complexo de vira-lata

Complexo de Vira-lata: significado e exemplos

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É comum a qualquer pessoa admirar o que outra fez ou adquiriu, de modo a ter uma referência de sucesso.

Contudo, o que acontece quando se torna automático sentirmos vergonha de nós mesmos ao nos compararmos com alguém?

Convidamos você a entender melhor o significado de complexo de vira-lata, suas características e os exemplos desse comportamento.

O que é complexo de vira-lata?

O complexo de vira-lata é quando alguém se coloca para baixo e acha que tudo que vem de fora é melhor.

Isso quer dizer que a pessoa não valoriza sua própria cultura, inteligência, economia e moral, mas elogia o que vem de outros lugares.

Conforme essa pessoa perde o orgulho pelo que é seu, ela começa a admirar mais o que é dos outros.

Um exemplo é alguém que não gosta do cinema do seu país, mas adora tudo que é feito nos Estados Unidos.

Essa atitude mostra que a pessoa acredita que tudo de fora é melhor do que o que temos aqui.

As origens

A ideia dos brasileiros como inferiores surgiu no século XX quando Arthur de Gobineau desembarcou aqui em 1845. Segundo o conde francês, os cariocas eram “verdadeiros macacos”.

Além dele, Oliveira Viana, Nina Rodrigues e Monteiro Lobato defendiam a supremacia branca, afirmando que a miscigenação era a causa dos nossos males.

De acordo com Roquette-Pinto, a ignorância do Brasil e não a sua miscigenação era a fonte de nossa inferioridade.

Monteiro Lobato, além do racismo, mostrava um pessimismo muito grande em relação ao povo brasileiro.

Nas suas próprias palavras, “o brasileiro era um tipo imprestável que não conseguiria crescer sem o apoio de uma raça pura”.

Ademais, acreditava-se que viver nos trópicos, nos quais há clima quente e úmido, colaboraria para a preguiça dos habitantes locais.

O determinismo geográfico apontava que apenas civilizações “dignas” poderiam sobreviver em clima temperado.

Complexo de vira-lata em Nelson Rodrigues

A expressão complexo de vira-lata surgiu com o escritor Nelson Rodrigues quando falava de um trauma brasileiro no futebol de 1950.

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    Na ocasião, a Seleção brasileira foi vencida pelo Uruguai na Copa do Mundo dentro do Maracanã. Somente em 1958 que esse choque foi superado com a primeira vitória do Brasil numa Copa.

    Embora tenha aplicado o conceito inicialmente no futebol, Nelson Rodrigues afirmou que a expressão poderia ser usada em qualquer área.

    Segundo ele, a síndrome de vira-lata é uma inferioridade voluntária sobre tudo aquilo que vem do mundo.

    Ela acaba por criar um narcisismo reverso, fazendo com que a pessoa valorize o outro antes dela mesma.

    Características

    As características do complexo de vira-lata podem ser resumidas em:

    Baixa autoestima

    Quem tem a síndrome de vira-lata não vê valor em si mesmo e sempre acha os outros melhores.

    Assim, essa pessoa não sente orgulho de si mesma ou do que é dela.

    Ela tende a ver só o lado ruim das coisas ao seu redor e fala mal delas para outras pessoas.

    Vontade de aceitação

    Esse complexo de inferioridade leva uma pessoa a buscar constantemente a aprovação dos outros para ser aceita.

    Ou seja, quando alguém que ela admira e considera superior a acolhe, essa recepção significa para ela a mesma coisa que ser abençoado.

    Contudo, falar mal de si ou da própria cultura pode ser um preço a se pagar para que ela consiga se encaixar.

    Valorização do externo

    Tudo aquilo que vem de fora e não faz parte do complexado é imediatamente abraçado, em detrimento de si mesmo.

    Dessa forma, para ele, produtos nacionais ou suas ações são ruins enquanto o que vem de fora é ouro.

    A dependência da aprovação externa

    De acordo com estudiosos, a dependência de aprovação externa é consequência do período pós-colonial.

    Afinal, o costume de agradar um estrangeiro somente por ele ser estrangeiro continua, mesmo que essa pessoa aja friamente conosco.

    Assim, a aprovação externa se torna um selo de garantia para valorizar a nossa cultura no mundo.

    No tocante ao comércio, há quem ache essa apreciação benéfica. Isso porque agradar alguém de fora poderia ajudar no aprimoramento da nossa produção interna.

    Por exemplo, poderia nos ajudar a melhorar o nosso modo de criar aves, abatê-las, cortá-las e colocá-las para venda na importação e exportação.

    Afinal de contas, ao atender as exigências dos estrangeiros, os produtores internos se aprimoram na sua inserção no mercado mundial.

    Por outro lado, muitos apontam o prejuízo que essa síndrome acarreta na nossa forma de produzir conhecimento e passá-lo aos jovens.

    Como é possível ter nessas circunstâncias um produtor cultural genuinamente nacional em vez de um propagador de conhecimento externo?

    O respeito do mundo pode ser obtido sem o apagamento da cultura materna do indivíduo?

    Complexo de vira-lata na Psicologia e Psicanálise

    Segundo a ótica psicológica e psicanalítica, a maioria dos brasileiros não quer sair do lugar objetificado e se tornar possuidor de algo.

    Caso o fizessem, poderiam ter autonomia para agir de acordo com suas próprias características em vez de usar cultura externa.

    Infelizmente, o rebaixamento se cria antes mesmo de tentar a conquista de suas vontades e anseios de crescimento.

    Dessa forma, quem tem a síndrome acaba abaixando a cabeça em vez de investir nos próprios desejos por se comparar demais aos outros.

    É preciso ter uma perspectiva melhor em relação as próprias capacidades, de modo a não desperdiçar oportunidades de crescimento.

    Ademais, é preciso buscar inspiração primeiramente nas pessoas com quem você divide o lar, sem perder assim a sua identidade única.

    Exemplos

    O complexo de vira-lata é mais presente do que você pode pensar. Infelizmente, ele pode trazer algum prejuízo na relação do indivíduo com a sua própria nacionalidade.

    Entenda melhor essa questão:

    Herança estrangeira

    Certamente nós conhecemos alguém, famoso ou não, que se orgulha da sua árvore genealógica por ter nacionalidade externa.

    Por exemplo, “sou brasileiro, mas minha família descende de franceses”, numa ação clara de autoafirmação como estrangeiro.

    Dessa forma, essa pessoa pode se sentir especial e superior aos demais por não precisar carregar o “fardo” de ser brasileiro.

    Valorização da música externa

    Não tem nada de errado em gostar de coisas que vêm de fora da sua cultura.

    Mas o problema aparece quando você começa a ignorar ou desvalorizar sua própria cultura por causa disso.

    Como no caso de pessoas que não dão chance para o cinema do próprio país, achando que não presta, enquanto adoram filmes que vêm dos Estados Unidos.

    Considerações finais sobre complexo de vira-lata

    Infelizmente, o complexo de vira-lata serve como um pedido de aceitação e abdicação da própria imagem.

    Boa parte do povo brasileiro não se entende como tal e, por isso, evita a sensação de pertencimento ao seu país.

    Por conta disso que existe um conflito em relação à própria identidade, de modo a não querer declarada e apreciá-la.

    Mostra-se necessário, portanto, a abdicação desses pensamentos e emoções limitantes em relação à própria cultura.

    Quando fazemos esse exercício podemos até nos conhecer melhor, entendendo a extensão do nosso potencial sem depender de ninguém.

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    Por meio da Psicanálise, você tem a ferramenta perfeita para lidar com qualquer limitação pelo seu caminho, incluindo o complexo de vira-lata.

    4 thoughts on “Complexo de Vira-lata: significado e exemplos

    1. Complexos desse mondo já presenciei muito só pra falar que é o bom .

    2. José Alves da Silva disse:

      Bom dia! Eu noto o complexo vira-lata na expressão mental de muitos brasileiros em relação à Europa e EUA aliado ao menosprezo pelos outros países da América do Sul, Ásia e África. Também vejo o mesmo entendimento em meu estado, que fica no nordeste, em relação aos estados do sudeste do sul e o menosprezo pelos outros que são nossos irmãos de região e pelos do norte e centro-oeste. Nós, brasileiros, de fato, herdamos isso da colonização e foi ensinado por algumas pessoas do sudeste e sul do Brasil, bem como a mídia sudestina reforça até hoje mediante as suas programações.

    3. Ewerson de Almeida Santos disse:

      Conteúdo muito bom, retrata bem grande parte da população. Estou lendo Complexo de Vira Lata de Márcia Tiburi, recomendo.

    4. Concordo com a maioria do que foi escrito, menos no que diz respeito aos filmes americanos comparados aos filmes nacionais, não tem comparação filmes com boa história, efeitos especiais e atores com filmes onde se destacam palavrões, sexo, droga e valorização do errado. Muitos ficam orgulhosos quando se fala do filme “Central do Brasil” É motivo ter orgulho de um país onde mostra uma professora que explora analfabetos, se envolve em tráfico de órgãos infantil e demonstra uma falta de caráter inimaginável em alguém?

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