libido

Libido, pulsões e sexualidade na psicanálise freudiana

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A palavra libido significa, em latim, “desejo”, traduzível também como “inveja”. Pulsões é a forma como os sujeitos expressam o que se anuncia como pulsional.

Entendendo o libido

A teoria da sexualidade freudiana é diferente da declarada pela sexologia e tem diversas etapas, nas quais o criador da psicanálise explica suas elaborações. Freud se referiu à manifestação da pulsão sexual na vida psíquica bem como ao substrato de todas as transformações.

A sexualidade é de suma importância na doutrina psicanalítica, podendo assim afirmar com razão que todo o edifício freudiano se assentou sobre ela. No final do século XIX, médicos da alma e cientistas se preocuparam com a sexualidade e tal inquietude derivou também o nascimento da sexologia. Traduzida a palavra libido como vontade, desejo, seu uso difundido como marca do freudismo.

Mesmo com esses termos se referindo a libido, a mesma é muito mais do que isso, pois aponta para um aspecto energético, o qual explica a densidade das fixações neuróticas, o apego a coisas ou pessoas, ou em determinados pensamentos, ao corpo em si, ao ego, explicando também a razão dos possíveis deslocamentos.

Libido e o fator sexual

Com a introdução desse vocabulário (libido), Freud constrói sua teoria da sexualidade, uma atividade fundamental dos seres humanos. O fator sexual foi a primeira causa e a sexualidade uma evidência, sendo o fator sexual a causa primária dos sintomas neuróticos. A sexologia foi criada como ciência e natural do comportamento sexual, daí então a criação da sexologia.

A partir de 1905, com a publicação de seus Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, Freud estendeu sua reflexão no campo da sexualidade infantil, o que permitiu a ele um novo estatuto às chamadas perversões: fetichismo, sadomasoquismo, etc. A terminologia não foi inventada por Freud para distinguir dois grandes campos da sexualidade: ou seja, a determinação anatômica, por um lado, e a representação social ou subjetiva, por outro lado.

A descoberta feita por Freud, a qual importância concedida à sexualidade é o caráter a qual possui, aparecendo desarmônica, pois a libido nesse contexto se refere em objetos “impróprios”, é reticente às mudanças, não se sujeitando aos parâmetros da adequação.

Uma atividade somática

Sendo aqui a libido não é a sexualidade que os sexólogos se referem, não sendo uma atividade somática, aqui na percepção de Freud em seu estudo é “energia” a qual se manifesta como pulsão. Freud trabalhou para contrapor outras forças que entram em conflito com ela, que às vezes se misturam, se entrelaçam ou se separam.

O dualismo pulsional atravessa a teoria freudiana e tem diferentes nomes: pulsões sexuais opostas às pulsões de autoconservação, pulsões sexuais opostas às pulsões do ego, pulsões de vida opostas às de morte. A libido não só pode investir nos objetos que exercem atração como também o próprio sujeito, e, assim, dar uma explicação ao narcisismo. Como o termo pulsão aparece e tornou-se um conceito da teoria psicanalítica.

Conceito – limite entre o psíquico e o somático, a pulsão é indômita. O termo pulsão apareceu na França em 1625, derivado do latim, para designar a ação de empurrar e impulsionar.

A libido na psicanálise

A partir de 1905, empregado por Freud, transforma-se em um conceito fundamental da teoria psicanalítica. A necessidade da satisfação da pulsão sempre indica um modo de realização paradoxal e irredutível. Nada mais exemplar que o bebê, que quando tem sua fome saciada, gosta de chupar a chupeta ou o dedo.

A psicanálise mostra que as pulsões se encontram ligadas a uma série de fantasias e representações que chegam a emaranhar a vida de um homem e que se desmontam na cura analítica; assim, permitem que a pulsão tenha diversos destinos: repressão, sublimação, transformação no contrário, volta contra si mesma.

O conceito de pulsão é capital para entender o passo dado por Freud relativo à subjetividade moderna, são aquilo que experimentamos como impulsos que nem sempre buscam o bem, encontra-se na origem motora do organismo e no psíquico inconsciente do ser humano.

Narcisismo: uma breve explicação

O termo narcisismo surgiu pela primeira vez por Freud numa nota acrescentada em 1910 aos “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”. Ele falou dos “invertidos”, ou seja, não utilizou a palavra “homossexual”, nesse momento, Freud escreveu que eles “tomam a si mesmos como objetos sexuais” e, “partindo do narcisismo, procuram rapazes semelhantes à sua própria pessoa, a quem querem amar tal como sua mãe os amou”.

Na tradição Grega, o termo narcisismo designa o amor de um indivíduo por si mesmo. A lenda e o personagem de Narciso foram celebrizados por Ovídio na terceira parte de suas Metamorfoses. Freud reconheceu que a questão do narcisismo primário levanta inúmeras dificuldades.

Quando queremos estabelecer uma correspondência entre esse desenvolvimento e a evolução pulsional, a passagem das pulsões sexuais parciais para a sua unificação, somos levados a considerar que o narcisismo infantil ou primário é contemporâneo da constituição do eu.

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    A segunda tópica e a libido

    No contexto da elaboração da segunda tópica, Freud retornou a essa questão da localização do narcisismo primário, o qual foi situado como o primeiro estado da vida, portanto, à constituição do eu.

    A definição do narcisismo secundário é menos problemática e a formulação da segunda tópica não modifica sua concepção.

    Masoquismo, sadismo na terminologia psicanalítica

    Chama-se de masoquismo a prática de uma curiosa perversão da vida sexual que consiste em desejar ser dominado por uma pessoa do sexo oposto e suportar desta um tratamento autoritário e humilhante, chegando inclusive ao castigo efetivo.

    Freud estende a noção de masoquismo além da perversão descrita pelos sexólogos: por um lado, ao lado, ao reconhecer elementos masoquistas em inúmeros comportamentos sexuais, e, por outro, ao descrever formas de padecimento moral nas quais o sujeito, em razão de um sentimento de culpa inconsciente, castiga a si mesmo, sem que isso implique um prazer sexual.

    É importante distinguir este masoquismo de outras variantes, visto que o uso geral do termo permite perder a estrita particularidade que tem como prática pervertida. O masoquismo é um exemplo clássico para distinguir o prazer do gozo, visto que a excitação na dor nos fala de uma voluptuosidade que excede os limites do prazer. Nesse sentido, foi acoplado ao termo sadismo para dar origem a um novo vocábulo, sadomasoquismo, que então se impôs na terminologia psicanalítica.

    A libido para Freud

    Termo forjado por Sigmund Freud, a partir do sadismo e masoquismo, para designar uma perversão sexual baseada num modo de satisfação ligado ao sofrimento infligido ao outro e ao que provém do sujeito humilhado.

    Por extensão, esse par de termos complementares caracteriza um aspecto fundamental da vida pulsional, baseado na simetria e na reciprocidade entre um sofrimento ativamente infligido. O sadismo é ali concebido como primário, anterior ao masoquismo: exprime uma agressividade contra um outro tomado como objeto.

    Em 1905, em seus Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, Freud já observava que “o sádico é sempre ao mesmo tempo um masoquista, o que não impede que o lado ativo ou o lado passivo da perversão possa predominar e caracterizar a atividade sexual que prevalece”.

    Conclusão: libido, pulsões e sexualidade

    Em síntese, podemos ver o quanto os estudos de Freud foram e continuam sendo de suma importância para a psicanálise. Para o analista se conhecer e conhecer o analisando dentro dessas pulsões, perversões, saber lidar com elas, fundamental entendermos a vida pulsional do ser humano.

    Freud pensava, mesmo quando sabia que inquietava e perturbava com suas declarações claras e inexoráveis. Poderia Freud ter exposto sem encontrar resistência, a dizer “erótico” em vez de “sexualidade”, Eros em vez de “libido” e não ir sempre até o fundo das coisas, mas limitar-se a sugeri-las. A prática psicanalítica é altamente efetiva quando se trata de empreender uma das poucas aventuras ainda acessíveis para o homem de nosso tempo, em um mundo que já foi totalmente explorado.

    A psicanálise não é só uma cura, o que nunca foi o interesse prioritário de Freud, Colombo da vida anímica, mas a possibilidade de construir um sujeito à altura da época, um sujeito que, ao ampliar e redefinir o campo da subjetividade. Há uma mudança no contexto de Freud, cujas influências no campo do conhecimento não tem precedentes.

    Este artigo foi escrito por Elisângela Ribeiro(elisangelaribeiro1577@gmail.com). Sou casada, educadora, mãe bichológica, adoro escrever, estou escrevendo um romance mas sem previsão do término do mesmo, adoro crianças, de interagir com pessoas, cursou direito até o quarto semestre, sou graduada e pós em ciências forenses e estou apaixonada pela psicanálise todo dia é um aprendizado novo, e acredito que a troca de conhecimentos é fundamental para o crescimento nessa nova caminhada para a vida.

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