depressão infantil

Depressão infantil

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Neste artigo, falaremos da depressão infantil. Quais diferenças e semelhanças em relação à depressão no adulto? Quais causas, sintomas e possíveis tratamentos?

Entendendo a depressão infantil

A depressão é uma expressão frequentemente usada para descrever sentimentos. É comum que todos experimentem alguma tristeza, ou mesmo alegria profunda, em diferentes fases da vida.

Embora não haja um entendimento comum da depressão segundo Adánez (1995), ela pode ser vista como um transtorno que envolve campos da biologia, psicologia e contexto social. No sentido biológico, a depressão é vista como um dos neurotransmissores causados pela herança genética, como as anormalidades, esse tipo é chamado de endógeno, que é transmitido geneticamente.

A depressão passou por uma evolução notável nos últimos dois séculos, com taxas particularmente altas nas últimas duas décadas. Um breve panorama dessa evolução é uma tentativa de entender o que a OMS (Organização Mundial da Saúde) considera uma epidemia e o que seus colaboradores consideram uma “bomba-relógio social e econômica” (DAWSON e TYLEE, 2001).

A evolução da depressão infantil

A depressão evoluiu de um “distúrbio desconhecido” conhecido como “depressão” (encontrado principalmente em lares de idosos) para a causa número um de incapacidade clínica em todo o mundo (SHORTER, 2001; WHO, 1995).

No século 18, o termo “depressão” começou a aparecer em pesquisas sobre o que é comumente referido como melancolia, que contornava a maioria dos estados emocionais e cobria muito mais do que se pensa atualmente como depressão ou mesmo emoção. (Amaral e Barbosa, 1990).

Por isso, Philippe Pinel, considerado um pioneiro da psiquiatria moderna, descreveu a melancolia como uma depressão profunda e até mesmo desespero. (SHORTER, 2001).

Um transtorno mental

A depressão é um transtorno mental caracterizado pelo humor deprimido que surgiu no século XIX. No final do século, a depressão foi medicamente definida como “um estado caracterizado por depressão mental, falta de coragem ou iniciativa e uma tendência melancólica de pensar” ou “um estado de depressão mental em que a tristeza é irracional” (WOLPERT). , 2000).

Em princípios do século XX, Emil Kraepelin exerceu uma grande influência nas ideias sobre depressão com o seu mundialmente famoso manual de psiquiatria clínica, em que incluía a atualmente denominada depressão maníaca e depressão sem mania. Ainda hoje, volvido um século, perdura a distinção importante e bem aceite entre depressões unipolares e depressões bipolares.

Embora este estudo se centre fundamentalmente na depressão unipolar, é essencial reconhecer o distúrbio bipolar, uma vez que tem sido considerada uma perturbação bastante distinta mas com sintomas que se sobrepõem (WOLPERT, 2000).

Depressão infantil: diagnóstico familiar

Assim, a depressão tornou-se um diagnóstico familiar em psiquiatria, mas um diagnóstico familiar é muito diferente de um diagnóstico epidemiológico. Para compreender o estado de quase-epidemia que a depressão atingiu agora, é essencial compreender a evolução das perspectivas dos profissionais de saúde, bem como dos pacientes.

O advento dos antidepressivos em 1958 foi de grande importância para a compreensão da depressão. Esse aumento na prevalência de diagnósticos de depressão não ocorre sem pressão dos pacientes. Percebe-se que foi o paciente quem introduziu o termo depressão no século XVIII.

Diversos são os elementos de risco ligados ao surgimento da depressão na infância, que podem ser destacados em três tipos a biológica, psicológica e social/ambiental. Sendo que as causas biológicas são significantes e estudadas é observada o elemento da genética ou o fator da hereditariedade da depressão (BARBOSA, et al. 1996).

Depressão na família

A presença de indícios de depressão na família tem sido conceitualizada como um dos fatores mais fortes no surgimento desta doença. É necessário, portanto, buscar mais orientações, começando pela necessidade de ver a pessoa por inteiro, considerando aspectos como personalidade, estados emocionais, crenças e cognições ao longo de sua aprendizagem e desenvolvimento.

Para isso, existem aspectos que podem contribuir para a depressão e podem ser moldados por estressores como separação dos pais, família extensa, antecedentes criminais de um dos pais, doença mental do genitor e falta de recursos financeiros para serem classificados como fatores de risco deprimidos. Assim, situações de violência, abandono, apoio social, rompimento de vínculos etc. podem estar associadas à depressão, e alguns sintomas psicopatológicos podem ser secundários à exposição à violência e à agressão no lar. (DELL’AGLIO, 2004).

Outro fator que afeta a compreensão da depressão em crianças é a grande disparidade entre seus sintomas e a depressão em adultos. Enquanto um adulto deprimido é capaz de falar sobre seus sentimentos, identificar o tom depressivo de seu humor e, portanto, seus sintomas depressivos, a criança não pode discernir isso e, portanto, pode apenas indiretamente suspeitar de sua depressão por meio de seu comportamento.

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    Conclusão

    Os exames psicológicos que podem ser realizados em crianças nem sempre revelam sentimentos e emoções que correspondem totalmente ao estado emocional interno. Portanto, um compromisso com o bom senso e a compreensão é necessário e deve ser aplicado aos exames clínicos para aumentar a perspectiva de como a criança está se sentindo.

    Na maioria dos casos, a única coisa a notar é que quanto mais forte a sensibilidade emocional e quanto mais frequente o choro, mais inquieta e rebelde a criança se torna. (BALLONE CJ, 2010).

    Nesse sentido, é importante ficar atento às transformações no comportamento das crianças, assim os pais e professores devem observar os acontecimentos que surgir sendo estes incomuns se comparados com o que é corriqueiro à maioria das crianças.

    Este artigo sobre depressão infantil foi escrito por MARCIA ALVES CAMPOS ASSUNÇÃO, mestre em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT (2014). Graduada em Letras pela Universidade de Cuiabá (2001) e especialista em em Linguística pela UFMT-Universidade Federal de Mato Grosso (2002) e Gestão Escolar pelo ICE-Instituto de Ensino Cuiabano (2006). É psicanalista formada pelo IBPC-2022 e professora efetiva na Rede Municipal de Sinop-MT.

     

    3 thoughts on “Depressão infantil

    1. Jesebel Sbrana Silva disse:

      Antes de ter filhos não observava as crianças mas pude vez várias mudanças em meus próprios filhos .Sem entender busquei soluções através de leituras, hoje estou estudando pra melhorar, gostei do artigo, compreender a depressão infantil por diagnóstico
      é melhor para o tratamento…Obrigado.

    2. Mizael Carvalho disse:

      Texto muito bom, parabéns! Nossas crianças precisam de muito carinho e atenção.

    3. Nádia Aparecida Binhame disse:

      Texto ótimo e esclarecedor , parabéns. Acho ainda que as crianças da rede municipal e estadual de ensino deveriam ser assistidas por psicólogos e psicanalistas.

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