Conhecer-se profundamente: uma análise através da Psicanálise

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No início do Século XX, um jovem médico neurologista formado em Viena se especializou em psiquiatria. Esse jovem se deparou com pacientes que sofriam de problemas nervosos que não conseguiam conhecer-se profundamente. Como havia muitas limitações para realizar o tratamento, buscou, fora dali, novos estudos e técnicas.

A Hipnose e os “Histéricos”

Nessa viagem, entrou no mundo da Hipnose. A hipnose foi uma técnica demonstrada por Jean Martin Charcot, um neurologista que tratou distúrbios mentais causados por anormalidades do Sistema Nervoso. Os seus pacientes recebiam o nome de “Histéricos”.

A Histeria foi uma patologia que influenciou os estudos de Freud e de seus colaboradores, principalmente Josef Breuer, para uma evolução do início da psicanálise. Essa doença foi considerada como um teatro, indigna de observação clínica.

Os primeiros casos apareceram nas mulheres como uma doença do aparelho sexual feminino. Era uma neurose que causava muito preconceito e, na história, era categorizada como uma feitiçaria.

Uma compreensão melhor do termo ocorreu tempos depois com os trabalhos de Charcot. Ele usava em seus tratamentos o método da Hipnose. O contato de Freud com essa prática de Charcot despertou nele o desejo de ir mais à fundo nessa Neurose.

O interessado médico Sigmund Freud não estacionou o seu conhecimento e foi além com os estudos e as práticas. Em parceria com seu tutor, Josef Breuer, descobriu que poderia reduzir os sintomas da doença mental por meio da fala do paciente, pois ele conseguiria conhecer-se melhor.

Conhecer-se ao mais profundo

Antes mesmo de Freud chegar no mais profundo de seus pacientes, ele foi às profundezas do seu eu e ali encontrou a vontade e a força para ir além do que ele via e ouvia.

Desse modo, começa a nascer uma nova terapia, um novo método investigativo e também de tratamento de dores e sofrimentos da psique. Esses sofrimentos são buscados além do que se fala, do que se mostra no mais profundo de nós, por meio de conhecer-se profundamente.

Um lugar chamado inconsciente, que guarda traumas, desejos reprimidos, afetos e emoções. Tudo isso influencia as ações humanas, sem um entendimento racional. Com muito estudo foi chegando um pouco mais fundo. Desse modo, nas profundezas do inconsciente, descobriu que poderia, por meio da fala de seus pacientes, alcançar lembranças reprimidas.

Além disso, conseguiria alcançar os traumas esquecidos, dar voz àqueles pensamentos, trazer memórias apagadas e dar alívio ao seu paciente. Ouvir o que se fala por trás das palavras e por trás de cada gesto e, então, conhecer-se e chegar até mais profundo de nós.

Mudou, então, a visão da humanidade de sua época no seu entendimento e fez a  organização do aparelho psíquico com a sua primeira tópica, o famoso ICEBERG o sistema ICS/PCS/CS:

  • Inconsciente ICS: A parte mais profunda do iceberg onde guarda os conteúdos reprimidos e que não tem acesso direto ao (PCS/CS).
  • Pré-consciente PCS: a parte que liga o inconsciente com o consciente.
  • Consciente CS: instância que cuida do racional da percepção e atenção.

Freud exerceu influência em vários profissionais

Freud dedicou a sua vida para entender o mecanismo da mente humana e trabalhou incansavelmente por essa nova ciência. Desse modo, atraiu para si olhares da humanidade e, também, de homens e mulheres que, como ele, sonham em entender, explorar um lugar profundo e escuro que precisa de luz.

O psiquiatra influenciou muitos estudiosos e profissionais que contribuíram com essa área de conhecimento. Desse modo, cada um com suas visões particulares e teorias revolucionou, a cada dia, a história da Psicanálise.

Carl Jung

Foi um dos influenciados por Freud. Ele desenvolveu o seu próprio método teórico chamado de Psicologia Analítica, através de estudos de mitos e símbolos.  Além disso, desenvolveu a ideia de que existe um inconsciente que ultrapassa as experiências individuais, chamado de “Inconsciente Coletivo”.

“O inconsciente individual repousa sobre uma camada mais profunda… Eu a chamo de Inconsciente Coletivo.” (CARL JUNG).

Melanie Klein

Melanie contribuiu para a prática clínica em crianças e bebês. Ela foi a primeira a introduzir brinquedos e jogos em seus tratamentos. A psicanalista acreditava que existia um ego rudimentar, presente nos bebês. Ela também descreveu mecanismos de defesa e sugeriu a noção de posição, nomeando-as de Esquizoparanoide e Depressiva.

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    Donald Winnicott

    Foi o primeiro médico a utilizar conteúdos psicanalíticos, desenvolveu um olhar para as crianças que eram separadas de seus pais, por causa da Guerra. Ele, então, descobriu que o meio em que viviam afetava o seu emocional. Utilizava o conceito “mãe suficientemente boa”, e sugeriu alguns fenômenos e objetos transicionais.

    Wilfred Bion

    Foi um indiano que desenvolveu a psicoterapia de grupos e a teoria do pensamento. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele tratava os seus pacientes em grupos terapêuticos e aperfeiçoou os seus estudos na dinâmica com pacientes psicóticos. Bion se interessou pelos distúrbios ligados à linguagem, pensamento, conhecimento e comunicação.

    Jacques Lacan

    Esse médico criou o seu modo de entender a psicanálise e de desenvolver a sua prática. Sua primeira ideia foi que “o inconsciente não seria uma manifestação do Eu, mas sim do Outro”.

    Descobriu que, através dos sinais e dos códigos, a criança desenvolve sua autonomia. Os estudos e a dedicação com a psicanálise não podem parar, pois existe um longo caminho até o “conhecer-se profundamente”.

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    Este texto foi produzido pelo aluno do Curso de Psicanálise Clínica Everton Magri, especialmente para o nosso Blog.

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