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O conceito de felicidade para Freud

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O que é ser feliz? O que é felicidade? Na Psicanálise, há uma estreita conexão entre libido, prazer e felicidade. Assim, para entender o conceito de felicidade para Freud, precisamos compreender noções como libido e pulsão de vida.

O conceito de felicidade

Para Freud, a libido busca sua realização por meio do prazer. Quando o prazer é alcançado, encontramos felicidade. Esta felicidade pode ser pontual ou prolongada, a depender da forma como a pessoa reage à libido.

Libido, portanto, não é apenas o prazer sexual. É uma pulsão de vida que nos traz encantamento e disposição para nos mover. E essa disposição é a base do conceito de felicidade.

A melhor fonte de prazer está na sexualidade

Para Freud, o que melhor realiza o prazer é a sexualidade. Mas essa sexualidade pode ser sublimada, isto é, convertida em outras formas de energia e interesse. A sublimação da pulsão sexual, segundo Freud, nos permite encontrar realização também no trabalho e na arte, por exemplo.

Sendo assim, é imprescindível explanar os elementos mencionados, bem como sua importância para a psicanálise e, consequentemente, para a compreensão das questões psíquicas atreladas aos sujeitos.

Freud encontrou bastante resistência ao postular suas ideias acerca da sexualidade humana, considerando a existência da sexualidade desde a infância.

A sexualidade infantil

Cabe ressaltar que tal ponto possibilitou a construção da teoria relacionada ao Complexo de Édipo. Acerca da sexualidade infantil. Garcia-Roza (2009) pontua que a resistência frente a tal fato emergia em função da negação da sexualidade infantil e a amnésia que permeia os anos iniciais da criança.

Tendo como intuito compreender a questão da sexualidade na teoria psicanalítica, precisamos considerar a questão da libido, a qual corresponde à energia proveniente dos instintos sexuais (ZIMERMAN, 2007a). Segundo esse autor, a expressão da libido ocorre em consonância com cada uma dasfases do desenvolvimento psicossexual.

Nessa conjuntura, considerando a libido como uma energia a qual precisa estar localizada em uma região do corpo, com a finalidade de obter satisfação, podemos inferir que na fase oral a sexualidade é vivida, principalmente, a partir da relação estabelecida pela criança com o mundo, tendo a boca como intermediário (ZIMERMAN, 2007b).

Fases do desenvolvimento psicossexual

De acordo com Garcia-Roza (2009) na fase oral o prazer está relacionado à ingestão de alimentos, bem como à excitação da cavidade bucal e da mucosa dos lábios. Em tal fase a vivência de satisfação – constituinte do desejo – será experienciada pela via oral e ocorrerá no primeiro ano de vida (GARCIA-ROZA, 2009).

A fase anal é situada entre o segundo e terceiro ano de vida. Nesse período a libido é deslocada para o ânus, no entanto, a fase em questão não remete exclusivamente à libidinização da região mencionada (ZIMERMAN, 2007b).

É durante essa fase que a criança poderá desenvolver “sentimentos sádicos e masoquistas, a ambivalência, as noções de ‘poder’ e de ‘propriedade privada’, a rivalidade e competição com os demais, bem como o surgimento das ‘dicotomias’, tipo grande x pequeno” (ZIMERMAN, 2007b, p.93).

A fase Fálica e o Complexo de Édipo

A fase fálica, por sua vez, ocorre entre os três e os seis anos de idade e é caracterizada pelo fato de as pulsões da libido serem direcionadas aos órgãos genitais, destaca-se que nessa fase há o desencadeamento do complexo de Édipo (ZIMERMAN, 2007b).

No que se refere ao Complexo de Édipo, em linhas gerais, podemos afirmar que o mesmo corresponde aos desejos tanto amorosos quanto hostis que a criança vivencia em relação aos seus genitores. Ocorre aos três anos de idade (ZIMERMAN, 2007b).

O Complexo de Édipo pode ser compreendido a partir de suas duas formas, sendo uma positiva, a qual corresponde a um desejo sexual direcionado ao genitor do sexo oposto e, concomitantemente, um desejo de morte direcionado ao genitor do mesmo sexo.

Pode haver uma coexistência das formas do Complexo de Édipo

A outra forma, a negativa, é caracterizada pelo desejo amoroso voltado ao genitor do mesmo sexo e, ao mesmo tempo, ciúme ou desejo de desaparecimento do genitor do outro sexo (ZIMERMAN, 2007b).

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    Faz-se necessário destacar que as duas formas mencionadas costumam coexistir, no entanto, uma delas será predominante (ZIMERMAN, 2007b).

    Outras fases do desenvolvimento psicossexual

    Além das fases do desenvolvimento psicossexual vivenciadas durante a infância, temos também a fase de latência – ocorre aproximadamente entre os seis e onze anos – é caracteriza pela repressão da sexualidade infantil e, consequente, deslocamento da libido para finalidades que são socialmente aceitáveis (ZIMERMAN, 2007b).

    E a fase genital, a qual surge a partir dos onze anos e é quando a energia sexual retoma seu foco aos órgãos genitais e volta-se, também, às relações amorosas (ZIMERMAN, 2007b).

    É importante ressaltar que as fases relatadas correspondem a etapas evolutivas que irão contribuir para a constituição da personalidade dos indivíduos e as mesmas não ocorrem de modo totalmente linear, elas se sobrepõem e estabelecem interação continuamente (ZIMERMAN, 2007b).

    O conceito de Pulsão

    No que tange a questão da sexualidade, dentro da teoria psicanalítica, a pulsão surge como um dos elementos essenciais. Ela nos aparecerá como sendo um conceito situado na fronteira entre o mental e o somático. Sendo representante dos estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente. (FREUD, 2006, p.127).

    Assim, podemos postular a ideia de que as pulsões geram estimulações proveniente do âmbito somático, o qual traz desdobramentos ao psiquismo. Desse modo, a transformação do somático em psíquico permitirá ao sujeito a formulação das representações de seu mundo interno (ZIMERMAN, 2007a).

    Sobre a libido e conceito de felicidade

    A libido como vemos no material estudado se realiza, se concretiza em todo o nosso ser, ou seja, em tudo que somos e fazemos. Buscar o verdadeiro sentido do ser é buscar ter a realização do prazer, é sentir libido em tudo e entender o real conceito de felicidade.

    O amor nos move, o prazer pelo que sentimos e realizamos nos faz em seres humanos realizados ou não realizados, em seres humanos felizes ou seres humanos frustrados.

    Se tivermos vivido todas as etapas bem, conseguiremos viver com integridade e paixão e, acima de tudo, sermos seres felizes que espalham coisas boas.

    Insatisfação com a própria vida

    O vazio, a solidão, depressão, parece um mal vital neste momento.Vivemos um tempo em que a culpa por não sentir-se realizado é colocado no outro, no entanto cada um de nós é responsável pela própria história.

    Conclusão

    É necessário ajudar as crianças de hoje a entender o conceito de felicidade, a viverem uma infância verdadeira, usufruir de todas as etapas que tem direito, com liberdade. Precisamos cuidar para que o amanhã não se transforme em uma vida sem sentido.

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    A felicidade do ser humano não é algo utópico. É algo real, do agora. O prazer, é um estado que pode ser duradouro, a libido é uma realização que impulsiona, é uma energia que transforma, é uma força que transcende o ser humano por completo.

    16 thoughts on “O conceito de felicidade para Freud

    1. Heliana de Oliveira Pereira disse:

      A felicidade é algo relativo, é como a beleza física. Algo entorno como se diria no ditado popular : “Quem amo o feio bonito lhe parece!” A pessoa que se conhece bem, sabe dos seus anseios e desejos e portanto sabe o que lhe desperta a felicidade. A nossa vida e a vida do outro servem de parâmetro a felicidade sentida por cada um. Para aquele que não se conhece, temos um outro ditado que cabe bem aqui: ” A grama do vizinho é mais verde que a minha!” Lógico, que olhando de perto , no fundo somos felizes, embora na atualidade estamos imersos no constante consumismo , que nos obriga a achar que a felicidade só é alcançada se tivermos isso ou aquilo, geralmente algo material, e que essa busca nunca é alcançada, abrindo um enorme vazio existencial e que alimenta a grande indústria dos prazeres imediatos , não permitindo e nem dando tempo do sujeito se ver nessa enorme bolha emoções fluidas. Aquilo que é felicidade para uns pode ser uma grande tristeza para outros! Por exemplo, um silvícola que tem toda a natureza e tempo ao ser dispor , se imagina na grande cidade desfrutando da agitação e riqueza material , o cosmopolita se imagina no campo, na floresta , vislumbrando as paisagens naturais e o canto dos pássaros e ambos acham que trocando de ambiente seriam mais felizes, infelizmente leva-se uma vida inteira para se descobrir que a felicidade é algo sublime e simples e que ela está dentro de si e que é o seu Eu que constrói esta felicidade! Fique leve! Viva o milagre do agora! Então… o que temos para hoje?

      1. angela maria borges da silva disse:

        seu diagnostico é perfeito tudo que acredito a respeito, e muitos seguiram essa cartilha,e tiveram essa felicidade eu me incluo nesse seguimento posso não ter tudo que quero mas amo tudo o que tenhoe o que pertence ao alheio não me apetece, quando temos nossas vidas realizadas em todos os sentidos, essa vida feliz e completa costuma incomodar aos infelizes e eles de algum modo traiçoeiro e na surdina tentar por meios ilicitos provocar um disturbio na nossa paz de espírito já que principios e honestidade não é um bem comum a todos e derrepente você se depara com danos causados por seres vil que só estão na pista para negócios.

      2. Raimundo Rodrigues Filho disse:

        Heliana de Oliveira, seu texto sobre a felicidade é muito profícuo. Concordo plenamente com sua concepção. abraço !!!

    2. Adriana Roque disse:

      A felicidade, parece ser algo de dificil acesso, um sonho que será realizado quando encontrar um amor verdadeiro, ou quando tiver filhos, ou quando conseguir um emprego bem remunerado ou quando se aposentar, a felicidade…parece estar sempre lá na frente, mas como explicar tantos pais infelizes, tantos casados infelizes, tantos bem remunerados infelizes, aposentados infelizes, o que aconteceu?
      Houve um erro no caminho, a busca da felicidade é bem mais simples, ela é encontrada dentro, sim dentro de nós, para ela aflorar é importante um olhar carinhoso para nós, sabermos diferenciar o que são nossos pensamentos e sentimentos e o que são pensamentos e sentimentos dos a nossa volta, saber fazer essa separação, e trabalhar crenças limitantes, vai nos ajudar a criarmos um ambiente favorável à nossos gostos, vamos nos mimar mais, ter hobbies satisfatórios, metas profissionais que elevam nossa autoestima ao serem alcançados, vamos aprender nos amar, amar a solitude, no momento que encontramos a felicidade dentro de nós, tudo a nossa volta muda, atraimos as pessoas certas e a vida flui proporcionando ainda mais felicidade e, um amor, um bom emprego, filhos e a aposentadoria, tudo isso apenas irá agregar brilho ao ser que finalmente encontrou o caminho certo da felicidade…

    3. Paulo metáfora disse:

      É incrível essa energia que há em mim, poder sentir até mesmo coisas abstractas e enxergar a vida como devemos

    4. Ellen Lucy de Oliveira faria disse:

      Sou aluna e cada dia mais me apaixono pelo curso. Além do conteúdo muito rico, a atenção e suporte é 100%.

    5. Luiz Fernando Santos Escouto disse:

      Excelente abordagem sobre felicidade!

      1. Walter Moura de Araujo disse:

        Excelente. A construção e a vivência da felicidade é individual e não responsabilidade de outro. Muito bons o texto e os comentários. Parabéns.

    6. Que Maravilha de texto.
      Muito obrigado pelas suas palavras.

    7. Francisco de Assis Oliveira disse:

      A Felicidade é momentânea. Meus momentos mais felizes na vida foram em minha infância.

    8. Gostei demais da matéria e de cada comentário, somos sempre acrescentados e muito.
      Nosso maior desafio é vencer o vazio existencial e encontrar a felicidade olhando para o que temos e sendo gratos.

    9. A felicidade quando abstrata parece faltar, quando compreendida se faz brotar. Saibamos onde ela habita em nós mesmos para que possamos desfrutar.

    10. ANTÔNIO GERALDO COELHO disse:

      Muito bom artigo, que nos dá uma visão mais ampla do pensamento freudiano. De fato a felicidade e o auge da realização humana, em toda a sua existência. Não se pode alcançar a felicidade de modo pleno negando nosso próprio “ser”, que se funda principalmente na sexualidade e na libido.

    11. Arli Zegatte disse:

      Realmente podemos dizer que o ciclo da felicidade é Prazer = felicidade que é o combustível para fazermos o que queremos e para que queremos, isto vai fazer nos mover para fazer o que nos da felicidade e ter o produto desta felicidade, agora se não estivermos dispostos a pagar o preço de todo este trabalho, porque ter prazer e ser feliz da muito trabalho, não culpe os outros, por não ter conseguido, e lembre, o responsável por nossa história somos nós mesmos, então de que histórias você viver?

    12. Antônio Luiz de Moraes disse:

      Esclarecedor. A busca pela compreensão das causas da felicidade e, por consequência, do sofrimento humano, tem sido uma constante em nossa história.

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