curso de psicánalise clínica 100% EADA terapia de casal está se tornando uma opção cada vez mais procurada para lidar com problemas conjugais e familiares de maneira pacífica.
Ela pode ajudar a manter o vínculo que uniu o casal e formou a família. E não é preciso esperar por uma crise grave, pois a terapia também pode atuar de forma preventiva, antes que os problemas se agravem.
A terapia de casal se baseia na psicanálise individual, desenvolvida por Freud, Klein e outros. Inicialmente, a psicanálise familiar e de casais surgiu a partir de atendimentos a pacientes esquizofrênicos e suas famílias, na década de 1940.
Mas, mesmo antes disso, alguns terapeutas americanos já realizavam atendimentos a casais, reconhecendo a importância desse tipo de terapia.
Como acontece a terapia de casal?
A terapia de casal é uma modalidade de psicoterapia que visa promover uma boa convivência entre casais em conflito e melhorar a qualidade de vida a longo prazo.
O casal participa nas sessões em conjunto com um psicólogo, que atua como facilitador para ajudar a ampliar o olhar sobre o relacionamento.
Existem várias abordagens na psicanálise que embasam a terapia de casal. O objetivo comum é compreender as novas formas de relacionamento conjugal e como lidar com crises no casamento.
A proposta é promover o autoconhecimento de cada parceiro, para entender seu papel e se colocar no lugar do outro. Isso ajuda a evitar a separação indesejada. A fidelidade e a confiança são pilares essenciais.
Além de estudos sobre terapia de casal, as abordagens incluem o conhecimento sobre psicopatologias nas relações interpessoais e formas de reconhecer o amor entre o casal.
Muitas vezes, é preciso ajuda para evitar que problemas externos atrapalhem o relacionamento e a família.
Qual a importância dos acordos na terapia de casal?
Os acordos desempenham um papel fundamental na terapia de casal, pois ajudam a estabelecer expectativas claras, promovem a comunicação eficaz e fortalecem o compromisso mútuo.
Aqui estão algumas razões pelas quais os acordos são importantes nesse contexto:
- Comunicação: Os acordos fornecem um meio para os parceiros expressarem suas necessidades, desejos e limites de forma clara e direta. Isso promove uma comunicação aberta e honesta, reduzindo mal-entendidos e conflitos.
- Resolução de Conflitos: Ao estabelecer acordos sobre áreas de discordância ou tensão no relacionamento, os casais podem trabalhar juntos para encontrar soluções que sejam mutuamente satisfatórias. Isso ajuda a evitar que pequenos problemas se transformem em grandes conflitos.
- Construção de Confiança: Ao cumprir os acordos estabelecidos, os parceiros demonstram compromisso e confiabilidade um com o outro. Isso fortalece a confiança no relacionamento e cria um ambiente de segurança emocional.
- Respeito Mútuo: Estabelecer e manter acordos requer respeito pelos sentimentos, necessidades e limites do parceiro. Isso promove um senso de igualdade e respeito mútuo no relacionamento.
- Cooperação: Os acordos incentivam os parceiros a trabalharem juntos em direção a objetivos comuns e a se apoiarem mutuamente. Isso promove a cooperação e o trabalho em equipe no relacionamento.
- Crescimento e Desenvolvimento: Ao negociar e revisar regularmente os acordos, os casais têm a oportunidade de crescer e se desenvolver juntos. Isso permite que o relacionamento se adapte às mudanças nas necessidades e circunstâncias de cada parceiro ao longo do tempo.
Ou seja, os acordos são essenciais na terapia de casal porque ajudam os parceiros a estabelecerem uma base sólida para o relacionamento, promovendo a compreensão mútua, a comunicação eficaz e o compromisso mútuo.
Existe uma psicanálise para casais?
Os autores clássicos da psicanálise via de regra não aprofundaram o tema, o foco foi a análise individual. Entretanto, alguns autores contemporâneos abordam outras modalidades de atendimento, como a terapia em casal.
Entendemos que vá de cada analista a decisão de atender apenas individual ou atender, também, casais e outras formas de psicanálise em grupo.
É importante ressaltar que:
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- alguns psicanalistas consideram que a psicanálise seja, em essência, individual: isso para permitir maior profundidade nas reflexões sobre resistências e transferências (por exemplo) e na aplicação do método da associação livre;
- outros psicanalistas aceitam a possibilidade de psicanálise em casal, pensando que, além de aspectos individuais (que surgirão apesar da terapia em casal), também seja possível pensar a transferência/resistência etc. daquele conjunto (casal).
A terapia de casal é estudada em inúmeras linhas da psicologia e de outras terapias. O melhor texto que conhecemos especificamente na área de Psicanálise, isto é, sobre psicanálise com casais, é o capítulo (8 páginas) da obra Manual da Técnica Psicanalítica, de David Zimerman.
Um mérito de Zimerman foi arriscar-se em pensar uma psicanálise da contemporaneidade e para outros modelos de setting analítico (não só individual, mas também de casais, família, grupoterapia). Isso sem perder o rigor teórico e sem deixar de retomar os clássicos.
Mas a efetiva aplicabilidade de uma psicanálise não-individual pode ser problematizada. Haverá divergência a respeito do tema a depender do autor.
E também a depender se o psicanalista decidirá atuar (e observe efetividade em atuar) na psicanálise digamos “não individual”.
E por que devemos buscar a terapia de casal?
Reconhecer a necessidade de ajuda ou auxílio por parte de profissionais é uma atitude nobre. É uma virtude.
Muitos casais se perdem porque não buscam terapia de casal, que é um auxílio essencial para a relação, não somente quando houver crises. Afinal, na crise, tudo fica mais difícil de ser resolvido.
A terapia de casal colabora, por exemplo, para que você enxergue maneiras de como resolver situações previsíveis ou imprevisíveis e não deixá-las se transformarem em problemas permanentes, contínuos e intensos da relação.
Isso evita que um jogue no outro a culpa por determinadas situações, já que, neste caso, com a terapia de casal, cada um saberá a sua importância na relação.
Pesquisadores se debruçam sobre a terapia de casal
Psicanalistas franceses, norte-americanos, argentinos, brasileiros, entre outros, se dedicam profundamente ao fortalecimento da terapia de casal como uma maneira de resolução de conflitos aparentemente sem solução.
Alguns desses psicanalistas chegaram a identificar que casais procuram tratamento por causa de problemas na sexualidade e na comunicação, problemas com os filhos e o desgaste que toma conta da relação com o passar dos anos.
No entanto, se relacionar com alguém exige, sobretudo, se reinventar o tempo todo e saber que ninguém é sozinho no mundo.
Na terapia de casal, ajudamos os homens a lidarem melhor com a ascensão das mulheres para a vida fora de casa, onde, antigamente, elas ficavam trancadas boa parte do tempo com tarefas domiciliares.
Ela auxilia a compreender que as mulheres não podem ser vistas como objetos de posse dos homens, muito menos como alguém que seja incapaz de alcançar seus próprios voos de autonomia.
É cada vez mais comum, em algumas composições familiares, homens até assumirem funções que antes eram tidas como exclusivamente do público feminino, como cuidar de casa, lavar louça e levar os filhos na escola.
Por outro lado, as mulheres assumem papéis de relevância no mercado de trabalho, embora ainda haja muita desigualdade. Tudo isso é tratado na terapia de casal.
Fator indispensável para a terapia de casal
Pesquisas mostram que é importante reconhecer os problemas no relacionamento para decidir se a terapia de casal é necessária.
Alguns problemas comuns incluem conflitos de comunicação, problemas sexuais, divórcio, violência doméstica e traição.
Outros pesquisadores apontaram a necessidade alguns casais buscarem a terapia de casal como uma forma de ajuda para uma separação sem traumas. Muitas vezes, se o término saudável de uma relação é a melhor saída para ambos, não há porque falar em outro caminho!
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6 thoughts on “Terapia de casal: como funciona?”
Otimas colocações breves. Atualmente homens estão experimentando fenômenos que, supostamente e culturalmente eram atribuídos às mulheres, desempregados estão cuidando da casa e dos filhos. E isso faz com que experimentem também momentos fe extrema depressão e outras psicopatologias. Parabéns!
A união conjugal é um desafio à nossa natureza instintiva, uma tarefa herdada da cultura monogâmica, hetero e genital que, embora passando por transformações externas (gênero, relações sexuais, parcerias, patrimônio, etc.), carrega os malefícios próprios do indivíduo que não tenha clara sua relação com os próprios desejos.
Obrigado ao IBPC por mais esse artigo.
Excelente artigo. Claro e elucidativo! 🙂
O casamento é um desafio constante. Quem casa achando que o outro está ali apenas para o fazer feliz, certamente terá problemas. É justamente o contrário; cada um deve renunciar ao egoísmo e buscar fazer a felicidade do outro. Casamento é uma relação de aprendizado e mudanças; não existe uma receita certa, pois cada pessoa é única; cada casal também é único. A receita que deu certo para um casal pode não dar certo para o outro. O primeiro de tudo em uma relação deve ser o respeito. Quem ama respeita. É impossível amar alguém sem antes não o respeitar. Quando um cônjuge constantemente desrespeita o outro, é por que não ama mais o outro. Eu até acho que o amor pode renascer de novo, visto que é uma escolha, desde que um volte a respeitar o outro. O verdadeiro amor se conhece muito mais pelas atitudes do que somente pelas palavras.
As crises conjugais são ocorrências antigas – creio q desde q ”inventaram” a união entre duas (ou mais) pessoas!
Então, toda forma de relacionamento, sobretudo, familiar causará atritos. Em se tratando do casal, onde fidelidade, afinidade, cumplicidade e sexualidade devem andar lado a lado, os desajustes serão frequentes. Sem contar q é uma relação familiar q impede a privacidade de um dos membros… ou seja, ñ deve haver ”segredos” entre o casal…
Porém, há outra demanda pouco explorada: relacionamento entre pais e
filhos! Ñ sou poucos os q reclamam de terem pais narcisistas, ausentes ou incompreensíveis.
Nesse ponto há também um choque de gerações, uma imposição cultural do modo de educar q nem sempre condiz com a realidade nem temporalidade.
Seria interessante uma terapia para mães/pais e filhos também.
Artigo é maravilhoso.