve olhar em perspectiva linear e abraçar as percepções inerentes a esse processo psíquico. Por isso, vamos compreender o que é circuito de Papez e como ele é construído.

A formação das emoções

Em meados do século XX, William James afirmou que uma pessoa passa por transformações fisiológicas quando recebe um estímulo. Por exemplo:

  • a falta de ar;
  • palpitação;
  • ou angústia

Assim, todos são resultados de alguma causa externa percebida por esta pessoa. A partir daí, quando se reconhece esses sinais, temos a origem da emoção.

Aqui a gente pode deduzir com base no trabalho dele que as sensações físicas se tornam e são emoções. Porém, esse trabalho foi refutado por Walter Cannon em 1929 e modificado em seguida por Phillip Bard. Com isso, a teoria acabou se mostrando de dupla colaboração entre os pesquisadores.

Em suma, um acontecimento que afeta alguém gera um impulso nervoso em direção ao tálamo e a mensagem se espalha. Afinal, um pedaço vai ao córtex cerebral e gera experiências subjetivas de medo, alegria enquanto a outra parte vai ao hipotálamo e cria “sintomas”. Assim, a experiência emocional e reação fisiológica se tornam objetos simultâneos, mas aqui a consideração de um centro inicial à emoção é um erro.

Circuito de Papez

Em 1937 James Papez ia concretizar o circuito de Papez como o condutor das emoções, e não os centros cerebrais. De acordo com ele, há quatro estruturas conectadas:

  • hipotálamo;
  • núcleo anterior do tálamo;
  • giro cingulado;
  • e hipocampo.

O circuito seria o atuante ativo no mecanismo das funções emotivas e expressões periféricas. Assim, o trabalho foi abraçado por Paul MacLean e acrescentou o nome de “sistema límbico” e adicionou novas estruturas. Aqui estão:

  • as córtices órbitofrontal e médiofrontal;
  • na área pré-frontal, giro parahipocampal;
  • e os grupamentos subcorticais.

Nos agrupamentos estão inclusos:

  • amígdala;
  • área septal;
  • núcleo mediano do tálamo;
  • núcleos basais do prosencéfalo;
  • e formações do tronco.

Além disso, Papez defendia que o córtex cingulado determinava antes das outras áreas a experiência da emoção. Assim, o giro cingulado se encaminha ao hipocampo e este, por sua vez, ao hipotálamo, através de um feixe chamado fórnix. Nisso, os impulsos hipotalâmicos chegam ao córtex pele relé no núcleo talâmico anterior.

A tríade do cérebro humano

Antes da fixação do círculo de Papez, houve uma procura e descoberta de três componentes no cérebro. Afinal, eles se superpõem um sobre o outro, de modo que, de certa maneira, tenham encoberto sua vista. Assim, são eles:

Arquipálio

Também nomeado de cérebro primitivo, é composto por estruturas do tronco cerebral, como:

  • bulbo;
  • cerebelo;
  • ponte e mesencéfalo
  • o núcleo de base chamado globo pálido;
  • e pelos bulbos olfatórios.

Segundo o neurocientista Paul MacLean, corresponde ao cérebro dos répteis, chamado também de complexo-R.

Paleopálio

Paleopálio ou o cérebro intermediário é composto por estruturas originadas do sistema límbico. Está situado entre a parte mais antiga e a recente, formando a intermediação entre elas. Nesse caminho, fica correspondido de forma direta ao cérebro de mamíferos vistos como inferiores.

Neopálio

Também chamado por cérebro superior, abraça maior parte dos hemisférios cerebrais. Assim, indica o cérebro dos mamíferos superiores e inclui, claro, o homem e primatas, sobretudo os novos mamíferos. Por isso, nesse ponto se encontra uma espécie de córtex mais nova, chamada de neocórtex.

A vista sobre neurônios

Ao encaminhar ao cenário do circuito de Papez, o neurologista francês Paul Broca diz que existe uma zona com células cinzentas, os neurônios. Assim, ele batizou de lombo límbico, já que essa estrutura tem formato de anel e contorna o tronco encefálico. Em seguida, se notou que houve uma urgência na criação deles aos mamíferos inferiores.

É por meio disso que é possível controlar comportamentos que são vitais à sobrevivência dos mamíferos. Sem contar que essas estruturas criam e modulam funções refinadas quanto ao que se gosta, desagrada ou afeto. Por exemplo, aqui se dá origem as funções afetivas das fêmeas para que cuidem de suas crias e brinquem com elas.

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O sistema límbico cria reações emotivas e sentimentais nas criaturas mamíferas. Sem contar que também contribui às funções de memória e aspectos conectados com a identidade pessoal. Por isso, na chegada dos mamíferos superiores houve a chegada de células nervosas aprimoradas e que elevaram a capacidade mental dos homens.

Conexões estruturais

O circuito de Papez deixa claro que estruturas que se envolvem com a emoção se ligam de forma intensa. Porém, isso não significa que elas tenham papel exclusivo por qualquer estado emocional. Ainda assim, algumas colaboram mais que as outras para um tipo de emoção específica.

Por exemplo, a amígdala conduz e controla as ações emotivas de ordem elevada, como:

  • a afeição;
  • amizade;
  • ou o amor.

Dessa forma, a amígdala possui papel vital para a preservação pessoal de um indivíduo, já que é o centro de identificação de perigo.

Além dela, outro exemplo é o do hipocampo, ligado em primeira linha com os fenômenos da memória. Ele também tem a chamada memória de longa duração, a que, em alguns casos, dura para sempre. Porém, quando os hipocampos são danificados, a memória não pode ser mais preservada.

Estados afetivos em conjunto com a razão

Nos estudos que envolvem o circuito de Papez , ainda se discute a relação entre razão e afeto.Afinal, abordagens religiosas e filosóficas entendem os aspectos afetivos da personalidade como negativos, inferiores e pecaminosos. Por isso que precisam ser dominados e controlados, sendo algo visto como:

  • inútil;
  • prejudicial;
  • e sem adaptação.

Por outro lado, os sentimentos eram vistos com utilidade, fazendo com que a gente possa dar valor às coisas. Sem contar que também se torna um item de adaptação ao meio em que a gente vive. Porém, alguns autores ainda defendem as reações afetivas como degraus favoráveis à sobrevivência e adaptação.

Ao fim, emoções vistas como itens sem organização podem favorecer a sobrevivência, já que a desorganização ia agir de forma seletiva. Isso acaba por eliminar algumas ações, mas faz com que outras possam surgir. Embora isso possa reforçar a cognição, porém, em excesso, podem prejudicar o raciocínio e dificultar a vida a partir daí.

Estados afetivos

Ao estudar os caminhos do circuito de Papez, a gente se depara com os estados afetivos. Afinal, eles são linhas de comportamento afetivos que pertencem em grande variedade ao homem, mesmo que estágios simples sejam vistos em aves. São eles:

Afeto

Designa fenômenos psíquicos que se fazem presentes na forma de:

  • sentimentos;
  • paixões;
  • e paixões.

Isso sempre vem acompanhado da sensação de:

  • dor ou prazer;
  • desagrado ou agrado;
  • insatisfação ou satisfação.

Ou seja, são reações manifestantes às condições afetivas que nos movem para alguma ação.

Emoções

Emoções são vistas como explosões curtas do equilíbrio afetivo. Por isso essas rupturas possuem repercussões consecutivas que variam em intensidade e acabam por criar barreiras no pensamento racional. Assim, a depender da intensidade, uma pessoa pode ter um grande descontrole da mente e no comportamento.

Sentimentos

Por sua vez, os sentimentos são vistos como períodos afetivos com maior duração, sendo pouco intensos e sem tanta repercussão. Assim, isso acaba por não dar tanta interferência no comportamento e razão do indivíduo. A exemplo:

  • o ódio;
  • medo;
  • e amor são vistos como sentimentos.

Considerações finais sobre circuito de Papez

O circuito de Papez necessita de um tempo para ser absorvido. Contudo, explora muito bem os fenômenos afetivos que decorrem da humanidade.

Assim, de um modo geral, é uma excelente abordagem para entender como as partes psíquicas se conectam com o corpo. Sem contar que é uma visão para entender que nada é por acaso.

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