intersubjetividade

Intersubjetividade, uma via de mão dupla

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Hoje falaremos sobre a intersubjetividade. A via de mão dupla é uma rua, rodovia ou estrada em que os veículos podem trafegar em ambos os sentidos. O fluxo de trânsito ocorre tanto num trecho norte-sul quanto sul-norte, por exemplo. Pode ter ou não uma faixa separando os sentidos um do outro.

Entendendo sobre a intersubjetividade

A palavra subjetivo é um termo utilizado para descrever algo relacionado com a perspectiva individual de cada um, podendo variar de acordo com seus sentimentos, opiniões e experiências pessoais. É o oposto de objetivo, que se refere a algo concreto e factual.

Portanto, a intersubjetividade sugere o intercâmbio de pensamentos, ideias e crenças, uma compreensão entre duas pessoas. É a capacidade de reconhecer a perspectiva do outro levando em consideração as experiências e pontos de vista individuais o que possibilita a construção de um entendimento coletivo e compartilhado.

Mas pra quê serve a intersubjetividade?

Existe uma interação entre o analista e o analisando durante o processo terapêutico. É um conceito que reconhece a importância da relação entre ambos como um fator fundamental na eficácia da análise. É dar importância ao fato de que a relação entre analista e analisando é mais complexa e influencia diretamente o desenvolvimento da terapia.

A abordagem intersubjetiva reconhece que ambos têm suas próprias perspectivas, experiências de vida e subjetividades individuais, que afetam a maneira como se relacionam e interpretam os eventos da terapia. Nesse sentido, o analista também é visto como um sujeito ativo, que não está isento de suas próprias emoções e reações ao processo terapêutico. Ou seja, partimos do princípio de que estamos falando de seres humanos que são emocionais…

A intersubjetividade busca criar um espaço de diálogo e entendimento entre analista e analisando, onde podem explorar e entender as dinâmicas subjetivas presentes na relação terapêutica. A exploração da intersubjetividade pode ajudar a trazer à tona aspectos inconscientes e não verbalizados, contribuindo para um maior autoconhecimento e transformação psíquica.

A Chave que vira

Ao observar a intersubjetividade, o psicanalista pode identificar padrões de comportamento, transferências e contratransferências que ocorrem na relação terapêutica. Essas interações entre analista e paciente são consideradas oportunidades valiosas para explorar dinâmicas emocionais, conflitos e aspectos inconscientes que podem emergir na relação.

Além disso, a atenção à intersubjetividade permite que o analista reconheça seu próprio papel na dinâmica terapêutica, levando em consideração sua subjetividade, valores, crenças e vivências pessoais. Essa auto-reflexão é importante para evitar interpretações tendenciosas e promover uma relação terapêutica mais autêntica e colaborativa.

Intersubjetividade e resultados eficazes

Observar e respeitar cada ser como único e cada qual com seu universo particular, conseguimos chegar mais próximo da intersubjetividade e como ela é fundamental nas relações e ainda mais no processo terapêutico. Podemos dizer então em resumo que ela promove:

Aprofundamento da compreensão

Ao observar a intersubjetividade, o psicanalista obtém uma compreensão mais rica e completa da experiência do paciente. Isso permite uma análise mais aprofundada dos padrões de comportamento, dinâmicas relacionais e conflitos emocionais subjacentes.

Construção de uma aliança terapêutica mais forte

A atenção à intersubjetividade ajuda a fortalecer a relação entre o analista e o paciente, estabelecendo uma aliança terapêutica mais colaborativa. Isso cria um espaço seguro para a exploração de questões emocionais e a resolução de conflitos.

Identificação de transferências e contratransferências

A intersubjetividade permite ao analista identificar as transferências (projeções do paciente sobre o analista) e as contra-transferências (reações emocionais do analista em relação ao paciente). Isso ajuda a compreender as relações passadas do paciente e suas influências na terapia, bem como o modo como o analista responde emocionalmente ao paciente.

Promoção de mudanças pessoais

A abordagem da intersubjetividade permite que o paciente explore dinâmicas inconscientes e consiga compreender e trabalhar com suas emoções, pensamentos e comportamentos habituais. Isso, por sua vez, promove mudanças pessoais e crescimento psíquico.

Capacidade de lidar com o desconhecido e o inesperado

A atenção à intersubjetividade ajuda tanto o analista quanto o paciente a lidar com questões imprevistas e desconhecidas que podem surgir no decorrer do processo terapêutico. Isso permite uma maior flexibilidade e adaptabilidade durante a terapia.

O que seria a evolução do ser humano, senão a luz sobre a própria consciência?

E para que isso seja possível, é fundamental a compreensão de que cada ser é diferente do outro e todos em níveis diferentes – e não maiores ou menores – de percepção de si e do mundo.

Este artigo sobre intersubjetividade foi escrito por Adriana Canton (contato: [email protected]), estudiosa e curiosa sobre o comportamento humano. Psicoterapeuta e em formação em psicanálise clínica pelo IBPC. Trabalha há mais de 20 anos em empresas do mercado corporativo desenvolvendo diretamente a habilidade em lidar com pessoas. Com diversos cursos preparatórios de gestão veio a necessidade de um aprofundamento na psique humana iniciando os estudos dentro da Mitologia e também dos canais de percepção como ferramentas para auxiliar o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal.

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