Dualidade: definição para a Psicanálise

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Para tudo e todos nessa vida, há uma inerente batalha interna que permeia a existência. De fato, não existe nada perfeito e equilibrado, visto que somos criaturas feitas dos resultados de camadas de escolhas e decisões. Encontre aqui a definição de dualidade dada pela Psicanálise e entenda como isso afeta a nossa vida.

O que é dualidade?

Segundo a Psicanálise, a dualidade é a construção ideológica de que existem forças opostas agindo em um mesmo objeto. A ideia filosófica propõe que duas realidades completamente diferentes agem de forma contínua sobre um mesmo ponto, incidindo na forma como esse se constrói. Isso seria complementar a sua identidade como ser vivo.

A Psicanálise afirma ainda que a dualidade é um evento irredutível por si só. Dada à sua natureza, os lados que a formam não encontram um caminho em comum para seguir. Não há como chegar a um consenso. Isso porque visões e ações opostas não se completam e não chegam a um ponto final.

Ao propor que duas existências segmentadas em direções opostas estão se confrontando, não há como construir uma subordinação de uma para a outra. Isso porque as forças, mesmo com natureza diferentes, são iguais em intensidade. É como se dois imãs tentassem se aproximar e se juntar, sem conseguir unir as pontas diferentes. Apenas quando um cede é que a união pode ser efetuada.

História da Dualidade

A ideia da dualidade já constava nos manuscritos feitos por Platão, vindos das ideias de Aristóteles e Sócrates. Os filósofos afirmavam que a inteligência humana era incapaz de se unir ao corpo físico. Isso porque nossa faculdade da alma ou de espírito não se adequava como uma realidade palpável. Isso se configura como uma quebra da realidade física, algo impensável no dualismo.

Ainda assim, a ideia melhor divulgada partiu de Christian Wolff, que migrou o conceito da palavra à relação corpo e alma. Nas suas palavras, qualquer um que admita a existência de materiais espirituais e materiais é dualista. A partir disso, abriu o caminho para Descartes, que ao final concluiu o reconhecimento das substâncias corpóreas e espirituais.

Nesse caminho, a metafísica indica que a nossa realidade é formada por duas substâncias diferentes. A realidade sensível, composta de substâncias materiais e visíveis, e a não física, mostrada como imaterial, feita da mente e espírito. Isso nos lembra a ligação que o homem mantém com as religiões, por exemplo.

Características

A dualidade é uma proposta da filosofia para entender mecanismos adversos e igualmente complementares da existência. Apesar de sua forma, carrega alguns fios condutores que a diferencia de outras teorias. É graças a isso que podemos estudá-la com maior clareza. Veja algumas características básicas da dualidade:

Oposição

De forma simples, indicamos que há uma oposição natural nos componentes a serem vistos. Isso porque as suas essências se contrapõem o tempo todo. Não existe um espaço adequado para que haja um consenso. Na ficção e na literatura, para exemplificar, podemos indicar a existência contínua e cíclica da ideia do bem e do mal.

Irredutibilidade

Sem a existência de um resultado comum para unir essas forças, elas não chegam a um entendimento. Por conta da contradição, elas não cedem em momento algum. Como são forças iguais, acabam se dobrando com empenho contínuo e incansável. Nenhuma vai perder ou ganhar, o que cria um caminho de potencial quase que infinito.

Críticas

O conceito de dualismo abordado por alguns filósofos foi muito criticado por Anne Conway. A filósofa inglesa indicou que havia uma proximidade entre a matéria e o espírito, onde eles se conectam. Dessa forma, ela afirma que existe uma interação real entre esses dois aspectos, e não uma oposição como Descartes propunha.

Sendo assim, Anne defendeu que a matéria e o espírito não eram diferentes um do outro. Eram totalmente passíveis de mudar a natureza de seu complemento. Indo mais além, propôs que a matéria poderia se tornar espírito e este último podia se materializar. Na sua visão, o dualismo não tinha consistência ao defender a distinção entre dois aspectos fundamentais.

Com base nisso, podemos trazer  a ideia da morte para defender o que foi proposto por Anne. Vivemos sob uma carne viva e física durante décadas. Contudo, quando morremos, segundo algumas religiões, nosso espírito se liberta. Além disso, esse mesmo espírito é capaz de reencontrar uma nova carne e se conectar com ela, o que chamamos de “reencarnação”.

Exemplos da Dualidade

Ainda que o trabalho acima pareça complicado de entender, existem exemplos práticos do nosso cotidiano que explicam melhor. A relação da matéria com a essência é cíclica, onde uma interfere na outra. Ainda que não cedam por completo, cada uma é capaz de provocar mudanças ou desvios. Observe:

Ansiedade

É comum alguém ter crises de ansiedade em momentos de tensão. Podemos notar como a sua insegurança com conflitos que não existem, mas que acredita serem reais no futuro, afeta o seu corpo. Veja que nada é palpável ou ao menos verídico, mas mesmo assim existe uma sensação de aperto, sufoco e medo.

Transtorno obsessivo-compulsivo

Outro fenômeno onde a dualidade pode ser vista é no transtorno obsessivo-compulsivo. Os pensamentos excessivos e abundantes levam o corpo material a fazer ações repetitivas e, às vezes, aleatórias. Por acreditar em consequências abstratas da desorganização, por exemplo, o indivíduo tem problemas em aceitar um objeto fora do lugar em casa.

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    Neurastenia

    Neurastenia é quando o sistema nervoso começa a ceder, resultando em cansaço físico e mental. Dentre os sintomas, podemos listar o cansaço e a fraqueza mental enquanto o corpo está inquieto. Note que curioso é a forma como o transtorno se manifesta. Ainda que sua mente peça por descanso, o seu corpo permanece irritado, um exemplo claro de dualismo.

    A Dualidade Hoje

    A dualidade propõe uma mecânica complexa para entender a realidade em que vivemos. Unir o que temos em mãos a um campo abstrato parece uma tarefa difícil quando temos uma visão unilateral do mundo. Contudo, é justamente isso que essa ideia indica: a união do espírito de encontro com a matéria.

    Ainda que a sua natureza acabe sem uma conclusão, o movimento circular dessas forças leva, sim, a um resultado. E de maneira prática, pode levar a um comportamento positivo ou negativo de um indivíduo. Por meio da interação dualista, uma existência pode escolher entre o bem e o mal.

    Considerações Finais

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