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BDI na Psicologia: significado e exemplos práticos

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Compreender e mapear os efeitos da depressão exigiu uma flexibilidade muito grande por parte dos especialistas ao longo do tempo. Por isso que padronizar o fenômeno da doença se tornou um recurso válido para o seu estudo. Vamos entender melhor o significado de BDI e explicar sua estruturação.

O que é BDI?

BDI se trata de um questionário para que se possa medir a gravidade de um quadro depressivo. O Inventário de Depressão de Beck, BDI no inglês, ajudou a reformular a visão sobre o conceito e identificação da depressão. Isso porque a doença era vista sob olhar psicodinâmico, e não originada na raiz dos pensamentos do indivíduo.

O questionário carrega 21 perguntas de múltipla escolha com 4 opções de resposta em cada. Feito para pacientes com mais de 13 anos, os profissionais mapeiam as condições da estrutura psíquica do indivíduo por esses números. Com isso, quanto mais alta for a pontuação do paciente no teste, mais severa se encontra a sua depressão.

A Escala de Depressão de Beck se encontra na sua terceira versão atualmente. Nela, sintomas, sentimentos e sensações são adequadamente avaliados para se obter uma resposta completa à pesquisa. Mesmo após 20 anos de uso, a última versão se encontra bastante relevante em estudos e contextos clínicos.

Contexto histórico

Como dito linhas acima, a depressão era vista sob um olhar interligado com padrões psicodinâmicos. Por conta disso que há material de estudo descrevendo a doença como “hostilidade invertida contra si mesmo”. Abordando novas frentes, a BDI passou a coletar as descrições textuais do próprios doentes sobre os sintomas para construir a escala.

Beck trabalhou e refinou muito bem a sua atenção sobre as chamadas “cognições negativas”. De acordo com ele, são pensamentos destrutivos, imprecisos, persistentes e intrusivos ao self. Nisso, passou a validar que este tipo de cognição causava o problema em vez de ser gerado por ele.

Beck se encarregou de desenvolveu um grupo de cognições negativas para avaliar suas percepções. Mundo, futuro e o self causam grande impacto no desenvolvimento da depressão nos pacientes.

Exemplo

Um caso de um aluno que tirava notas ruins exemplifica bem a tríade de cognições da BDI. De acordo com a condição dele e a estrutura da tabela, ficou observado que:

Mundo

O aluno carrega pensamentos negativos em relação ao mundo e começa a acreditar que não gosta das aulas.

A escala acaba por refletir seu desenvolvimento nos problemas estruturais. Por exemplo, “Eu não tenho mais interesse nas outras pessoas” para representar sua relação com o mundo.

Futuro

O aluno carrega pensamentos negativos em relação ao futuro e começa a pensar que será reprovado nas aulas.

Self ou si mesmo

O aluno carrega pensamentos negativos em relação a si mesmo e não acredita merecer seu lugar na instituição de ensino.

Abordagem em dois fatores da depressão

A escala BDI enxerga a depressão sendo feita por dois componentes: a parte do humor, afetiva, e a parte física sintomática. O trabalho na BDI-II reflete adequadamente essa abordagem e ainda consegue dividi-la em duas subescalas. Em suma, o objetivo dessas subescalas é fazer a determinação das causas primordiais da depressão.

A subescala do humor carrega oito itens, sendo eles: auto-desprezo, autocrítica, pensamentos de desvalor, pensamentos/desejos suicidas, pessimismo, sentimentos culposos, perdas e sentimentos punitivos. A escala somática possui 13, sendo tristeza, perda de prazer, apetite desregulado, agitação, pouca libido, choro, cansaço, pouca concentração, mudanças no sono, pouca energia, indecisão, irritabilidade e pouco interesse.

Nesta escala, os aspectos físicos e psicológicos são completamente relacionáveis.

Os tipo de escala

Como dito no começo do texto, existe mais de uma versão da escala BDI. A atualização foi necessária para refinar adequadamente os dados obtidos com os estudos do programa. Desse modo, até o presente momento, elas se mostram como:

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    BDI

    Publicada em 1961, é a escala original portadora de 21 questionamentos de como o paciente se sentiu na última semana. Cada pergunta tinha quatro possibilidades como resposta à escolha do indivíduo e que davam pontuações.

    No resultado final, de 0 a 9 não havia depressão, 10 a 18 mostrava depressão leve a moderada, 19 a 29 depressão moderada a severa e 30 a 63 depressão severa.

    BDI-IA

    Registrada em 1978, é uma revisão da escala anterior com algumas alterações. Beck extraiu itens que correspondiam à mesma pontuação e começou a perguntar sobre o humor nas duas últimas semanas. Embora tivesse alguns aspectos consistentes, carregava falhas por não abordar todos os critérios da depressão do DMS-III.

    BDI-II

    Lançada em 1996, a BDI-II mudou diversos critérios para o diagnóstico do transtorno da depressão. Tem estrutura questionadora se comparada à versão original, mas se desfaz de abordagens sobre hipocondria, imagem corporal e dificuldade para o trabalho. Passa a incluir abordagem sobre o sono e apetite e faz um refinamento dos números finais das questões.

    Limitações

    Claro que a BDI não está a salvo de limitações quanto ao seu uso e métrica. Existem variações que podem exigir uma recontagem dos dados apurados enquanto a pesquisa está ativa. Por exemplo:

    Potencialização ou redução dos números

    Sendo um teste de auto-retrato, isso acaba por comprometer a integridade dos resultados obtidos em variadas situações. Nisso, os resultados podem ser minimizados ou exagerados por quem completa a tabela. Assim, o resultado final sofrerá impacto direto.

    Inflação de quadros físicos

    Os sinais físicos podem ser facilmente relacionados com problemas de saúde físicos, por exemplo, a fadiga. Contudo, a tabela BDI-PC criada por Beck e outros estudiosos relaciona alguns itens independentemente da condição física.

    Marca na terapia

    A criação da BDI foi extremamente relevante para as áreas de Psicologia e Psiquiatria. Por meio do questionário, se revitalizou a ideia sobre a depressão no meio profissional da saúde mental. Sem contar que a ferramenta ajudou a construir uma análise válida teoricamente, de modo que sempre se consiga alcançar um resultado progressivo.

    De início, a tabela foi feita para encontrar medidas quantitativas da depressão em uma pessoa. Mas ela é capaz perfeitamente de monitorar mudanças no quadro da depressão. Sem contar que também ajuda a pensar em medidas para se avaliar se os métodos funcionam realmente.

    Por isso que o reconhecimento dela foi adequadamente aplicado em mais de 2000 estudos.

    Considerações finais sobre BDI

    A escala BDI foi um marco importante para todas as abordagens que utilizamos no presente em relação à depressão. Por meio dela construímos as diretrizes necessárias para avaliar de forma mais precisa o desenvolvimento da doença.

    Apesar das variantes em determinadas situações, o estudo pode ser perfeitamente conduzido com base nas respostas dos analisados. De forma simples e rápida, pode se diagnosticar a real condição psíquica e comportamental deles.

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