fim de um relacionamento

O Fim de um Relacionamento Amoroso

Posted on Posted in Comportamentos e Relacionamentos

Hoje falaremos sobre o fim de um relacionamento. Uma boa parte das pessoas passou ou passam por relacionamentos que muitas das vezes trazem uma série de marcas que podem causar diversas situações que em dados momentos deixam vazios sombrios nas partes envolvidas.

O que será salientado aqui é justamente trazer pontuações pertinentes ao associar o fim de um relacionamento desgastante ao Luto, pois ambas as realidades se configuram em um quadro devastador gerando muitos questionamentos, muitas das vezes sem resposta efetiva devido aos traumas de uma relação infrutífera.

O Fim de um Relacionamento Amoroso pode ser uma espécie de Luto?

Devemos levar em consideração que em um primeiro momento fazer uma associação do fim de um relacionamento amoroso com a ideia de Luto, pode parecer algo desproporcional, pois você acaba por ter ao lado uma relação viva, porém que terminou, por outro lado, da perda de uma pessoa querida nas suas relações sociais, a perda existencial.

Por outro lado, existem grandes relevâncias no que diz respeito a essa ruptura amorosa, com o luto, devido justamente haver diversas situações envolvidas em tal relacionamento.

Frieza, silêncio, ruptura e fim de um relacionamento

Nos nossos tempos modernos é muito comum devido a essa explosão comunicacional levarmos em consideração que as relações podem não se resumir a patamares de contato físico ao final do dia ou da semana, com as devidas contribuições tecnológicas essa proximidade fica cada vez mais fluida e com isso o que deveria trazer um ar de proximidade do casal, pode muitas das vezes configurar um esfriamento e até um vazio na relação.

Isso muitas das vezes tem acontecido devido às diversas rupturas que vão deixando as partes ou uma das partes em situação de afastamento e silêncio, o que pode impactar decisivamente na relação.

Um ponto que se pode evidenciar nesses afastamentos silenciosos são casais que namoram, estando cada um em suas casas, ou seja, a frequência com que o casal se vê é algo não diário, muitas das vezes havendo a necessidade de usar de recursos virtuais como mensagens de texto, etc., que muitas das vezes além de serem “frios” no sentido de não expressar de fato o que uma das partes está sentindo e também de ser atendido prontamente na mensagem, já que de fato não se tem como saber se a outra pessoa está disponível naquele momento e o não responder a uma ou várias mensagens durante o dia, o desgaste da comunicação de ambos, a visualização de tais mensagens e a não prontidão em responder, certamente começa a influenciar nesse afastamento que não é apenas no silêncio em responder, mas em um silêncio no próprio relacionamento.

Realidades conflitivas

A ruptura de fato acaba por desencadear múltiplas situações, e são essas situações às vezes distintas gera uma condição de Luto, onde uma ou as duas partes em si, já separadas passam a experimentar uma sensação de perda, às vezes pode ser algo raso e passageiro, mas em outros momentos pode ser profundo e mais perigoso, afinal o Luto de cada pessoa pode ser diferente, quando de uma perda existencial, podemos também fazer a mesma relação com suas devidas proporções à uma perda amorosa.

Os desenlaces podem ser muito difusos, há certa perda de sentido em muitas pessoas, tentativas de se reatar o antigo relacionamento, muitas perguntas de onde se errou o que poderia ter sido feito de melhor, como tentar uma possível volta. Todas essas situações acabam por gerar realidades conflitivas, que ampliam quadros como de angústias, chegando até mesmo a depressão, casos mais graves podem facilitar o uso de bebidas alcoólicas ou ate mesmo entorpecentes.

Logo devemos imaginar que o quadro da ruptura amorosa, desse desenlace, faz com que em certos modos haja a gravidade da situação, pois se pararmos para pensar que no caso da perda existencial, a saudade é algo que certamente causará muitas férias, mas no caso em questão, quando se sabe que essa pessoa continuará a existir e até em muitos dos casos ainda sendo vista frequentemente, ou até do mesmo local comum, como escola, faculdade ou local de trabalho essa ferida pode ser bem mais grave e latente.

A Dor da perda, reencontro consigo e o fim de um relacionamento

A tragédia de Romeu e Julieta de Shakespeare é certamente uma manifestação dolorosa da perda, e muitas das vezes temos diversas situações que interpretamos essa perda como algo insolúvel, um grande vazio, mas e como a pessoa pode se reencontrar? Afinal é possível tal solução?

Questões assim sempre vão e voltam como onda do mar, que acabam por levar o indivíduo que sofre a perda amorosa a não ver um horizonte tão claro como muitas das vezes poderá ser levado a crer, seja por possível ou possíveis filhos, por membros da família ou amigos que podem dar muitas palavras de animo, porém não sabendo de fato como essa pessoa que sofre está consigo mesmo; pois muitas das vezes há uma audição daquilo que muitos poderão falar no intuito de ajudar, de demonstrar reciprocidade, afeto, mas não se sabendo do interior, da psique do que sofre.

Isso revela que muitos casos mais graves como aprofundamento em vícios ou até mesmo o suicídio como um desfecho para eliminar essa dor acabam por realçar que a perda nem sempre gera um reencontro consigo mesmo e uma ‘vitória’ sobre esse Luto pode ser subjetiva, diferenciando individuo para individuo.

A Busca de um Novo Relacionamento

Sempre se pauta que para resolver uma perda amorosa, outra pessoa pode de fato vir suprir essa dor, essa carência, mas nem sempre pode ser verdade, afinal sem uma cura mais profunda, sem esse reencontro consigo mesmo, sem certa introspecção mais diretiva e até mesmo sem uma Terapia que seja restauradora em outra situação relacional, pode ao contrário gerar efeitos mais nocivos, pois não é tendo novos encontros às vezes até casuais que se preencherá essa perda de sentido e essa ferida dolorosa do fim de um relacionamento.

Em muitos momentos somos instigados a crer nessa máxima, que um novo amor seja uma solução mais coerente para transformar o Luto amoroso em enriquecimento afetivo novamente. Válido lembrar que não adiantará a pessoa ter relações sexuais alheias como se fosse uma espécie de balsamo ou até cura, quando na verdade essa condição pode apenas ser paliativa abrindo novos vazios e novas decepções no que diz respeito a se ver do lado de outra pessoa.

O mais importante para quem busca novo relacionamento para se curar da perda anterior é saber se enxergar, souber se perceber, para que se possa enxergar no outro, ganhar novas esperanças, tiver boas expectativas, mas também não potencializar no outro o que ainda falta em mim para ser agregador a outra pessoa.

QUERO INFORMAÇÕES PARA ME INSCREVER NA FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE

    NÓS RETORNAMOS PARA VOCÊ




    Conclusão

    Na vida não há paliativos, há sim uma abertura, uma superação que vai acontecer desde que se deseje ter outra pessoa que venha agregar e não substituir um relacionamento anterior, pois todo e qualquer relacionamento amoroso é de fato um conhecer a si mesmo e saber se aproximar do outro com total reconhecimento de suas limitações, das limitações do outro e da vontade de amar e ser feliz.

    Este artigo sobre o fim de um relacionamento amoroso foi escrito por Anderson Oliveira ([email protected]), professor da Rede Pública Estadual, formado em Filosofia e Ciências Sociais, também realiza palestras e é escritor.

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *