tipos de transferências

Tipos de Transferências em Psicanálise: positiva, idealizadora, erotizada e outras

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Neste artigo, distinguiremos os tipos de transferências e transferência em psicanálise. Traremos exemplos de 6 tipos de transferências no atendimento psicanalítico: transferência positiva, transferência idealizadora, transferência negativa, transferência especular, transferência erotizada e transferência perversa.

Entendendo sobre os tipos de transferências

Para Freud, transferência é um fenômeno natural em que duplicamos um sentimento já vivido em relações antecedentes sejam elas negativas ou positivas, uma vez que conexões são estabelecidas, como por exemplo admiração, afinidade, repulsa etc. Ele acredita que a transferência pode ser usada como um aparato substancial dentro da análise, uma vez que o paciente revive no presente emoções e acontecimentos passados inconscientes e entendendo-se com o consciente.

Na psicanálise, a transferência entre o analista e o analisando é o que sustenta, pois sem isso torna-se impossível a continuação da análise. Logo, o “match” é imprescindível para que a ligação entre eles ocorra.

A transferências podem ser positivas ou negativas, já nos primeiros encontros ou contatos pode se haver uma experiência pré-transferencial, razão que teria levado o analisando a procurar e marcar sua consulta com um determinado analista.

Freud e os tipos de transferências

Para Freud, não se deve deixar de constatar o fato de que o relacionamento do analisando com o analista é um tanto peculiar, onde ele complementava que havíamos colocado racionalmente e explicitamente a situação entre analisando e analista, como uma soma aritmética. Sendo assim, a transferência assume formas variadas, uma vez que, constatamos que quando o paciente, não conseguindo encontrar uma saída para seus conflitos , desenvolve um interesse especial pelo médico analista, realizando assim uma transferência.

Uma vez que o paciente se interessa pelo que está relacionada a figura do médico, ele atribui maior importância do que atribui para suas próprias questões. O que ocorre é que ele vai se desviando de sua própria doença ou condição. A isso nomeia-se a relação transferencial.

No começo de um tratamento, pode-se observar a urgência de um elo positivo em situação analítica, com o paciente empolgado com o analista, reagindo assim de modo auspicioso às interpretações do analista, deixando a livre associação, assim como o material mnésico (memória e traços de memória) em abundância, em que uma relação amigável resulta em uma melhora objetiva em variados aspectos.

O processo associativo

Contudo, essa relação não dura por muito tempo, aparecendo assim alguns encalços no tratamento, oriundas das dificuldades que surgem na comunicação, de tornar público seus anseios, o que acaba por interromper o processo associativo, não seguindo as instruções dadas pelo analista, ou como afirma Freud, “dizer tudo o que lhe vem à cabeça e de não permitir que obstáculos críticos impeçam de fazê-lo” (Freud, 1917-1916a, p.513).

Logo, quando um paciente se porta como se não estivesse em tratamento, podemos encontrar aí a resistência, tendo a necessidade de o quanto antes ser esclarecido para que o processo analítico não fique em risco.

Freud se refere que as causas dessas dificuldades são motivadas pelo paciente ter transferido para o analista os seus elementos pulsionais como afetos, sentimentos intensos ou por ter colocado suas atribuições perante o analista. Freud complementa que o “bom tempo não pode durar para sempre” (Freud, 1917-1916a, p.513).

A afetividade e os tipos de transferências

Freud compreendeu que tais sentimentos quando transpostos ao analista, possuem outra origem, uma vez que essa “Programação” no inconsciente do paciente estava preparada e endereçada a quem tivesse uma afetividade.

Essa transferência pode surgir através de uma manifestação de atenção, de uma possível amizade etc. Quanto maior for o impulso, mais perto estaremos de uma face não trabalhada no conflito original, tornando-se impossível de ser resolvido de modo significativo.

Em relação à transferência hostil, ou negativa, Freud ressalta que é com ela que o analista deve ter uma preocupação maior, uma vez que ela reflete diretamente a resistência ao trabalho analítico. Logo, temos a dinâmica da cooperação e da resistência, com ambas se contrapondo e incluídas na transferência podendo ser intituladas da seguinte maneira:

Os tipos de transferências

Transferência Positiva – Toda pulsão derivada da libido; sentimentos, emoções positivas não erotizadas, afeto, confiança, transferidas ao analista.

Transferência Idealizadora – Quando o analisando não possui vínculos primários por estar em estado regredido e exerce tentativas de exigências e ritos, onde tentativas de controle são necessárias para a evolução do paciente.

Transferência Negativa – Oposição à transferência positiva, ativando somente sentimentos negativos em relação ao terapeuta como raiva, antipatia, inveja, ciúmes, rivalidade, agressividade, ataques etc.

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    Transferência Especular – A paciente projeta no analista a imagem ideal que faz de si mesmo na expectativa de correspondência e aprovação que pode resultar de uma busca de gratificação narcísica, buscando o papel de analisando perfeito.

    Ainda sobre os tipos de transferências

    Transferência Erotizada – O paciente fantasia uma paixão em relação ao seu analista e fantasias sexuais, contudo, é importante o analista saber que não se trata de um amor ou desejo real.

    Transferência Perversa – No sentido de desvio da normalidade ou padrão estabelecido quando o analisando tenta mudar as regras do contrato pré-estabelecido no intuído de retirar o analista de sua posição.

    Todas as experiências de transferência não devem ser consideradas boas ou más, logo, ambas podem ser ferramentas manejadas dentro de um processo analítico onde o analista precisa se manter firme diante dessas transferências e resistências.

    Este artigo sobre as resistências e os tipos de transferências em psicanálise foi escrito por Patty Tena Theophilo (e-mail: [email protected]), Neuropsicopedagoga, Psicomotricista, Mestranda em Ciências da Educação, Formanda em Psicanálise, pós Graduada em Educação Inclusiva e especialista em Terapia ABA.

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