Neste artigo de opinião falaremos sobre o enfrentamento das drogas. Inclusive por sugestões de terceiros, vamos abordar um tema que preocupa muitos operadores das ciências Psi (Psiquiatria, Psicologia e Psicanálise): ‘O dilema do enfrentamento das drogas’.
O desafio é global não só de determinadas nações. Na esfera técnica o assunto é conhecido como transtornos relacionados a substâncias químicas e transtornos aditivos. Vamos enfrentar efetivamente o desafio dessa questão na sua dimensão máxima e no fecho, conclusão, vamos ofertar uma resposta possível à problematização proposta e submeter ao crivo de todos os interessados no tema.
Entendendo sobre o enfrentamento das drogas
O foco deste ‘artigo de opinião’ está centrado num tema muito delicado que versa sobre dependência química por adição que muitas pessoas enfrentam por variadas motivações e que geram transtornos psicofisiológicos diversos. Carecemos ainda de estatísticas confiáveis sobre como está o panorama geral e pleno no ‘case’ brasileiro, porém, reportam analistas e formadores de opinião que reverberam notícias e realizam pesquisas e estudos, por todo o país, que é um quadro muito delicado e está cada vez mais, de forma gradual, ficando muito amplo e grave.
Vamos abordar as seguintes questões problemas arroladas e selecionadas para formar uma opinião: As premissas chaves no enfrentamento das drogas; o primeiro desafio: transtornos relacionados a intoxicação por álcool; segundo desafio, transtornos relacionados por cafeína; terceiro desafio, transtornos relacionados a Cannabis (maconha);quarto desafio, transtornos relacionados a alucinógenos; quinto desafio, transtornos relacionados a inalantes.
Outros transtornos
Sexto desafio, transtornos relacionados a opioides. sedativos, hipnóticos e ansiolíticos; sétimo desafio: transtornos relacionados a sedativos, hipnóticos, ansiolíticos e estimulantes; oitavo desafio, transtornos relacionados ao tabaco, nono desafio: transtornos relacionados a outras substâncias desconhecidas; décimo desafio, tentativa de buscar dignidade e resgate do estoque de tempo de vida perdido e danos neurológicos.
Na conclusão, vamos enfrenar o desafio de ofertar uma resposta à seguinte problematização: “Existe possibilidade de o indivíduo sozinho enfrentar o desafio das drogas e atingir um resultado de remissão?” Nosso primeiro passo vamos abordar as premissas chaves do enfrentamento dos transtornos relacionados as substâncias químicas e aditivos, as drogas.
As premissas chaves no enfrentamento das drogas
A questão das drogas no planeta não é um problema da pós-moderna dos tempos líquidos; é uma questão milenar, ou seja, de longa data. A começar pelo alcoolismo seguido pelas plantas alucinógenas e após, pelo tabaco e as demais drogas ilícitas e lícitas que foram surgindo e se acumulando no tecido social. Na China antiga ocorreu um fato histórico muito sério e de grande envergadura, que deflagrou a guerra do controle sobre o ópio.
E o desafio persiste tendo se ampliado gradualmente, ano após ano. Atualmente, a dimensão das drogas é algo gigantesco e movimenta milhões de dólares. Se transformou num grande investimento. Não existem ainda dados e metadados exatos que tragam uma informação confiável dos montantes envolvidos.
Muitos países estão transformados em cartéis, monopólios e facções ligadas às drogas. Prisões e apreensões nos países onde ainda estão criminalizadas as drogas se transformaram em algo estratosférico e possuem um crescimento exponencial e uma capilaridade social muito grande e forte regada a propinas.
Outros quadros clínicos
As premissas chaves para enfrentamento na esfera das drogas são praticamente iguais a usadas para enfrentar depressão, insônia e outros quadros clínicos. A primeira premissa se assenta na força de vontade da pessoa, um ato pessoal e volitivo; o indivíduo tem que querer sair do labirinto, se livrar das drogas e do estigma.
A pessoa precisa formar uma autoconsciência crítica forte, convicção e comprometimento, uma força de vontade pessoal de que realmente quer sair desse terreno pantanoso, abandonar o vício, buscar uma cura (remissão), ou a mitigação (alívio com a suspensão provisória). Sem está premissa bem maturada e colocada em prática, todos os esforços serão em vão.
Segunda premissa, ter a consciência crítica de que o objetivo é somente pessoal, singular, intransferível, somente da própria pessoa, algo exclusivamente individual e subjetivo. Ninguém poderá ser acionado para gerenciar e monitorar o curso e o progresso nas metas somente a própria pessoa.
A ‘entrega’ é apenas para si mesmo
Atribuindo e delegando à terceiros monitorar e fiscalizar o progresso no objetivo rumo a remissão/mitigação pela prática das metas, a pessoa estará contribuindo para sua capitulação e fracasso. Não será jamais o analista, médico ou familiar que vão fiscalizar e agir, somente a pessoa.
Terceira premissa, a entrega do resultado é apenas para si, mais ninguém. É do seu corpo, de sua saúde, de seu objetivo, de sua vida, dividido em metas diárias e nada mais, e um dia de cada vez. A vida é da pessoa. Entra a quarta premissa, da ajuda do terceiro com rosto. Sem uma ajuda especializada a pessoa não conseguirá jamais sair desse labirinto.
O papel da clínica, ambulatório ou hospital como um terceiro com rosto e da análise será importante. Porém, ninguém consegue sair sozinho, depois de entrar nas drogas sem ajuda especializada de uma agenda técnica. Isto não implica infração as demais premissas. A ajuda especializada do terceiro com rosto não é uma bengala permanente, mas um conjunto de metas com balizas necessárias, chamadas de calços ou controle dos gatilhos, para evitar a marcha-a-ré.
O enfrentamento das drogas e a crise
Exemplificando, para evitar o surto pela crise de abstinência existe a necessidade de remédios estabilizadores por um especialista que é o terceiro com rosto, porém, tal pessoa ou instituição não será decisiva. O decisivo é o indivíduo viciado que deseja sair da crise que enfrenta contando com o apoio técnico terapêutico.
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A quarta premissa é muito importante para a pessoa ter as balizas e debelar os gatilhos. E quinta premissa, colocação das trancas psicológicas nas portas de acesso. Isso é apenas da pessoa que precisa saber dizer ‘não’, renunciar ao consumo da substância. A pessoa vai se deparar com a fissura, em seus variados graus, (vontade de usar), mas terá que aprender a lutar para vencer.
Dito isto, vamos examinar os desafios relacionados das diversas drogas, a começar pelo mais delicada de todas, o transtorno do uso do álcool.
Primeiro desafio: transtornos relacionados a intoxicação por álcool
O uso do álcool na humanidade tem uma historicidade de milênios. Começou pelo vinho e depois foi se refinando, até chegar nas bebidas destiladas mais inebriantes, como uísque, cachaças, os blend’s, drinques em geral aportando na fermentadas, onde no topo da linha, temos as cervejas. A intoxicação por álcool alcançou patamares mundiais sem precedentes.
O desejo de consumo venceu com apoio da publicidade os esforços fracassados de se tentar barrar a fabricação e demanda. A oferta sempre foi maior em todo mundo. Estados Unidos ficou famoso por tentar implantar lei seca geral e fracassou. Nas sociedades islamizadas existe a tentativa de barrar o álcool com punições severas. A pessoa que não consegue vencer o vício fatalmente acabará em ‘delirium tremens’ e no óbito.
Várias patologias irão surgir junto com demência até o óbito final. A tentativa de remissão(cura) ou mitigação (alívio e controle) tem sido a internação tanto voluntária como compulsória. O apelo tem sido uso de medicação. Existe um quadro também forte de suicídios nesse viés do uso pesado do álcool.
Auxiliando o tratamento
Muitas pessoas acabam buscando especialistas e o uso de medicação auxiliar ao tratamento, como por exemplo, o Acomprosato (Campral) e o Dissulfiram, entre outros. É uma situação muito delicada e dolorosa vencer o alcoolismo. O apoio do terceiro com rosto é fundamental, ou seja, o olhar especialista e a interface Inter, plurii e multidisciplinar. O estoque estimado de tempo existencial consumido para vencer o alcoolismo vai de 9 a 25 anos em média.
Existem casos de 30 anos de luta ininterrupta para obter a declaração da remissão. Não existe cura de meses e nem mera salvação apenas frequentando grupos de AA, ‘Alcóolatras Anônimos’ ou usando a meta do evite o primeiro gole. É um processo em construção que leva anos para a mitigação e a remissão porque possui muitos gatilhos. Não raros indivíduos que estão sóbrios cerca de 11 a 12 anos, terem uma recaída forte.
E o apelo de marketing comercial também tem sido muito grande. Segundo desafio: transtornos relacionados por cafeína. O uso descontrolado diário da ingestão de cafés tem sido algo muito grave atualmente em nível global. Muitos viciados tentam em linha própria uma redução abrupta e passam a enfrentar cefaleias, fadigas, sonolências, humor disfórico, ficam deprimidas e irritadas, não tem concentração e começam a ter vômitos, dores e rigidez muscular, não aguentam a fissura (vontade de tomar de novo) e voltam a ingerir mais cafés e similares.
O enfrentamento das drogas e as substâncias
Os efeitos fisiológicos são fortes, como a enxaqueca. A abstinência agrava o quadro e existem muitos fatores associais, certas prevalências, como fumar junto com café, tomar muito chimarrão no RS, que é uma tradição, além de chás diversos e opções por ingerir bebidas com cafeína. Deixar de fumar e tomar café a nível individual sem o auxílio de um terceiro com rosto, em alguns casos, com ajuda de medicação alguns indivíduos conseguem mitigar e chegar a remissão.
Porém, são poucos os casos. Estimam que em cada 10 pessoas que tentam uma intensão solo e linha própria sem ajuda de um terceiro com rosto, cerca de 2 a 3 pessoas tem obtido sucesso quando possuem uma força de vontade muito forte. Ou um motivo patológico, como por exemplo, doença cardíaca ou pulmonar, ou ainda, uma etiologia oncológica (descoberta de uma causa como um câncer maligno ou benigno em progressão).
Quem tem uma taxa alta de glicose no sangue e toma muito café com açúcar tende a evitar o açúcar, mas não conseguem se livrar da cafeína. Algumas pessoas argumentam que induzem o sono com cafeína o que tem sido um sofisma e até usam a Ritalina (Metilfenidato) junto com o café o que analistas consideram uma verdadeira bomba relógio de detonação retardada para se induzir uma morte súbita.
O alzeimer
Por incrível que pareça o café é um vício também delicado. O uso do café para enfrentar o Alzheimer (perda progressiva da memória) não tem confirmação e validação científica ainda. E por fim algumas pessoas consomem café com tabaco, excesso de chocolates e estimulantes, sedativos, hipnóticos e ansiolíticos o que é um risco. Geralmente ingerem Rivotril (Clonazepam) com café, o que é um risco.
Terceiro desafio: transtornos relacionados a Cannabis (Maconha)
Este tem sido um grande desafio, porque a maconha está socializada no Brasil em nível capilar altíssimo. Qualquer cidade do país possui maconha na esquina sendo vendida ou emprestada e dividida com amigos. A pessoa que consome a maconha mais de 12 meses já está viciado(a) de forma bem enraizada.
Geralmente tem um padrão de consumo semanal persistente e com um grau de fissura forte (vontade de usar). A tendência é sempre ir aumentando a carga de consumo (dosagem) até se intoxicar bem só então, estabiliza a quantidade para evitar overdose. Não existe a mínima possibilidade de remissão sem o auxílio do terceiro com rosto (clínica ou terapia de desintoxicação).
É um vicio que tem seus especificadores bem delimitados, características fortes quando da prevalência, desenvolvimento e curso do consumo, por mais que neguem ter graves fatores de riscos como lentidão, lapsos crescentes de esquecimentos, até da memória recente, euforia, prejuízos motores, como escrever começa a ficar difícil, julgamento prejudicado, retraimento social, abandono dos estudos, excesso de sonolência, depressão, ansiedade, quadros de melancolias e angústias e curso em direção a psicose antecedidos por processos de paranoias com instabilidade geral.
O enfrentamento das drogas e o cigarro
A pessoa se torna automaticamente irresponsável aos olhos de terceiros. As consequências por intoxicação de maconha são muito graves com o tempo. Ocorrendo a fissura e não atendido o consumo nas taxas que a pessoa já está colocando em curso, o risco de surtos é forte, induzidos pela abstinência. A maconha esta geralmente associada ao alcoolismo, ao tabaco, cafeína e opioides (cocaína).
Muitos analistas consideram a maconha apenas como um cigarro mais forte e que não causaria, em tese, maiores problemas. Estão muito enganadas, a maconha é uma droga insidiosa e difícil do ‘desmame’ como chamam os especialistas. É um vício pior que do tabaco. Depois da pessoa estar intoxicada e bem viciada, com uso pesado de taxas altas, de cada 10 viciados nessa droga, apenas menos de 3 conseguem mitigação e após, remissão.
E até 5 a 6 pessoas conseguem mitigação, mas com altos índices de recaída. A migração da maconha para o crack é apenas uma questão de oportunidade e curiosidade. De cada 10 viciados em crack, 9 pessoas migraram da maconha e tabaco associados. O grau de perigo e riscos da maconha numa escala de 0 a 10 atinge patamares de grau 8 para cima. Muito alto e muito perigoso. A tentativa tem sido no sentido de minimizar a gravidade para tentar industrializar e liberar no formato de cigarros em maços em carteiras o que não conseguiram ainda. A maconha é altamente prejudicial a saúde das pessoas.
Quarto desafio: transtornos relacionados a alucinógenos
Este é outro desafio muito forte, o enfrentamento das substâncias alucinógenas, como a fenciclidina. Essa droga, a fenciclidina, também conhecida como pó de anjo, poeira da lua e 2148, que é o apelido, é oriunda de agentes anestésicos e causa alucinações, possuindo efeitos neurotóxicos.
Essa droga surgiu em meados de 1952, pela empresa farmacêutica Parke- Davis foi inicialmente comercializada sob marca Sernyl. A cetamina é outra que está também em forma de pó, mas pode ser achada como líquida ou até em balinhas, comprimidos. Geralmente é tomada sob forma líquida ou cheirada. Essas drogas podem ser detectadas até em 8 dias, em exames laboratoriais.
Também, temos atualmente a difusão da chamada ‘droga K’, mais potencializada, se refere à ketamina, usando a letra ‘k’, substância psicoativa com potencial para causar efeitos alucinógenos e dissociativos. O tratamento para dependência química somente será eficaz com um terceiro com rosto e requer apoio de internação. As anfetaminas ilícitas, mais populares, têm alto poder de alucinação, como rebite, as bolinhas e o ecstasy. Ainda, o uso da Ritalina (Metilfenidato) tem sido algo muito preocupante, geralmente em eventos massivos como shows, usada por jovens. Existem uma gama maior de alucinógenos.
Chás tóxicos
Alguns chás tóxicos são também, são usados, como Santo Daime; o uso de alguns cogumelos hipnóticos. Existem ainda, as chamadas ‘bombas líquidas’ (capetas) com aplicação de pós e comprimidos. A criatividade de jovens tem sido muito grande. Inclui o LSD, o MDMA, o DMT, a psilocibina e a ‘Salvia divinorum’.
Vale salientar que são drogas que causam hipertensão, torpor, rigidez muscular, convulsões ou coma, sudorese, palpitações, visão borrada, tremores e incoordenação; o que pode gerar até paradas cardíacas. Muitas pessoas tentam minimizar a ação nociva dos alucinógenos, entretanto, constantemente noticiam óbitos por excesso, superdosagens associadas ao álcool e maconha.
Pode levar a ideação (pensamento de suicídio). O uso constante pode gerar infecção cerebral, crise neuro-cognitiva maior, esquizofrenia e psicose porque acelera a paranoia. Após alguns anos de uso, os delírios e alucinações com fantasias se acentuam e prevalecem. Instaura-se o decréscimo cognitivo irreversível. A pessoa fica infantil e abobalhada, perde o juízo racional. Os que não tem recursos e apoio forte familiar vão morar na rua, não tendo mais como reverter o quadro.
Quinto desafio: transtornos relacionados aos inalantes
Este vício está geralmente associado ao uso do tabaco e maconha. Porém, existem casos especiais. O uso do ‘vape’ (cigarro eletrônico) está ficando muito grave porque é uma substância líquida que vaporiza e entra no pulmão. Dentro do pulmão ela se torna líquida e o óbito será uma questão de singularidade, ou seja, como cada corpo aguenta. Existe pessoas que abrem tanque de gasolina do carro e cheiram.
Ou usam vaporizadores para aspirar e inalar líquidos, como querosene ou etanol veicular. Importante destacar algumas considerações sobre o ‘vape’ que está enquadrado como transtorno por uso do tabaco líquido vaporizado porém, está sendo inalado e vai gerar o ‘EVALI’, que é uma lesão pulmonar séria que leva a pessoa ser imediatamente entubada porque cria tosse com febre alta, falta de ar e uma dor torácica severa com formação de escarro com sangue.
Este ‘EVALI’ (sigla em inglês) é lesão aguda associada ao uso de cigarro eletrônico vaporizado. O vape mata porque a pessoa arma ele com líquido, transforma em fumaça, inala por tragada e essa fumaça vai se converter em líquido e inundar alvéolos. O vape tem sido considerado muito grave nos transtornos por inalação. Mas tem outros métodos como uso de narguilé ou cachimbo chinês.
Medicações e pastilhas
O chamado ‘desmame’ tem sido eficaz com força de vontade e uso de medicação, pastilhas, adesivos na pele. Importante destacar que o ‘desmame’ na esfera das drogas não equivale a ‘desprescrição’ na esfera dos remédios. O desmame nas drogas é o abandono por força de vontade individual nas situações em que não seja necessário o terceiro com rosto (médico, ambulatório, clínica ou hospital) ou que seja necessário, mas com uso de apoio psicófarmiliar.
A pessoa é pressionada a abandonar por força moral na esfera familiar. Muitos conseguem mitigar e até caminham na direção da remissão, debelam o quadro clinico por muita força de vontade empurrados e puxados por familiares, parentes e amigos. Alguns chamam de abordagem sem tréguas e condicionadas até prêmios no âmbito da família ou emparedamento moral. Recorrem a palestras e círculos fechados.
Com opioides não funciona o método. Sexto desafio: transtornos relacionados a opioides. Este desafio se refere a heroína, morfina, codeína, cocaína, fentanil, metadona, tramadol, tebaína ou papaveverina. e outras semelhantes, em forma de pó ou líquida. Não tão-somente a cocaína como muitos pensam. Porque no Brasil a cocaína em pó atingiu o apogeu e ápice de consumo e apreensões rodoviárias e aéreas.
O enfrentamento das drogas e opioides
Existe também uma pré visão de que seria só ópio em face do nome opioides. O grande problema brasileiro passou a ser a cocaína e a overdose. Muitos jovens dão entrada urgente em hospitais e clínicas para fazer lavagem intestinal e estomacal urgente face a ingestão excessiva de drogas opiódes. Existe uma faixa etária da prevalência do uso no Brasil, dos 16 aos 45 anos, porém, existem estatísticas que outras faixas etárias usam de forma até massiva. Não raro idosos estão aderindo junto com álcool.
O desenvolvimento e curso do uso tem sido exponencial no caso brasileiro, americano do Norte, mexicano nas Américas que extrapolam, seguido pelos demais países da Costa Andina. As Américas do Sul, Central e Norte registram consumos crescentes da cocaína, morfina e heroína. A intoxicação causa torpor ou coma, fala arrastada e prejuízo de atenção e memória.
Não tem como fazer o desmame sem o terceiro com rosto e requer internações especializadas. Depois de haver a aderência ao uso de opioides e forem assimilados pelos organismos por mais de 24 a 30 meses não tem mais como sair da situação sem apoio especializado. Sétimo desafio: transtornos relacionados a sedativos, hipnóticos, ansiolíticos e estimulantes.
A ansiedade
Esse tipo de dependência química e hábito que vira um vício contumaz que alguns querem e insistem em minimizar tem se revelado muito grave. O uso pesado de remédios, os psicofármacos, para controle da ansiedade virou a bola da vez nas sociedade pós-modernas, associados a depressão tanto orgânica como psicológica. Os sedativos viraram uma coqueluche no jargão pop, a começar porque pessoas com patologias oncológicas (câncer) que geram a dor crônica usam de forma até pesada.
Muitas pessoas que começam um tratamento para câncer não conseguem mais obedecer a desprescrição (desmame). A prevalência envolve todas faixas etárias, dos 12 aos 95 anos. Na fase adulta-madura, dos 45 aos 75 anos, o uso é crescente de sedativos, hipnóticos, principalmente para induzir sono e os ansiolíticos, além dos antidepressivos. Existe o risco da overdose além de associarem ao álcool, cafeína e tabaco.
No Brasil o uso da Ritalina (Metilfenidato) praticamente se capilarizou. Nos EUA a fluoxetina (Prozac) foi uma febre nacional. O uso do diazepam e o flurazepam foi estratosférico em nível global. O atual uso de zolpidem para induzir sono tem crescido muito o consumo. O risco de crise de nervos e surtos é muito grande nos centros urbanos mais avançados.
Psicofármacos e a dependência
Três eixos acionam o grande uso de psicofármacos que geram dependência, os transtornos depressivos, ansiedade e sono-vigília. A remissão nessa categoria de transtornos de adição tem prosperado mais, principalmente em países onde o controle da comercialização exija receitas e fiscalização rigorosa. A pessoa ao não conseguir acessar começa a forçar um ‘desmame’ além da orientação de ‘desprescrição’ por parte de especialistas.
Ou agravamento de comorbidades, como as cardíacas e pulmonares, pressão alta ou baixa, e a indisposição estomacal força um desmame em face da perspectiva de óbito a curto e médio prazos. Importante destacar que para gerar estimulação muitos recorrem a solução ortomolecular e suplementação que também causa transtornos.
Excesso de clorela, por exemplo, tem seus riscos. São vários suplementos que causam dependência e transtornos. A lista dos medicamentos psicofármacos que causam dependência é muito ampla. Temos os casos de acamprosato (campral), o dissulfiram, o sal de lítio, lorazepam, paroxietina, alprazolam, clonazepam (que é Rivotril), muito utilizado para induzir sono; fluoxetina, (que é Prozac), sertralina, que virou moda recente.
O enfrentamento das drogas e a venlafaxina
Muitos passaram usar a venlafaxina, para depressão; zolpidem para induzir sonolência diante do transtorno sono-vigília como já referido e a própria Ritalina que é o metilfeniato. Esses dados já são suficientes para antecipar uma percepção do quanto é muito delicado esse tipo de dependência.
Existe ainda, nesse quesito, os transtornos relacionados a outras substâncias desconhecidas São substância ainda não catalogadas.
Muitas pessoas viajam para áreas indígenas para ter contato com pajés e xamãs além de monges e fazem preparos com raízes, folhas. Na Ásia existem líquidos a famosa água ardentes curtida com cobras, tartarugas e outras situações ainda desconhecidas pela medicina, como pós de unha de gato relada. Pó de concha do mar com uso de cogumelos, cachaça com carne de tubarão, que causam efeitos hipnóticos.
Usos variados de cascas
Algumas substâncias até são conhecidas, mas não se enquadram em nenhuma classificação como óxido nitroso; a noz-de-areca, esta é mascada. Os sedativos, hipnóticos, ansiolíticos e estimulantes quando associados com antidepressivos e antipsicóticos podem gerar óbito por intoxicação cumulativa e geral. Oitavo desafio: transtornos relacionados ao tabaco.
O hábito que se transforma em vício do uso do tabaco, fumo em corda, cigarro de papel com filtro, o chamado ‘caporal, cigarro de mão sem filtro, mesmo com uso de piteiras, charutos, além de palheiros, fumo enrolado em casca de milho seca, são considerados vícios leves e muitos minimizam os efeitos. Porém, efetivamente, não são leves os efeitos. O uso é mais prolongado geram os efeitos nos pulmões são quase que irreversíveis.
A turbeculose é um dos efeitos grave. Além de ser um fator de incêndio tanto em camas quanto nas ruas e no meio rural. Um pitoco ou bagana acessa de cigarro descartado, chamado de ‘segundinho’, pode desencadear até explosões de caminhões em postos de gasolina. O cigarro tem sido consumido associado a outras drogas, como cafeína com muito açúcar, cocaína e o álcool.
O cigarro eletrônico
O mais grave atualmente é o ‘vape’, o cigarro eletrônico que leva a formação do ‘EVITA’, uma inflamação nos pulmões, que requer pessoa ser entubada. O vape pode ser classificado como um inalante, mas é consumo de tabaco liquido. Porque o aparelho é eletrônico e alimentado com líquido que vaporiza e no pulmão vira líquido de novo. É uma receita fatal para induzir o óbito em poucos anos. O vape se tornou mais perigoso que o cigarro industrializado com filtro.
O tabaco(fumo) foi crime na Grã Bretanha no séc. XIX, depois liberado. Situação similar que acontece atualmente com a maconha (Cannabis). A única ‘vantagem’ entre aspas do tabaco em relação as demais drogas é o retardo do óbito, que é mais lento. Demora um pouco mais para estourar os pulmões. No passado o cigarro foi usado com glamour em filmes clássicos onde muitos atores e atrizes acabaram falecendo por complicações pelo uso do tabaco associado a bebidas alcoólicas, em especial drinks e uísques.
O ‘desmame’ do tabaco na sua forma simples, cigarro, pode até ser alcançado de forma singular com muito esforço e apoio de medicação (pastilhas e adesivos). O resgate do estoque de tempo de vida existencial perdido e danos neurológicos. Muitos analistas estão alimentando um excesso de otimismo em pinçar e relatar casos em que pessoas viciadas em drogas, que sofrem o transtorno de adição conseguem remissão rápida.
Uma suspensão temporária e o enfrentamento das drogas
Isso não é verdade, se traduz num sofisma. Antes da remissão (cura plena) existe a fase de mitigação, ou seja, redução dos danos psicobiofisiológicos, aliviando o uso. Alguns chamam de refrigério ou suspensão temporária. Mas não debelam rápido, pois, já existe uma concepção de que uma remissão séria leva de 5 a 15 anos. Casos de sucesso levaram quase 20 anos de batalha pessoal e com ajuda do chamado ‘terceiro com rosto’ (terapeuta, ambulatório, clinica ou hospital).
As sequelas psico-neurológicas são fortes e acompanham o indivíduo por toda vida e tem seu grau de risco e gravidade. Além dos efeitos futuros, como no caso de geração de filhos com problemas clínicos, agravamento de comorbidades. Pouquíssimos casos são de sucesso. Estimam que de cada 10 viciados que deseja fazer o ‘desmame’ e as desprescrições 3 levam cerca de 30 anos de luta ininterrupta contra drogas ainda mais num quadro associado e com comorbidades.
Por volta de 2 em cada 10 pessoas, conseguem atingir a meta de remissão. processo de abstinência diante da fissura (vontade fisiológica de usar), que é pulsão, algo muito doloroso porque a droga fica entranhada na composição celular do organismo. A melhor opção ainda continua sendo a de não experimentar as drogas, o papel dos pais, parentes e amigos, em vigiar e impedir na primeira camada, a familiar, o uso.
O enfrentamento das drogas e o vício
Ainda sobre o enfrentamento das drogas, professores e diretores escolares na segunda camada, a escola. As drogas em geral têm alto poder viciante, como a cocaína, maconha, tabaco, e excesso de álcool no caso brasileiro. Outras nações enfrentam o drama do haxixe e ópio puro além do álcool. A Ásia registra os maiores casos com um consumo estratosférico. O tempo de vida existencial com drogas e com danos neurológicos ficam na casa média de 20 a 25 anos de estoque de tempo.
Muitas pessoas que conseguem uma alta mitigação e até uma remissão não conseguem sobreviver mais de 20 anos face danos emergentes colaterais e comorbidades. As drogas no planeta se constituem um dos problemas e graves problemas que possuímos. Alguns analistas insistem que só seria superada pela crise ambiental que estaria no top dos problemas seguida pela questão das drogas em escala global, o que não concordamos.
Em termos de longevidade existencial estimam que viciados com uso médio a severo de drogas, embora oscilando com internações, mitigações (evitamento) relativas e repique com recaídas não conseguem chegar aos 60 anos. Havendo um quadro de comorbidades a média tem sido de 45 anos de existência turbulenta (crises e conflitos) pelos transtornos que as drogas causam.
O que fazer para vencer as drogas
O primeiro passo para deflagrar uma batalha que tenha êxito e seja vitoriosa contra o poder viciante das drogas é entender as premissas chaves do enfrentamento. A falta de consciência, a negação, a negligência e a fuga das premissas equivalem a iniciar uma batalha já capitulando de cara e sendo derrotado. Segundo passo, buscar um ‘terceiro com rosto’ que seja responsável e dedicado além de confiante na causa, não mercenário, que goste do que faça e se empenhe em auxiliar o viciado.
Entretendo, o operador na função de um apoio psicológico precisa se convencer que o viciado está colocando em prática as premissas chaves do enfrentamento. Onde sentir que não existe uma abnegação forte, geralmente o terceiro com rosto desiste por ausência constatada de ato de compromisso com as premissas. Não percebendo fortaleza e boa fé cumulativa muitos não querem perder tempo com causas perdidas já na arrancada.
Alguns discretamente não dão mais voto de confiança. O vício acaba sendo vencedor até levar o dependente ao óbito ou deixa-lo com graves sequelas neurológicas.
Conclusão sobre o enfrentamento das drogas
Sobre o enfrentamento das drogas e face ao que acima foi exposto, no exame das questões-problemas pré- selecionadas, tópico a tópico, por etapas, de forma concatenada; e, com base e respaldo, em estudos consagrados, em manuais e recomendações e, com relação ao desafio da indagação proposta, ou seja, “Existe a possibilidade de o indivíduo ‘sozinho’ enfrentar o desafio das drogas e atingir um resultado de remissão?
Entendemos que a pessoa de forma singular, em linha própria, sem o apoio de um terceiro com rosto não reúne condições para mitigar ou fazer a remissão (cura) do livramento do vício. O ideal ainda permanece sendo evitar ao máximo experimentar as drogas. Alguns transtornos de adição, como são conhecido o vício ou dependência química, não tem mais, infelizmente, solução.
Depois de aderir às drogas, fazer o desmame e desprescrição tem sido algo muito doloroso, custoso e demorado. Muitas vezes a pessoa vai para uma clínica na fase de mitigação e não chega jamais na remissão. Por essa razão é um dilema. A fissura (vontade de usar) trava uma dura batalha com a abstinência e seus efeitos.
A consciência crítica e o enfrentamento das drogas
Contudo, nada estará perdido se o indivíduo tiver uma consciência crítica forte e uma força de vontade muito grande num ato de compromisso e com grau alto de abnegação. As drogas estão no topo mundial de uma das chagas mais dolorosa do planeta. Sair das drogas passou a ser sem dúvidas o maior desafio humano.
Artigo escrito por Edson Fernando Lima de Oliveira. Formado em Psicanálise,realizou PG em Psicanálise, PG Neuropsicanálise; PG em Psiquiatria e Saúde Mental e continuam estudando especialização em Psicofarmacologia. E-mail: [email protected]